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Capítulo 20

Por conta própria, minhas pernas me forçaram a fugir quando minha mente não foi capaz de assimilar toda a situação. Tiros e gritos faziam a trilha sonora macabra de minha corrida, o medo em minhas veias fazia meu corpo parecer mais pesado, mas só parei de correr quando trombei com meu primo no corredor, os outros de nosso grupo saíam de seus quartos assustados. Nem sinal de Carl, minha tremedeira apenas aumentou.

-Precisamos das nossas armas! - Abraham bradou com raiva, estávamos indefesos no meio da confusão.

-São mesmo os Salvadores?! - Tara perguntou preocupada, ninguém teve coragem de responder.

-Ei, vocês! Por aqui! - alguém gritou do final do corredor, era Benjamin, o soldado que estava com Ezekiel na audiência e que nos mostrou os quartos - Precisam das suas armas! Venham, rápido! - finalizou, os membros de meu grupo se entreolharam, mas logo estávamos correndo atrás do garoto.

Dos corredores, as janelas nos davam visões rápidas do inferno. Armas, fogo e sangue, os mortos se espalhavam pelo reino que perdeu seu encanto. Eu vi crianças sendo mortas pouco antes de finalmente pararmos na frente de uma porta. Benjamin estava tremendo da cabeça aos pés, o pânico de ver seu lar sendo destruído gritava em seus olhos.

O loiro se atrapalhou com as chaves e as deixou cair, ouvimos tiros dentro do prédio, perto demais. Daryl perdeu a paciência e empurrou o loiro para o lado, posicionando o pé abaixo da maçaneta e destruindo a fechadura com três chutes. Entramos na sala e gastamos apenas alguns segundos para pegar nossas armas de cima de uma mesa no centro da salinha que o Reino tinha como arsenal.

Enfiei meu revólver no coldre e peguei um fuzil M16 de um suporte na parede. Uma pequena esfera esverdeada chamou minha atenção em um canto escuro do suporte, fazia um tempo considerável que eu não via uma dessas, não pensei muito antes de enfiar discretamente a granada militar em minhas roupas.

Assim que saímos da pequena sala, armados até os dentes, um grupo de inimigos surgiu no final do corredor. Ao me verem eles hesitaram em atirar, seus olhares se fixaram diretamente em mim e eu soube por instinto que estavam aqui por minha causa.

-Entreguem a garota e saem vivos daqui! - um dos caras gritou, o rifle apontado em minha direção.

-O que querem com a garota?! - Daryl gritou de volta, se colocando a minha frente e me protegendo com seu corpo.

-Negan a quer, estamos aqui só para encontrá-la, entreguem a garota e o confronto acaba! - outro homem respondeu, fazendo um gosto ruim preencher minha boca.

Eu não tinha ideia de como Negan havia me encontrado, nenhum dos Salvadores na estrada tinha sobrevivido pra contar a história, passei anos procurando aquele desgraçado e agora ele simplesmente vem até mim. Sem pensar muito, levantei os braços pronta a sair de trás de Daryl e me entregar, mas não tive tempo de dar um passo antes que os caras caíssem no chão junto do estampido de tiros de espingarda.

-Ela não vai... A lugar nenhum! - disse Carl surgindo de trás dos Salvadores, suas roupas cobertas de um sangue que não parecia ser dele e uma espingarda roubada nos braços, nunca vi seu olhar tão sombrio antes.

-Vamos, temos que encontrar o trailer e sair desse lugar! - Paul foi o único que teve coragem de falar, me virei para ele incrédula.

-Está louco?! Essas pessoas estão morrendo por minha causa! Eu não vou abandoná-las à mercê dos Salvadores, prometi que lutaria por eles! - gritei me afastando do homem indignada, queria chorar como uma criança, mas não era o momento pra isso.

-Isso não foi uma pergunta, Clarisse! Se Negan te pegar ele não vai te matar, vai te torturar até que implore por seu último suspiro! Vamos embora, Ezekiel nem mesmo aceitou a aliança! - meu primo me agarrou pelo braço, seu rosto era uma mescla de raiva e desespero, os outros pareciam atônitos com a briga.

- Eu. Disse. Não, porra! - minha voz saiu como um rosnado e eu gastei apenas um segundo para pisar em seu pé com força, fazendo com que Paul me soltasse por reflexo.

Os outros tentaram me segurar, mas não chegaram a tempo, pulei a janela com facilidade e escorreguei pelo telhado até chegar a beira, me segurando na calha para diminuir meu impacto no chão. Assim que me virei para olhar em volta, vi três homens perseguindo um grupo de crianças, nem pensei antes de erguer a arma e derrubá-los com uma rajada de tiros.

