Capítulo 3 - Olá Ethan, eu quero jogar um jogo.
Jonas achara a visita de Ethan um tanto quanto inoportuna. Não era como se ele não gostasse da presença do melhor amigo, mas já fazia um bom tempo que ambos não se comportavam como tal. O moreno já chegou a pensar, diversas vezes, que o problema para aquilo tudo tinha nome e sobrenome, e este era Layla Young.
Há mais ou menos um ano e meio atrás, Ethan e Jonas sustentavam uma amizade forte, inabalável, poderiam ser confundidos como irmãos facilmente, somente pelo fato de serem tão próximos um do outro. Passavam horas conversando bobagens, e vendo bobagens, mas o que os aproximava tanto, não era só as coisas em comum a quaisquer adolescentes, mas também, um certo envolvimento com coisas pesadas, mais precisamente com drogas.
Jonas perdera as contas de quantas vezes, ele e seu amigo, juntamente com Bradley e os demais, cabularam aula para se entorpecerem na praça escondida pelo tempo, na rua de trás da Winchester School. Eram tempos bons, ele tinha a companhia de seu amigo, e Ethan a dele. Os rapazes montaram até um pequeno negócio as ocultas de Bradley revendendo as drogas do seu traficante, tomando seus clientes e retirando do jovem a única coisa que lhe trazia a falsa impressão de aceitação e popularidade. Porém tudo pareceu desmoronar quando a loirinha de olhos azuis e jeitinho de patricinha tomou um novo lugar na vida do Payne.
Ethan parecia estar enfeitiçado por ela, como se tudo que estivesse ao seu redor não fosse nada. Isso acabou trazendo consequências para a turminha problemática, que acabou sofrendo com a saída de Ethan tempos depois de seu envolvimento com Layla. Jonas nunca duvidou de que ela era a principal culpada disso, mas nunca conseguira dizer para o amigo que não aprovava seu envolvimento com a garota, afinal ele a amava.
E com esse medo entalado na garganta, Jonas acabou deixando as coisas como estavam, assistindo seu melhor amigo distanciar-se cada vez mais dos propósitos iniciais. Mas isso não fez com que Jonas abandonasse o negócio, muito pelo contrário, ele continuara, cada vez mais. Ele não se sentia um viciado, ele sabia controlar seus instintos, e mesmo que seu corpo pedisse pela sensação de alívio, sua cabeça o fazia tomar outras atitudes para se livrar da dependência. E é claro que revender, ainda gerava um grande lucro.
Com isso, somente Bradley sabia da situação do rapaz, qualquer pessoa que olhasse para Jonas jamais pensaria que nas horas vagas, ele saía para usar um baseado ou as vezes metanfetaminas, e essa percepção também se aplica a Ethan, o jovem Jonnhy Depp da escola, mal reparava a situação emocional do melhor amigo. Estava ocupado demais com Layla.
O moreno de braços musculosos respirou fundo e balançou a cabeça de forma negativa, a fim de espantar toda aquela história da cabeça. Ele sabia que no fundo sentia raiva pelo abandono do amigo, mas não podia negar que o fato dele ter desconfiado de que ele tinha alguma coisa a ver com a morte de Rebecca, o deixavam ainda mais perturbado e puto com o parceiro.
— Porque você não facilita as coisas, cara?! – Jonas falou em alto e bom som para as paredes em seu quarto.
— Filho?! – Sua mãe bateu na porta de seu quarto. – Seu pai e eu vamos naquele jantar romântico, você vai ficar bem?!
— Fique tranquila mãe, já tenho 17 anos, posso sobreviver por algumas horas sozinho. – Respondeu se jogando na cama.
—Prometo que não iremos demorar, fique bem Jon. – Disse a senhora Stuart saindo logo em seguida.
Quando ouviu o barulho do carro dos pais e viu pela janela o mesmo se afastando pela rua, Jonas pega seu celular e manda uma mensagem para Bradley.
Hey, está ocupado?! Acho que estou precisando ficar um pouco doido.
Deslizou o polegar até a opção enviar e esperou que o aparelho vibrasse trazendo a resposta do colega.
Claro que não, levo pra você daqui quinze minutos, brô!!
Bradley respondeu em menos de dois minutos depois.
Lida a resposta, o atleta largou o celular na cama e se dirigiu ao banheiro a fim de tomar um banho para relaxar. Se despiu e abriu o registro deixando a água na temperatura quente.
