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🌹33-Pesadelos & flores🎶

"O amor é uma flor, você tem que deixa-la crescer." -John Lennon-

A chuva caia forte lá fora, era quase impossível enxergar o que acontecia na autopista á sua frente. A musica baixa era quase imperceptível de se ouvir por causa do barulho dos para-brisas que estava travando uma batalha com a forte chuva. Relâmpagos e trovões, assustavam qualquer um que por ali passava. O vento forte, fazia ás folhas das arvores balançar sem sessar. E apenas no som se ouvia o refrão da musica de Guns & Roses, don't cry.

Não chore esta noite
Eu ainda amo você, querida
Não chore esta noite
Não chore esta noite
Existe um paraíso acima de você
E não chore esta noite
Me dê um sussurro
E me dê um sinal
Me dê um beijo antes de você
Me dizer adeus
Não leve isso tão a sério agora
E por favor, não leve isso tão a mal
Eu ainda estarei pensando em você
E nos momentos que tivemos, querida

E foi sobre esse som que ele pode ouvir o desespero na voz de Giovanna enquanto pisava no freio do veiculo, mais não havia nenhuma resposta, nenhum sinal. O freio não funcionava, e o carro continuava a pegar embalo e deslizar na pista completamente molhada. Um clarão se fez em outra direção, e eles puderam ver um enorme caminhão surgindo bem na sua linha periférica de visão.

- Ai meu Deus, nós vamos morrer Rafael! - gritou a loira apavorada, mas o moreno continuava tentando manter sua calma inabalável. Virou o volante para á esquerda, mas na velocidade que estava o carro deslizou ainda mais na pista indo para a contra mão, e capotando cinco vezes antes de bater numa mureta e depois caindo barranco abaixo, onde a loira apagou por completo.

Giovanna abril os olhos lentamente, e sentiu uma forte tontura, e um mal estar. Na sua frente não se via nada a não ser o airbag, que havia sido acionado , no momento que o veículo teve o impacto de alta intensidade. Ela sentiu um liquido escorrer na lateral do seu rosto, e assim que levou a mão a testa, pode perceber que estava ferida, e que era seu sangue.

-Luca! Você está bem? - disse num sussurro com certa dificuldade, mais não obteve nenhuma resposta.- Rafael, você está me ouvindo? Por que não me responde? - perguntava á loira, mais não obtinha uma resposta.- Luca! - tornou a chamar já nervosa, e com á mão tremula soltou o cinto de segurança e virou com dificuldade para ver o moreno que estava inconsciente. -

-O que eu faço? - se perguntava apavorada.- Pense Giovanna, pense. - falava á loira sozinha tentando buscar respostas.- Ok, vamos checar os sinais vitais. - Falou a loira, ao se lembrar que havia aprendido alguns primeiros socorros em um curso durante o acampamento de verão, e rapidamente levou á mão a testa do moreno, e ele estava gelado demais. Levou a mão tremula até o pescoço do moreno e checou a pulsação, e não conseguiu sentir nada. O coração não estava batendo.- Não pode ser! - murmurou baixinho tentando não entrar em desespero, e conferindo se ele respirava. Mais também não conseguia sentir a respiração do moreno.- Não, por favor... Não faça isso comigo... Você prometeu ficar comigo. - disse em prantos.- Você prometeu cuidar de mim... Pare de brincar ok! Abra os olhos por favor... Abra os olhos. - era tudo o que ela conseguia falar enquanto batia no peito do moreno e o chacoalhava sem conseguir obter respostas. Não sabe ao certo como, mais quando deu por si, ás lagrimas banhavam o seu rosto. Então, ao longe pode ouvir vozes falando, e luzes de lanternas, iluminar a floresta deserta e escuro.- Por favor, nos ajudem! Estamos aqui em baixo... Estamos feridos. - gritou a loira apavorada tentando fazer com que ás pessoas escutassem sua voz. Não demorou muito para ás vozes chegarem ao local, e quando ela deu por si, estava sendo resgatada por uma equipe de bombeiro que fizeram os devidos primeiros socorros. Mas quando um dos paramédicos se aproximou de Rafael o homem suspirou pesadamente.-

-O que houve doutor? - perguntou Giovanna apavorada ao ver á expressão do homem, e ela conhecia muito bem aquela expressão.- Meu amigo vai ficar bem?

