| g a b r i e l e | (25)
Gabriele Moretti
Por muito tempo eu conjecturei que o pior momento de minha vida tinha sido presenciar ao estupro de minha mãe e tudo que desencadeou em consequência disso. Foi difícil e por anos a lembrança daquela noite trágica ainda afetava muito a mim. Entretanto nada está sendo comparado a esse buraco no peito que eu sinto pelos ocorridos de hoje.
A morte da mama. Nella naquela situação imunda e Toby no hospital.
Uma sucessão de desgraças uma atrás da outra. As vezes - só as vezes - eu me perguntava como seria se tudo fosse diferente. Se nós ainda vivêssemos na Itália com o papa e que minha mãe não tivesse sido vítima da armação de Diana.
Será que seríamos felizes? Eu nunca iria saber. Por vezes eu afastava as poucas lembranças que mantinha daquele tempo, eram poucas, pois devido ao choque de presenciar um estupro e ter cometido um assassinato a minha mente bloqueou muita coisa. Meu último terapeuta disse-me que eu podia lembrar de tudo no entanto minha mente escolheu criar uma barreira para as lembranças retendo-as em algum lugar do meu subconsciente.
A única coisa que eu nunca fui capaz de esquecer tinha sido o estupro e a última vez que eu vi meu papa
Dói tanto a sua ausência que machucava e agora ter que lidar com a morte da mama só piorava tudo
Entretanto eu não podia parar ou me deixar abalar, não agora. Eu precisava tirar meus irmãos dessa cidade e de alguma forma tinha que ser o mais rápido possível. Também preciso resgatar as promissórias que estão em poder da Diana, enquanto ela está presa eu terei tempo de tentar arranjar o dinheiro. pensei em muita gente que conheço que poderia me emprestar, mas por exclusão só sobrou uma pessoa.
Dimitrious.
Pensar sobre ele me faz lamentar pelo que o mesmo está passando. Ralph havia me dado um resumo rápido de tudo o que aconteceu na boate. Confesso que saber sobre o que sua madrasta tinha feito não me assustou, aquela mulher emanava maldade e só Dimitrious não era capaz de enxergar em função do amor que ele sentia por ela. Eu realmente sentia muito mesmo, ele ter descoberto dessa forma. Pelo pouco que sabia seu histórico maternal não era um dos melhores. E ainda tinha Daemon. A sua fuga me amendrontava até os ossos, não apenas por mim e sim por Dimitrious. Diante de tanta loucura ninguém estava a salvo.
Esse era mais um motivo para que eu tirasse meus irmãos daqui e sumisse,pois sei que esse louco não me deixaria em paz e isso respingaria neles.
Sinto o olhar de Ralph em mim enquanto o mesmo dirigia.Depois que ele contou sobre o que Dimitrious havia feito na boate, eu me limitei a perguntar apenas se ele estava bem e desde então eu me mantive calada, totalmente perdida em meus planos. Felizmente Ralph sabia respeitar o silêncio alheio.
Mas tê-lo me verificando a cada minuto estava começando a me deixar nervosa. Ele queria perguntar algo, era evidente.
Encaro seu perfil e suspiro.
- Pergunte Ralph.. - digo pegando -o de surpresa.
- Como você sabe que eu quero te perguntar algo? - inquiriu prestando atenção enquanto dirigia mesmo me olhando de soslaio.
-Deve ser pelo fato que você me verifica a cada segundo ou talvez seja a forma nervosa que você tamborilar os dedos contra a direção? - dou de ombros.
- Você tem razão! -admite parando o carro. Vejo que chegamos em minha casa, mais nenhum de nós tem planos de descer.
Ralph destrava o cinto e vira para me encarar, e eu faço o mesmo.
- Eu estou preocupado com você. -começa e eu faço menção de contestar quando ele ergue a mão me parando. -Tudo que você passou hoje, ninguém merece passar e ainda tem esse infeliz solto por aí. -bate com força contra o volante. - Mas não se preocupe eu prometo que nada vai acontecer a você e à seus irmãos. O Dimitrious jamais permitiria isso, ele mais do que ninguém !
Seguro sua mão livre e aperto.
-Sou realmente agradecida por sua preocupação Ralph, Mas você tem que entender que Dimitrious tem seus próprios problemas e prioridades pra lidar . -ele me corta.
- Você é a única prioridade dele . -abro bem os olhos. - pode ser que agora não veja com clareza mas para Dimitrious a única coisa que importa é que você e seus irmãos estejam bem e seguros. - aperto seus dedos e ele continua. - Sei que já te disse isso, no entanto eu vou repetir. O Dimitrious não é um cara ruim, tenho consciência de tudo que ele te fez . Por parte eu posso dizer que a influência da Isabel o fez assim,ele sempre foi carente e aparentemente ela parecia se importar com ele . Por isso ele a tinha em alta, fazendo tudo que ela queria sem questionar. Acredite quando eu digo que se dependesse dela ele seria pior mas o cara tem um bom coração. É um idiota? -questiona-me e ele mesmo responde. -É sim. Mas é um idiota que nunca abandona um amigo quando precisa. Ele tem suas nuances de bom samaritano, porém odeia que saibam que ele se presta ajudar. E é inegável que aquele babaca é louco por vocês. - suspiro fitando -o
-Ralph, eu sei que ele ama meus irmãos, nunca duvidei disso. - admito. - Mas quando se trata de nós dois tudo é confuso. Eu nunca sei o que de fato ele quer. As vezes age como se realmente se importasse comigo e nas outras é frio. Eu não sei se ele percebe ou não, mas me machuca demais suas ações e palavras. -engulo a vontande de chorar. - Eu não posso continuar nisso e nem quero. - Eu digo não me referindo apenas a Dimitrious mas em toda situação em geral.