Deixou que seu corpo recebesse a pressão da água e fechou os olhos, abrindo-os somente quando sentiu a água gelada e a escuridão pairar ao redor.
Desligou o chuveiro as pressas e se vestiu com uma bermuda. Caminhou até o interruptor e tentou acender a luz sem sucesso, na certa, faltara energia em sua residência.
Jonas tentou não pensar no pior e pegou seu celular a fim de ligar a lanterna. Assistira filmes de terror o suficiente para se sentir em um. Por um momento ele realmente pensou que pudesse estar maluco, afinal, o fato da luz ser cortada do nada não era sinônimo de que um lunático estaria em sua casa somente esperando o momento certo para atacar, não é mesmo?!
Negativo.
O silêncio perturbador assolava a residência dos Stuart, e Jonas pensou em ligar para Ethan. Contudo, desistiu no mesmo segundo em que pensou na zoação que seria no dia seguinte se aquele medo repentino não fosse a troco de nada. Mas e se fosse?!
Entre o sim e o não, Jonas preferiu seguir seus instintos de sobrevivência e enquanto andava cuidadosamente pela casa, digitava uma mensagem para seu melhor amigo, porém, antes mesmo de apertar o enviar, o garoto recebe uma mensagem de um destinatário desconhecido. Confuso, ele abre a mesma e seu coração dispara com a Gif que acabara de receber.
Era uma filmagem sua, mais precisamente de costas para a janela de seu quarto que estava aberta, ele havia acabado de sair do banho e estava com o celular na mão ligando a lanterna.
Jonas paralisou no meio do corredor, o terror começou a consumir seu corpo com voracidade, até que se lembrou de Bradley, ele disse que estaria ali em quinze minutos, já se passara esse tempo, na certa era uma de suas brincadeirinhas de mal gosto. Sem hesitar, o garoto respondeu a mensagem a pouco recebida.
Bradley, se for você cara, é melhor parar, já teve o que queria, agora apareça.
Esperou.
Poucos segundos depois, recebeu a resposta.
GOSTA DE AMEAÇAR AS PESSOAS JONAS STUART?
Jonas riu com a mensagem, aquilo já estava tomando proporções ridículas ao seus olhos.
Você e seus joguinhos Bradley, eu não sou o tolo do Ethan, apareça e me dê o que te pedi.
Mais uma vez seu celular vibrou. O rapaz já estava possesso com a brincadeira do colega, já não queria mais a droga, queria mesmo era quebrar a cara do imbecil do Bradley.
Bradley, você é um tremendo babaca, sabia?!
O aparelho recebe mais uma mensagem.
VOCÊ REALMENTE ACREDITA NISSO?
Jonas travou novamente, aquilo já estava assustador antes, agora então nem se fala. Com cuidado, o rapaz volta para o quarto revistando cada canto do mesmo, e com a mesma cautela, pega um taco de golf que seu pai havia lhe dado no seu aniversário de 15 anos. Seus olhos varreram novamente cada canto do lugar, parando somente na janela aberta que recebia uma corrente de ar gelada.
O garoto sentiu seu corpo arrepiar da cabeça aos pés e correu de encontro a mesma a fechando logo em seguida. No mesmo instante, seu celular vibra novamente.
O QUE EU ACHO QUE VOCÊ DEVE ESTAR SE PERGUNTANDO AGORA, É SE ME TRANCOU PARA FORA OU PARA DENTRO?
Jonas se posicionou com o taco alerta a tudo, suas mãos suavam frio e o medo aumentava cada vez mais, um pouco trêmulo, ele responde a mensagem.
O que você quer?! Quem é você?! O que eu fiz para você?!
A resposta veio com precisão.
O QUE EU QUERO NÃO É A QUESTÃO JONAS, DEVIA SE PREOCUPAR COM O QUE VOCÊ QUER! UM GAROTO DE CLASSE MÉDIA QUE SEMPRE TEVE TUDO QUE QUIS, NO ENTANTO GASTA SEU TEMPO CHEIRANDO CARREIRAS, TRANSANDO COM GAROTAS IDIOTAS, INVEJANDO A VIDA DO MELHOR AMIGO E COLOCANDO O MÁXIMO DE PESSOAS NA MESMA MERDA EM QUE SE ENCONTRA. ESTOU ERRADO JONAS?
