| d i m i t r i o u s | (26. 4)
Dimitrious D'leuen
-Se me mandassem adivinhar quem estaria aqui eu jamais imaginaria que era você, o que quer aqui? - pergunto ceticamente.
Torcendo o nariz, ela para em minha frente
-Que decadência! que lugarzinho mequetrefe esse que você veio parar? O Daemon ja conseguiu tirar tudo seu? Eu tive que atravessar a cidade para encontra -lo, nem acreditei quando disseram que estava morando com uma garçonete.
Ver a Lana no meio da sala da Gabriele e ainda depreciando o lugar faz meu sangue ferver.
- Esse lugar é muito melhor do que o que você vive! Anda, fala de uma vez o que quer,espero que seja importante, vamos lá para fora que aqui você está contaminando tudo com esse seu perfume vagabundo. - sei que a atingi em cheio porque vejo a sombra que passa em seus olhos.
Pego -a pelo braço e quase a arrasto até lá fora.
-Sabe que eu não procuraria você se não fosse importante. - Resmunga se soltando de mim.
-Para de se fazer de coitadinha e diga logo a que veio. Tenho mais o que fazer. - a preocupação com meu pai me deixa impaciente.
-É sobre o seu pai. - quando ela diz isso tem toda minha atenção no entanto não mostro.
-O que você sabe sobre o meu pai? Até onde eu sei meu pai desistiu de você faz tempo. -falo com desdém e ela rir escandalosamente .
-Ai que você engana, filho! - pisca.
-Não me chame de filho já que nunca soube ser mãe. -rosno e ela me ignora.
-Como eu estava dizendo, seu pai não desistiu de mim, a Isabel que fez ele se afastar com suas artimanhas, tem tanta coisa que eu fui obrigada a fazer pra preservar a vida de vocês e até do seu pai. Mas isso não vem ao caso agora, como eu disse, vim por causa do seu pai. -ressalta.
- Diga logo o que sabe, eu não estou interessado nas suas histórias nojentas com a Isabel. - perco a paciência e ela começa a falar.
-Eu vim pra dizer que sei onde seu pai está. -quando vê que eu me interesso ela acende um cigarro. - Será que você não tem nenhuma bebida pra me oferecer? Estou com garganta seca.
Bufo.
-Não sei se você observou mas essa é uma casa de familia, a única coisa que posso te oferecer é um copo de água, como eu sei que você não sabe nem o que é isso. Fala logo o que você sabe sobre meu pai.
-O velho Leão não está viajando para espairecer como te fizeram acreditar, a múmia que você chama de mãe, o levou junto com Daemon. A pessoa que haviam levado para cozinhar e cuidar da casa onde ele está veio falar comigo, eu não sou louca de ir até lá sozinha já que seu irmão está com ele. A Isabel fez parecer para o seu irmão que eu o odeio e vou entrega-lo para polícia, se eu for lá pra resgatar seu pai ela me mata. Mas você tem que tirar ele de lá. - Eu quase não a espero terminar e já vou pegar a chave do carro. Mas antes me ocorre uma coisa.
Viro e a encaro.
-Porquê está me contando isso? Até onde eu sei você não é exatamente uma santa que se preocupa com o bem estar das pessoas. - Sinto que a ironia nas minhas palavras a atingem em cheio.
Lana tenta disfarçar mas falha.
- Eu também não sou esse monstro que a Isabel fez todo mundo achar que eu era. Seu pai e eu vivemos uma dessas histórias de amor que não tem final feliz. -suspira - Quando conheci seu pai, eu era apenas uma prostituta em início de carreira. - Ela ri amargamente ao dizer isso - Seu pai era uma cópia fiel sua, quando ele chegava na boate, todas o queriam, mas ele colocou os olhos dele em mim. -Eu a olho com desdém e ela percebe. -Não pense que eu fui sempre assim como estou agora, eu era bonita e irradiava juventude e alegria. Seu pai e eu nos apaixonamos, eu não cobrava nada dele,Estava satisfeita com o que ele podia me dar, ele por sua vez quis exclusividade, me tomou pra ele e me mantinha em tudo que eu precisava. Mas como em tudo tem que ter uma invejosa pra atrapalhar, uma "amiga" foi lá e contou para Isabel sobre mim, ela transformou a vida do seu pai e minha, em um verdadeiro inferno. - Eu bufo, Agora eu sei que a Isabel é bem capaz disso.
"Uma das muitas coisas que ela fez. Ela continua. -Foi arrumar uma acusação de pedofilia para cima dele. - A olho sem entender e Lana explica - Esqueci de dizer que eu tinha desesseis anos quando conheci seu pai. Mas mesmo assim nos não nos separamos, Continuamos a nos ver escondidos. Seu pai me tirou da prostituição e me comprou um apartamento. Mas ele me deixava muito sozinha, ia sempre que dava me ver e depois sumia. Tinha um ciúme absurdo de mim, eu não podia falar nem com o porteiro que se ele soubesse brigava comigo. Para espantar a solidão eu comecei a usar drogas quando vi já estava viciada. Seu pai quando soube até tentou me ajudar, me internou em uma clínica mas quando eu saí logo estava usando de novo. E foi quando eu me descobri grávida. Fiquei tão feliz que quis gritar pro mundo a minha felicidade. No entanto... ao fazer isso chegou até os ouvidos da múmia e ela veio e queria me obrigar a abortar, mas eu não quis, ela disse que era a vontade do seu pai que eu abortasse. Eu pedi por vocês , disse que ia embora e nunca mais ouviriam falar de mim, para se certificar que eu sumiria ela mandou uma mulher da confiança dela pra cuidar de mim além de dois seguranças. Em nenhum momento ela soube que eram duas crianças. Me mandou para uma fazenda afastada da cidade, eu tive meus bebês e voltei pra cidade.
Com tristeza ela conta. -O Leão já tinha se esquecido de mim, a Isabel tinha se encarregado de dizer a ele, que eu tinha arranjado outro "pato"
Como eu não sabia fazer outra coisa eu voltei pra vida. Mas desenvolvi uma raiva enorme por ter que cuidar de dois bebês, as amigas da casa onde eu morava ajudavam enquanto eu atendia os clientes. Pedi a mulher que cuidou de mim na fazenda, para cuidar de vocês enquanto eu trabalhava mas ela só podia cuidar de um. Como o Daemon era o mais frágil eu o mandei e fiquei com você.
-Maldita hora que fez isso! - Falo sem conseguir me conter. Ela ri sem humor.
-A meu ver, você aguentaria ficar comigo lá, já o Daemon não sei se teria resistido. Quando você já tinha oito anos, o seu pai voltou a boate. Quando eu o vi, todo amor que eu sentia por ele,voltou tudo. Mas ele não me queria mais, tinha muita mágoa de mim. Então eu disse a ele que tinha estado grávida dele, ele não sei porquê, contou pra Isabel, que fez a boazinha e levou você para viver com ela. Eu por medo não disse a ela que existia outro garoto. Ela voltou depois sozinha e me ameaçou. Disse que iria matar você e seu pai se eu voltasse a chegar perto do que ela chamava de familia dela. Me deu dinheiro e eu montei o cabaré fora da cidade. O resto você já sabe. -conclui
-Olha eu lembro de tudo que você fazia comigo, as coisas que me "obrigava" a ver, as constantes surras que dava. Nada justifica o que a Isabel fez mas você também não foi nenhum exemplo de mãe. - jogo minha mágoa em sua cara.
-Eu não estou querendo me justificar, só queria que soubesse a minha versão dos fatos. - dá de ombros.
-Conseguiu seu objetivo, agora vamos lá buscar meu pai. - Falo seco, mas por dentro estou tremendo. A vida dela também não foi fácil, tudo graças a Isabel. -Me espere aqui fora.
Não espero ela responder e entro em casa. Gabriele está na sala já vestida me esperando. Ela corre em minha direção e me enche de perguntas.
-Aconteceu alguma coisa? Quem é aquela mulher? Porquê ela veio te procurar assim tão cedo? -acabo rindo de sua curiosidade.
-Aquela mulher lá fora, é a minha progenitora. Era pra ser a minha mãe. - Falo com amargura, vejo a expressão dela mudar.
- Acho que tenho um assunto para tratar com ela. - A seguro pelo braço.
-Melhor não, deixa-a . Eu vou sair e resolver umas coisas você me espera para conversarmos? - Ela me dá um abraço bem confortante, parece que sabe que eu precisava. Afundo meu nariz em seus cabelos limpos e aspiro.
-Estarei bem aqui quando voltar. Vou sair também para deixar as crianças na escola e resolver outros assuntos mas quando voltar eu estarei aqui -sussurra.
-Promete? -pergunto quase infantil. Ela sorri e levanta o dedo mindinho.
-Prometo. - A beijo na boca e saio.
(.. )
Entro no carro e Lana se senta ao meu lado em silêncio. Acho que tudo que me contou trouxe um pouco de nostalgia a ela, ela fica bastante pensativa e prestando atenção no caminho, de vez em quando me dá alguma instrução e volta a atenção pra estrada.
-Agora vira à esquerda, está vendo? Já da para ver a fazenda daqui, agora vamos parar aqui para os leões de chácara dela não nos verem, não se iluda achando que o Daemon é culpado de tudo, a Isabel é a cabeça por trás de toda essas maldades -avisa.
-Eu não sou de me iludir fique tranquila. -Faço sinal para Ralph e os caras e eles param logo atrás de mim.
Desço do carro e explico o plano aos demais.
-Vamos seguir pelo mato e chegar por trás , vamos contar com o elemento surpresa mas mesmo assim eu peço para que tenham cuidado, o que vamos encontrar ai são pessoas dispostas a tudo. -falo e sigo na frente seguido por Ralph e os outros seguranças.
Eles são tão confiantes que não seriam encontrados que nos fundos não tinha ninguém vigiando e a porta estava aberta, no que parecia ser uma cozinha, uma senhora de uns sessenta anos cozinhava. Quando ela me vê se assusta e leva as mãos ao peito mas não emite nenhum som. O que evita que alguém que esteja ai dentro nos ouça.
-Bom dia senhora! - A Lana se aproxima e ela a reconhece.
-Bom dia ! Ah... Lana você veio. Que bom que chegou a tempo, o senhor D'leun não está muito bem, mesmo estando com muita febre, ele foi obrigado a sair com Daemon para pescar, ele disse que quer viver com o pai tudo que lhe foi negado. Quando o trouxeram estava com o ombro machucado, a ferida está bem infeccionada, eu lavei e usei umas ervas que conheço mas não foi suficiente. A senhora precisa resgata-lo e leva- lo para o hospital. - pede temerosa.
- Onde é esse lugar onde estão pescando dona cida? - Lana pergunta e ela apaga o fogo e nos chama para mostrar o local.
De longe eu vejo meu pai sentado em uma cadeira, no ombro dele tem um curativo enorme, provavelmente por conta do ferimento que a dona Cida falou. Daemon e ele estão sozinhos, parecem conversar. Meu pai parece sentir minha presença e olha na nossa direção, o Daemon também nos vê, ele se levanta com uma arma na mão e vem em nossa direção com a expressão transformada .
-Você não vão tirar meu pai de mim outra vez irmão! Se não quiser que eu te mate, vá embora agora! E leve esses imbecis com você. -Ralph olha para mim com a mão na arma, só esperando uma ordem minha.
Ralph é um exímio atirador, Daemon não teria a menor chance contra ele, como se percebesse isso ele muda de tática, volta atrás e aponta a arma pra cabeça do meu pai.
-Vá embora Dimitrious! - A voz do meu pai é pouco mais que um sussurro. - Ele não me faria mal, vá agora Dimitrious! Eu não quero que ele te machuque. - Quando ele diz isso o Daemon da uma coronhada na cabeça dele que cai. Mesmo com ele caído ele continua com a arma apontada para cabeça dele.
- Até em um momento como esse você escolhe o outro! Eu não preciso de você e nem daquela puta ali. - Aponta pra Lana. -Todos preferem a ele,até a puta. - Fala em um tom de desalento enorme. Esse cara precisa se tratar.
Lana da um passo a frente e eu juro enxergar lágrimas em seus olhos.
- Eu não preferi a ele, Daemon. Foi você que não me quis ao seu lado. - Eu a olho sem entender e ela explica - Teve um tempo que o Daemon esteve morando comigo, mas a Isabel o pegou outra vez para ela. Acho que ainda não tinha conseguido tudo que queria através dele. -ele aponta a arma pra ela.
-Cuidado como você fala da minha mãe! Lava essa sua boca imunda para falar dela sua puta! - Ela se encolhe toda, o estrago da influência da Isabel na cabeça dele foi maior que imaginava.
Resolvo interferir
-Daemon! Me deixe levar o meu pai... ou melhor nosso pai ao médico, ele não está bem, precisa ser examinado pelo médico,Se ele não for medicado ele vai morrer. - Ele olha para nosso pai caído e depois para mim.
-Eu não vou deixar ninguém levar o meu pai! Eu vou levar ele para dentro e vou cuidar dele eu mesmo. E se alguém tentar me impedir eu vou jogar ele no chão e mata-lo. Se ele não ficar comigo também não ficará com você , você já teve muito dele. Agora é a minha vez. - Ele pega o pai nos braços com muito esforço porque meu pai é um homem grande e forte, começa carrega-lo.
-Daemon, ele está muito fraco, me deixa ajudar a cuidar dele então, por favor meu filho! Seu pai vai morrer. - A Lana chora implorando.
-Pode chorar puta velha! Ele não precisa de você e nem do seu filho. - Dimitrious! Fala para os seus homens colocarem as armas no chão. E você também larga a sua ai no chão bem devagarinho , eu odiaria ter que matar meu pai. Mas mataria se fosse pra impedi- lo de ficar com você - faço sinal e todo mundo deposita as armas no chão, meu pai tem as pernas curvadas e é arrastado até a porta pelo Daemon. Ele parece tão frágil, meu coração fica apertado ao ver meu pai naquela situação. Eu estava acostumado a ver meu pai forte altivo. Sempre dando ordens e cuidando dos negócios dele. Agora vendo-o assim quase um farrapo humano me deixa muito mal.
-Saiam todos da frente! - Ele pega o celular no bolso e liga para alguém.
-Onnde vocês estão? Que porra vocês não poderiam se afastar tanto! Venham agora pra cá! Não importa se fui eu que mandei irem embora! Voltem agora. - Então o Daemon estava sozinho . Penso em maneira de pegar meu pai.
Quando estão chegando na porta vejo meu pai me olhar e pisca para mim, nesse momento ele se solta do Daemon e ergue os braços e segura no umbral da porta e levanta os pés e acerta o peito dele com os pés, ele se desequilibra e cai sentado, a arma dele cai da mão dele e um tiro é disparado e meu pai cai. Corro até eles e pego a arma no chão e passo para Ralph que vem logo atrás.
O Daemon se levanta e olha para meu pai no chão e depois pra mim. Ele se vira e sai correndo pela sala da casa em direção a porta da rua, Ralph e os caras correm atrás dele .
-Lana, fique aqui com ele por favor. -peço e Ela se ajoelha perto dele e eu vou atrás dele também, esse psicopata não pode ficar solto senão todos corremos perigo inclusive Gabriele e as crianças.
Vejo Ralph e os caras olhando pelo mato.
-Ele se embrenhou no mato, chefe, mas não deve ir longe, está ferido. O tiro disparado deve te-lo acertado, ele deixou um rastro de sangue.
Um carro para do outro lado do mato e Daemon se arrasta até a porta e entra e o carro são em disparada.
Ainda dá tempo de ver a Isabel no banco do carona. Mais uma vez esse psicopata consegue fugir. Preciso levar meu pai para um lugar seguro; por outro lado eu não posso correr o risco de deixar Gabriele e as crianças, sozinhas naquela casa. Até porque eu não quero que ela fuja enquanto estou fora. Ela esta bem assustada com medo que a Diana saia da cadeia e faça algo com as crianças. E ainda tem o Daemon, Que enquanto estiver solto pode fazer muito mal a ela já que se acha o dono dela. Preciso mudar a abordagem com Gabriele, já vi que se pedir algo a ela a resposta automática é não.
Volto para a casa onde estão meu pai e Lana. Tinha um plano para por em prática mais antes tinha que cuidar de meu pai.
(.. )
Busco Gabriele pela casa e a encontro no quarto da Nella arrumando umas roupas.
- Gabriele, nos precisamos conversar. - Ela se vira soltando as roupas na cama e me olha preocupada.
- O que houve? -pego sua mão e me sento na cama e a faço sentar em meu colo.
- Eu preciso que você faça suas malas, nos vamos viajar! -Ela fica surpresa.
- Você sabe que eu não posso deixar as crianças sozinhas. É perigoso - sabia de sua resistência então apelo para o lado prático.
-Me ouça Gabriele. Será uma viagem curta. Iremos apenas até Miami, ficaremos poucos dias e voltaremos. As crianças não estarão sozinhos.
-Dimitrious! Não existe essa possibilidade, essa casa não é segura mesmo com a Diana presa. Me pedir para que eu deixe meus irmãos sozinhos... eu não posso aceitar -Ela diz em um fiapo de voz. Anguistada.
- Por favor, megera, eu vou levar meu pai para Miami e vou aproveitar pra ver uns negócios por lá com uns alemães e preciso das suas habilidades de intérprete, além do mais, seus irmãos não estarão sozinhos vamos deixa-los no meu apartamento. Lá os seguranças vão cuidar deles e ninguém entra lá sem primeiro ser anunciado. -falo e ela parece pensar.
- Quantos dias?
-Dois dias, apenas dois dias, Gabriele. - ela concorda.
-Se forem só dois dias, então eu irei com você. Faço as malas em uma hora. - Fala e sai do quarto.
Me levantei também e a seguir, eu precisava ajuda-la com tudo antes de irmos viajar. Deixaríamos as crianças e a tia Lili seguras antes de tudo.
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