provoque-o com seu ponto fraco.
Setembro — Sexta-feira
Aquele cheiro...
Aquele perfume...
Krystian conhecia muito bem.
Krystian acordou na manhã seguinte, com a luz do sol começando a iluminar o quarto do dormitório. Suas pálpebras ardiam, estava com muito sono, afinal, havia dormido muito pouco e ainda era muito cedo. Não deu nem dois segundos de raciocínio, abrir os olhos foi o suficiente para que Krystian pulasse de sua cama e caísse no chão do quarto totalmente assustado. O desespero tomou conta do jogador, olhou para o seu parceiro de cama e para ele mesmo; ambos estavam só de cueca.
Sua cabeça latejava e o quarto girava, flashbacks incompletos da noite anterior passavam pela sua cabeça e isso o causava mais confusão ainda em sua mente.
Olhou novamente para o filipino em sua cama e fez uma careta. Sabe-se lá qual a razão de Bailey estar em sua cama jogando Subway Surf. Pela quantidade de álcool que havia engolido noite passada, não conseguia lembrar ao menos o porquê de estar ali.
— O que você está fazendo aqui? — Após longos segundos de raciocínio, finalmente perguntou com sua voz arrastada.
Bailey, que estava acordado há algum tempo, virou-se para olhar Krystian com uma expressão calma.
— Depois a gente conversa sobre isso. — Perdeu a corrida e desligou o celular. Levantou-se da cama de Wang e foi ao encontro do chinês, que ainda permanecia no chão. — Segura em mim. — Pediu.
Krystian esfregou os olhos, ainda tentando processar a situação. O chinês o encarou assustado e desconfiado, mas não questionou, pois estava péssimo. O capitão, com a ajuda de Bailey, coloca seu braço em volta de seus ombros e tenta levantar seu corpo mole.
— Você ainda fede a álcool e cigarro, cara. — Diz e recebe um olhar reprovado de Krystian. — Como você consegue beber e fumar daquele jeito?
Krystian estava tão ruim que quase não conseguia abrir a boca e retrucar Bailey.
— Cadê o-... Argh... — Se interrompeu, escapando um gemido de dor ao sentir uma pontada em sua cabeça.
— Já foi tomar café. — Referiu-se ao colega de quarto de Krystian.
O outro jogador tentou segurar Krystian mais forte do que a última vez, mas viu que não estava favorecendo nem um pouco, e sim dificultando.
— Krystian, colabora... Você não vai ajudar em nada continuar parado. Eu 'tô tentando te ajudar. — Falou calmo.
O mais velho o encarou bravo e ainda muito confuso, Bailey sabia exatamente o que Krystian queria perguntar e rezava para que não fizesse-lhe essa pergunta.
Krystian apenas deu de ombros e deixou que fosse ajudado por Bailey, pelo menos a caminhar até o pequeno banheiro do quarto. Ao entrarem naquele banheiro apertadinho, Bailey solta Krystian e abre o chuveiro. O Wang começou a abaixar sua cueca, mas ainda ao notar a presença de Bailey no banheiro, se interrompeu de sua ação.
— Está esperando o que para sair? Vaza!
Exatos cinco segundos de silêncio foi o tempo necessário para surgir um sorriso de lado em Bailey.
— Você não manda em mim.
Krystian levantou uma sobrancelha, não acreditando que Bailey provocava Wang até nesses momentos.
— Não começa, só sai daqui.
Krystian volta à sua ação anterior, abaixando sua boxer, sem um pingo de vergonha e piedade alguma dos olhos de Bailey. O mais novo olha fixamente o corpo de Krystian, nah, não era grande coisa, porém era uma coisa grande o suficiente para que fizesse os olhos de Bailey pularem.
Bailey já estava acostumado a ver homens pelados no vestiário, mas qual é, são situações diferentes.
Krystian não nota isso, e mesmo que notasse, não estava nem um pouco a fim de dirigir a palavra à Bailey. Eram seis e meia da manhã, ninguém merece.
Bailey balança a cabeça ao se dar conta de que ainda encarava o chinês. Krystian entrou debaixo do chuveiro e começou a se banhar, sem ao menos fechar a cortina. O May respira fundo e abaixa o olhar para evitar ver o que não queria.
O jogador continua a tomar banho em seu ritmo lento, sem pressa nenhuma. Ainda apresentava suas dificuldades, mas isso não o atrapalhou muito durante o banho.
— O que foi? — Perguntou e se virou para a frente de Bailey enquanto observava o filipino inquieto no banheiro.
— Nada, nada. Eu só estou... — Começou a vasculhar as coisas da pia do banheiro. — Estou procurando o seu pêni-... Pente! — Krystian o olhou desconfiado.
— Está na terceira gaveta. — Diz, e, ao achar o pente, Bailey se sente mais aliviado. Ainda se questionava quanto tempo mais demoraria aquele maldito banho, tudo bem que havia começado fazia três minutos, mas isso já era mais que o suficiente. — Bailey. — O chamou.
— Hum. — Murmurou, penteando seu cabelo enquanto se olhava no espelho levemente embaçado devido ao vapor da água quente.
— A gente... Sei lá... — Mordeu o lábio inferior, logo em seguida limpando a garganta. — Fez algo? — Perguntou tentando permanecer em um tom neutro.
