|g a b r i e l e|(5)
Gabriele Moretti
Quando o homem do Jardim agarrou-me, na mesma hora eu revivi tudo que se passou a anos atrás. A lembrança que eu fazia questão de esconder em um lugar da minha consciência onde eu não me permitia visitas, passou bem diante de meus olhos como em um flashback, vívida, real.
Enquanto ele insistia em me beijar e sua língua sugava a minha sem meu consentimento, eu fiquei estática, vendo o desenrolar do pesadelo que vivi anos atrás.
Em minha frente eu podia jurar ver minha mãe sendo violada por aquele homem vil, e escondidas em um cantinho de onde mamãe me fez prometer não sair eu cantava baixinho para Sam em meu colo . Sua cabecinha enterrada em meu peito, totalmente alheia ao pior pesadelo que uma mulher poderia viver.
O estupro
Mesmo com os olhos bem fechados eu ainda podia ouvir os gritos dela ressoar em minha mente, seus pedidos e súplicas que ele parece seguidas de risadas e barulho de tapas.
Me vi envolvida entre o presente e passado.
E agora sendo agarrada por este homem parecia que eu estava vivendo esse mesmo pesadelo uma outra vez,no entanto a diferença era que ao invés de telespectadora, eu era a vítima.
Quando ele me solta eu volto a respirar com dificuldade.
Trêmula, e totalmente apavorada eu mal sou capaz de ouvir o que ele diz. Saio do escritório praticamente correndo e ao passar por uma mesa acabo derrubando todo aparato sobre ela, não peço desculpas ou volto para recolher as coisas que caíram ao chão. A única coisa que passa em minha cabeça é que eu preciso sair daqui o quanto antes . Estou quase chegando a porta quando uma mão enrola em meu braço.
Eu grito e arranco com violência meu pulso da mão desconhecida.
- Você está despedida Gabriele! Por justa causa! Não volte mais aqui, não quero -a no meu estabelecimento nunca mais! - A voz anasalada de jacaré faz meu coração voltar ao compasso ao mesmo tempo que me enche de raiva.
Como ele ousa?
Viro -me para ele furiosa, e afundo meu dedo médio em seu peito, empurrando para trás.
Furiosa, eu digo
-Pegue seu emprego e enfie naquele lugar onde o sol não bate - rosnei. Não sou uma mau agradecida trabalhei bem duro aqui e nunca fiz nada de errado, para receber esse tratamento hostil desse homem manipulador. -O senhor não passa de um vendido! Puxa saco e aproveitador! Se este emprego não couber em seu rabo o enfie no desse senhor medíocre que está... - quero continuar a jorrar as frustações que me acometia, no entanto eu paro no meio do caminho ao ver o homem do jardim se aproximar.
Dou um passo para atrás temerosa. Aqueles olhos azuis tão lindos e exóticos me encaram como se me desafiasse a continuar e eu não penso duas vezes antes de sair correndo da lanchonete sem olhar para trás.
(.. )
Escolho um banco bem isolado no trem e sento, já colocando meus fones no ouvido. Tudo que eu não queria era ter que interagir com alguém. Só precisava estar sozinha e colocar meus pensamentos em ordem.
Mas ainda teria que ir até a escola das meninas. Tinha uma reunião com a diretora Evans. Fechei meus olhos com força e afundei no banco tentando apagar aquelas imagens, no entanto não fui tão longe. Os abri minutos depois, acometida pela curiosidade.
Na lanchonete lembro -me do pavor que jacaré exibiu ao dizer o nome daquele homem.
Pego meu celular e resolvo pesquisar na Internet pelo seu sobrenome que não me era estranho.
Pus D'leuen em busca e em um segundo meu celular foi invadido por imagens e materias de Dimitirious D'leuen, bilionário e magnata grego.
Inclusive o dono daquele hotel no qual trabalhei ha dois dias.
