As luzes brilhantes que circundavam a vaidade de Tyler estava tão intensa que quase o cegou. Ele entrecerrou os olhos, afastando-se dele enquanto o Homem vagarosamente passava a ponta dos dedos pela base da garganta de Tyler.

     - Olhe para você, você parece tão bonito. - O Homem sussurrou, seus lábios tocando a concha da orelha de Tyler.

     Tyler não reconheceu o garoto olhando para ele no espelho rachado, manchado de sujeira. Seu reflexo estava irreconhecível, círculos escuros debaixo de seus olhos azuis inanimados. Seus cabelos louros desgrenhados caíram em seu rosto, o restolho também coletado em sua  mandíbula. Havia contusões amareladas em seus olhos, seu rosto e sua mandíbula, também emparelhados com contusões frescas e de cores cura que estavam espalhadas ao lado deles. Seu lábio estava rachado, sangue seco no queixo.

      Ele piscou várias vezes, sua visão borrando um pouco enquanto O Homem começou a passar seus dedos no peito nu de Tyler, rindo sem parar. Tyler estava vestido apenas com um desconhecido par de boxes que ele tinha sido forçado a usar, expondo completamente sua metade superior ao toque perigoso do Homem.

     - Você se lembra quando veio pela primeira vez aqui? - O Homem perguntou, inclinando a cabeça. - Você estava tão assustada, mas agora você se adaptou tão bem.

      Suas palavras foram abafadas atrás de sua máscara de marfim, mas Tyler pareceu ouvir claramente cada palavra arrepiante.

     Um músculo marcado com raiva na mandíbula de Tyler, mas seu esgotamento estava começando a engoli-lo, e ele estava cansado demostrar emoção. Ele começou a perceber que ele fosse apenas um fantoche. Um fantoche sem emoção, entorpecido, vazio de vida.

      Sua cabeça estava descansando em seu ombro, seus braços flácidos e parados pendurados nos lados da cadeira.

    - Você é um boneco, agora. Você é meu. - O Homem se moveu na frente de Tyler, seus olhos cintilantes brilhando à luz dos bulbos que cercam a vaidade. - Meu fantoche.

      Tyler exalou, sua respiração fraca enquanto tentava não vomitar da voz profunda e gutural do Homem. Era tudo muito estranho para ele. A máscara branca que parecia se encaixar perfeitamente em seu rosto e no modo como cada uma de suas palavras se acentuava, deixando suas sentenças ameaçadoras.

     - Eu te amo muito, meu Fantochezinho ... - O Homem arrastou seus dedos gordurosos pelo bumbum de Tyler, fitando-o nos olhos. - Eu fico muito chateado quando você me afronta, e infelizmente, agora você deve sofrer algumas consequências, eu não quero fazer isso com você,mas você não me deixa escolha.

       Instantaneamente,o medo assumiu, e Tyler começou a tremer.

    O Homem ergueu Tyler da cadeira. Ele grunhiu, tentando segurar o corpo alto de Tyler. Arrastou-o pelo chão sujo da sala escura, e o coração de Tyler disparou enquanto ele olhava ao redor.

       Havia raques de fantasias e adereços empilhados no canto. As luzes se apagaram para permitir que ela se misturasse na escuridão espessa que engolfou a maior parte do espaço. O quarto era idêntico aos outros; A podridão revestia o chão de pedra, as paredes eram de tijolo, e todas elas tinham o mesmo aroma persistente de mofo.

      Ele fechou os olhos, as pequenas partículas de areia da sujeira arranhando sua pele nua quando ele foi arrastado grosseiramente pelo chão. Havia um estranho pedaço de concreto colocado contra em paralelo à parede, que O Homem jogou Tyler.

      Ele começou a suar enquanto o Homem puxava uma corda do bolso traseiro e segurava os pulsos de Tyler, trazendo-os na frente dele e amarrando-os ao redor do alto poste.

      - Desculpe. - Tyler tentou se desculpar, mas suas palavras desapareceram no ar pesado quando ele ouviu O Homem tentando algo atrás dele. - Me desculpe.

      - Ele sabia que estava em seu limite, não suportaria mais uma gota de dor, caso contrário morreria. Ele tentou se preparar para a morte, mas sem sucesso, com o rugido em seus ouvidos eliminou a chance de ele pensar coerentemente.