-Se escondam!! - berrei às crianças enquanto atirava em alguns zumbis que se aproximavam, elas passaram por mim correndo na direção de uma van perto de um dos portões e eu velei seu caminho até que entrassem no carro e o veículo saísse da comunidade.

Correndo no meio do tiroteio, eu defendia todo e qualquer morador que encontrasse em apuros. A munição de meu fuzil acabou e peguei no chão a escopeta de um dos desgraçados que matei. Vi Ezekiel e Jerry trocando tiros com alguns dos Salvadores e os ajudei, o Rei me encarou por alguns instantes, com raiva. Eu sabia que ele tinha motivos, mas isso não me intimidou em continuar tentando o meu máximo para consertar minha bagunça.

Quando minhas balas acabaram novamente, passei a lutar contra os zumbis e Salvadores usando a escopeta como se fosse um bastão. Porém, não importava o quanto eu lutasse ou me esforçasse, meus pulmões e cada músculo do meu corpo queimavam e pareciam se rasgar com o esforço, mas o fogo e a morte se espalhavam cada vez mais rápido pelo lugar.

Um tiro quase acertou meu braço e uma figura masculina surgiu entre a fumaça. Eu reconheceria aquele rosto desfigurado em qualquer lugar do mundo, o desgraçado do Dwighit tinha me encontrado. Negan matou meu pai, mas foi Dwighit quem o escolheu para morrer.

O loiro atirou novamente, me obrigando a me jogar atrás de uma parede para me proteger. Eu não tinha mais armas de longo alcance, tudo que me restava era o revólver do meu pai no coldre, naquela posição a vantagem era de Dwighit. Eu precisava de uma estratégia, mas não tive tempo nem mesmo de pensar nisso antes que o infeliz continuasse a atirar.

Meu coração, que batia no ritmo de uma metralhadora em meu peito, quase parou quando a lâmina gelada de uma faca de caça subitamente rodeou meu pescoço. Fiquei totalmente paralisada, minha mente a mil, mas soube que não poderia escapar quando uma voz feminina conhecida chegou aos meus ouvidos.

-Te achei, vadiazinha... - Arat, uma dos tenentes de Negan, achei que a filha da mãe tinha morrido junto com tantos outros na noite em que eu explodi aquele posto avançado dois anos atrás, mas infelizmente estava errada.

-Você é a prova viva de que vaso ruim não quebra fácil... - uma risada sem humor algum escapou de meus lábios, não havia mais como fugir.

-Eu vou me divertir muito te ouvindo implorar pela morte, merdinha... Agora levanta, Negan está esperando por você. - ela pressionou mais sua faca em meu pescoço e me forçou a levantar, anunciando no rádio que havia vencido a caça ao tesouro.

Outros três Salvadores se juntaram a Arat para me escoltar até a praça principal, onde carros e alguns Salvadores impediam que os mortos que entravam pelo portão chegassem até o resto do grupo. Eu até então não estava com medo pela minha vida, tentando me convencer de que pelo menos o resto de meu grupo tinha fugido daquele inferno, mas minha pouca esperança logo foi destruída pela imagem a seguir.

-Olha só quem chegou pra festa! - a voz que ainda atormentava meus pesadelos depois de tanto tempo invadiu meus ouvidos sem minha permissão, naquele tom teatral que me fazia tremer até os ossos. Negan...

Ele não havia mudado nada depois dois anos, talvez estivesse sutilmente mais velho, mas ainda tinha a mesma aparência que muitos considerariam "bonita" ou até mesmo "charmosa." Eu só conseguia sentir repulsa pelo que via, desde os cabelos e olhos escuros, os ombros largos à jaqueta de couro, tudo nele só me parecia semelhante a um demônio nojento.

O resto de meu grupo e até mesmo Jerry, Ezekiel, Benjamin e um garotinho abraçado a ele que imaginei ser seu irmão mais novo, estavam ao redor de Negan, de joelhos em um semi-circulo e com armas apontadas para suas cabeças. Dwighit me agarrou pelo cabelo e tirou meu revólver de mim, jogando em um canto qualquer no chão.

Arat arrancou meu casaco para garantir que não havia mais nenhuma arma comigo, mas por sorte não revistou os bolsos do mesmo. Dwighit por fim, finalizando a maldita inspeção, me empurrou no chão com força em frente a Negan e se afastou. Eu levantei parcialmente o corpo devagar, tremendo da cabeça aos pés e evitando olhar para cima. Tive que conter um grito de terror quando uma mão grande agarrou meu rosto com brutalidade e me forçou a olhar pra cima.

-É muita falta de educação sequer olhar para um velho amigo enquanto se conversa com ele, querida... - Negan falou devagar, sua voz grave e os olhos escuros me lembravam um bicho-papão, não tive força suficiente para ao menos tentar me afastar.