- Compreendo, e é uma pena que ele não tenha percebido antes o que sente por você. -Diz, insistindo sobre os sentimentos de Dimitrious. - Realmente uma lástima que ele somente perceba isso quando te perder.
-Ele não sente nada, além de desejo. -sussurro dolorosamente.
Ralph rir, e não tem humor nenhum nisso.
- Parece que os dois estão cegos demais para ver e não serei eu para dizer que sentimento é esse. - faço uma careta. - Agora vem anda, quero te apresentar aos seus mais novos dois amigos de hoje por diante. -fala e eu fico sem entender.
Ele desce do carro e abre a porta para mim. Saio e então entendo o que ele disse sobre novos amigos. Dois cara, os maiores que já vi na vida saem de algum lugar perto da minha casa.
- Brie, esses são Foxy e Thompson -ofereço a mão ao primeiro que é Foxy e ele aperta rapidamente e da passagem para Thompson. -Eles vão ficar responsável por mantê -las seguras. Quando as crianças forem a escola um deles fica aqui. Não se preocupe irá ter mais guardas porém eles ficaram em lugares estratégicos e vocês não vão os ver. -explica quando os dois se afastam.
- Tudo bem, obrigada! - eu realmente me sentia mais segura assim, apesar de Diana está presa nada a impedi de agir. - Você quer entrar e ficar para o jantar? -ofereço louca para entrar e ver como Nella está.
- Não posso Brie tenho que voltar pra pegar o Dimitrious na boate.Vi que em meu celular tem inúmeras ligações suas. - fico instantaneamente preocupada por ele.
- Então é melhor ir rápido pode ser algo importante. - digo a ele e inconsciente peço. - Você pode me informar se tudo está bem depois?
- Claro que sim. Se cuida Brie -beija minha testa e olha por cima de minha cabeça. -Espero que a Nella fique bem logo. -suas palavras fazem algo apertar em meu peito.
- Ela vai ficar Ralph. Eu irei me encarregar disso e sei que a tia Lili também. - Falo com esperança. -Minha irmãzinha é uma lutadora.
-Se ela puxou a irmã eu sei que sim.
Nós despedimos, e antes de entrar dou tchau aos seguranças.
- Tia, Grazzi! - chamo e ninguém responde. - Onde vocês estão? - ondas de desespero quando não as encontros.
Entro no corredor e ao final dele, na porta da cozinha Graziele aparece. O alívio toma meu corpo
- Estou aqui, Brie - Diz e eu me aproximo dela. Entramos na cozinha enquanto ela fala. - A Lili está com a Nella, desde quando chegou não disse uma palavra. - olho com tristeza para a porta do quarto que minha irmã dividi com Toby. -Como está o pequeno? Eu sinto muito ! Eu tentei segurar a porta mas ela tinha a chave e trouxe dois homens com ela. - Fala chorosa, eu a abraço e ela me aperta já chorando copiosamente.
Eu tento acalenta-la falando baixinho no ouvido dela.
- Não se sinta culpada Grazzi, você fez o que pôde , a culpa não é sua. Muito obrigada por ser tão boa amiga. - Ela se acalma um pouco. - Tudo Bem? Eu vou deixar você um pouco, preciso ver minha irmã.
- Está sim, desculpa esse descontrole, é que quando eu penso que se você demorasse mais um pouco.. . - A paro pois nem gosto de pensar nessa possibilidade.
- Mas não aconteceu nada e agora ela está segura, a Diana está presa. - Falo pra tranquiliza-la mas enquanto o Daemon estiver por aí não estaremos seguros. - Eu vou ver a Nella e depois desço pra falar com você.
A beijo no rosto e vou ver minha irmã. Ao abrir a porta eu sou agarrada por bracinhos finos que enlaçam minha cintura.
- Como está o Toby Brie? Aquele homem asqueroso, ele ia me fazer mal! Ainda bem que você chegou, eu sabia que você ia Chegar, você sempre chega - sussurra com a voz tremendo de medo e isso dói . - Eu estou com tanta saudade da mama Brie - E eu a entendo já que sentia a mesma dor.
- Eu também estou passarote - sussurro de volta e ela chora mais forte com o apelido dado por nossa mama a ela.
Tia Lili se levanta e se abraça a nós, foi vazão as lágrimas que caem em torrencial. Confesso que precisava desse abraço tanto ou mais que ela. Eu estava carente, sofrendo e me sentindo impotente de todas as maneiras.
- Essa cidade não é mais segura para a gente Gabriele , precisamos ir. - compartilho do mesmo pensamento de tia Lili.
A olho por cima da cabeça da Nella e concordo.
- Estou providenciado isso tia. - Não lhe digo meus planos, vejo-a pensativa. - Mas antes temos que ver como andar o Toby, ele teve que ficar internado. - comunico e Nella chora.
Segurando seu rosto eu beijo seu nariz.
- Ele está bem meu amor, mas devido a febre o médico achou melhor deixá-lo lá. - Ela assente. - prometo te levar amanhã lá para visita-lo, você quer?
- Eu posso? - fito seus olhos azuis e sorrio.
- Claro que sim. - beijei seu rosto. - Por que você não toma banho amor? - Ela parece hesitante.
- Você poderia ficar no banheiro comigo? - meus olhos ardem diante seu medo.
- Claro que posso amor. - Nella se desvencilhar de mim sem jeito - vá entrando no banheiro que eu já vou.
- Tutto bene - Espero que ela entre no banheiro e viro para minha tia.
