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XVI - Escama de cascavel, pelo de rato

Escama de cascavel, pelo de rato

— Mãe, eu...

Pandora não conseguiu terminar a minha frase, pois Nicole desceu as escadas e as encontrou ali. Mas o que Pandora queria dizer que ainda não havia sido levado em consideração?

Tudo.

— Ah, oi, desculpa é... — ela olhou o braço da amiga — você se machucou aonde? Isso tem cara de queimadura, aonde Daniel a levou?

Pandora, internamente, suspirou aliviada ao perceber que mesmo tudo estando eletricamente carregado com os acontecimentos da noite, Nicole não se deixava abalar, ela apenas continuava a seguir o seu rumo, pois de estranho já bastava a família Duncan.

Ah, e ela teria que conversar com a amiga sobre Daniel. Com certa urgência.

— É — a garota respondeu dando de ombros — mamãe não gostou muito disso.

— Inaceitável — Luna disse ainda pálida demais para tentar entrar na encenação que sua filha havia tentado criar.

Silêncio.

— Eu vou embora tia Luna — Nicole deu um abraço nas duas Duncan e saiu pela porta, pelo jeito o clima estava mesmo tenso para Nicole ter sentido a densidade da situação mesmo com uma distância razoavelmente grande.

— O que está acontecendo aí? — Aponi apareceu de pijama com seu cabelo emaranhado e uma expressão sonolenta invejável a qualquer uma das duas que restaram na sala.

— Nada — elas responderam ao mesmo tempo em comum acordo. Não era hora para contar a Aponi o que estava acontecendo. Já havia sido uma noite muito longa.

— Vamos, está na hora de dormir — Luna colocou uma mão sobre as costas de sua filha, entregando-lhe o casaco com um esboço de um sorriso — amanhã devolva a Frederico, por favor.

— Tudo bem — ela assentiu com sua cabeça, tomando o casaco em seus braços e se dirigindo à escada.

Aconteceu muito rápido.

Todos os despertadores começaram a tocar ao mesmo tempo.

— Já está na hora? — Pandora indagou frustrada, não estava perto de seu ânimo próprio para ir a aula.

— Fique em casa hoje — sua mãe a permitiu.

— E eu? — Aponi testou sua sorte.

— Vá se vestir — Luna respondeu com um sorriso aliviado.

— Mas... — a filha descabelada parou de falar e olhou para o relógio que estava pendurado no topo da escada, logo ao seu lado — mãe, ainda são seis da manhã.

Seis da manhã?

As três se olharam em suspeita. O que estava acontecendo?

Luna foi até a cozinha e percebeu que eu micro-ondas estava apitando também, mas não havia despertador no micro-ondas, ou havia?

Ela o retirou da tomada e ele não parou. Ele ainda funcionava.

— Pandora, venha comigo — sua mãe a segurou com força pelo braço, puxando sua filha até a área de serviço ao ouvir uma Aponi reclamando dos segredos das bruxas.

Elas andaram mais um pouco até a porta dos fundos, porém não saíram da casa, na verdade entraram na despensa de comida e se trancaram lá por curtos segundos.

Luna empurrou uma caixa de enlatados que havia ali, arrastou alguns jornais, retirou um tapete de plástico, destacou azulejos e, por fim, abriu um pequeno túnel que Pandora desconhecia a existência.

Ela sabia que a sua casa tinha segredos, porém jamais imaginou que também tivesse passagens secretas.

— Pandora, lembra quando nós brincávamos de esconde-esconde? — sua mãe perguntou já passando o casaco pelas suas costas, fazendo-a vesti-lo.

— Sim.

— Lembra que você nunca me encontrou?

Sua filha assentiu.

— Este é o esconderijo.

— Por que eu estou me escondendo?

— Pessoas indesejadas estão atrás de você.

— Hoje?

— Sim, hoje.

— Como sabe?

— Porque minha mãe não está mais viva para mascarar sua magia, porque eu demorei demais para colocar o anel em seu dedo para que ele a escondesse, porque pessoas indesejadas querem alguém como você.

Ah, então para isso servia meu anel.

— Quem?

Sua mãe parou de falar, porém continuou a se mexer — guardou o gravador de voz no bolso do casaco de as filha e o pacote felpudo no outro enquanto puxava o seu zíper para cima.

— Quem, mami? — Pandora a pressionou na esperança de conseguir algo um pouco mais concreto do que uma simples resposta vaga como “eles”.