Bailey teve uma vontade enorme de dar a gargalhada mais alta que podia. Onde já se viu? Krystian e Bailey em uma noite juntos? Puff. Isso era de causar risada em qualquer um.
— Quê?! Claro que não! Eu nunca transaria com você, Krystian. — Diz, e soltou uma gargalhada.
— E por que diabos você brotou na minha cama só de cueca? — Indagou sério, fazendo movimentos de vai e vem com a escova de dente em sua boca.
— O Krystalzinho aqui implorou para que eu dormisse com ele, não lembra? — Viu Krystian franzir o cenho. Krystian, ainda um pouco sonolento, tentou lembrar dos eventos da noite anterior e, gradualmente, tudo voltou à sua mente. Ele realmente havia pedido a Bailey para ficar com ele por causa de sua condição. — Você 'tava péssimo ontem. Eu ficaria até que o Josh chegasse, mas estava muito tarde e acabei dormindo. E estava calor, cara, qual é? — Explicou.
Se escorou novamente na parede, sem ao menos receber uma resposta de Krystian, terminando a conversa por ali.
★★★
— Sina, já postou o que eu te pedi, amiga? — Perguntou enquanto andava pelos corredores do colégio e cumprimentava com um aceno os alunos que passavam por ela.
As meninas caminhavam pelos corredores do colégio, prontas para mais um dia de aulas.
Sina, visivelmente desconfortável com a situação, suspirou antes de responder.
— Isso não é legal, Heyoon... — Sina diz, recebendo um olhar de advertência de Jeong. — Não é legal expor ele desse jeito. A Hina, coitada... Além de que ela é sua amiga também. Você não ia gostar que fizessem isso com você, muito menos uma amiga.
O jornalzinho do colégio, no qual Sina era uma das alunas encarregadas, desempenha um papel vital na disseminação de informações e na promoção da participação dos estudantes na criação de conteúdo. É uma plataforma onde os alunos podem compartilhar suas vozes, ideias e opiniões com a comunidade escolar. E Heyoon achou uma maneira perfeita para detonar Krystian.
Sabina, Joalin e Any rapidamente olharam para Sina, pois Heyoon claramente não gostava desse tipo de comportamento das amigas.
— Ai, Sina, que saco, hein? A Hina está pouco se lixando para o Krystian, que é outro que nem liga para ela. — Heyoon revira os olhos, continuando a andar. — Eles nem namoram de verdade.
Sina não conseguiu evitar um olhar preocupado.
— Yoon, para de implicar com o coitado... Você implica com ele desde que o Bai-...
— Shhh! — Heyoon interrompeu Sina. — Só faz o que eu te pedi. — Sina assente. Joalin desvia o olhar e prefere não comentar nada, a finlandesa era quase uma ninguém perto da coreana e sabia muito bem o que iria fazer com ela caso defendesse Krystian em sua frente, Heyoon não batia bem da cabeça. Mas de uma coisa era certo; Joalin precisava falar com Krystian o mais rápido possível. — Ah! — A coreana parou, abrindo seus braços, fazendo as amigas pararem também. — o Bai está logo ali, como estou? — Perguntou arrumando o vestido de seu uniforme de cheerleader e se vira para a alemã.
Any balança a cabeça negativamente e dá uma risada para Sabina, que a compreende perfeitamente.
— 'Tá linda, amiga... — Sina sorriu e abaixou o olhar quando elas se aproximaram de Bailey, que estava parado sozinho próximo às escadas.
Sabina aproxima sua boca do ouvido de Joalin e cochicha. A finlandesa sentiu um calafrio no mesmo momento, mas claro que era porque havia encontrado Bailey com o olhar naquele mesmo momento.
— Ele claramente não está nem aí e ela ainda insiste. — Sabina cochicha para Joalin, que riu.
As demais garotas se entreolharam e rapidamente foram para sua respectivas salas, sabendo que era hora de se retirar. Elas tinham uma regra entre elas: nunca interfeririam quando Heyoon tentasse se aproximar de Bailey. E assim, Sabina, Any, Sina e Joalin se afastaram discretamente, deixando Heyoon e Bailey a sós.
— Oi, Bai. — Heyoon se aproxima e tenta roubar um beijo em sua bochecha.
Bailey rapidamente recua, evitando o contato com a coreana. Heyoon olha o jogador confusa.
— Ahn... Heyoon, a gente conversa depois, beleza? Eu preciso falar com o Krystian. — Bailey, que sempre foi alvo das atenções femininas, apenas deu um meio sorriso e respondeu sem muito entusiasmo. Após isso, entra na sala de aula, sem ao menos olhar para Heyoon. E é claro que havia deixado a garota irada.
Heyoon não conseguia entender o porquê de sua obsessão por Krystian.
Bailey se apressou para se sentar em seu lugar. Colocou sua mochila na carteira da frente até que todos os alunos entrassem na sala, e quando isso aconteceu, tirou a mochila de lá.
Ao ser o último a entrar, Krystian descontentou-se totalmente ao ver que a única carteira livre era na frente de May, que se sentava de forma cafajestes contra a cadeira, dando um sorriso de canto ao ver o capitão.
Krystian se sentou, tentando ignorar a presença de Bailey atrás de si, que até o momento não havia tirado seu sorriso de seu rosto.