Ao terminar de ler, Jonas sentiu como se tivesse levado um tapa bem dado na cara, sem sombra de dúvidas, a pessoa que lhe dizia aquilo o conhecia bem o suficiente para saber que aquilo o desestruturaria totalmente. O rapaz sabia que não era a melhor pessoa do universo, estava longe de ser, mas saber que outras pessoas sabiam o que se passava em sua vida era assustador.
Se o seu objetivo era me fazer levar um choque de realidade, sinta-se feliz, já conseguiu, agora chega de brincadeiras e apareça.
Mandada a afronta, Jonas esperou, o taco de golf ainda em suas mãos, olhou no banheiro e nada encontrou, olhou no guarda roupas e também não obteve sucesso algum, dirigiu-se até a janela e focalizou o seu jardim, nada. Arriscou então olhar para a janela de Ethan, mas ao fazer isso, o que lhe chocou não foi a visão da casa vazia a sua frente e sim o rosto que ele enxergava no reflexo da janela.
—Você?! – O garoto arfou.
A pessoa que tanto deixara Jonas estarrecido não disse nada, apenas avançou contra o rapaz com um sorriso sádico no rosto.
O rapaz tentou se esquivar mas acabou levando uma facada no braço esquerdo, ele podia sentir o liquido quente e viscoso escorrendo em seu braço mas conseguiu engolir o grito de dor que teimava em sair de sua garganta.
Com grande esforço, pegou o taco de golf e golpeou as pernas do agressor e correu até a porta. Desceu as escadas com dificuldade, seu braço perdia muito sangue e deixava uma trilha que acabaria facilitando ainda mais o trabalho do invasor.
Pegou um pano de prato velho que estava na cozinha e pressionou o ferimento, com sorte eliminaria seu rastro por ali, o deixando livre para seguir até o porão que fora projetado para abrigar a família em caso de ciclones ou fortes tempestades a única entrada ficava pelo lado de fora da casa.
(...)
Ethan usou a lanterna do celular para descer rapidamente ao primeiro andar, ele pega o telefone e liga para a polícia. Algo lhe fazia crer que aquilo não era apenas uma brincadeira.
Jonas estava em perigo.
Depois de fazer a ligação sem dar muitos detalhes, o garoto corre até o escritório de seu pai. No alto da estante ele guardava uma pistola e algumas balas.
"Para nossa proteção" - Dizia quando ensinou Ethan a manuseá-la aos 10 anos de idade.
Jonas esgueirou- se em silêncio pela lateral da casa, abriu a porta dupla que estava coberta pela vegetação. Desceu as escadas acomodou-se atrás da parede falsa do cubículo que ele mesmo havia feito para esconder suas "mercadorias", fechou os olhos prendendo a respiração.
Silêncio total.
Ethan carrega a pistola quando houve um barulho arrastado vindo da sala de estar, ele caminha cautelosamente com a pistola em punho, a única iluminação vinha da tela de seu celular, já que a lanterna desligou devido ao nível baixo de bateria.
— Mãe? - Questiona Ethan sentindo seu coração acelerar.
O celular vibra.
OLÁ ETHAN, VAMOS JOGAR UM JOGO? - Diz a mensagem seguida de um meme de um filme de terror.
Já chega okay? Eu vou mostrar tudo isso pra polícia.
Respondeu logo em seguida.
PRA QUEM? O PATRULHEIRO DO BAIRRO QUE EU CORTEI A GARGANTA MAIS CEDO? FALTA UMA FACA NO SEU FAQUEIRO, SERIA PÉSSIMO SE A ENCONTRASSEM PERTO DA CENA DO CRIME NÃO ACHA? MELHOR CORRER ETHAN OU VAI PASSAR O RESTO DA VIDA ATRÁS DAS GRADES. JONAS PODE ESPERAR NÃO É? ELE JÁ ESTÁ ACOSTUMADO A SER DEIXADO DE LADO. CORRA ETHAN.
O garoto sente seu peito disparar e sai de casa apressado, bate algumas vezes na porta de Jonas, mas tudo parece calmo, os Stuarts costumavam dormir cedo, o celular vibra.
A POLÍCIA ESTÁ A CAMINHO ETHAN, MELHOR SER RÁPIDO. LAYLA CERTAMENTE NÃO VAI TE VISITAR NA PRISÃO.
Ele olha mais uma vez pelas janelas da casa e desiste, sai correndo pela rua, ele sabia aonde o patrulheiro Tompsom costumava estacionar e lá estava a viatura. Ele sente cada pelo de seu corpo arrepiar quando vê a silueta do policial, com a cabeça recostada para trás no banco, ele fecha os olhos respira fundo e caminha para perto. Quando a tela do celular ilumina o rosto do policial, Ethan franze o rosto temendo a cena que iria contemplar. Porém o patrulheiro apenas dorme.