Olhar para tia Lili de certo modo amenizava um pouquinho da dor que sentia pela falta da mama. As duas eram tão idênticas que somente quem as conhecesse saberia discernir uma da outra.
- Vem aqui amor, tudo vai ficar bem. - Ela me abraça forte. - Eu também estou sofrendo, perdi a minha metade e melhor amiga. Isso dói muito. - Ela diz entre o choro.
- Sinto tanto tia. - murmurei em seus cabelos - É um vazio tão grande pela ausência dela - pegando meu rosto ela me encara.
- Preencha esse vazio com as lembranças boas, amor. Sua mãe merece ser lembrada pela pessoa maravilhosa que foi. - concordo.
- E eu o faço. - fico calada por um tempo, até que tomo coragem de fazer a pergunta que está em minha mente desde da morte da mama. - Tia, a senhora acha que o Lorenzo sabe sobre sua morte.
O corpo de minha tia fica tenso e ela se afasta.
- Por que você quer saber disso agora? - Ela tenta soar calma mas algo está errado na forma que ela agi.
- Você nunca pergunta por ele!
Era verdade. Por anos eu me senti entorpecida em relação ao meu pai.
- Talvez seja pela morte da mamãe! - meus olhos vagueiam pelo quarto.
- É inegável dizer que ele não a amou, ele fez e muito.Eu só nunca vou entender porque ele a deixou partir quando ela mais precisava dele - digo inconformada mesmo sabendo que a escolhi de ir embora tinha partido da mamãe.
-Por amor. - a olho. - Ele a amou tanto que abriu mão dela porque sabia que sua mãe nunca seria feliz vivendo naquela vida. Ele a permitiu ter a possibilidade de ser feliz - Ela segura minhas mãos. - Um dia quando você amar de verdade vai entender que amor é isso.É obdicar de coisas e até mesmo da pessoa amada para que ela seja feliz - penso em questionar mais sobre isso quando a Nella me chama.
- É melhor você ir ajudar a sua irmã,vou preparar o jantar. Algo bem gostoso, já que você não come a dias. - Piscou e saiu.
Suas palavras rondando em minha mente.
(.. )
A voz grossa se torna mais audível quando eu me aproximo da cozinha com Nella ao meu lado. Ela se encolhe apertando forte minha mão.
- Está tudo bem. - disse baixinho tranquilizando-a. - Por que não vai para a sala assistir TV enquanto eu verifico quem é? - ofereço.
- Eu vou. - Ela solta minha mão e se afasta. Espero que ela entre na sala que é o no sentindo contrário da cozinha e finalmente vou para lá.
(.. )
Nossos olhares estão presos um no outro a mais tempo que o permitido.Nos sondando e medindo de uma maneira que nunca antes havíamos feito.
Eu o olho pois sei que essa será a única reação que eu vou me permitir sentir, mesmo esteja ansiando para abraço -lo e saber que se o louco do Daemon não fez nada de mal a ele.
Quando entrei na cozinha qual foi minha surpresa em encontrar Dimitrious parado no meio do cômodo conversando como minha tia? Não esperava vê -lo tão cedo. E tão bom quanto foi ter sua presença ali eu também sentir uma pontadinha de dor no âmago.
A verdade era que eu sentia algo forte por Dimitrious e por mais estúpido que fosse em visto de tudo que ele me fez passar, eu não conseguia poda-lo mesmo tentanto ser indiferente ao que ele me faz sentir.
- Você está bem?
- Como a Nella está?
Falamos ao mesmo tempo, me fazendo corar e tia Lili dá uma risadinha. Ele me dá um sorriso de lado e diz.
- Pode perguntar primeiro apesar que eu estou realmente querendo saber da princesa! - o azul dos seus olhos parecem atormentados e eu me pergunto o quão mau tudo foi entre ele, seu irmão e madrasta mas também a gratidão espreita em mim por ele se importar com meus irmãos.
Me aproximo dele.
- Ela não está bem agora, mais vai ficar. - murmurei e ele suspiro fechando os punhos o que faz as sacolas em suas mãos amassarem.
- Talvez você devesse coloca-las sobre a mesa Dimitrious. - Minha tia sugere e ele faz exatamente isso. - Enquanto vocês conversam eu vou até a sala ficar com a Nella. - olho para ela e concordo. - Meu amor, a Grazzi teve que ir, pois, precisava ver como a mãe está.
- Obrigada tia. - Dimitrious espera que ela saía para voltar a falar.
- Eu sinto tanto que ela teve que passar por isso. - sua raiva é tanta a veia em sua têmpora pulsar- Esse velho maldito e a Diana vão morfar na cadeia se depender de mim. - Ele avança em mim segurando meu rosto suavemente, muito diferente do estado que ele está.
- Eu acredito em você. - toco sua barba.
- Eu fui ver o Toby - pisco surpresa. - Ele estava dormindo e a Simone disse que iria ficar com ele, quando pedi pra ficar
Fico sem fala.
- Isso é uma merda fodida! Aquela maldita além de fazer mal a Nella, ainda colocou nosso garotinho de volta naquele hospital. - Dimitrious continuou a falar mais minha mente parou na parte que ele se refere a Toby como nosso.
Nosso garotinho
- Posso? - saio dos devaneios com os dedos de Dimitrious traçando meus lábios.
- Desculpe? - indaguei e ele deu um riso baixo.
- Eu posso ir ver a Nella? Eu trouxe algo pra ela..
- Não sei...
- Ótimo, megerinha. - Ele me ignora e pega as sacolas sobre a mesa e passa por mim.
- Ei, Eu disse que não sei se é bom para.. - Ele me corta antes de atravessar a porta.
- Confia em mim megera eu posso ajudar a Nella.
Não sei o que ele quis dizer com isso, então vou atrás dele. Ao chegar na sala vejo que Nella está um pouco retraída com sua presença por isso ele se mantém afastado em uma distância agradável para ela.
Eles conversam em tom baixo e seja que for faz minha tia se afastar deles quando percebe que Nella aceita aproximação de Dimitrious.
- Esse rapaz tem um dom com crianças. - murmura e eu não consigo tirar os olhos deles.
Observo Dimitrious tirar duas caixas da sacola, uma maior que a outra e as mostra a Nella que pisca encantada. Demora meio segundo para eu veja o que se trata.
Um X- box e um tapete dançante?
Oh cara não!
Porém quando ele se ergue e vai pra a TV eu tenho a confirmação, no entanto o que me deixa encantada e muito surpresa é ver que Nella o segue sem receio algum.
- Tia.. - Eu começo e ela está com olhos arregalados também.
- Ele não vai fazer o que eu estou pensando, certo? - sua voz está sufocada pelo início do riso.
O vejo estalar rapidamente o vídeo game e Nella estender o tapete. Os dois mexem sintonizando o game e vão para o tapete depois de retirarem seus sapatos. Cada um fica em seu respectivo lugar.
- Andem vocês duas, vamos formar duplas!Mas antes de tudo tenho que admitir que sou mestre nesse joguinho até medalhas possuo.
- pisca para Nella que solta uma risadinha.
Ele ergue o olhar para o meu com o sorriso malicioso que me faz corar.
- Eu fico com a Nella - Que traidora.
- Vem megera você vai ficar comigo! - Ele me chama e eu vou.
- Você joga baixo - chiu arrancando uma risada sua. Puxando -me pela cintura ele murmura baixinho na minha orelha.
- Não reclama megera, você vai ver este corpo do pecado se mover com destreza e imaginar como posso usar meu gingado com você. Admita que foi por isso que você escolheu jogar comigo - afasto -me dele lançando -o um olhar mortal e o idiota rir .
Tiro meus sapatos e espero que o jogo comece.
- Vamos começar... - diz antes de uma música de Rick Martin tocar.
(.. )
Dimitrious é horrível.
Digo, ele é malditamente ruim. Sua coordenação motora se assimilia com alguém tendo um ataque epiléptico e o pior de tudo?
Ele definitivamente não sabe perder.
- Isso é sua culpa Gabriele , nos perdemos de novo!! - como uma criança mimada e birrenta ele resmunga fazendo bico.
Lili e Nella param e esperam por minha resposta.
- Minha culpa??? - coloquei as mãos na cintura - Todas as rodadas que ganhamos, foram graças a mim, já que você - aponto - dança como se tivesse um caranguejo mordendo sua bunda. -Dimitrious arregala os olhos e eu coloco as mãos na boca chocada com o que acabei de dizer.
Todos estão em silêncio até que Nella começa a gargalhar forte seguida por tia Lili e o grande idiota do Dimitrious.
- Oh! Eu sinto muito tia eu não devia dizer essas coisas na frente da Nella - choramingo para Lili que está vermelha e Nella que não para de rir.
-Que coisa feia megerinha! -repreende-me Dimitrious com deboche
Lhe lanço o olhar mortal e ele pisca o olho com um meio sorriso marteiro então eu percebo tudo. Dimitrious sabe dançar, lembro-me da veze que dançamos em sua boate e ele fez isso apenas para animar a Nella. Todas as vezes que ele errava ela se divertia além das pequenas confusões que ele causava.
O encaro sem puder conter a gratidão pelo que ele fez. Outra vez nos encaramos esquecendo que há mais gente na sala
Batendo palmas tia Lili chama nossa atenção.
-Ok crianças tudo está bem divertido, mas está na hora do jantar! Vamos para a cozinha que eu irei servi-los- Avisa e põem sua atenção em Dimitrious -Quer ficar para o jantar, filho?
-Eu adoraria. - aceita e olha para mim meio incerto - Tem algum problema para você que eu fique?
É doce de sua parte me questionar se sua presença por mais tempo aqui não vai me irritar depois de todos ocorridos entre nós.
- Problema nenhum. - dou um sorriso pequeno.- Podem ir na frente que irei arrumar aqui e já estou indo. - ofereço a Lili e ela concorda chamando a Nella. As duas se vão me deixando com Dimitrious.
Abaixo-me para pegar o tapete e ele faz o mesmo.
- Obrigada pelo que você fez. - pego sua mão e nossos olhares se conectam. - Fazê -la sorrir e se divertir no momento tão difícil que está sendo para ela. Você tem minha gratidão Dimitrious -sussurrei a última parte, observando -o levar minha mão a sua boca e beijar cada um dos meus dedos.
-Eu faço qualquer coisa por vocês, Gabriele. - fala sucintamente prendendo seus olhos enigmáticos em mim. -Qualquer coisa!
Engulo em seco e umideço meu lábio inferior. Eu não sei o que dizer depois dessa declaração.
-Vem Brie e Dimitrious, a tia Lili já Vai servir o jantar. -a voz de Nella me salva. Ergo a vista e a encontro na porta nos esperando.
Dimitirious ainda está me olhando de forma intensa quando faço menção de levantar. Ele levanta e estica a mão para me ajudar a ficar de pé.
-Vem megera! -puxa minha mão nos leva até Nella onde ele se abaixa e pergunta algo baixo em seu ouvido, ela concorda com a cabeça e ele passa o braço livre em seu ombro. - Vamos.
(.. )
Entrego o último prato do jantar a Dimitrious para que ele seque e me afasto da pia
Quem diria que o senhor D'leuen sabia fazer alguma tarefa doméstica?
- Sei que sou um divindade de se olhar , mas você está me preocupando com esse olhar estranho. - me encosto na geladeira e sorrio.
- Narcisista - reviro os olhos olhando -Ele guarda o prato sobre a mesa se aproxima parando em minha frente com as mãos no bolso. -Só é engraçado saber que você sabe fazer algo que não seja ordenar -dou de ombros e ele granze as sobrancelhas.
-Eu sei fazer muitas coisas Gabriele. Antes de ir morar com meu pai e a Isabel eu tive que me virar para não morrer de fome - o vejo ficar instantaneamente triste na menção do nome da madrasta.
Sinto a nescessidade de conforta-lo e me aproximo dele descansando minha mão em seu rosto. Seus olhos se fecham apreciando o carinho.
-Sinto muito por tudo principalmente por descubrir que a mulher que você idiolatrava tanto e amava tenha mentido por todos esses anos -Ele abre seus olhos e eu vejo o brilho das lágrimas neles.
Ele fica em silêncio por um segundo até que volta a falar me chocando com o que diz.
-A minha mãe é uma prostituta, e sim a conjugação do verbo no presente é correta por que ela nunca deixou essa vida e se isso já não fosse difícil demais para uma criança lidar ainda tinha o fato que ela usava coca -a sua risada rouca é desprovida de humor. - Lana, tinha uma forma perversa em punir meu pai através de mim. -Algo me diz que eu vou odiar o que ele vai dizer. -Ela fazia questão de fazer seus programas em casa e me obrigava asssitir tudo. - Oh Deus! Eu sinto uma dor aguda atravessar meu peito e lágrimas queimarem em meus olhos. -As vezes ela permitia que os caras que estavam com ela me batessem e outras ela mesma fazia isso.
-Dimitrious... -abalada eu sinto as lágrimas caírem. São de puro ódio.
Ele continuou a falar e com os dedos limpavam as lágrimas que deslizavam pelo meu rosto.
-Então finalmente meu pai me achou, me deu um lar e uma mãe. A Isabel era tudo que a Lana não foi. Desde de criança ela estava empenhada em me fazer feliz, me dava amor e atenção. Claro que eu a amava. -diz amargamente -Eu a idiolatrava a tal ponto que preferia me fazer de cego para seu jeito esnobe ou como ela tratava os outros. -Ele olha profundamente para mim. -Eu deixei que ela te humilhasse e fiz o mesmo, no entanto não posso colocar apenas a culpa nela pela forma que te tratei. Eu fui um idiota, mesquinho e manipulador e quando você deixou minha casa eu tentei me convencer que era melhor assim. Mas então você desapareceu e eu senti. Senti sua falta e a dor da perda. - suas palavras me causam algo estranho no peito. -Entretanto meu medo maior foi ter conhecimento da obsessão que Daemon sente por você, por que eu tenho medo, medo demais que ele consiga fazer algo que te machuque . - Ele me abraça forte -Eu não posso te perder, megera, muito menos para um psicopata que se alimenta da loucura da Isabel.
Eu não digo, mais eu sentia medo também.
- Escute-me vai ficar tudo bem, ok? -tento tranquiliza-lo olhando em seus olhos. -A Polícia vai achar o Daemon e colocá-lo na cadeia. Vão também conseguir provas para incriminar a Isabel e manda-la para uma cela escura para que ela pague por tudo que fez. E Dimitrious eu sinto muito que você tenha que ter passado por isso tudo ainda tão jovem. - pegando sua mão e eu sinto que eu devo compartilhar com ele algo que eu nunca havia dito a ninguém.
- Eu tenho algo para dizer... você poderia só me ouvir por favor? - sussurrei com a garganta dolorida e os olhos marejados.
- Perfeitamente. -seus lábios tocam minha testa suavemente. -Eu vou sempre te ouvir, sempre. -reforçou e eu acreditei.
Engolindo em seco, murmurei.
-Eu tinha doze anos quando presenciei a mama ser estuprada.. - vi a descrença atravessar em seu olhar e seu aperto sobre mim se tornar mais forte e caloroso. No entanto por mais que ele pareça querer dizer algo ele cumpri o que prometeu e só me ouve. -E a Nella é a consequência disso.... - foi ai que eu te contei tudo. Mesmo que algumas vezes tivesse que parar em razão do choro compulsivo.
Não importava quantos anos passasse ou quantas vezes eu tivesse que reviver esse tormento que carregava em mim por tanto tempo. Eu sempre me sentia destabilizada emocionalmente.
- Shh.. tudo bem, já passou megerinha -Dimitrious sussurrava em meu ouvido enquanto me envolvia em seus braços. Em algum momento em meio do meu relato nós formos para no chão. Dimitrious me segurava em seu colo como se eu fosse uma criança indefesa e me acalentava do mesmo modo. -você é a pessoa mais forte que conheço. Outra pessoa já havia pirado. -anui com a cabeça enquanto seus dedos afagam meus cabelos.
-Esse cretino foi preso? -fico tensa.
-Ele está morto. - minha voz soa sem emoção. Eu tinha dito a verdade apenas reservei a parte que a única pessoa culpada pela morte do ser desprezível que machucou a mama tinha sido eu.
Acho que não conseguiria lidar com o desprezo de Dimitrious se ele soubesse que eu era uma assassina.Eu já lidava com o peso que era levar uma morte nas costas mesmo que fosse de alguém tão cruel.
- Ele mereceu isso. -Sua afirmação me pega de surpresa. -Não me olhe assim, a pior coisa que alguém pode fazer contra a outra é impor algo que ela não quer e o estupro é isso. É impor uma vontade doente em machucar o outro que na maioria das vezes é bem mais indefeso que o agressor -concordo com ele. -É uma pena não ter conhecido sua mãe, ela deveria ser uma mulher incrível.
Dou um pequeno sorriso.
-Ela era a mulher mais incrível do mundo. -olho em seus olhos e digo. -Ela abriu mão de muita coisa, sofreu por um tempo mas finalmente conseguiu o que mais quis em toda sua vida.
- E o que era isso? - Ele pergunta.
-Ser feliz! -Sinto outra vez vontade de chorar. -Ela era feliz e grata por isso. -olho ao redor da casa. -Ela adorava essa casa e saber que a Diana tem planos de tira-la. -lamento.
-Hei, -Sinto seus dedos tocarem meu queixo. -quanto a isso eu posso resolver.
Limpo o rosto e balanço a cabeça.
- Não. -suspiro. -Olha, eu não queria tocar nesse assunto depois de tudo que te contei mas a verdade era que eu estava tentando arrumar um jeito de lhe pedi esse dinheiro imprestado... -Ele me corta parecendo chateado
-Eu não vou emprestar nada a você Gabriele. Irei dá -nego.
-Ouça -me, você já deu mais a mim e ao meus irmãos que qualquer um foi capaz de dá, e eu sou grata. Mas esse empréstimo eu faço questão de lhe pagar até porque é uma quantia considerável. -murmuro.
-Eu não irei ficar pobre com isso -contesta.
Ah Deus!
-As contas vão além da hipoteca da casa. -inexplicavelmente eu minto. - E minha condição é que se você não aceitar o pagamento eu terei que tentar conseguir com outra pessoa - era uma mentira porque ninguém teria esse dinheiro tão rápido.
Ele estreita seus olhos e faz àquela cara de mal.
-Tudo bem. -cede a contragosto mas avisa. - No entanto eu vou estipular a quantia que você deve me pagar por mês.
-Ok! -ao mesmo tempo que me sentia feliz, uma parte minha se sente melancólica em ter mentir para ele. Mas talvez, se Dimitrious souber dos meus planos em ir embora do país, possa me fazer desistir.
- Você me passa o valor que eu depositarei em sua conta. -avisa.
O encaro e sinto sua mão na parte inferior da minha coxa. Solto um gritinho de susto e ele rir a tirando rapidamente.
-Se acalme megera estava apenas pegando algo em meu bolso. -pisca e eu coro.
Que boba eu sou.
-Toma é pra você. -me estende um cordão escuro com um pingente de cristal enrolado a ele. Ergui o rosto com os olhos marejados quando vi do que se trata -É um cristal da cura, dizem que serve para proteção e cura. - explica - Posso coloca-lo em você? -pedi e eu assinto permitindo.
Seus dedos tocam superficialmente minha nuca e a onda elétrica na minha pele me fez estremecer.
Acariciei o cristal e sorrir.
-Obrigada Dimitrious eu nunca vou tirá -lo do meu pescoço. -Sorrindo ele me pega de surpresa ao encostar nossos lábios rapidamente.
-Eu acredito. - Tira o cabelo do meu rosto e arruma atrás da orelha. - Porque não me mostra agora as fotos que me prometeu?
-Claro.
Passamos as próximas horas olhando todas as fotos e relembrando de momentos maravilhosos que tive ao lado da mama e de meus irmãos. Dimitrious ouviu cada historia que eu tinha para contar totalmente interessado. As horas passaram e em algum momento eu devo ter adormecido pois apenas sentir Dimitrious me levar até meu quarto. Eu estava cansada demais para protestar ou ir por minhas próprias pernas. O deixei me depositar na cama e levemente encostar seus lábios no meu antes de cair no sono profundo.
(.. )
Na manhã seguinte eu fui visitar Toby e levei Nella comigo. Dimitrious apesar de querer muito ter ido vê -lo teve que deixar para visita-lo em minha casa pois a delegada Stein precisou tomar mais um depoimento seu.
Fiquei imensamente feliz em saber que Toby já estava liberado para ir pra casa, segundo Sebastian a febre do pequeno era totalmente emocional, e por isso ele sugeriu uma consulta para que tanto Toby quanto Nella fossem visitar a psicóloga do hospital. Nella foi resistente quando formos conhecer a doutora Amélia, mas se soltou depois dos primeiros minutos na companhia da médica de cabelos azuis e tatuagens espalhadas pelo braço, Toby foi outro que caiu de amores pela psicóloga . Como era uma consulta informal nos marcamos uma consulta para o fim da semana para os dois em horários diferentes.
Embora tivesse planos em ir embora o quanto antes não deixaria de levá-los a essas consultas. Outra coisa que estava me preocupando era a questão da saúde de Toby.
Itália tinha sido meu primeiro pensamento, no entanto lá não era seguro para nenhum de nós, pois seria o primeiro lugar que alguém nos procuraria.
O dia foi se passando comigo procurando lugares pela internet para ser nosso destino. Ao mesmo tempo que me sentia ansiosa em partir a minha consciência pesava em saber que eu estava agindo como uma cobra ardilosa em está mentindo para Dimitrious.
Por Dio
Ele tinha ligado duas vezes para ter notícias das crianças e minhas. Quis saber como eles haviam reagido com a presença dos seguranças. Se por um lado Toby tinha achado incrível ter dois novos amigos, A Nella preferia ficar afastada deles que respeitavam esse espaço e não entravam em nossa casa.
Nos conversamos por vinte minutos e ele informou que havia depositado o dinheiro em minha conta. Eu deveria saber que Dimitrious tinha armado algo porque depois dessa informação ele desligou o celular.
Quinhentos mil dólares.
Esse era o valor que dançava em minha conta.
Cazzo
Esse dinheiro era quatro vezes mais que eu precisava e muito mais que eu podia pagar. Por isso eu estava dentro de um trem indo direto para Nova Iorque bem mais cedo que meu horário na boate para encontra-lo.
Estava na hora de lhe dizer o real motivo do empréstimo.
Antes de sair procurei saber se ele estaria lá e para minha sorte ele estava.
(.. )
Flor grita ao me ver e corre em minha direção chamando atenção das meninas presente no salão.
- Soube que houve, sinto muito - Graceja me envolvendo em um abraço caloroso.
- Isso é muito gentil de sua parte, Flor. Muito obrigada! - agradeci me afastando .
- Não tem o que agradecer, Brie. Você é uma das únicas pessoas que realmente se importa com alguém que não seja si mesma, aqui. - dou um sorriso constrangida. - Achei que o patrão tivesse lhe dado folga.
Mordo o lábio.
- Ele deu mais preferir vim trabalhar. É bom para cupar a mente. -Mexo as mãos nervosa - Por falar em patrão, ele está aí?
Flor abre a boca para responder quando a voz de Grazzi me chama.
- Brie? - viro para olha-la e Flor aproveita para sair. As duas não se davam bem, já que ambas tem ou tiveram algo com Ralph. - Eu sinto muito eu não fiz por querer. - percebo seus olhos marejados e não entendo nada o que ela quer dizer.
- O que você está dizendo Grazzi? - questiono e ela funga.
- Eu disse a Ralph que você tinha planos de ir embora do país e ele disse ao Dimitrious. - Fico incrédula por ela ter feito isso.
Não precisava ser nenhum gênio para saber que Ralph faria isso
- Por favor amiga não fica com raiva de mim. - diante do seu desespero e lágrimas eu engulo a irritação.
Sentia sim um pouco de raiva dela por ter sido inconsequente ao compartilhar com outra pessoa um segredo meu,em contrapartida eu sei que ela não fez por mal.
- Va bene Grazzi! Eu irei resolver isso, ok! - murmurei e ela concordou. - Você sabe dizer onde o Dimitrious está?
- No escritório dele, mas se eu fosse você eu não iria lá ! Ele está muito irritado, o Ralph acabou de lhe contar - ótimo
- Eu preciso falar com ele e tem que ser agora Grazzi. Em todo caso eu sei como lidar com o Dimitrious. - Tento convencê -la e em parte a mim mesma.
(..)
E
u sei que estou imensamente increncada quando me aproximo do escritório de Dimitrious e encontro Ralph encostado na parede ao lado de fora da sala . Quando me ver ele me dá um olhar decepcionado. Me aproximo devagar vendo -o se afastar e caminhar até mim.
- Eu podia esperar isso de muita gente, menos de você, porque a garota que eu tenho como uma irmã é tudo menos uma covarde. - fala secamente. - Espero que você saiba o que está fazendo. - Ele termina de cravar a adaga em meu peito.
Sem esperar minha resposta Ralph vira para sair quando eu o paro.
- Meus irmãos Ralph! Deixa-los aqui não é seguro. Você viu o que a Diana fez a eles. - justifico e ele sorrir ironicamente.
-Sabe qual é o seu problema Gabriele? Você esquece que existem pessoas que te amam o bastante para fazer o que for preciso para manter a você e as crianças bem e seguras . Você é autossuficiente, e isso é ótimo. O que não é legal é que você deixe seu orgulho falar mais alto e tente resolver um tipo de problema assim sem ajuda de ninguém. Não é legal querer desaparecer sem dizer a nenhum de nós! Nós te amamos, caramba - levo a mão a boca para não chorar.
- Ralph...- comecei mas parei quando ele negou com a cabeça.
-Depois nos conversamos Gabriele. - assisto ele desaparecer no elevador sentindo o peso de suas palavras.
Será que eu estava errada em querer o proteger meus irmãos?
Eu não sei quanto tempo fico ali parada mas o barulho de algo quebrando me tira dos devaneios conflitantes. Respiro fundo e decido que esta na horestá ir enfrentar Dimitrious.
Empurro a porta que está aberta e o encontro parado, totalmente quieto olhando para o corpo de uísque em sua mão. Ao ouvir o barulho dos meus saltos ele vira para encarar o visitante indesejado.
Dio
Era pior que eu pensava.
Os dois botões de sua camisa branca estão desfeitos e as mangas enroladas nos cotovelos. Seus cabelos que geralmente estão bem penteado para trás é uma bagunça desalinhada que cair sobre seus olhos flamejantes de um sentimento que eu não sei nomear.
- Quando você ia me dizer? Quando estivesse sabe -se lá onde, depois de um mês , ou talvez um ano?! - Ele pergunta ironicamente - Ah não espera depois de uma década. Hein, me diz Gabriele quando você pretendia me dizer que estava indo embora?! - Abro a boca para responder mas ele me impede.
- Não minta, me diz a verdade!
-Eu não ia mentir. - admito. - Eu vim aqui justamente para isso, Dimitrious eu tenho....
Ele avança em mim antes que eu possa terminar a frase.
-Não me diga que você tem que ir embora, por que você não vai. -rosna loucamente. - Não se depender de mim!
Me enfureço.
- Isso não é você quem decide e sim eu! Eu sei o que é melhor para meus irmãos e não você! - grito perdendo a paciência.
- Você não sabe porra nenhuma! Me diga como você faria para continuar com o tratamento do Toby? Aqui você tem os melhores médicos cuidando dele. Que garantia você tem se vai conseguir o mesmo nesse lugar que pretende ir? -suas perguntas me deixam aflita. -Não esquece como vai ser difícil pra Nella se acostumar em outro lugar ou como você vai fazer a sua tia deixar a vida dela pra te seguir.
Tento me afastar dele no entanto o mesmo me segura no lugar. Seu aperto é frouxo e me permiti me desvincilhar dele se eu quiser, mas não o faço.
-Eu vou dá um jeito! -Digo ele nega. -Mas eu tenho que ir
- Você não vai -Ele diz sucintamente.
- Você não me diz o que fazer! - rugir furiosa o empurrando mas ele sequer se mexe.
- Ok.-cede - Depois de um mês.
- Como? - inquiro incrédula quando ele se afasta e caminha até sua mesa.
Pegando o charuto ele o acende e me encara
-Eu te emprestei quinhentos mil dólares, e como pagamento quero que você fique comigo por um mês. - sinto o chão abaixo dos meus pés sumir. - Você, as crianças e a tia Lili na minha casa. Depois desse mês se você quiser partir eu irei deixar sem objeção nenhuma, Mas até lá você está proibida de sair do país. -dou alguns passo para trás atônita
-Voce só pode ter perdido a mente em achar que vou concordar com essa proposta. Essa sandisse é uma forma torpe de transar comigo e ao mesmo tempo deixar claro que está pagando para me foder?!- grito fora de mim
- Não. Essa é a única solução que tenho para não te deixar partir.
Lágrimas rolam de meus olhos mesmo que eu tente segura-las.
-Sabe o quê? Fica com seu dinheiro que eu posso encontrar outra pessoa para me emprestar. -cuspo e Dimitrious suspira cansado.
-Você não vai porque eu vou me certificar que cada umn não te empreste- Abro bem meus olhos sem acreditar que ele está sendo esse cretino.
Uma raiva sem igual toma conta de mim e eu corro até ele. Bato forte contra seu peito, arranho seu rosto e grito.
- Voce é um cretino, maldito, e eu te odeio, odeio. -descontrolada grito e ele segura meus pulsos. - Eu não vou aceitar essa proposta indecente!!
-Faça isso me odeie! Se ter que lidar com o seu ódio é a única alternativa que eu tenho para que você não vá embora, então eu estou disposto a lidar com ele. - Ele diz encarando meus olhos. -Se eu não fizer isso você vai embora pra sempre Gabriele e irá me esquecer no primeiro momento que tiver oportunidade. Eu serei para você nada além de uma lembrança que com o passar dos anos será completamente esquecida. E Deus sabe que eu jamais irei poder lidar com isso. O que você chama de proposta indecente eu chamo de última saída para não te perder de vez. -soluço e suas mãos largam as minhas e vão para meu rosto. -Sei que não mereço nenhum sentimento vindo de você. Eu te tratei mal e te humilhei . Mas eu te imploro que me dê esse mês, para te mostra que eu posso mudar. - roga.
- Se sabe que não merece porque você está fazendo isso? Ninguém muda do dia para noite. - solto-me dele exausta. Meu coração dói com essa rasteira que ele me deu. - Porque Dimitrious, porque?
Seu olhar mostra uma tristeza sem igual quando ele diz as suas próximas palavras mais também posso ver sinceridade mesmo que eu me negue aceitar essa possibilidade.
- Por que eu te amo. - nego com a cabeça chorando copiosamente -Sim, megerinha eu te amo pra caralho e eu devo ter sabido disso desde da primeira vez que te vi chorar e quis acabar com o que fosse que te fazia sofrer. -dou um passo para trás me curvando, ele faz menção de se aproximar mais eu o impeço.
-Não. -Ele assente e eu me viro para sair. Não podia mais ficar aqui, ainda vejo seu olhar cair se aprofundando mais ainda na tristeza.
Estou quase chegando na porta quando ele me para.
- Gabriele qual é sua resposta? -Não respondo e ele completa. -Sobre a opção que eu lhe dei.
Opção? Eu não tinha uma.
Viro -me e o encaro de frente.
-Eu aceito mais saiba que eu não irei pra sua casa e muito menos me deitar com você! Sinto asco do quê você está me fazendo comigo . - Estava sendo cruel, eu sabia embora não conseguisse parar.
-Posso lidar com isso.
Giro o corpo para sair, mais antes sussurro bem baixo.
-Nunca vou te perdoar por isso! Eu te odeio Dimitrious, odeio.
Abro a maçante e saio, entretanto ainda o ouço dizer.
-E eu te amo Gabriele.
Dimitrious D'leuen
Ela me odiava? Bem, para nossa sorte eu tinha amor para nós dois.
E um mês para prova-la que o que eu sentia era verdadeiro. Deixar Gabriele partir não era uma opção.
Meu coração dizia que ela sentia algo e eu rogava para que ele estivesse certo.
Pelo menos eu tinha o seu ódio.
E sabem o que dizem sobre isso?
Existe uma linha tênue entre o amor e ódio, e ela é facilmente rompida.
E sim eu romperia além da linha, a barreira que ela impôs em seu coração.
Com esses pensamentos em mente, eu busco em meu bolso o celular e disco rapidamente o número. No primeiro toque, ele atende.
- Preciso de você, Ralph. - Digo já pondo em prática o meu plano. - Temos uma pequena mudança para fazer meu amigo e eu tenho pressa.
Continua...
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