      Tyler pressionou sua testa contra o suporte frio, seus olhos apertando fechados e seu corpo tremendo enquanto ele tentou mentalmente se preparar para o que estava para vir.

      - Quando você desafia o seu criador, é isso que acontece.- O Homem repreendeu por trás dele, e suas costas foram de encontro com o que Tyler achava que era um chicote.

      A dor irradiava nas costas de Tyler, e era pior do que qualquer coisa que ele já tivesse sentido antes. Balançou sua visão e enviou ondas de dura agonia por todo o corpo. Ele mordeu o lábio o mais forte que podia. Sua respiração era muito pesada, sua mente escorregando para dentro e para fora da realidade com cada gole de arque ele ofegava.

     - Desculpe, meu fantoche. - O Homem se desculpou, batendo o chicote nas costas de Tyler novamente. Desta vez, Tyler gritou de dor, com a garganta áspera. - Mas é assim que somos disciplinados nesta casa,assim como eu fui disciplinado, e olhe onde estou agora, nunca desrespeitaria meu criador como você.

      As costas de Tyler estavam ficando tão entorpecidas quanto seus braços e pernas. O sangue começou a escorrer pelo chão. Ele não podia provar nada além do gosto irresistível de ferro e sal.

     - Dói? - O Homem perguntou, sua voz alta sobre o som do chicote cortando pelo ar.

      Os olhos de Tyler se fecharam. - Sim. - Ele disse através de respirações pesadas e suspiros.

      O Homem continuou a chicoteá-lo, repetidas vezes, rindo dos gemidos de Tyler que ecoavam por toda a sala enquanto ele rasgava sua carne.

      - Porra. - Tyler engasgou. - Por favor, por favor, pare!

      De repente, O Homem o atacou novamente com força intensa, rasgando apele de suas costas. Tyler arqueou a espinha, gemendo em desespero.

     - Isso foi por me desafiar, Fantoche. Você deveria saber que isso aconteceria.

      Tyler estava ofegando por ar, tremendo no chão. Ele começou a desejar asua própria morte. O pensamento de seu corpo se fechando, liberando-se de qualquer dor ou distúrbio adicional. Soava tão doce para ele.

      Ele costumava ter medo da morte. Quando criança, recusou-se a atravessara estrada. Ele se recusou a entrar no mar, e em um certo ponto ele se recusou até mesmo a comer pelo medo de sufocar até a morte. O simples pensamento de sua morte geralmente vinha com uma sensação esmagadora de ansiedade e medo, mas naquele momento, ele desejava. Ele implorou por isso.

     O homem ficou quieto durante vários minutos, deixando Tyler a seus próprios pensamentos debilitantes e suspiros de ar. Ele engasgou comseu sangue, cuspindo-o no chão. Ele tossiu com força, quase vomitando pela dor abrasadora que lhe tinha sido infligida.

      Ele começou a ouvir o homem soltar atrás dele. Como ele tentou estabilizar sua respiração, ele ganhou algum tipo de prazer doentio de ouvir O grito do Homem.

     - Sinto muito, meu lindo fantoche. Por favor, me perdoe. - Ele soluçou, envolvendo seus braços ao redor do corpo trêmulo de Tyler. As feridas em suas costas picaram e ele gritou, fazendo o homem se afastar de suas marcas. - Me desculpe, me diga que me perdoa, por favor!

    Tyler não podia falar, sua dor o engolia.

     - Fale-me! - O Homem gritou, seu tom atado de frustração e estranhamente, de remorso.

     - Eu P-p... - Ele lutou para respirar. -Eu te perdoo. - Tyler finalmente forçou, seus pulmões pareciam encolher.

    - Bom. Eu te amo tanto - Disse o Homem, e Tyler sentiu seus lábios pressionarem contra o lado de sua bochecha úmida. - Diga-me que você me ama também.

      Tyler balançou a cabeça, lágrimas caindo de seus olhos. - Eu ... eu te amo - Ele disse.

      O homem começou a rir com uma excitação infantil.

***

Sinceramente, estou lutando para não postar todos os capítulos de uma só vez.

Estou super ansioso para postar esta obra.

Mas, de qualquer forma comentem e votem.

Isso ajuda muito.

Rodrigo // LusRodrigo