(...)
O coração de Jonas palpitava, ele não queria morrer naquelas circunstâncias, sem menos entender o porque. Teria a ver com as drogas? Com Ethan? Aquela perseguição macabra tinha a ver com as mensagens que trocou na internet com Arnie?! Precisava dar um jeito naquilo, precisava pedir ajuda. Mas ali parecia o lugar mais seguro para ficar, encolheu-se ainda mais quando ouviu o ranger da porta, qualquer mísero barulho poderia assinar sua sentença de morte.
Aos poucos os passos foram ficando mais próximos, a faca era riscada contra parede como se o assassino quisesse amolar a mesma. Jonas logo pensou no pior, se a faca fosse de encontro a parede falsa, a pessoa que o queria ver morto saberia que ele estava ali, e ai seria o seu fim.
A lâmina já estava bem próxima de onde o garoto estava, contudo, algo fez com que o assassino desistisse de prosseguir com sua busca no porão e logo Jonas pôde ouvir o barulho da porta sendo batida com violência do lado de fora.
Arriscou soltar o ar dos pulmões e decidiu que o melhor a se fazer era verificar se ele estava de fato sozinho. Saiu de seu esconderijo com cuidado e deu graças a Deus por estar só.
Jonas já estava prestes a sair dali e correr para a casa de algum vizinho quando sente algo golpeando suas costas. Aos poucos ele vai sentindo outro golpe, e mais outro, até que o sangue começa a subir pela sua garganta o fazendo engasgar com o mesmo. Sem forças para sequer sair do lugar, o atleta de 17 anos sente seu corpo receber chutes na boca do estômago e ser arrastado pelas mãos habilidosas do assassino.
Em pouco menos de cinco minutos, Jonas pôde sentir seu corpo sendo largado no chão frio de sua sala de estar, suas pálpebras mal se sustentavam abertas, e suas forças já não existiam mais, ele se sentia um saco de batatas podres.
O assassino, não satisfeito com a visão que obtinha, decide erguer o corpo do rapaz que agonizava no chão, enfia uma bola de pano na sua boca e o pendura com o auxilio de uma corda no ventilador de teto da residência. Jonas assistia tudo com pavor, mas dadas as circunstâncias, ele não podia fazer nada.
Seu agressor andava de um lado para o outro, apenas observando o corpo do garoto, brincando agora com um cutelo em suas mãos. Porém, em questão de segundos, a diversão acaba e Jonas tem seu corpo totalmente estripado pela forte lâmina afiada. Enquanto o rapaz tenta gritar, a figura em vestes negras pega o celular e deixa que uma música clássica preencha o silencio.
Enquanto isso, Jonas sente sua vida fugir através da poça de sangue que se formava no carpete e nos esguichos pelas paredes.
(...)
Ethan caminha apressado de volta a sua rua, o celular está em 2% de bateria quando recebe a última mensagem daquela noite.
COMO EU PREVI, VOCÊ ESCOLHEU A PRÓPRIA PELE. O BOM GAROTO PARECE NÃO SER TÃO BOM ASSIM NÃO É MESMO? SE EU FOSSE VOCÊ NÃO CHAMARIA A POLÍCIA, AFINAL ESTE CELULAR TAMBÉM É SEU TAMPINHA. - A tela se apaga.
Ethan começa a correr antes de alcançar a casa de Jonas, vê uma viatura passar rapidamente por ele e parar em frente a sua casa, ele corre até os policiais que batem a sua porta.
— Oi fui eu que liguei.
— Você? E o que está acontecendo? Disse que tinha alguém em perigo.
— É na casa do meu amigo ali na frente, eu ouvi barulhos. - Ele mente, afinal há poucos meses seu antigo celular desapareceu misteriosamente.
— Vamos verificar. Está sozinho?
— Minha mãe está em casa.
— Ela deve ter um sono pesado. - Diz o policial tomando a frente.
Os dois patrulheiros se aproximam da casa dos Stuart, batem na porta algumas vezes mas ninguém responde.
— Que barulhos ouviu rapaz?
—Eu achei que tivesse ouvido alguém pedindo ajuda. - Mente outra vez.
O policial observa o garoto de cima a baixo e Ethan instintivamente fecha ainda mais a jaqueta a fim de esconder a pistola que portava. O patrulheiro insiste na porta batendo mais uma vez.