O professor começou a aula e Krystian bufou. Era claramente definitivo. Krystian odiava Bailey. O odiava muito. E era isso o que mais o irritava, Bailey o provocava o tempo todo e sem um pingo de esforço. Todo dia. Toda hora. Todo minuto. Todo segundo. Assim como daquele exato momento.
E era óbvio que Bailey fazia aquilo de propósito. Krystian sempre tinha uma resposta ácida, rude ou irônica a altura, seja com qualquer pessoa que lhe perturbava, mas Bailey chegava ao ponto de deixar Krystian sem fala, e quando isso acontecia optava por dar um soco na cara de May, na maioria das vezes sendo devolvido. Era exatamente isso o que Bailey queria, que Krystian perdesse a paciência.
1000 x 0 para Bailey.
— Que moleque chato, meu Deus... — Resmungou para si mesmo, revirando os olhos em um ódio demasiado, tentando ter muita paciência para lidar com a infantilidade de um pirralho atrás de si.
O que foi o suficiente para torrar a paciência de Krystian no meio da aula de geografia.
Se virou para encarar o rapaz, o qual no momento aparentava estar se divertindo bastante, prestes a arrancar seus dentes e cabelos até ficar banguela, careca e feio, o olhando com raiva sua expressão falsamente inocente, antes de mandá-lo ir à merda no tom mais chulo que conseguia, para que assim não gritasse no meio da aula e corresse o risco de sair da sala de novo por atrapalhar a explicação do professor.
— Suas bolas vão chegar em sua bunda se você continuar chutando essa merda. Estou avisando, May.
O rapaz arqueia a sobrancelha em desafio, esticando o pé destro e chuta sua cadeira outra vez, logo sendo visto um sorriso ladino invadir sua boca.
— Na sua seria melhor, não é? — Diz, com o tom sarcástico saindo de sua frase.
Os olhos de Krystian triplicaram de tamanho e por um momento a batida de seu coração falhou.
Tinha ouvido certo? Bailey May realmente acabou de flertar com ele? Com Krystian Wang?
A verdade é que não tinha coisa mais divertida para o May do que ver o capitão bufando pelas narinas e rolando os olhos ou então quando o via completamente vermelho de raiva. Porém, nunca tentou provocar o chinês o deixando com vergonha, assim como naquele exato momento, que acabou fazendo por impulso.
Bailey queria testá-lo e provocá-lo até onde conseguia, até o momento em que Krystian explodiria ou implorasse para parar. E depois da festa de Sabina, sua vontade apenas foi alimentada. Estava sendo muito infantil? Sim. Talvez iria ganhar um soco na cara toda vez que agia assim? Com certeza. E o que Bailey ganhava com isso? Nem ao menos ele mesmo sabia dizer.
Mas apesar dessas coisas ditas, Bailey não queria, de jeito nenhum, nada com Krystian, isso era apenas um divertimento para ele. Até porque Bailey gostava de garotas e sabia que Krystian namorava.
— HÁ-HÁ-HÁ! — Tentou disfarçar seu constrangimento dando uma risada exageradamente falsa, chamando a atenção de alguns alunos na sala. Claro que foi após longos segundos, Krystian demorou quase uma eternidade para processar o que May havia dito. — Nem que a Kylie Jenner me pague, Bailey, eu tenho muito mais o que fazer.
— Inclusive pagar a fatura de seu cartão que a namoradinha chatinha e mimada que não está nem aí para você usou o limite para comprar aquelas bolsas bregas para ela, né? — Diferente de Wang, Bailey ainda mantia-se totalmente calmo. Krystian suspira e se vira para frente, não fazendo questão de dar qualquer tipo de atenção à Bailey. — É melhor que da próxima vez a Hina jogue seu dinheiro no lixo com uma bolsa bem grande, para caber a ignorância toda do casalzinho.
— O que você disse? — Se levanta, virando para Bailey, e acabou que, desta vez, chamou a atenção da sala inteira, inclusive interrompendo a explicação do professor.
— Eu por acaso falo grego? — Bailey provoca, o sorriso cômico não escapa de seus lábios por um segundo sequer. Krystian fecha os olhos e respira fundo. — O que?! Ofendi o Krystalzinho? — Diz com uma voz infantil e fez um bico em um sinal falso de arrependimento.
— Me poupe, Bailey. — Aumentou o tom desdenhoso, começando a gritar na sala, fazendo com que Bailey se levantasse também.
— Vai me dizer que ficou bravinho? — Bailey o encara por alguns segundos e solta uma risada falsa, inclinando a cabeça para o lado. — Também vai querer um pedido de desculpas, Krystalzinho?
— Eu quero que você se foda. — Disse entredentes com seus punhos coçando para acertar na cara de Bailey.
— Sei que quer dizer o contrário, Wang. — Conseguiu sentir a malícia despontar na ponta de sua língua. E Bailey tenta arrisca envergonhar Krystian.
Krystian não estava mais sabendo raciocinar. Bailey realmente estava falando aquelas coisas ou estava louco?
— O que deu no Bailey? — Do outro lado da sala de aula, Any murmura para Sabina, chocada. — É agora, é agora. — Ri, enquanto chacoalha a mexicana.