-Sinto muito senhorita, mais ele está morto!

-Não! Não pode ser. - disse ao tentar se soltar da maca que havia a imobilizado.- Ele não morreu.

- Calma senhorita, fique tranquila.

-Você precisa salvar ele, por favor...

-Senhorita se controle por favor... Não há mais nada que possamos fazer, é tarde demais... Ele morreu, eu sinto muito.

- Nãoooooooooo! - A loira gritou apavorada, e despertando do terrível pesadelo.-

Rafael que deu um pulo da cama ao ouvir o grito da loira, e foi logo acendendo a luz. E assim que o fez, pode ver uma loira completamente encharcada de suor, e com olhos apavorados.-

-O que houve? - perguntou o moreno ao se aproximar da garota, e se acomodando ao seu lado na cama. Porém, assim que o fez, foi surpreendido pelos braços da loira em volta de seu pescoço, e lágrimas banharem o peito nu de Rafael... Ele ficou ainda mais assustado, quando ela começou a tremer em seus braços e dizer palavras sem nexo.- Calma bambina, respira fundo princesa... Você precisa respirar...

- Rafael querido, o que aconteceu? Está tudo bem? - sua avó Paola chamou do lado de fora do quarto batendo na porta.-

- Está tudo bem nonna! - disse tentando se levantar para ir até a porta, mais sendo impedido por Giovanna que segurou o seu braço em prantos.-

-Por favor não me deixa! - disse baixinho em meio á lágrimas, e aquilo fez o coração de Rafael dilacerar por completo.- Não me deixa sozinha... Não me abandona.

-Corazón tranquilo. ¡Estoy aquí!- Rafael falou assim que voltou para a cama e tentando tranquilizar a loira. Mas novamente ouviu a batida na porta e a voz de sua avó ecoar novamente do lado de fora do quarto.- Nonna, a porta está aberta. - Rafael avisou, e segundos depois a senhora surgiu na porta juntamente com o seu marido, e estava bastante preocupada.-

- O que houve querido?

- Acho que ela teve um pesadelo. - disse o moreno ainda abraçando a garota.-

- Eu vou preparar algo para acalmar os nervos, e já trago para você.

Rafael apenas assentiu, e a senhora saiu do local com o marido deixando o casal sozinho no ambiente. Depois de um longo tempo, quando percebeu que ela já estava mais estável, foi se afastando do abraço devagar, e logo depois tirando as madeixas da frente do rosto da garota, e vendo seus olhos verdes completamente vermelhos devido ás lagrimas.-

-Você teve um sonho ruim? - ele perguntou para a loira que apenas respondeu com um meneio de cabeça.- Foi muito ruim? - novamente Giovanna confirmou com a cabeça.- No tienes que tener miedo, cariño. ¡Estoy aquí! - disse em espanhol tentando confortar a loira.-

- Gracias!

-Por que está me agradecendo?

-Por tudo! - disse fungando, e tentando não chorar.- Você sempre esteve comigo, em todos os meus momentos, sejam eles bons e ruins. Eu sou muito grata por tudo que fez por mim, Rafael.

-Você não precisa me agradecer por nada Giovanna, o único que tem que agradecer aqui, sou eu.

- Não é verdade! - disse sentindo á voz embragada e algumas lagrimas teimar a cair pelo seu rosto.-

- Ei, nada de chorar essa noite... Por que choras?

- Por que eu tenho medo... Estou com medo! Eu, eu não quero perder você.

-Pare com isso! Você não vai me perder... Eu fiz uma promessa que cuidaria de você. E apesar de não ter sido um bom amigo, eu tentei fazer o meu melhor. - disse tocando o rosto da loira suavemente e secando suas lágrimas e olhando profundamente dentro de seus olhos verdes.- Giovanna, eu... Eu... Eu te...