-Solta ela, desgraçado!! - ouvi alguém gritar, estremecendo ao reconhecer a voz de Carl. Não... Ele não podia tentar me defender agora! Por favor, não agora!

-Olha só, parece que a nossa Clarie conseguiu um amiguinho! Ou será um namoradinho...? - Negan riu, antes de puxar meu cabelo e me fazer virar o rosto a tempo de ver um homem acertar com força o cabo de seu rifle nas costas do garoto. Rick tentou intervir desesperadamente, mas teve o mesmo tratamento que o filho.

-N-não! P-para, por favor! Deixa eles, eu vou com você, faço o que quiser! Mas deixa eles, estou implorando! - gritei e gritei, minha voz saiu aguda e esganiçada, as lágrimas desceram por meu rosto sem minha permissão e todo o meu corpo tremia a ponto de quase convulsionar. Eu nunca havia sentido tanto medo na vida, respirar era uma tarefa quase impossível.

-Acha mesmo que está na posição de dar ordens, garota? - Negan puxou meu cabelo com mais força e o homem acertou Carl novamente, eu solucei alto - Você me deu muito prejuízo, princesa... Matou muitos dos meus homens... E agora chegou a hora de pagar sua dívida! - ele finalizou, me jogando no chão novamente e caminhando até Rick e os outros.

Dwighit e Arat me agarraram, me forçando a ficar no lugar a assistir a cena. Meus olhos se encontraram com os de Paul, o terror em minhas íris refletido nas dele, a cena de dois anos atrás estava apenas se repetindo com novos personagens.

-Bom... Já estão mijando nas calças? - Negan perguntou ao se virar para os outros, que apenas observavam a cena em silêncio, aterrorizados - Caramba, achei que a gente tava chegando perto... É, isso aqui vai virar um mar de mijo logo, logo. - seu sorriso maldoso se tornou mais largo.

Negan estalou os dedos e um dos homens saiu do meio dos outros, trazendo o taco coberto de arame farpado que Negan chamava de Lucille em uma almofada. Minha respiração travou na garganta quando reconheci a almofada em que o taco repousava, lembrava de ter visto algumas idênticas no sofá da sala de Gregory, mas não quis acreditar em meus pensamentos. Ele não seria tão cruel, tinha que ser mentira, Gregory não poderia ter nos traído assim!

-Qual de vocês cretinos é o líder da tal Alexandria? - Negan questionou, pegando o taco de cima da almofada e o apoiando no ombro.

-Esse aqui, esse é o cara! - um dos homens apontou Rick, Negan riu baixo.

-E aí, Rick. Eu sou o Negan! Aliás, Gregory te mandou um abraço, ele foi muito útil me ajudando a achar vocês. - o líder dos Salvadores continuou, confirmando minha suspeita, Rick arregalou os olhos e vi quando ele cerrou os punhos tremendo mais.

A última noite que passamos em Alexandria antes da viagem veio a minha mente, me lembrei do "vulto" que eu ignorei enquanto conversava com Enid na torre de vigia. Provavelmente era alguém em Hilltop leal a Gregory, deve ter nos seguido na volta pra casa e revelado nossa localização aos Salvadores. Senti meus ossos tremerem ao imaginar que eles já poderiam ter atacado Alexandria durante nossa viagem.

-Eu normalmente diria, "Hey, me dêem suas coisas... Ou eu mato vocês!" - Negan falou, imitando a si mesmo com entusiasmo como se fosse um personagem de seriado de comédia, mas senti meu estômago revirar quando ele ficou sério novamente - Mas, hoje eu não estou de bom humor... Vocês se aliaram àquela vadia alí, planejaram coisas nas minhas costas antes mesmo de me conhecer e isso não é legal! Vocês não têm ideia do quanto essa merda não é legal! - ele gritou, balançando aquela monstruosidade de taco perto demais dos rostos dos outros que estavam de joelhos a sua frente.

Eu me debati, chorando e implorando por misericórdia, para que ele simplesmente me matasse e fosse embora, mas nada disso adiantou. Arat e Dwighit riam de meu desespero, puxando meu cabelo e me impedindo de me mover demais.

-Não adianta chorar o leite derramado agora, querida! Eu vou matar metade de vocês, e os que sobrarem vão contar a minha historinha de ninar em casa... Para mostrar a todas comunidades o que vai acontecer se vocês se recusarem a trabalhar pra mim. E saiba, meu Raio de Sol, que você selou o destino deles! - foi tudo o que Negan disse, com um sorriso assassino enquanto olhava no fundo de meus olhos, antes de girar o corpo bruscamente e afundar Lucille no crânio do primeiro dos meus amigos.

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