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Capítulo Três

Me preparei para o que viria, tendo quase certeza de que seria uma conversa difícil.

  - Tudo começou quando você tinha seis anos. - ela começou a falar - Seu pai era muito agressivo, batia na sua mãe quase todos os dias desde que eles casaram. Nunca entendi porque sua mãe levou esse casamento por tantos anos. - senti meu mundo desabar. Por que eu não me lembro disso? - Quando você fez seis anos, sua mãe o flagrou tentando abusar de você. Ela tentou te proteger, e então ele a espancou até a morte. - lágrimas brotaram de nossos olhos. Era tudo tão terrível.

  - Foi aí que você me acolheu? - perguntei, pedindo rezando pra que o horror tivesse acabado.

  - Ainda não. - ela respondeu, afastando a lágrima que rolou por sua face - Quando você viu o que ele fez, foi até a cozinha, pegou uma faca, e o esfaqueou. Você também se machucou, pois ele se defendeu dos golpes fazendo com que a faca também te atingisse.

  - Mas como eu tive força para isso? Eu era uma criança. - era tudo tão confuso e terrível. Como posso ter apagado todo esse horror da minha mente?

  - Vocês dois foram hospitalizados, mas ele não resistiu. - ela continuou - Você foi avaliada, mas suas feridas eram superficiais. Como de praxe, você foi avaliada por psicólogos e psiquiatras. O diagnóstico foi de Transtorno Dissociativo de Personalidade. - ela falou pausadamente, como se tentasse puxar do fundo da memória - Eles disseram que diante do trauma sofrido, sua mente criou um protetor. Uma outra personalidade que surgia pra te proteger sempre que você estava em perigo.

  - Então, por que eu não me lembro de nada disso? - eu precisava entender. Nada fazia sentido.

  - Você foi para o abrigo para receber um tratamento intensivo. Depois de alguns anos essa putra personalidade sumiu, e com ela todas as lembranças ruins. Você bloqueou essas memórias.

  - E então, por que ele voltou depois de tanto tempo?

  - Isso eu não sei te dizer, filha. - ela respondeu aflita - Não tenho essa capacidade. Mas você precisa de um médico. Só ele vai poder te explicar tudo isso.

  - Um psiquiatra? Mas ninguém acreditou em mim antes, madrinha. Será que agora vão acreditar? - eu ainda estava tonta com as descobertas, mas era uma chance de ter minha vida de volta!

  - Nós podemos voltar ao abrigo. Eles devem ter sua ficha médica ainda. Isso pode ajudar.

  - Madrinha, posso te fazer uma pergunta?

  - Claro, filha, o que quiser! - respondeu segurando minha mão entre as suas.

  - Por que você não me quis na sua casa? Por que me levou para o abrigo? - já que todas as verdades foram reveladas, precisava dessa também.

  - Eu quis, Ana. Mais do que tudo na vida, eu quis! - seus olhos se encheram de lágrimas novamente - E eu tentei. Levei você pra casa.

  - Mas por que eu não fiquei? - por pior que fosse a verdade, eu precisava saber.

  - Paulo e eu estávamos muito felizes por finalmente ter uma criança em casa. Nós amávamos muito você. - ela fez uma pausa, as palavras pareciam doer - Mas a morte de sua mãe ainda era muito recente, e você tinha medo de nós, e principalmente do Paulo. Toda noite nós líamos pra você dormir, sempre os dois juntos. Uma noite ele quis tentar fazer isso sozinho, quis tentar se aproximar de você. Ele foi, e eu fiquei na porta observando. Quando ele se aproximou para te cobrir com o lençol, você tirou uma faca de debaixo do travesseiro e o golpeou no braço. Por pouco não pegou na garganta. - aquelas lembranças doíam nela, eu podia sentir - Os médicos disseram que o melhor pra você era viver no abrigo para receber total assistência. Me perdoa filha!

  - Eu que tenho que te pedir perdão, madrinha! - as lágrimas desceram descontroladas pelo meu rosto. - Eu sou um monstro.

  - Não, filha. Não é! - ela me abraçou e ficamos ali, chorando por um tempo.

Mais tarde fomos ao abrigo em busca de algo que pudesse ajudar no tratamento. Por sorte ainda tinha um médico lá da época em que tudo aconteceu. Expliquei tudo, e ele disse que o que fez o protetor voltar foi a tentativa de estupro no dia da boate. O abuso foi o gatilho para a volta dele. Não há cura, mas há tratamento. Ele nos indicou uma clínica psiquiátrica.

Fiquei internada por um tempo, num tratamento intensivo.

Hoje tenho minha vida de volta. Sigo o tratamento à risca, e faço terapia toda semana. Visito sempre minha madrinha. Ela sempre pergunta quando vou casar pra dar netos a ela. "Já sou uma idosa" ela diz. Mas isso já é papo pra uma outra hora!

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