XXXIV. 𝑪𝒐𝒏𝒒𝒖𝒆𝒔𝒕 𝒐𝒇 𝒕𝒉𝒆 𝒄𝒂𝒑𝒊𝒕𝒂𝒍
O AR ESTAVA FRESCO, e o som das ondas quebrando contra as pedras abaixo oferecia uma melodia tranquila. Jacaerys e Verena voavam juntos, montados em seus majestosos dragões. Vermax, o dragão de Jacaerys, cortava o céu com elegância, suas escamas verdes brilhando sob a luz do sol. Ao seu lado, Canibal se movia com certa rapidez, suas escamas escuras e brilhantes refletindo as cores do amanhecer. Eles voavam em perfeita sincronia, como se fossem extensões um do outro. Era quase engraçado observar Canibal e Vermax, que antes pareciam presa e predador, voarem juntos como companheiros.
Jacaerys olhou para o lado, observando Verena. Seus cabelos prateados, soltos ao vento, dançavam ao redor de seu rosto, e seus olhos cintilavam com uma mistura de alegria e liberdade. Por um momento, todas as preocupações e medos que o assombravam desapareceram, e ele sentiu-se completamente em paz. Ao vê-la assim, serena e radiante, Jacaerys percebeu o quanto a amava, o quanto ela era o centro de seu mundo.
Com um sorriso cúmplice, Jacaerys fez um gesto com a mão, e Vermax, como se entendesse a intenção de seu cavaleiro, mergulhou suavemente, voando mais próximo de Canibal. Verena riu, um som leve e despreocupado que aquecia o coração de Jacaerys, enquanto inclinava seu corpo na direção dele, estendendo a mão.
Ele segurou a mão dela por sobre o vento, seus dedos entrelaçados enquanto seus dragões voavam lado a lado, seus corpos imponentes formando um espetáculo deslumbrante contra o céu daquela manhã. Verena olhou para o príncipe, seus olhos fixos nos dele. Não havia necessidade de palavras; ambos sabiam o que o outro sentia. Jacaerys puxou a mão dela gentilmente, trazendo-a mais perto, até que os dois dragões quase se tocassem no ar.
Quando seus lábios se encontraram, foi um beijo suave. A brisa suave que os envolvia parecia sussurrar bênçãos, e o mundo ao redor deles desapareceu, deixando apenas o calor de seus corpos e a certeza de que pertenciam um ao outro.
— Estamos prontos. — Verena sorriu. — Vamos tomar o trono de ferro. Amanhã á essa hora estaremos vendo Aegon, seus irmãos e apoiadores serem julgados a condenados por traição. Sua mãe será a rainha e finalmente isso tudo terá um fim, e então, eu o levarei para Asshai, onde será apresentado como meu consorte e futuro rei das sombras.
—— Eu posso me acostumar com o título. — Jacaerys riu contra o vento.
Verena sorriu e sinalizou para que desmontassem na praia e assim que seus pés tocaram a areia, Caninal alçou voo, sendo seguido por Vermax.
— Você parece preocupada. – Jacaerys começou, tomando as mãos da esposa para ele.
Ele sabia que algo estava pesando sobre ela, algo que ela precisava compartilhar. Verena soltou suas mãos e retirou um objeto do vestido, que parecia brilhar suavemente sob a luz da manhã.
— Jace. – ela começou, sua voz suave, mas com um toque de hesitação. — Há algo que preciso te contar.
Jacaerys inclinou a cabeça, sua expressão se suavizando enquanto ele aguardava.
— Verena, você pode me contar qualquer coisa. Estou aqui para você, sempre.
Ela mostrou um bracelete, idêntico ao que ela usava ao redor de seu pulso, desde de que se conheceram. O metal escuro tinha um brilho peculiar, quase sobrenatural, com pequenas runas inscritas ao longo da superfície. Ela deu um passo em direção a ele, estendendo o bracelete.
— Este bracelete. – ela começou, sua voz tremendo ligeiramente. — Não é apenas uma joia. É um amuleto antigo, forjado nas terras de Asshai. Ele... me concedeu algo que poucos poderiam imaginar.
Jacaerys pegou o bracelete, sentindo o peso do objeto em suas mãos.
— O que isso significa, Verena?
Ela respirou fundo, os olhos fixos nos dele.
—Isso significa que eu sou imune ao tempo, Jace. Por causa da magia de Asshai e desse bracelete, eu não envelheço... e não morro.
A revelação caiu sobre Jacaerys como uma onda poderosa, o deixando sem palavras. Ele olhou para o bracelete em suas mãos, depois de volta para Verena, tentando processar o que ela acabara de dizer.
— Imortal? Verena, isso... isso é...
— Assustador, eu sei. – ela completou, dando um passo mais perto. — Mas há mais, Jace. Eu... eu trouxe outro bracelete para você. Como meu marido você tem um. Se você usar isso, Jace, você também se tornará imortal. Seríamos iguais, juntos para sempre, mas... há um preço. – Jacaerys olhou para ela. — Se escolher usá-lo. – Verena disse, a dor em sua voz. — Você viverá para sempre ao meu lado, mas veremos todos aqueles que amamos... Rhaenyra, Daemon, Luke, as gêmeas... todos morrerem enquanto continuamos. Seremos eternos.