Meus Deus, eu estava ferrada
Por que dentre tantos homens eu fui chamar a atenção justo desse? Me pergunto o que ele viu em mim! Sei que não sou feia, longe disso, Mas tenho consciência que estou longe de fazer o tipo de um homem assim, e tenho a comprovação com as muitas fotos que vejo do homem de olhos enigmáticos ao lado de verdadeiras beldades.
O que me leva a crer que ele apenas me pegou para Cristo pois recusei seu convite descabido. Dou uma risada sem humor. Convite descabido, foi o único nome menos agressivo que achei para classificar a sua proposta indecente sem me sentir tão mau.
Suspiro entristecida e guardo o celular. Pela próximas horas de viagem até Boston, eu contemplo o silêncio e me perco em pensamentos tortuosos.
(.. )
Espero inquieta que o porteiro da escola de Sam e Nella venha abrir o portão para mim.
-Bom dia senhor, Hans! Estou aqui para falar com a diretora evans, o senhor poderia por gentileza permitir minha entrada? -indagou e o senhor de cabelos brancos rir.
- Claro que sim senhorita Moretti, a senhora evans está a sua espera na sala da diretoria! -Informa me dando passagem. Agradeço -o e sigo pelos corredores.
É hora do intervalo, percebo pelo fluxo de alunos transitando pelo lugar. Corro os olhos pelo pátio e avisto Nella sentada com duas amigas e mais a frente vejo Samantha. Essa esta em companhia de uma garota e alguns rapazes.
Ainda bem que essa fase da aborrecência passa logo. Bato na porta da sala da diretora que responde um "pode entrar" entro um pouco receosa. E a senhora Lins me diz para sentar.
-Boa tarde, Gabriele! Como estão a senhora Moretti e seu irmãozinho? - Eleonora pergunta. Ela é uma das poucas pessoas que não são da família que sabem sobre a situação de saúde de Toby e mamãe.
Abro um sorriso falso e respondo.
- Estão bem na medida do possível, estamos conseguindo controlar a doença de Toby. E quanto a mamãe , bem, ela está estável, a medição tem surtido efeito. -minto. A última coisa que precisamos agora, é despertar a pena das pessoas. - É muito atencioso de sua parte perguntar.
Ela dá um sorriso aparentemente feliz. Mas eu sabia no íntimo que de fato o que se passava em minha casa não lhe interessava verdadeiramente. Isto era apenas uma forma de entrar em algum assunto.
-É realmente uma notícia maravilhosa Gabriele! É muito bom saber que as coisas andam bem em sua casa. -alisa minha mão e seu toque me incomoda. Suavemente consigo desvencilhar dela e sorrio polidamente. - Bem, eu te chamei até aqui para dar um notícia não tão boa assim. Infelizmente estamos com um problema com suas irmãs. -diz e meu coração para.
- O que a Sam fez dessa vez? -inquirir.
- Dessa vez não tem a ver com o comportamento de Samantha, Gabriele. - tranquiliza-me apenas para dá uma punhalada logo em seguida. - o que ocorreu foi que recebemos uma notificação por parte da secretária da educação, infelizmente devido à alguns cortes no governo, as meninas não vão poder continuar contando com a meia bolsa da qual são beneficiárias. - Ela diz com aquela expressão de pena da qual não gosto de ser alvo.
Merda!
- Senhora Lins... isso é uma resposta definitiva ou as meninas poderão voltar a ter o benefício? -pergunto temorosa, rogando que não seja algo definitivo.
- Eles foram evasivos Gabriele , não vou mentir. No entanto à possibilidade de voltar é maior do que a negativa. Essa decisão foi tomada devido a crise. - não consigo sentir firmeza em suas palavras.
Tenho que decidir algo , deixar as crianças sem estudar está fora de questão. Tomo uma decisão que não sei como vou comprir, Mas é certo que cumprirei
- Irei pagar as mensalidades das minha irmãs, senhora Lins. -falo com uma segurança que não possuo e ela me olha incrédula.
Tira-las da escola seria o mesmo que tirar as chances de um bom futuro para ambas, e com certeza eu não faria isso. Eu já tinha abdicado de muito e sabia o quão difícil era não ter um grau de estudo e jamais faria isso com elas.
-Tem certeza disso Gabriele!? -Ela indaga temerosa e eu entendo sua angústia. A mensalidade dessa escola é excepcionalmente cara, no entanto é uma das melhores.
- Sim, senhora Lins! Não irei tira-las daqui, elas perderiam o ano, além do fato que Samantha está a um ano da faculdade.
-Muito bem Gabriele! Fico feliz que tenha tomado essa decisão, a escola vai estar ajudando em algum material que elas precisem. Eu mesma vou estar colaborando com você. - Abro a boca pra dizer que não precisa, mas ela me interrompe. - Eu sei o quanto você é orgulhosa Gabriele, mas estaremos ajudando mesmo assim, sabemos por tudo que você passa pra cuidar da sua familia.
Abro um sorriso verdadeiro.
-Sendo assim só posso agradecer a ajuda - levanto e me despeço - Até mais Leonora.
Com as devidas despedidas feita eu saio apressada da escola. Eu tenho um nó na garganta que precisa ser expulso, porém não posso fazer aqui.
Caminho apressadamente até uma praça próxima da escola. Mesmo perturbada por tudo sinto-me observada, talvez seja algo de minha cabeça perturbada.
Vejo um banquinho em um lugar discreto e me sento lá e somente quando não vejo ninguém eu me permito chorar. As lágrimas caem em torrencial, uma tentativa precária de expulsar a angústia que sinto.
A minha vida toda eu fui encarregada de lidar com problemas e sempre os fiz sem questionar, no entanto as vezes eu liberto essa frustação constante que sinto. Eu odiava ver minha mãe doente e nada poder fazer, esse sentimento se intensificava quando se tratava de Toby, ele era praticamente um bebê, Mesmo tendo quatro anos, nenhuma criança deveria passar pelo que ele já passa e agora mais isso, minhas irmãzinhas prestes a serem expulsas da escola.
O desespero é tão grande que tenho vontade de gritar. Eu me curvo afundando a cabeça no joelho e choro até a última lágrima. Tento me recuperar antes de voltar para casa, não quero que nenhum deles perceba o que está acontecendo. Eu lidaria com isso como sempre faço.
Não importa o quanto eu tenha que trabalhar, eu vou pagar a escola das minhas irmãs e os remédios da minha mãe e do Toby. Já composta ergo a cabeça e limpo as lágrimas percebo que está escurecendo e me levanto do banco.
- Merda! -lembro -me da promessa que fiz a Toby de está em casa cedo.
Saio apressada ainda com a sensação que alguém esteja me vigiando. No caminho encontro tia Lili e meu coração entra em alerta.
- Tia, aconteceu algo com o Toby ou com a mamãe? -Ela vira surpresa ao me ver e parece aliviada ao mesmo tempo.
- Graças a Deus meu amor que te encontrei estava indo a casa de sua tia Diana, ia pedir a ela para ficar com Evie até você chegar! O Toby precisa ir ao médico, a febre voltou ainda mais forte. - outra vez sinto vontade de chorar no entanto a reprimo.
- Deus, tia! Vamos embora, irei leva-lo ao médico agora! -chamo ja arrastando -a.
Não demora muito e chegamos em casa. Meu coração zumbindo em meus ouvidos e a preocupação queimando todos meus sentidos.
Chegamos em casa e eu vou direto para o quarto da mãe enquanto minha tia fica na cozinha dizendo que irá fazer um chá para nos. Quando paro na porta do quarto eu encontro uma das cenas mais lindas do mundo que de certo modo acalenta meu coração.
Mãe está deitada ao lado de Toby enquanto canta uma canção de ninar com a voz muito fraca. A cena apesar de ser triste é uma das mais lindas que eu já vi, a qual eu não vou me esquecer jamais.
Me aproximo devagar dos dois que finalmente notam minha presença.
-Mama, a senhora veio! -Toby sorri ao me ver, retribuo beijando mamãe no rosto e o pegando em meus braços.
- Oi, amore mio! A mama prometeu vim e aqui está! -sussurei beijando -o na bochecha. - Vamos dá um passeio? -Ele concorda e eu o levo para o banheiro, não antes de dá um aviso silencioso a mama que concorda com a cabeça.
O banho para amenizar a febre e quando término levo -o de volta para o quarto e o troco com uma roupa que impeça que ele pegue a frieza que faz em Boston e não permita que sua febre aumente . Pego seus documentos e a carteirinha do plano de saúde.
Me despeço de tia Lili e saio .Pretendo ir andando até a estação de trem, não tive coragem de dizer a tia que estava sem dinheiro para o taxi.
Estou pronta para atravessar a rua quando um carro caríssimo encosta do meu lado. Espero que ele passe, mas o motorista continua em minha frente.
Viro para passar pelo outro lado quando a janela se abre revelando um homem que tenho quase certeza que já vi.
- Ei moça! -chama-me e Toby que tinha o rostinho em meu pescoço ergue a cabeça para olha -lo.
- Pois não senhor? - pergunto meio apressada. Cada minuto aqui era um a menos no hospital. -no que posso ajudá-lo?
Ele parece sem jeito diria até surpreso com minha pergunta.
- Bem eu acho que os papéis estão invertidos. - Diz saindo do carro e parando em minha frente. - Eu sou Ralph não sei se lembra de mim, mas frequento o café do jacaré -meneei a cabeça e de fato era mesmo um cliente do café. - Você parece apressada, e a seu... - Ele espera que eu diga algo.
- Meu filho! -sussurei apertando Toby em meus braços.
Ele olha bem para Toby e abre um sorriso singelo.
- Seu filho parece doente, você não quer uma carona? Está indo para o hospital?
O olhei séria . Não era do meu feitio aceitar ajuda de estranhos mas dada as circunstâncias eu não iria recusar. Toby estava doente e precisava chegar logo ao hospital.
- Não precisa ter medo garota eu juro que vou lhe deixar lá e se precisar eu fico! -involuntariamente meus olhos lacrimejaram diante a bondade desse homem.
- Eu aceito! Muito obrigada, muito obrigada mesmo. -sussurei e ele sorriu abrindo a porta para eu entrar com Toby que olhava tudo encantado. - Eu me chamo Gabriele, Ralph. - Disse quando ele sentou no banco de motorista.
- É um prazer Gabriele e não precisa agradecer.
Balanço a cabeça negativamente e ele rir colocando o carro em movimento.
- Você é teimosa. -Fala me olhando pelo canto do olho - Não imaginava que você fosse mãe - comenta.
Suspiro um sorriso e beijo a cabeça de Toby que já havia adormecido devido a febre.
- Fui mãe jovem. -somente digo isso e ele concorda, mas parece pensativo.
O resto do caminho e feito em silêncio ele não volta a perguntar mais nada. Estacionamos o carro na entrada do hospital e eu já estou pronta para sai e quando ele me surpreende ao perguntar.
-O que ele tem? Posso ajudar em alguma coisa?
__Você já está ajudando muito obrigada, eu jamais chegaria tão rápido. -Agradeço o olhando. -que Deus te abençoe Ralph. - digo e faço menção de descer quando ele mexe no porta luvas e tira um cartão.
- Esse é meu número se precisar dd alguma coisa entra em contato. -pego o cartão por educação. Ele foi muito atencioso mais não vejo em quê mais ele pode me ajudar.
-Outra vez obrigada Ralph. - deixo o carro e me posiciono em um lugar na fila.
A enfermeira simone que se tornou um grande amiga me avista e vem em meu socorro.
-Venha Gabi ! O doutor Sebastian já chegou e o Toby tem prioridade. - Eu a sigo para dentro cosciente dos olhares bravos das outras mães, nas minhas costas, em outro caso eu não aceitaria esse previlegio se não soubesse que a doença dele é realmente grave.
-Hei cara! -o doutor Sebastian se materializa em meu lado enquanto eu coloco Toby sobre a maca.
Meu menininho sorrir ao vê -lo e retribui seu comprimento de brow
- Titio Sebastian -Apesar de sua voz soar fraquinha ele responde com entusiasmo - Sabia que andei em um carro da hora com a mama?
O pequeno adora carros e não esconde a admiração ao falar. E eu achando que ele havia dormido todo viagem até aqui. Sebastian me olha sem entender.
-Um conhecido do café nos trouxe até aqui.
- Claro. -diz meio desconfiado -Escuta Simone, será que você iria com o Toby fazer alguns exames? Eu precisava falar com a Gabriele.
- Posso sim, o Jacob ainda não chegou. - ela abre um sorriso e pega Toby em seu colo. O garoto já vai beijando -a no rosto. -Que beijo gostoso! Vamos lá meu galã? Sabia que com esse topete você vai pegar muitas garotas.
- Eu não gosto de garotas. Só da mama e da Nella. - Todos riem e a Simone sai com ele no colo ainda conversando.
-Sente -se Gabriele. - Eu já fico assustada quando falam assim, sinto que nada de bom vem com esse tom de voz. - Bom, os exames que eu pedi do Toby da última vez não foram muito satisfatórios, mas eu já posso te adiantar, que a doença dele evoluiu. - Ele suspira pesaroso - Infelizmente, a doença esta atingindo os órgãos internos, por isso ele está tendo febre. Vou precisar interna-lo.
Eu me sinto atingida direto no coração. Abalada eu pergunto
-Sebastian, Ele não poderá se tratar em casa? Além do trabalho existe minha mãe - me dou conta que estou falando com o médico que não precisa ou quer saber pelo o que passo. -Sinto muito doutor Sebastian.
-Está tudo bem Gabriele, você pode contar comigo sempre, sabe que lhe tenho muito respeito e admiração. -Ele pega minha mão e a solta logo em seguida. - Eu gostaria muito de ajudar mais, no entanto para você trata-lo em casa, sinto dizer que a medição é muito cara
Uma dor descomunal quase me faz fraquejar.
-Está tudo bem! Agradeço pelo carinho que sente pelo meu irmão. -murmurei e admiti. - Sinto que meu coração vai faltar um pedaço em deixá-lo aqui.
- Sei que é difícil entretanto por hora é o melhor para ele e você pode vim visita-lo a parti de amanhã. -informa e completa, - Nesse momento o melhor é deixa-lo na terapia intensiva para ver se a doença regride com os remédios , mas Gabriele, você terá que providenciar essa medicação para quando ele tiver alta.
-Eu vou providênciar -afirmo e pergunto - Será que posso vê-lo antes de ir?
- Claro que sim.
Despeço -me dele e vou até a sala de exame. O vejo de longe deitadinho sobre a maca dormindo, a doença o deixa extremamente fraco.
Exaurida e com uma dor indescritível eu entro na sala e o beijo na testa. Uma lágrima cai de meu olho sem consentimento e eu engulo em seco antes de sair. Outra vez aquele nó na garganta ameaça tirar minha respiração.
Caminho até a capelinha que tem no hospistal e me ajoelho em um dos bancos e rogo a Deus que se seja de sua vontade ele me ajude.
Somente hoje eu havia perdido emprego, minhas irmãs perderam suas bolsas de estudos e meu irmão tinha sido internado. Enquanto eu rezava com todo minha fé eu pedia a Deus me me mostrasse uma saída urgentemente.
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