Quando ia abrir a boca para o responder, o professor caminha até os dois rapazes e fica entre o May e Wang, afastando um do outro.
— Bailey May e Krystian Wang, chega com essa palhaçada de vocês na minha aula! — Disse bravo, Wang abaixa um pouco a cabeça e encara May com os olhos semicerrados em irritação. — E sim, vocês serão expulsos da minha aula até o momento que amadurecerem e pararem de agir como duas crianças birrentas do jardim de infância. Andem, peguem o material de vocês e vão para a diretoria.
Krystian se sentiu ofendido. Quis protestar para o professor, dizendo que a culpa não era sua e que foi Bailey quem havia começado, mas sabia que se fizesse aí sim iria parecer como tal. Apenas arrumou suas coisas e saiu da sala em silêncio, fazendo questão de esbarrar sua mochila com tudo no corpo de May.
Seguiu seu caminho pelo corredor e desviou da sala do diretor, afinal, o professor não iria e nem procuraria saber se os alunos iriam ou não para lá. Em alguns minutos tocaria o sinal para o intervalo, então pensa em usar esse meio tempo para finalmente ter a paz, andando devagar pelo corredor quase vazio e indo até a quadra de basquete.
— Ei, Krystalzinho! — Um dos alunos que estavam no corredor juntamente com outros dois o chamou. Krystian rapidamente enfureceu com o apelido. Só Bailey o chamava daquele jeito! Quer dizer, não que só Bailey podia o chamar assim, mas nem ao menos conhecia o garoto. — Quem te viu, quem te vê, hein? — Zombou, rindo com seus amigos, cutucando um ao outro.
— Está me estranhando, moleque? — Krystian já foi avançando para cima do garoto, mesmo não entendendo o que estava acontecendo. — Não estou sacando qual é a sua, 'tá afim de apanhar na frente dos amiguinhos?
Nesse meio tempo, alguns outros alunos apareceram no corredor por conta do horário e por curiosidade, olhavam em sua direção.
Krystian sentiu a raiva subindo dentro dele, e ele deu um passo na direção do provocador, pronto para confrontá-lo.
O garoto, ainda rindo, se afasta de sua direção. Krystian olhou ao redor e alguns deles o encaravam estranho, eram poucos, mas tinham alguns o encarando confusos, curiosos ou chocados. Mas só foi Krystian cerrar os olhos, que rapidamente saíram de sua visão.
E é claro que Krystian estava confuso.
— Krystian, espere! Esse cara leu a matéria do jornalzinho? — Josh chega ofegante com Joalin ao seu lado.
Krystian, ainda com os punhos cerrados, olhou surpreso para Josh e Joalin.
— Do que vocês estão falando? — Perguntou.
Joalin respirou fundo, tentando recuperar o fôlego.
— Sina postou uma matéria esta manhã sobre a situação da festa e... bem, sobre você, Krystian.
Ah, não.
O rosto de Krystian mostrou um misto de confusão e preocupação enquanto ele processava essa informação.
— O que falaram na matéria? — Krystian estava apreensivo.
Josh e Joalin trocaram um olhar rápido antes de Joalin responder.
— Vão divulgar as notícias lá no refeitório daqui... — Olhou no relógio. — Cinco minutos. — Joalin contou.
Não era como se nunca tivesse ouvido seu nome em uma das fofocas do colégio, mas eram coisas óbvias, coisas de um cara popular.
— 'Tá certo... Vamos logo.
Juntos caminharam até próximo ao refeitório do colégio. O refeitório estava cheio de estudantes, todos ansiosos para ouvir as fofocas da semana. Uma das alunas do jornalzinho, com um megafone em mãos, subiu ao pequeno palco improvisado para fazer o anúncio semanal.
Geralmente quem anunciava para os alunos era Sina Deinert, amiga de Heyoon, mas Krystian não fazia a mínima ideia pela qual Nour Ardakani estaria em seu lugar.
— Atenção, pessoal! — A garota gritou, mesmo estando de megafone. — Hoje temos novidades quentes!
Alguns alunos prestavam atenção, outros estavam na fila para pegar sua comida e outros só não se importavam mesmo. Krystian apenas sentou em seu lugar por enquanto, estava curioso e apreensivo para saber o que iriam falar dele.
— A festa de Sabina Hidalgo, líder de torcida do time de basquete, rendeu diversas notícias, então vamos lá. — Nour diz em seu megafone e se prepara, procurando suas anotações no celular. — Hina Yoshihara, por onde esteve? A nossa princesinha das festas não compareceu na festa, o que será que aconteceu?
Krystian bufa. Esse pessoal não tinha mais o que fazer da vida, não?
— E rolou beijo, pessoal! Bailey May e Heyoon Jeong foi um dos casais da noite.
— Cherno e byl. Realmente se merecem... — Krystian sussurrou com os braços cruzados.
Olhou para um lado, notando que o May não estava no refeitório. Olhou para o outro, onde Joalin estava em seu lado e ficou surpreso. Joalin não havia demonstrado nenhuma reação negativa, o que era de se esperar, já que aparentemente estava gostando de May.