Luna Duncan engoliu seco como se tivesse colocado areia em sua boca, e não conseguisse pronunciar as palavras pela falta de espaço para a movimentação de seus lábios e língua.

— Bruxos do mal — ela esboçou um sorriso — pessoas que querem te usar e te manipular.

— A fazer o que?

— Não faça perguntas difíceis!

— Eu preciso saber!

— Eu não tenho suas respostas!

— Quem as tem? O que eu faço se estou fugindo?

— Eu desejava não ter que falar isso, mas siga seus sonhos. Eles são a única coisa que a guiarão ao caminho certo.

— E então o que?

— Reze para que eles sejam mais úteis que eu.

— E vocês? Quando eu as encontro novamente?

Luna beijou a testa de sua filha com uma despedida terna.

— O futuro não nos pertence, filha.

~*~

Era escuro, sujo e frio, porém Pandora sabia que a sua única chance de sobreviver era ali, pois a sua mãe estava arriscando tudo que tinha — até mesmo a sua própria vida e de sua irmã.

Ela correu mais um pouco, sentindo a gosma pegajosa dos túneis grudando em seus pés, tentando pará-la.

Não sabia mais há quanto tempo estava correndo, porém seus pés já começavam a apresentar sinais de cansaço extremo, fadiga.

Apoiou suas costas na parede por um instante e sentiu o frio penetrando em sua pele, adentrando em seus ossos, dominando a sua alma. Ela queria se mover, porém qualquer movimento seria o mais doloroso que ela já teria feito.

— Seja forte — ela murmurou para si mesma e olhou para o anel em seu dedo.

Ela tentou esquentar-se magicamente, contudo tudo o que recebeu foi uma pontada firme em suas costelas avisando-a que estava exausta e faminta, uma comunicação que lhe impedia de realizar magias.

E como ela iria sobreviver aos Guardiões do Caos sem sua magia?

Quem era Pandora quando não estava fingindo ser uma bruxa poderosa?

A sua sorte era que ela sabia muito bem fingir, e fingir era algo que ela faria constantemente no futuro.

Tenho que correr, um pensamento surgiu em sua mente, mas ela tinha quase certeza que não havia pensado nisso. Quase.

No entanto não conseguiu se concentrar naquele pequeno pensamento, pois ouviu o barulho de uma pedra caindo.

E depois outra.

Não estava tão sozinha ali dentro quanto pensava.

Será que eles já a haviam encontrado?

Ela correu com rapidez, sentindo sua pele rasgar-se ao deixar a parede gelada e seus pés contraírem-se com a drástica mudança no solo — de uma gosma gelatinosa para pedregulhos rústicos.

— Pandora-dora-dora-dora — ela ouviu a voz reverberar pelas paredes da caverna ao seu redor.

No entanto...

Ah, ela conhecia, sim, a voz que ouviu, porém era uma lembrança tão confusa e desfocada que ela não fazia ideia de como ainda a possuía.

— Cifer? — ela sussurrou o apelido com fraqueza, temendo que sua mente estivesse pregando peças em sua cabeça e ela estivesse anunciando a sua presença para o inimigo.

— Dora — e lá estava ele.

Ela colocou a mão sobre os lábios em descrença, fazia dezoito anos e ele continuava o mesmo. Exatamente o mesmo que ela se recordava.

Cifer era pequeno, porém sua cabeça estava na mesma altura que a dela, tinha dentes extremamente afiados, pontiagudos, amarelados. Tinha olhos da cor do fogo, da cor do gelo, da cor da terra, da cor do ar. Tinha unhas de cavalo com escamas descascando-as, deixando-as mais e mais animalescas. Tinha chifres de marfim em sua testa, porém eles estavam aparados e razoavelmente limpos. Tinha orelhas de elfo. Tinha a pele azul, com pelos e espinhos escapando de seu corpo. E seu nariz... bem, cavidades nasais era o termo mais apropriado.

No entanto, diferentemente do que ele esperava, Pandora não o recebeu com um sorriso e um abraço, ela simplesmente avançou em um ataque em cima dele.

Ele desviou, flutuando, por cima da cabeça dela, escapando de raspão.

— O que pensa que está fazendo? — ele grunhiu.

— Você tentou matar minha irmã!

— Há dezoito anos, supere.

— Ela tinha acabado de nascer.

— E eu já sabia que ela tinha que morrer.

— Quem é você para julgar quem vive e quem morre?

— Quem é você para me impedir de salvar a sua vida?

— O que?

— O futuro não pertence a você.

