Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

XLVII - Frederico Bertolini


Frederico Bertolini





Não foi a sua voz. Não foram seus olhos. Não foi o seu calor. Não foi o gosto de seus lábios... foi o aroma de verão, primavera, inverno e outono que eu senti assim que despertei.

Abri, com cautela, meus olhos para perceber que eu estava deitado em uma grama macia e confortável, com os cabelos castanho-escuros de Pandora Duncan escorrendo pela minha pele.

Prendi minha respiração assim que percebi que estávamos ambos suados e nus, algo que só poderia significar uma coisa...

Eu não havia morrido?

Tentei passar minhas mãos pelos cabelos dela, contudo, antes que eu os sentisse contra minha pele, eles desapareceram de cima de mim e meu glorioso dia havia sido obscurecido por uma nuvem cinzenta.

Sentei-me no chão e senti minhas costas doendo, meu rosto ardendo e minha bochecha em chamas, como se eu tivesse apanhado repetidas vezes de um adversário que eu não pude me defender.

— Frederico Bertolini — eu ouvi meu nome ser chamado e virei meu rosto, enxergando um homem com vestes brancas, cabelos negros, compridos e olhos relativamente puxados, também escuros.

Ele me lembrava uma daquelas figuras egípcias que saíam de filmes, contudo eu não me recordava de qual deles ele poderia ter fugido além de "A Múmia", e eu tenho certeza que a múmia em questão era careca, e não possuía cabelos longos.

Coloquei a mão sobre a minha cabeça e suspirei, tentando encontrar sanidade neste sonho louco que eu estava vivenciando.

Será que este era o meu pós-vida? Ser assombrado por múmias e pessoas desconhecidas que sabiam meu nome?

— Sim? — eu respondi, ao perceber que o dito cujo em questão estava esperando que eu reconhecesse a sua presença de qualquer maneira.

Nossos olhares se encontraram e eu tive certeza, por um breve momento, que eu o reconhecia de algum lugar.

— É um prazer reencontrá-lo, velho amigo — o homem se aproximou de mim com uma mão estendida e um sorriso nos lábios.

Quem era ele?

— Quem é você? — eu verbalizei meus pensamentos antes que perdesse a coragem de perguntar.

— Meu nome é Innocus — ele levantou seu queixo como se aquilo devesse significar muito para mim — mas você me conheceu como Lúcifer.

Eu nunca conheci ninguém chamado Lúcifer, afinal, aquele era um nome extremamente infeliz para uma pessoa ter, porém o homem se apresentou com tanto fervor que eu...

— Lúcifer? — eu senti meus lábios se abrindo, sem que eu conseguisse fechá-los novamente — o gato de Pan?

O homem, Innocus, Lúcifer, ou seja lá qual fosse seu nome, me cumprimentou com um aceno de cabeça, concordando com a minha pergunta.

— Eu enlouqueci — sussurrei, sentindo minha pressão baixar.

~*~

Senti algo pesado contra meu peito, pensei ser Pandora, porém, quando abri meus olhos, percebi que era Innocus, ou Lúcifer, o homem egípcio com muitas identidades.

— Saia de cima de mim — eu resmunguei o empurrando.

— Finalmente, acordou — ele gracejou — homens são um pouco mais fortes do que um desmaio, meu amigo.

— Diga isso para quem morreu.

Nós nos encaramos e soltamos nossa respiração. Não éramos amigos, aquilo era fato, contudo também não éramos rivais, e isso, neste momento, era mais do que eu poderia esperar.

— Onde estou? — perguntei, levantando-me do chão e observando o ambiente seco e desértico ao meu redor. Era tão incômoda aquela sensação que eu não conseguia fixar meus olhos no horizonte por muito tempo.

— No Purgatório — ele respondeu, dando de ombros — a boneca foi bem sucedida.

No que? Eu queria, desesperadamente, perguntar, contudo consegui me conter para não parecer tão patético quanto eu era.

— Ela rompeu com a maldição, só para você saber — ele me olhou e colocou uma mão sobre o meu ombro, mostrando-me como a malha de minha camisa estava gelada — ela desceu até o Inferno e subiu ao Paraíso para te buscar.

Um sorriso subiu pelos meus lábios antes que eu pudesse me impedir.

Ela me salvou. Arriscou a própria vida por mim e foi bem sucedida.

Eu só queria beijá-la, demoradamente, e sentir aqueles seus lábios contra os meus. Um beijo dela e eu seria salvo. Um beijo dela e eu estaria perdido. Apenas um beijo e minha alma não me pertenceria mais.