— E nem chegamos na melhor parte. Com certeza alguém se divertiu bastante, né, Krystian? — Ela olhou diretamente para Krystian, que sentiu seu coração afundar. — O nosso querido capitão do basquete estava soltinho feito arroz na festa. O rapaz que todos achavam ser um namorado perfeito, parece que não é tão perfeito assim. De acordo com fontes confiáveis, Krystian foi pego beijando... garotos na festa, enquanto ainda estava com Hina! O tão desejado capitão do time de basquete, Krystian Wang, é.
Assim que a última palavra saiu do auto-falante, Krystian arregalou os olhos e os olhares foram automaticamente para ele. Não sabia o que dizer ou fazer, foi pego de surpreso.
A tensão no refeitório era palpável, e os olhares de todos se voltaram para Krystian, que sentiu o peso das palavras de Nour.
Krystian sentiu um nó na garganta, não podia acreditar que a situação se tornasse pública dessa maneira.
— Isso é mentira! — Foi a única coisa que conseguiu falar. Olhava para o redor e alguns dos alunos seguravam o riso e outros estavam chocados. Krystian olhou para Josh e Joalin, que não estavam muito diferentes.
Krystian levantou-se abruptamente, sua voz ecoando pelo refeitório, enquanto as conversas entre os estudantes se transformavam em murmúrios chocados. Saiu em passos largos daquele lugar. Além dos cochichos, estava um silêncio completamente constrangedor, ele estava se sentindo humilhado. Porra, não havia necessidade alguma de tirá-lo do armário na frente do colégio inteiro.
A aluna do jornalzinho, com um sorriso de satisfação, parecia triunfante enquanto a plateia estava dividida entre acreditar nela e em Krystian.
— Vocês podem acreditar no que quiserem, mas a verdade é que as fofocas correm soltas, e é nosso trabalho trazer à tona o que está escondido.
Krystian não podia acreditar no que estava acontecendo. A vergonha e a raiva o consumiam, e ele decidiu que não ia permitir que isso continuasse.
— A Sina é responsável pelas postagens. — Joalin respondeu e então viu o Krystian correndo em direção à outro lugar. —Ei, onde você vai? Krys...
Joalin o chamou, correndo atrás do rapaz e Josh foi logo atrás.
— Josh, deixa eu ir atrás dele sozinha? Por favor. — A loira pediu, parando seus passos, logo o canadense fez o mesmo e assentiu, deixando apenas Loukamaa ir atrás do Krystian. — Krys, por favor, calma. — Pediu assim que ela conseguiu parar Wang. — Senta e respira um pouco.
— Eu vou matar aquela loirinha e tenho certeza que a Heyoon tem um dedo nisso. — Bufou e sentou em um dos bancos do local. — Agora imagina a merda que vai ser minha vida no colégio? Todo mundo vai me zoar, já não basta o meu pai enchendo a porra do meu saco em casa. — Krystian diz chateado.
— Ei, não exagera. Eu sei que você não queria se assumir desse jeito no colégio, mas... — Passou a mão na coxa de Krystian. — Você deveria saber como é, quase todo mundo pega todo mundo aqui. Você... É só mais um. — Deu uma risada, sendo acompanhado por Krystian.
Essa era uma verdade sobre XIX High School. Claro que havia suas excessões, mas eram a minoria e Krystian ainda tinha um medo enorme de se assumir.
Krystian assente, pensa um pouco, e se vê entre duas opções: falar ou não falar com Hina. Não havia visto ela a manhã inteira e não havia conversado com ela desde quando a garota havia lhe mandado a última mensagem, então imaginou que estaria em seu dormitório.
— Eu preciso que você me ajude a entrar no dormitório feminino. — Diz e Joalin arregalou os olhos.
— Não, não, Krystian. Por quê? — Negou com a cabeça e com o indicador. — É perigoso e a gente pode passar um mês na detenção por isso.
— Joalin, eu te ajudei a entrar na festa da Sabina. Por favor, eu preciso falar com a Hina e tem que ser agora. Ela não esteve na aula a manhã inteira. — Bagunçou o cabelo de Joalin, que acabou cedendo.
— Ai, Krystian... Está bem... — Suspirou, derrotada.
Juntos, saem do colégio indo até a torre do dormitório das garotas. Era extremamente proibido a entrada de garotos lá, então seriam totalmente cuidadosos para que ninguém os visses, principalmente Krystian. Estranhamente não havia ninguém na recepção, mas Joalin foi na frente apenas para garantir e Krystian conseguiu entrar na torre sem nenhum sacrifício.
Ao abrir a porta de vidro com cuidado, caminhou até as catracas, onde pula por cima delas e antes de continuarseu trajeto na torre, sussurrou:
— Obrigado, te amo. — Joalin revirou os olhos enquanto ria, antes de sair da torre desacompanhada.
Pensou em pegar o elevador, mas lá haviam câmeras e seria bem pior, por isso optou pelas escadas de emergência. Sobe as escadas do terceiro andar e, ao ouvir vozes femininas no andar de baixo, acelera seus passos até chegar ao quinto andar, o andar dela. Vê o número 346 na porta do quarto e se apressa em bater duas vezes na porta. A princípio não escuta nada, mas após alguns segundos a porta se abre, revelando a imagem da garota.
Hina que atende, ela tem seus cabelos negros presos em um rabo de cavalo alto, com uma expressão nada boa e um copo com um líquido laranja em suas mãos.
— O que você quer? Você sabe que é proibido garotos na torre, então seja breve.