O silêncio entre eles era pesado. Jacaerys olhou para o bracelete novamente, sentindo o conflito em seu coração. A ideia de viver para sempre ao lado de Verena era tentadora, mas o custo era imenso. Jacaerys levantou quebrou a distância entre eles e segurando Verena em seus braços.
— Não importa o que aconteça, Verena, eu estarei ao seu lado. Se for para viver essa eternidade, eu quero que seja com você. Mas... preciso de tempo para entender tudo isso.
Verena encostou a cabeça no peito dele, sentindo o calor do corpo de Jacaerys e a batida constante de seu coração.
— Nós temos todo o tempo do mundo, Jace. – ela sussurrou. — E eu estarei aqui, ao seu lado, em cada momento.
[...]
A escuridão ainda cobria Porto Real quando os exércitos de Rhaenyra Targaryen avançaram sobre a capital. As forças da Rainha Negra haviam se movido com a precisão de um predador à espreita, silenciosas e mortais, enquanto a Fortaleza Vermelha ainda dormia. Liderando a investida estavam Daemon, Jacaerys, e Verena, cada um montado em seus dragões. O céu, antes claro, tornou-se um palco de fogo e destruição, enquanto Caraxes, Vermax e Canibal sobrevoavam a cidade, lançando suas sombras aterrorizantes sobre os telhados.
No chão, os apoiadores de Rhaenyra, um exército de senhores e mercenários, tomavam as ruas de Porto Real, destroçando as defesas desorganizadas dos Verdes. O caos reinava à medida que as tropas leais aos Hightower tentavam desesperadamente conter o avanço, mas estavam em desvantagem, surpreendidos e sem liderança clara, já que Aemond não estava a vista.
Otto Hightower, consciente do inevitável, fugiu com o rei Aegon II em meio à confusão. Em pânico, eles escaparam pelas passagens de Maegor, atravessando os becos escuros até alcançar um navio que os aguardava no porto. Sem glória e sem esperança, deixaram Westeros para trás, buscando refúgio nas Terras Livres.
Dentro da Fortaleza Vermelha, as coisas não eram melhores para os Verdes. Daemon liderou a invasão ao castelo, cortando seu caminho até a Sala do Trono com fúria. Guardas tentaram resistir, mas o combate foi breve e brutal. Daemon estava imparável, sua lâmina Dark Sister brilhando com o sangue dos adversários caídos.
Verena e Jacaerys seguiram de perto, Verena com as sombras e o fogo se dobrando a seu favor e Jacaerys que comandava suas tropas com uma habilidade que desmentia sua juventude. Ambos eram forças inabaláveis, movidos por um desejo ardente de pôr fim à guerra e trazer justiça à sua rainha. Quando alcançaram a Sala do Trono, os poucos que restavam tentaram resistir, mas foram rapidamente dominados.
Rhaenyra entrou logo depois, seus passos ecoando pelo grande salão. Havia algo de inabalável em sua postura, um brilho feroz em seus olhos que fez até mesmo os inimigos pararem para observar. Com a sala agora em silêncio, exceto pelo ocasional gemido de um soldado ferido, ela caminhou até o Trono de Ferro, o símbolo de tudo pelo qual havia lutado.
O Trono, forjado com as espadas dos inimigos derrotados de Aegon, o Conquistador, reluzia à luz das tochas. Suas lâminas afiadas e irregulares eram ao mesmo tempo um símbolo de poder e uma advertência para aqueles que se atreviam a governar. Rhaenyra parou diante dele, por um momento apenas, contemplando o destino que a aguardava. Este era o trono que havia sido prometido a ela desde a infância, o trono que seu pai havia desejado que ela ocupasse. Agora, finalmente, estava ao seu alcance.
Sem hesitar, Rhaenyra subiu os degraus e se sentou no Trono de Ferro. A sala prendeu a respiração, como se o próprio castelo estivesse aguardando este momento há anos. O frio do metal penetrou em sua pele, e Rhaenyra sentiu o peso de cada lâmina, de cada vida que havia sido tomada para que ela pudesse estar ali.
Daemon se aproximou, sua presença imponente ao lado dela, como um escudo vivo. Verena e Jacaerys se postaram em cada lado do trono, ambos com os olhos fixos na rainha, sabendo que este era o momento pelo qual haviam lutado. A sala, agora silenciosa, encheu-se de uma sensação de triunfo, mas também de sacrifício. Havia um preço que todos eles pagaram, e agora, Rhaenyra estava disposta a governar. Finalmente, após tanto tempo, Rhaenyra Targaryen era a Rainha de Westeros, e o Trono de Ferro era seu.
̶̲Peço perdão desde já por qualquer erro ortográfico, eu tento ao máximo revisar, mas sempre escapa um ou outro, caso achem, me avisem para que eu possa arrumar. Não se esqueçam de deixarem suas opiniões sobre o capítulo. Eu amo ler os comentários. Beijos da Thay.
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