As palavras a atingiram com brutalidade. Sua mãe havia acabado de dizer exatamente aquilo a ela, mas, de verdade, o que aquilo deveria significar?

— Você é um assassino — ela comentou com desprezo.

— Eu não cheguei a matar ninguém, cheguei? — ele revidou, deixando sua saliva ácida escorrer de seus lábios.

— Mas... — ela o olhou com novos olhos, com novas informações, com novas oportunidades de entender o que estava acontecendo — você vê o futuro?

— Até parece que isso é novidade.

Então Cifer via o futuro?

Então foi Cifer quem previu o seu desastroso destino?

— E foi por isso que você queria matar minha irmã?

— Eu queria matá-la para te impedir de se arriscar por ela no futuro.

— Fez isso para me salvar?

— Sou servo da sua família há gerações, eu faria qualquer coisa pelo seu sangue.

— Então você sabe que estou em perigo? — ela perguntou na esperança que ele soubesse a saída daquele labirinto infinito, ou, ao menos, uma maneira de não deixá-la morrer.

— E sei como ajudá-la — ele comentou com naturalidade.

Ela iluminou-se.

— Como?

— Sabe como eu leio o futuro?

Ela meneou a cabeça.

— Eu... — ele olhou para o anel na mão dela — sabe de onde vem sua magia?

Ela meneou a cabeça incerta do caminho da conversa. O melhor seria negar.

— Você é feita de matéria e imatéria — ele sorriu e ela recuou — se eu te matar agora, sua matéria será destruída, porém aquilo que é etéreo, aquilo que é imaterial, será absorvido. Sua magia é etérea. Eu matei um bruxo, por isso sou quem sou. Sou o que sou.

Ela engoliu a seco e deu um passo para trás.

Pandora não imaginava que Cifer fosse tão... maquiavélico e calculista.

Oh não!, então começou a correr desesperadamente pelo corredor. Ele não poderia fazer aquilo com ela!

Ela sentiu uma agulhada em sua coluna, bem entre suas vértebras. Esticou seus dedos na tentativa de conseguir retirá-la, todavia ela estava fora do seu alcance.

— Você mentiu para mim! — ela berrou desesperada.

— Eu só estou te ajudando da minha maneira.

Ela sentiu sua perna endurecer. Olhou para baixo.

Estava tornando-se pedra.

— Você só quer mais poder! — deixando lágrimas de pavor escorrerem por seu rosto, ela mancou alguns passos mais a frente.

— Seu poder, boneca, é algo que eu jamais pedirei.

~*~

Frederico estava cansado de fugir, porém não havia mais um lugar possível e imaginável para se esconder do Delegado, pois, ao que parecia, ele conhecia todo e qualquer lugar que existisse, e isso era extremamente assustador.

Não, sua casa não era segura, nem a de seus amigos, nem um hotel barato e decadente, não... todo o lugar que ele pensasse ir, o Delegado estava lá a sua espera.

— Você não podia esperar que isso fosse realmente dar certo — Elisabeth, a namorada/noiva de Jason, comentou enquanto trazia uma bandeja de cookies e chá para os dois.

Jason Wright era um homem de negócios e ainda não havia voltado para a casa.

— Não vai me entregar ao Delegado, né? — ele perguntou aflito, com medo de que a lealdade de Elisabeth fosse mais forte com o seu chefe do que com o colega de seu noivo/namorado.

— Se a sua consciência lhe permite dormir de noite, então não serei eu que o colocarei atrás das grades — ela deu de ombros, porém ele notou a pequena mudança em sua atitude quando comentou sobre a prisão.

Oh, ele é mesmo estúpido.

Elisabeth já esteve na prisão por um crime que ela não cometeu. Todos sabiam disso, porém ninguém sabia como e porque ela havia saído da mesma, já com um emprego na polícia garantido.

— Obrigado, eu acho — ele pegou um cookie e o enfiou dentro de sua boca.

— Desengasgue, o que o está incomodando? — ela perguntou, tomando um gole de chá.

As vezes, nunca em voz alta, Frederico poderia entender o motivo para Jason ter passado pelo inferno por Elisabeth. E ele nunca questionou tudo o que Elisabeth suportou por Jason. Histórias secretas do casal. Um mundo de omissões. Ele não ligava.

— Por que para mulheres é tão difícil aceitar um rompimento? — ele deixou sua frustração inundá-lo.