— Então ela me ama? — eu soltei a pergunta que estava entalada em minha garganta, afinal eu havia confessado meus sentimentos e havia morrido pela mão da irmã dela, porém tudo isso era passado agora.

Não! Nem tudo!

Aponi Tate ainda havia tentado, e conseguido, me matar! Como eu poderia conviver com isso? Como eu poderia olhar para aquela garota sem me lembrar de como, por um motivo tolo como magia, ela resolveu acabar com a minha vida?

Ela poderia ser irmã da mulher que eu amo, contudo isso não muda o fato de que ela me matou.

Eu morri.

Morri.

No entanto agora eu vivo, mas, mesmo assim, eu morri.

Antes de reviver, eu havia morrido. Antes de morrer, eu havia vivido. E depois desta minha revida, o que virá?

Eram tantos pensamentos atravessando minha mente de uma vez só que eu não sabia o que fazer primeiro. Pior ainda, eu não sabia ao menos o que pensar.

Então Pandora havia me salvado e eu a amava, mas o que isso realmente significava? O que isso significaria daqui alguns anos? O que isso significou para ela quando me salvou? Ela me amava?

Coloquei a mão sobre minha cabeça e puxei meus cabelos para trás, percebendo que eu estava suando mesmo que não estivesse calor. Eu estava nervoso, inseguro e ansioso. Minhas mãos tremiam

Frederico Bertolini não tinha mãos trêmulas. O que ela estava fazendo comigo?

— Isso é algo que ela tem que dizer — ele me respondeu, fazendo com que eu sentisse um leve alívio ao não receber a resposta com tanta rapidez — eu não quero mais ter que interferir na vida dela, muito menos na sua. Minha missão acabou.

— O fim da maldição de Pandora era sua missão?

— Não, a remissão do meu pecado era. Eu matei Maleki, eu amaldiçoei gerações de ancestrais de Pandora, então o meu castigo era ver tudo o que aconteceria com elas e saber que eu jamais poderia mudar o curso da história. Depois de alguns séculos, eu decidi que não aguentava mais esta vida.

— E agora? O que acontece com você?

— Eu posso encontrar a paz.

— Vai para o Paraíso? — eu indaguei, quase ingenuamente.

— Ah, humano — ele deu um sorriso que me lembrou de sua época de gato — sua garota fez um trabalho primoroso aqui, da maneira dela, com as armas que tinha.

— O que quer dizer com isso? — senti o sangue fugindo de meu rosto.

Onde ela estava?

— Que ela trancafiou a relíquia em uma caixa e jogou no rio Lete, o rio do esquecimento, para, assim, ninguém mais colocar suas mãos nela — havia orgulho na voz dele.

— Então o bem venceu? — eu quase ri com a minha frase.

— Não, o equilíbrio venceu, pois, Pandora rearrumou a Divina Comédia de Dante da maneira que seu coração mandou. Um serviço primoroso — ele apontou ao seu redor — Minos, o juiz, julgará os mortos antes de qualquer veredito, pesando seus corações com uma pena, porém, diferente de antes, agora eles poderão se arrepender de seus pecados, e se eles assim o fizerem, não precisarão enfrentar o Inferno.

— Mas...?

— Sim, você foi ao Inferno pelo pecado da luxúria — o ex-gato explicou com um pouco de reprovação — mas sua garota o salvou, mais uma vez.

Algo na maneira como Innocus dizia que Pandora Duncan era minha garota, fazia com que eu me sentisse poderoso, forte e confiante. Era como se isso me desse coragem para enfrentar qualquer desafio que me colocassem na frente, pois apenas o pensamento de tê-la já me deixava pronto e sedento por mais.

— Depois de me condenar a morte — o comentário escapou sem que eu tivesse a intenção de fazê-lo — o que eu quero dizer é...

— Frederico, agora eu lhe darei uma honra que poucos homens possuem — ele fez uma pausa dramática e meu coração martelou no aguardo — prefere esquecer tudo o que passou e voltar a sua vida como se nunca tivesse embarcado nesta aventura com Pandora Duncan, ou prefere se lembrar de tudo isso, mesmo que isso signifique jamais esquecê-la?

Eu abri meus lábios para responder, contudo a resposta era óbvia. Por que eu iria querer me lembrar de que a irmã da garota que eu amo me matou? Por que eu iria querer me lembrar de que eu morri?

Apenas um louco.



A/N:

Tudo certo, certo? Mas cadê a Pan? Ops hehehehe

Leia os próximos capítulos para o reencontro do nosso casal preferido

#fran



Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro