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V - Pandora Duncan

Pandora Duncan

— Vovó? — eu perguntei assim que abri a porta, porém como  não ouvi a resposta dela, fiquei esperando ali mesmo.

Você não simplesmente entra no quarto de uma bruxa como se fosse o seu próprio, nunca se sabe que tipo de bruxaria poderia estar acontecendo ali. Falo sério!

No entanto minha avó estava lá, pálida, a minha espera. Eu não precisava ser um gênio para saber que ela já suspeitava que eu viria.

— Minha criança — ela me recebeu com um sorriso de holofotes e eu entrei.

Ela tinha seus cabelos grisalhos...

Franzi minha testa.

— O que houve com seus cabelos? — perguntei confusa, pois seus cabelos eram loiros, tão loiros que até mesmo o sol invejava o brilho próprio que ele emanava quando ela andava, com alguns fios prateados para marcarem que ela não era tão jovem quanto um dia já foi.

E agora seus belos cabelos dourados foram substituídos por cabelos brancos com alguns fios negros nele, sendo que minha avó nunca foi morena.

— Ora, já que estou doente, o mínimo que posso fazer é cumprir meu papel com excelência — ela resmungou e nós duas rimos, porém eu tinha certeza que aquilo não era verdade.

Eu poderia não ter o seu dom de ouvir, como uma bela sinfonia dos náufragos, as lembranças esquecidas e recordadas da mente alheia — eu achava aquilo perturbador, pois um dia, quem poderá afirmar que o que há dentro da mente dela são lembranças alheias ou lembranças próprias?

Perder-se com a sua própria magia? É, estamos todas fadadas a isso.

Uma insanidade que eu abraçaria a qualquer momento.

— Vovó... você tem vergonha de mim? — eu me sentei na cama e abaixei meus olhos, aflita.

— O que? Por quê?

— Por eu ser a única Duncan que não é uma bruxa? — eu fiquei enrolando as pontas dos meus cabelos com os dedos, pois eu sentia minhas mãos tremendo.

Minha voz iria falhar.

Eu não iria chorar.

— Oh, meu amor — a mão dela tocou minha perna e eu a olhei — eu nunca sentiria vergonha de ti. Eu te amo do jeitinho que tu és.

As vezes eu me perguntava de onde vinha o sotaque de minha avó, porém isso era algo que eu jamais saberia, pois ela não costumava compartilhar detalhes sobre o seu passado comigo.

— Mesmo que eu seja... mais Tate do que Duncan? — as palavras de Miguel ainda reverberavam em minha mente.

Ele não faz ideia do estrago que fez dentro de mim.

— Eu amo Aponi assim como te amo. Não amo uma mais do que amo a outra — ela sorriu com os lábios ressecados.

Levantei-me sentindo lágrimas escorrendo de meus olhos para pegar um copo de água que minha mãe havia deixado junto com aquela bebida/gosma verde que nós estávamos preparando naquela tarde.

Que maravilha! Uma neta é humana e a bruxa não consegue conjurar uma simples bruxaria!

O que eu deveria fazer?

O que eu poderia fazer?

Por que eu sinto que... sinto que... a qualquer momento a verdade vai explodir em mim e eu não conseguirei me manter de pé!

— Pandora? — ela me chamou pelo meu nome, porém eu não me virei.

Não queria que ela me visse desse jeito.

— Pandora, o que tu estás fazendo? — ela perguntou receosa.

Eu me virei e percebi que a flor ao lado de sua cama havia murchado.

Não era minha culpa. Eu conseguiria fazer aquilo sozinha.

Limpei minhas lágrimas e voltei ao seu lado, colocando o copo de água em sua escrivaninha enquanto tentava dar o meu sorriso mais esperançoso de todos.

— Quem sabe um dia eu não seja uma Duncan de verdade...? — eu murmurei beijando a testa dela.

— Tu já és, apenas ainda não sabes... — ela sussurrou antes de voltar a dormir.

~*~

— Você está muito bêbado — eu constatei assim que avistei Daniel naquela noite.

Eu me atrasei muito. Minha mãe resolveu passar em meu quarto depois que Aponi disse que eu estava com problemas para arrumar minhas roupas... uma semi-verdade.

As vezes eu acho que Aponi não gosta muito de mim.

— E você é linda — ele segurou meu rosto e me beijou com intensidade.

O gosto de álcool em seus lábios era ácido e amargo, porém eu fingi não me importar e me inclinei ainda mais.

— Agora ela é minha, mais tarde será sua — Nicole me puxou, descolando meu rosto do dele e me afastando.

— Mais tarde? — ele perguntou com uma sobrancelha levantada.

— Mais tarde — eu berrei para ele me ouvir.

Chegamos ao bar e pegamos uma bebida colorida para cada uma. Brindamos e começamos a observar a área.

— Aquele ali é bem bonitinho — ela comentou, apontando para um garoto que havia acabado de entrar.

— Quer dançar com ele? — eu indaguei virando minha bebida e já pedindo outra para a pessoa atrás do balcão.

— E como você vai ficar? Vai correndo até os braços de Daniel? — ela fez uma careta e eu dei risada. Era desumano o tanto que ela não gostava dele.

— Não, ainda não — eu sorri pegando um novo copo — vou dançar.

— Oh não! Você dançando é quase tão fatal quando pedindo um favor — ela meneou a cabeça em desaprovação.

— Digamos que eu amo chamar atenção — saí do meu lugar e fui para a pista de dança.

Comecei a me mexer com a música e fechei meus olhos.

Eu não gostava de chamar atenção, mas as pessoas gostavam de olhar para mim. Queriam saber do meu próximo passo, o quanto eu piscava, se eu ficava corada com muita facilidade, se só de olhar para mim sua alma já estava condenada...

Sim, existiam poucos tolos que achavam que a bruxaria ainda era um pecado.

Tolos, ser uma bruxa é apenas... parte da natureza.

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