Elisabeth colocou a xícara na mesa e entrelaçou seus dedos, encarando-o com um pouco de pena, mas não era pena que a cabeça dele estava a prêmio, era um tipo de piedade exclusivo de mulheres à homens que não as entendessem, ou seja, a todos eles.

— Não é sobre o término — ela explicou depois de testar as palavras em sua língua como uma bala de hortelã.

— É sobre o que então? — ele indagou em sua ignorância.

— Fred, você sabia que Jason foi o primeiro e único — uma sombra negra confusa passou pelo olhar dela — homem que eu fiz sexo?

— Ele comentou algo sobre isso — o garoto mordiscou sua bochecha, tentando não aparentar estar tão encabulado quanto estava, pois quando Jason desatava a falar sobre Elisabeth, eram horas e mais horas sem que ele chegasse a um ponto. E, infelizmente, este era o ponto dele.

— Não estou dizendo que as garotas esperam... — ela bufou, tentando encontrar palavras que iluminassem a mente obtusa dele — uma garota só faz sexo com alguém em duas situações: ou ela confia em você, ou ela quer te usar.

Ele levantou uma sobrancelha para aquela situação toda e ela sorriu de lado.

— Vocês não entendem, mas para nós o sexo é algo grandioso — ela bebericou em sua xícara.

— Ah, toda a história da virgindade? — ele tentou formular uma frase que não fosse tão machista, porém ele estava no modo automático, havia se esquecido de ligar o filtro.

— Não — ela meneou a cabeça com confiança.

— Então o que é?

— Quando você se entrega para alguém, de corpo e alma, você fica vulnerável, suscetível a erros... você coloca sua cara a tapa e esquece tudo sobre o que você é, pois, naquele momento, você não é você, você torna-se nós, e é esse nós que faz o sexo especial.

Ele não entendia, ela suspirou, ele não entenderia; nunca havia amado alguém para poder entender todas as implicações de amar e ser amado.

— O que eu quero dizer — ela complementou — é que você não está sendo caçado por tirar a virgindade de Elena, o problema é que você o fez e não liga.

— Eu ligo! — ele tentou se defender mesmo sabendo que aquilo que Elisabeth dissera era completamente verdade, não poderia negar uma só acusação.

— Você sabe... eu demorei alguns meses até confiar em Jason o suficiente para fazê-lo. Eu... eu não acreditava no amor...

— Então você conheceu Jason e puf, tudo deu certo?

— Não. Muito pelo contrário — ela deu uma risada um tanto escandalosa demais — eu conheci Jason e puf, meu mundo virou de cabeça para baixo. Desde o momento em que nós cruzamos o caminho um do outro, tudo deu errado. Tudo. Mas isso não importava, pois eu descobri que ele valia a pena. Cada pequena dor valeu a pena.

Os olhos de Frederico arrastaram-se pela pele de Elisabeth, olhando e analisando criticamente as cicatrizes nela. Será mesmo que valeu tão a pena?

— Não foi ele — ela comentou percebendo o olhar dele — isso tudo foi... — a voz dela desapareceu — foi...

— Foi um teste do destino — a voz de Jason surgiu pela porta e os dois se levantaram para recebê-lo — sobre o que as duas comadres estavam falando?

— Oh, o de sempre, bolos, chás, o clima bonito... — Elisabeth comentou.

— Sexo, virgindade, eu ser um babaca com as mulheres... — Frederico acrescentou.

— E amor — ela finalizou beijando os lábios de seu namorado/noivo — vou deixá-los conversando a sós um pouco.

~*~

— Você está bem perdido, Bertolini — Jason comentou assim que Frederico contou toda a história a ele.

Jason e Frederico não eram amigos, não como grandes amigos que abrigam uns aos outros em momentos de necessidades são, porém eles se conheciam bem o suficiente para que uma visita como aquela não fosse completamente invasiva.

— Eu sei — o garoto comentou com frustração e irritação, passando as mãos em seus cabelos.

Ele já não dormia mais com medo de que se fechasse os olhos, o Delegado apareceria e atravessaria uma faca em seu peito, bem em seu coração.

E sim, ele havia sonhado com aquele momento, porém, por algum motivo, era uma mão feminina segurando o punhal, e não um homem truculento.

— Agora me explique de novo como que a dita “bruxa” apareceu em sua saga homérica para salvar seus futuros filhos — o loiro pediu, colocando as mãos em sua nuca como se a história o divertisse.

Eram audíveis as aspas que ele havia colocado na palavra “bruxa” quando a pronunciou. Jason Wright era um homem da ciência e acreditava apenas nos dogmas que foram comprovados com experimentos bem sucedidos, então era óbvio que ele não acreditava em toda a baboseira da família Duncan ter magia correndo em suas veias.

Não achava nem satânico, nem divino, ao contrário de muitos ali. Ele era cético ao assunto.

— Ela só precisava de uma carona para casa — ele respondeu com calma, medindo suas palavras.

— Depois ou antes do namorado ter...?

Batidas na porta.

Jason foi até o lugar que ecoava o som e olhou pelo olho-mágico.

— Lise, está esperando amigos do serviço?

Frederico engoliu a seco.

— Não! — ela respondeu ao longe.

— Acho que esta é a minha deixa.

~*~

Novamente na estaca zero.

Novamente perdido sem saber para onde correr.

Talvez ele devesse enfrentar seus problemas como homem, porém tinha certeza que o Delegado não seria tão gentil assim com ele.

Não seria nada gentil.

Como sobreviver?

Ele parou a frente de uma parede de ervas-daninhas e ofegou. O que ele estava fazendo? Um beco sem saída?

Por que ele havia corrido para a floresta? Por que ele estava ali?

Virou-se para dar a volta, contudo hesitou ao ouvir uma melodia lá dentro, doce, suave, quase inexistente, porém ele a ouvia claramente.

De onde ela estava vindo?

Como alcançou seus ouvidos?

Ele limpou sua garganta e colocou a mão sobre a parede, talvez conviver tanto tempo com Pandora Duncan o estava enlouquecendo e ele pensava que tudo era mágico.

Tolo.

No entanto nada poderia explicar aquela melodia dentro de sua mente. Penetrando seus pensamentos. Envolvendo suas fantasias. Iludindo seus dogmas.

Oh céus.

Ele estava mesmo passando tempo demais com a bruxa.

Ajuda, ele ouviu o sussurro dentro da sua mente, mas não havia ninguém ali com ele.

Olhou, para os lados, desconfiado de que aquilo poderia ser apenas uma brincadeira e ele estava caindo direitinho, porém, por algum motivo, ele tinha certeza de que tinha algo atrás daquela parede de ervas daninhas e ele precisava chegar até lá.

Enfiou seus dedos entre os ramos e puxou-os para o lado, enxergando nada além de uma parede de pedras.

Ele bufou frustrado, pois não seria a primeira vez de que seus instintos falhavam com ele.

Puxou mais um pouco, ouvindo o som delas arrebentando entre si.

Por favor, a voz continuava a atormentá-lo, continuava a assombrá-lo, com tanta proximidade que ele estava ficando desesperado.

Como fazê-la se calar?

Era como se ele sentisse dentro de seu subconsciente desperto aquilo que a voz lhe transmitia. Todo o pânico, terror e desamparo estava inundando-o sem pestanejar.

O que fazer?

Ele inspirou com força e enfiou suas unhas na parede, entre os blocos de pedra que estavam soltos, aceitando e abraçando a pequena dor que sentia apenas para tentar não ter tempo nem espaço em sua mente para a voz.

No entanto ele achava que conhecia aquela voz.

Conhecia tanto quanto qualquer outra, então poderia ser apenas impressão.

De repente, sentiu algo se prendendo em sua mão, como se fosse uma parede oca, falsa, proposital, implantada na frente de outra parede.

O que seria aquilo?

Ele puxou com força e um bloco de pedra se soltou dos demais, caindo no chão e, faltando alguns meros e ínfimos segundos, não acertou o pé dele.

Curioso do que havia lá, ele tentou ver se a outra parede tinha forma, porém estava escuro, nada enxergava. Colocou a mão sobre a outra pedra e sentiu relevos. Sentiu formas. Sentiu... entalhos.

Realmente havia algo lá.

Alguém?, a voz voltou a incomodá-lo.

Ele retornou ao que estava fazendo: despedaçar uma parede de pedra apenas para se ver livre daquela sensação claustrofóbica dentro de si mesmo. Como se o espaço que tinha — a floresta inteira — não fosse suficiente para ele, como se o ar que ele respirava não fosse suficiente, como se sua mente estivesse mergulhando em um lago de escuridão e a sua luz estivesse do outro lado da parede de pedra.

Mas o que havia do outro lado de tão importante?

A/N: 

UHUL! Um MEGA MASTER BLASTER capítulo para vocêsme perdoarem pela demora <3

Magia, magia e mais magia, seria ela a grande solução?

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