— Não é como se fosse minha primeira vez fazendo isso, me deixe entrar...
Suspirou, levantou uma sobrancelha e abriu espaço para o rapaz passar, direcionando-se até sua cama.
Krystian fecha a porta e caminha até a cama da colega de quarto da japonesa, logo se sentando também.
— O que você quer? — Pergunta novamente, mostrando sua impaciência enquanto balançava sua perna cruzada e tomava um gole do que bebia. — Sim, eu já sei o que você aprontou ontem. Era isso?
— Linda, não era para acontecer desse jeito. — Diz e Hina apenas desvia o olhar. — Eu es-...
— Krystian, não precisamos ficar nos tratando assim quando estamos só nós dois. Você não gosta, não é? — Suspirou pesado, interrompendo Krystian, que revirou os olhos. — Sinceramente, tanto faz. Não estou brava com você, de verdade, mas depois disso não dá. — Colocou o copo na mesinha ao lado de sua cama e voltou a encarar Krystian, que a olhou confuso.
— Você quer terminar?
— Preciso pensar em um plano. Principalmente porque você praticamente me traiu, pelo menos temos que dar a entender que terminamos antes, sei lá, não quero ter uma fama de corna. Quer dizer, já estou tendo, né? — Repetiu, demorando um pouco para que Krystian raciocinasse e assentisse com a cabeça. — Eu não estou nem aí para quem você beija ou dá a bunda, mas a gente combinou que isso seria às escondidas, não na frente do colégio inteiro. — Diz e Krystian, dessa vez, balança a cabeça negativamente.
— Se você não tivesse saído com sua amiguinha, nada teria acontecido. — Rebateu, se esparramando na cama de Heyoon, colega de quarto de Hina.
— Você está querendo dizer que a culpa é minha?! — A japonesa deu uma risada sarcástica.
— E estou mentindo? Quem mandou me deixar lá? Eu 'tava bêbado, óbvio que ia acontecer algo. — Dizia, enquanto olhava para o teto.
— Então se qualquer namorado seu não te acompanhar em uma festa te dá o direito de trair ele? — Hina levanta as sobrancelhas, não acreditando.
— Hina, não mistura as coisas. — Se levanta e bufa, ficando perto da japonesa. — A única diferença é que não sinto nada por você.
Hina não responde e faz uma microexpressão chateada, mas logo volta a ficar séria. Krystian dá uma risada.
— Ah, Hina. Para, vai. Você é a que mais se importa com o status no colégio, não seja fingida. — Disse e Hina permaneceu com sua expressão. — Se o nerd do Shori fosse popular ou normal, você já teria me largado faz tempo, você sabe que você precisa mais de mim do que eu de você, porque eles não iriam aceitar uma popular com um invisível.
— E eles aceitariam um popular... Gay? — Hina o olhou de cima à baixo e Krystian respirou fundo. — Tem certeza que não precisa de mim? — Deu um sorriso pequeno, quase não perceptível.
— Absoluta. Você tem mais medo do que eu, medo até de assumir o nerd do Shori. — Cruzou os braços e também sorriu.
— Não fala do que você não sabe e não fala assim dele! — Hina desta vez gritou, não gostava quando falavam de Shori desse jeito para ela. — Se eu estivesse com o Shori é... É lógico que eu assumiria ele!
— Eu sei que ele é a amiguinha que você passou a noite na festa da Sabina. — Krystian aumentou o tom, indignado. — Para de ser assim Hina, para de fingir, você não é nada disso que diz, é ainda pior do que eu!
— E o que te importa se estou com ele ou não? Você nem gosta de mim, Krystian! Nenhuma consideração, enquanto eu sempre me preocupei com você mesmo não tendo nada de ver-...
— Você é muito falsa, Hina. — Krystian interrompe, desta vez bravo e em seu limite. — Quer saber? Foda-se essa merda, eu não preciso e nem quero mais ficar com você. Foda-se o que os outros vão falar de mim e sobre quem eu fico. Só quero que todo mundo vá à merda! Cansei! — Krystian logo foi em direção da porta.
Hina suspirou, correu até o chinês e puxou Krystian.
— Krys, me desculpa, eu não deveria ter falado com você desse jeito. — Segura seu rosto com suas mãos. — O-Olha, agora está tudo bem, né? A gente não precisa ficar de mal, ainda somos Kryshina, você o capitão do time e eu a capitã das líderes de torcida! Acidentes acontecem quando estamos bêbados, a gente pode continuar a ficar juntos e-...
— Hina, esquece isso. Eu não quero e nem aguento mais. — Krystian acabou desabafando. Os olhos do chinês começaram a ficarem úmidos, mas logo se interrompeu. — Só... Esquece tudo isso. O colégio inteiro já deve saber o que aconteceu, e, sinceramente, tanto faz agora.
Krystian força uma postura séria e sai do quarto. Bate a porta com força atrás de si e se apressa em sair da torre e voltar ao seu destino anterior.
Krystian queria chorar, gritar, chutar tudo. Se sentia culpado. Como havia deixado aquilo tudo acontecer? Sua reputação foi jogada no lixo por causa de uma maldida festa, assim como sua paz no colégio. Mas por um lado se sentia um pouco mais aliviado.
★★★
Jogava seu maço de caixinha preta para o alto enquanto andava de volta aos corredores. Já tinha se acalmado e tentava agir como se nada tivesse acontecido. Disfarçadamente olhava para os lados, onde haviam alguns alunos espalhados por aí e pela surpresa do chinês, ninguém parecia olhar torto para o rapaz.
Em uma alternativa para relaxar, Krystian havia combinado com Josh e Lamar de se encontrarem na parte de trás do prédio da XIX para fumarem e conversarem pós treino. Sim, eles chegavam a matar aula para irem fumar, já que o colégio era totalmente tolerância zero para cigarros ou bebidas dentro da XIX. Não sendo diferente, Krystian era totalmente tolerância zero para essas regras ridículas de seu colégio.
Ao entrar na quadra, avistou alguns jogadores fazendo alongamento para iniciar o treino.
Krystian caminhou pela lateral e logo se apressou em ir ao seu vestuário para que se trocasse, se alguém não tivesse o impedido.
— Olá, meu chinês favorito. — De forma íntima, passou as mãos por volta da cintura do garoto, ainda com seu sorriso cínico estampado em sua face. — Eu pedi para ir ao banheiro ao professor só para te ver, acredita?
Krystian se cessou de seus pensamentos e olhou para sua esquerda, fazendo uma cara de reprovação nada discreta.
— É outra falsa, né? — Riu em sarcasmo.
— Nossa, Krystian, calma. — Deu uma risada e se aproximou mais do rapaz, colando seus corpos. — O que aconteceu? — Fez um biquinho.
— Eu sei que você pediu para a loirinha postar aquilo no jornal do colégio. Você é ridícula, Heyoon.— Disse e a cheerleader rolou os olhos, rindo. Krystian pegou em seu rosto e o aproximou com o seu. — O que você quer de mim, hein? Não aguenta mais aquele catarrento e quer ficar comigo? A gente resolve isso rapidinho.
— Você se acha um deus grego, né? E eu não preciso pedir nada, bebê. Só se controla nas próximas festas, ok? — Diz e Krystian suspirou pesado, soltando seu rosto. — Todo mundo viu as merdas que você fez ontem, então quase não foi uma surpresa para ninguém, e entre elas foi ter beijado uma pessoa que tenho certeza que você queria faz muito tempo. — Um sorriso lateral nasceu em seu rosto.
— Quem?! — Perguntou no automático, voltando a sua atenção na garota.
— Hum... — Murmurou e cruzou as pernas. — Não sei se você merece saber. — Começou a cutucar suas unhas azuis.
— Se não for contar, nem começa. — Cruzou os braços, desviando o olhar totalmente sem paciência.
— Ei... Está nervoso? — Se afastou um pouco e ajeitou seu vestido do uniforme. — Relaxa, vou pedir para essa pessoa te mandar mensagem mais tarde. A gente combinou de manter um segredo. — Pegou seu queixo com seus dedos e deixou um selar em sua bochecha.
Rapidamente limpou sua bochecha com a manga de sua jaqueta. Krystian assistiu Heyoon se afastar, perplexo e desconfiado de suas intenções. A conversa o deixou intrigado, e ele não tinha ideia do que Heyoon estava planejando ou por que ela estava envolvida nisso.
Deu meia volta e finalmente entra no vestuário. Respirou fundo e fechou um armário que estava aberto com força. O capitão retirou sua camiseta e sua calça e pegou o uniforme do time.
— Preparado para perder... De novo? — Sussurrou perto de seu ouvido.
Estava demorando. Krystian pensou.
— O que você quer, catarrento? — Perguntou lentamente, sem olhar para trás, sabendo exatamente de quem se tratava.
— Calma, Krystalzinho. Só estou desejando boa sorte do treino de hoje.
Olhou para o teto, perguntando mentalmente para Deus o porquê daquilo, o que tinha feito para merecer aquilo, antes de, devagar e sem ânimo nenhum, se virar para o mais novo com a pior cara que conseguia fazer.
— Você é um cretino cínico, puta merda, como você consegue? — Diz, exasperado de tanto ódio. — Não sei o que aconteceu porque desde manhã está com fogo no rabo, acordou apaixonado por mim, foi? Ou é tesão acumulada?
Bailey riu.
— Quem tem tesão em macho aqui é você, não é? — Bailey nem ao menos se abala com o xingamento, dando apenas de ombros como se não fosse nada.
Soltou um bofar tão grande que sente a fumaça sair de seus ouvidos. Decide não se dar ao trabalho de dar moral à Bailey, então apenas o ignora e volta a se vestir.
— Você sabe que não precisa ficar bravinho. Você deveria parar de se-... — Sorriu e parou em sua frente, com os braços cruzados.
— Dá para você calar a merda da boca? Eu só não estou nos meus melhores dias, por isso você está sendo "melhor" que eu. — Reforçou as aspas com seus dedos, enquanto interrompeu Bailey. — Você é e sempre será um perdedor, May.
— Só quero ver você falar isso quando o treinador tirar seu título de capitão do time. — Deu uma risada nasal.
— Para de se achar, se enxerga. Você deveria saber que eu posso muito bem te tirar do time. Eu quem fiz o Now United crescer, esqueceu? — Também sorriu, porém debochado.