-Aqui está um suco de maracujá e uns biscoitinhos de nata. - disse dona Paola entrando no local com uma bandeja em mão.-

-Gracias senhora.

-Não precisa me agradecer meu amor. - disse depositando a bandeja em cima da cama e depois tocando a mão da loira calorosamente.- Eu não sei que sonho foi esse que lhe deixou tão abalada, mais não fique presa a tudo isso, e nem fique angustiada por algo que não existe. - disse com um largo sorriso e depois dando uma piscadela para a loira antes de desejar boa noite e se retirar do quarto deixando o casal sozinho no local. Rafael não disse uma única palavra, apenas pegou o copo com suco e ofereceu á loira que aceitou prontamente. Depois de um tempo em completo silêncio, Rafael percebeu que á loira estava mais calma.-

-Você está bem? - o moreno perguntou um tanto preocupado com a garota.-

- Sim, grazie! - disse a loira confirmando com a cabeça depois de terminar de tomar o suco de maracujá e provar alguns biscoitos sobre o olhar do moreno.-

- Você realmente está bem? - o moreno retornou a perguntar e a loira assentiu com a cabeça, mas aquilo não foi muito convincente para o rapaz que se levantou da cama e andou até o seu guarda-roupa, e pegou uma de suas jaquetas Varsity, uma espécie de moletom usado pelo time de basquetebol do colégio. - Vista isso, e vamos dar uma volta.

-Agora?

-Sim! -falou despreocupadamente, enquanto pegava um moletom com capuz, um boné de baseball, e vestia uma calça jeans em absoluto silêncio. A loira estava imóvel e sem ação, observando cada movimento do moreno.- Eu vou levar á bandeja pra cozinha e lhe espero lá na sala. - disse Rafael pegando o celular em cima da escrivaninha, e depois abrindo uma das gavetas da mesa, pegando algum conteúdo que não deu para ver o que era, e logo em seguida se retirar do local deixando á loira sozinha e pensativa.-

Giovanna andou até a mala e pegou uma calça jeans e calçou os tênis, logo depois vestiu a jaqueta varsity e se olhou no espelho. E apesar da loira ser bem alta, a jaqueta ficava grande em seu corpo, e com certeza á jaqueta cabia duas Giovanna Fontana ali dentro. Suspirou profundamente em frente ao espelho, prendeu o cabelo em um rabo de cavalo e saiu em direção a sala, onde encontrou o moreno conversando com dona Paola e seu Alejandro.

-Não acha que está um pouco tarde para um passeio noturno querido? - disse dona Paola preocupada.-

-Eu não vou demorar, prometo! - disse Rafael calmamente para o casal.-

- Você ainda tem ás chaves da casa? - perguntou o senhor Alejandro ao neto.-

-Sim, vovô, não se preocupe pois já peguei.- disse retirando um pequeno molho de chave do bolso.-

-Ok, leve o seu celular, e qualquer coisa é só telefonar. - disse á avó preocupada para o neto.-

-Não se preocupe nonna, eu não vou demorar.

-Tudo bem! - disse á senhora suspirando e se dando por vencida.- Tem flores lá em baixo, você pode usar.

-Grazie! - disse sorridente e depois olhando para a loira parada á poucos metros e estendendo á sua mão. Giovanna rapidamente aceitou, e segundos depois se retirava do local sobre o olhar de Alejandro e Paola.-

Quando Rafael chegou no andar de baixo avistou o balde de flores e pegou algumas rosas brancas e vermelhas, e entregou para á loira segurar, que não entendeu nada.

-Por que essas flores?

- Vamos precisar delas para jogar no rio. - foi tudo o que disse ao abrir o portão social e dar passagem para á garota passar. Assim que fechou devidamente o portão, pegou na mão da loira e começaram a andar tranquilamente, e em absoluto silêncio.-

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O modelo de jaqueta Varsity surgiu em 1865, na universidade de Harvard. Lá ela só podia ser usada pelo time de basquete da universidade, e só pelos melhores jogadores. Depois de um tempo é que a jaqueta foi chegando em outros times e hoje é praticamente indispensável em qualquer um nos EUA.

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