— Parece que não tem ninguém em casa. - Diz o policial desistindo.
— Mas precisam entrar, ver se está tudo bem. - Diz Ethan preocupado.
— Não há sinais de arrombamento, nem de que nada ruim aconteceu aqui, não podemos simplesmente invadir a casa das pessoas porque alguém acha que ouviu alguma coisa. - Diz o outro policial.
— Mas...
— Mas nada garoto, vá pra casa dormir. Anda.
Ethan dá meia volta afastando-se dos policiais em direção a sua casa, ele dá passos largos atravessando a rua quando esbarra em alguém mais precisamente em Bradley.
— Brad? O que faz aqui? - Diz com estranhesa.
— Nada, Jonas me chamou ele queria ficar doidão, o que esses policiais fazem aí?
— E porque ele te chamaria? Ele tem o próprio traficante. - Diz Ethan em voz baixa para evitar que os policiais escutem.
— Bom eu tenho coisas novas, ele não.
— Não, ele te chamou pra mandar você parar com essa brincadeira idiota!
— Hey garotos? Já não está tarde pra ficarem de conversa na rua?! - Diz o patrulheiro.
Em seguida o segundo policial cochicha algo no ouvido dele e ele toma um semblante pesado ao se aproximar dos garotos.
— Bradley Falcon, sim?
— Sim, sou eu... Algum problema policial?
— O que faz aqui a essa hora?
— Eu vim me encontrar com um amigo, Jonas, ele mora ali, vou dormir na casa dele. - Explica o garoto.
— Espera, tem alguém nessa casa? - Diz o segundo policial preocupando-se e voltando a porta.
Ele chuta a entrada fazendo a porta abrir e em seguida impõe sua arma. Ele adentra a residência seguido pelo outro policial, Ethan e Bradley.
— Polícia de Winchester alguém em casa? - Pergunta o policial.
O hall de entrada parece intocado, mas quando o grupo mira a sala de estar, uma visão assustadora preenche seus olhos.
O sangue de Jonas ainda escorre, o garoto está preso no meio da sala totalmente ensanguentado, seu corpo gira levemente deixando que todos os cortes sejam vislumbrados pelos espectadores ali estarrecidos com a imagem.
Quando Ethan sai do transe que o choque da imagem lhe causou ele cai de joelhos sob o chão e começa a chorar em desespero. Os patrulheiros se aproximam do corpo com olhares de repugnância, enquanto Bradley continua estático com um semblante enigmático.
Ethan volta o olhar ao garoto de olhos claros e cabelos castanhos na altura do queixo, agora ele tem um leve sorriso no canto dos lábios. Ethan sente seu peito disparar de raiva e retira a arma da jaqueta, apontando na direção do garoto que levanta os braços em sinal de rendição.
— Foi ele! Ele matou o Jonas! - Grita o rapaz tremendo e chorando, chamando a atenção dos policiais.
— Você tá doido Ethan, eu não fiz nada!
— Larga essa arma garoto. - Diz o policial apontando na direção dele.
— Eu sei que foi você seu desgraçado!
— Hey garoto não faça uma besteira certo, me entregue essa arma e vamos resolver isso okay? - Diz o policial enquanto o outro pula sob as costas fazendo - o disparar uma vez contra a parede. Ethan é desarmando e algemado logo em seguida. Bradley aproveita a confusão e coloca o saco plástico com as drogas que portava dentro de um jarro de porcelana.
— Me soltem, ele matou o Jonas! Foi ele! Ele matou meu amigo - Grita o rapaz em pranto.
Um dos policias pede reforços pelo rádio, enquanto o outro leva Ethan até a viatura. Quando saem na rua já há alguns moradores a frente das portas atraídos pelo barulho, inclusive Elisabeth que corre em direção aos policiais assim que vê o filho sendo colocado dentro da viatura policial.
— O que está acontecendo? - Questiona a mulher apavorada.
— Senhora, por favor retorne para a sua casa. - Diz o policial irritado.
— Ele é meu filho! - Diz ela puxando o garoto choroso e o aninhando cuidadosamente em seus braços.
— Ele matou o Jonas mãe, o Jonas está morto... - Diz o garoto entre soluços.
A mãe de Ethan paralisara, não era o momento mas a notícia era estarrecedora demais. Abraçou seu "pequeno" tentando lhe lançar palavras de conforto enquanto rumavam a delegacia.
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