Uma risada de Bailey surgiu, mas logo ficou sério e se aproximou ainda mais, intensificando as provocações. Wang dá um grande passo para trás..
Perto demais. Muito perto.
Engole em seco, sentindo Bailey cada vez mais perto, ao ponto de já não conseguir raciocinar muito bem com o corpo dele colado ao seu e de sua maldita respiração contra Wang.
E não precisou de mais nenhum segundo para que Krystian se ligasse em que Bailey estava tentando fazer. Desde mais cedo Bailey estava testando uma proximidade e provocação estranha entre os dois, tudo depois da festa de Sabina e do ocorrido na sala de teatro.
Krystian captou o joguinho de Bailey e serrou os olhos, e por esse motivo, tentou não mexer mais nenhum músculo. Bailey só estava querendo te provocar por saber mesmo que gostava de homens ou percebeu o que acontecia com Wang quando ficavam próximos?
— Você acha que sou ruim, Krystian? Eu sou bom em tudo em que faço. — Krystian fechou os olhos com força e prendeu a respiração, por um momento achou que Bailey iria o beijar, mas estava completamente errado, May apenas se aproximou mais de sua orelha. O coração de Krystian estava à mil por hora, parecia que a qualquer momento iria sair por sua boca. — Literalmente, tudo. — Bailey se afastou com o mesmo sorriso debochado de antes.
O tamanho dos olhos de Krystian dobram.
— Babaca. — Bailey solta, e só então Krystian percebe durante a troca de emoções, que o vestuário estava completamente vazio, sendo assim, ninguém podia os ver. Conseguia ver um sorriso maior ainda de Bailey e aquilo estava deixando Krystian louco.
— V-Você não me atinge. Muito menos... — Pausou por um segundo e pensou. — Com esse seu bigodinho ridículo. — Tentou e rapidamente quis bater em sua testa. Que porra de resposta era aquela? — S-Se afasta de mim se não vou gritar para o-...
Krystian estava claramente perturbado e começou a gaguejar.
— Eu vou ser obrigado a te calar, Krystian. — Interrompeu, enquanto ria, pois sua reação lhe denunciava.
— É? Tenta. — Arriscou novamente, não tirando seus olhos dos olhos de Bailey. Sabia que Bailey, no mínimo, iria lhe dar um soco, que iria ser devolvido com a maior vontade.
— Se você pediu... — Bailey quase nem termina a frase e já embrenha os dedos no cabelo curto de Krystian para o puxar para uma ameaça de beijo. Krystian empurra Bailey com pressa, assistindo o filipino gargalhar alto.
— Nunca mais faça isso em sua vida! — O olha com total desprezo e raiva, sentindo seu peito subir e descer de uma forma anormal. — 'Tá maluco? Seu idiota!
Bailey apresentava uma expressão pensativa, mas, assim que cria um contato visual com Krystian, voltou a mostrar aquele maldido sorriso que Krystian tanto odiava.
— Sabe, eu até poderia nunca mais fazer isso em minha vida. — Bailey diz e se afasta um pouco. — Eu realmente não 'tô nem aí. Mas se eu parar de fizer isso... — Volta a se aproximar de Krystian. Os dois corpos estavam pertos novamente, Wang novamente poderia sentir a respiração quente do jogador. Krystian se encontrava totalmente arrepiado e com sua respiração acelerada, não sabendo o porquê de estar assim, até então se dar conta que a mão direita de Bailey encontrava-se em sua cintura. — Eu não poderia mais te provocar. — Sua outra mão começa a deslizar pelo seu abdômen até chegar ao elástico da bermuda, fazendo Krystian se perder totalmente ao abaixar sua visão. — E preciso admitir... Eu estou adorando te ver assim. — Bailey abaixa sua destra até a bermuda de Krystian e aperta o membro por cima da bermuda do uniforme, fazendo com que o mais velho quase desse um pulo e empurrasse Bailey com toda sua força.
— Você é maluco, Bailey May! — Disse, totalmente nervoso.
— Talvez. — O May leva a mão até o cós da bermuda de seu uniforme, puxando-a levemente para baixo. — Mas quer que eu te mostre agora mesmo o quão maluco você pode ficar?
Bailey deu uma risada ao ver a reação assustada de Krystian e sobe novamente sua bermuda.
— Por que você quer que eu pare? Eu estou começando a me divertindo com isso. — Continua. O May ri, é, novamente, debochado e irônico.
Ao ouvir a chamada do treinador, Bailey se afastou de Krystian e caminhou até a quadra. Os olhos do capitão se arregalaram de uma maneira desproporcional. Os garotos iniciaram o alongamento, mas Krystian permanece lá; escorado na parede, totalmente estático, perdido e com sua respiração muito pesada.
— Que merda acabou de acontecer? — Murmurou para si mesmo.
Senta-se no banco que havia ali, recuperando-se de sua respiração descontrolada, ainda tentando raciocinar tudo o que acabara de acontecer.
Não é possível.
Bailey May só podia estar de brincadeira com sua cara.
Bailey descobriu seu ponto fraco desde quando foram limpar o palco da sala de teatro sozinhos; o seu contato próximo. E desde então Krystian terá a certeza absoluta de que não terá sossego, pois não seria agora que as provocações acabariam, muito pelo contrário, elas apenas começaram.
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