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˖࣪ ❛ QUEIMADURAS DE FÊNIX
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APARENTEMENTE FOI MAIS uma noite comum quando todos receberam patronos de Dumbledore ou Moody. Hermione e Sirius estavam sentados para outro jantar com os Potter quando o patrono chegou. Lily empalideceu e James e Sirius congelaram. Eles foram informados de que o cerco à Mansão Malfoy provavelmente aconteceria mais cedo ou mais tarde. Mas isso não mudou a realidade quando finalmente chegou a hora. Por um momento feliz, mas fugaz, eles quase conseguiram fingir que tudo estava bem - tão normal quanto conseguiam se lembrar da vida.
A Ordem se reuniu com uma rapidez e unidade que Hermione nunca tinha visto em sua época. Talvez seja porque todos sempre estiveram tão preocupados com a semântica de "tentar proteger as crianças". Hermione sabia, em retrospecto, que ela tinha muito pouco conhecimento da Segunda Ordem. No entanto, esta reunião final não só convocou os seus principais líderes e profissionais qualificados, mas também todos e quaisquer aliados que alguma vez tiveram.
Hermione olhou ao redor da sede com admiração.
Andrômeda estava reunida com toda a sua família. Ted Tonks estava orgulhosamente ao lado dela, com a filha deles, Nymphadora, nos braços.
Narcissa estava do outro lado da irmã com Draco segurando sua mão. Sirius se aproximou para cumprimentá-los com um tom sombrio. Quando Snape finalmente chegou, ele encontrou o olhar de Narcissa e foi até o rosto familiar.
Marlene estava esperando com os pais, e Mary McDonald e Hestia Bones Ihes faziam companhia. Hestia até trouxe sua irmã mais nova do departamento de Aurores - Amelia Bones. Os Prewett ficaram orgulhosos ao lado de Moody enquanto discutiam o assunto em voz baixa. McGonagall não estava muito longe de Dumbledore, falando assertivamente para um grupo de seus colegas professores de Hogwarts.
Remus os encontrou rapidamente, Lily garantiu que as crianças estavam escondidas na residência dos Potter com Polly, que tinha instruções estritas sobre contingências.
Kingsley estava com um grande grupo de bruxas e bruxos, todos vestidos com uniformes semelhantes. Hermione só podia presumir que todos faziam parte do departamento de Aurores - talvez os mais leais e confiáveis, ela suspeitava. Molly e Arthur ficaram sozinhos, todos os filhos ausentes enquanto se abraçavam com tensa expectativa.
Dumbledore pigarreou alto, o resto da sala ficou em silêncio enquanto se voltavam para seu líder. — Em primeiro lugar, gostaria de agradecer a todos por terem vindo. Gostaria que fosse em melhores circunstâncias, mas só posso esperar que, depois da luta que temos pela frente, estaremos conduzindo este país para um futuro melhor. — Dumbledore contou a todos com sinceridade. — Auror Moody, gostaria de informar a todos?
Moody assentiu assertivamente, ficando ao lado de Dumbledore.
— Hoje mesmo recebemos informações de um de nossos informantes mais bem posicionados. — Moody inclinou a cabeça na direção de Hestia Bones.
— Há rumores de uma festa acontecendo na Mansão Malfoy esta noite. Acreditamos que provavelmente será uma celebração da vitória pelo ataque à casa do Auror Black.
Sirius enrijeceu ao lado de Hermione, e uma enxurrada de sussurros encheu a sala como fogo demoníaco.
— Como tal... — Moody explodiu sobre eles. — Esta noite é a noite em que atacaremos. Sabemos onde todos ou a maioria deles estarão. E, mais importante, sabemos onde o Lorde das Trevas estará.
— Voldemort. — Dumbledore corrigiu suavemente. — Pretendemos enfrentá-lo - agora não é o momento de temer seu nome.
— Estamos preparados para fazer isso agora? — Molly perguntou preocupada.
McGonagall se adiantou desta vez do outro lado de Dumbledore. — Estamos traçando estratégias com a Srta. McKinnon e nossos Aurores líderes desde nossa última reunião. Temos diagramas detalhados da Mansão Malfoy, bem como planos para quais equipes irão se infiltrar em quais alas. Nossa passagem segura para a mansão foi garantida por Narcissa Malfoy, que comprometeu seus elfos domésticos pessoais - leais apenas a ela - com o dever de nos levar até lá.
— Estamos abordando isso como sempre. — acrescentou Moody. — Todo mundo recebe um parceiro, e você não deve abandoná-lo em nenhum momento. Se ferido, você acompanha seu parceiro de volta aqui para triagem antes de ambos voltarem ao campo de batalha ou os ilesos formarem pares com outro parceiro.
Todos assentiram, os Aurores eram os mais relutantes de todos. Hermione não deixaria de lado algumas de suas tendências heróicas de ignorar o protocolo nesta batalha sem precedentes e voltar sozinha de qualquer maneira.
— Vou deixar que nosso estrategista-chefe anuncie nosso plano de ataque. — Moody disse a eles, apontando para Marlene o trio de líderes seniores da
Ordem.
Marlene McKinnon não era uma bruxa tímida. Depois do único momento de vulnerabilidade em seu primeiro ano em Hogwarts, ela aprendeu uma lição vital: ninguém a protegeria tão bem quanto ela. E ninguém conhecia seus limites além dela. Ela ria de tudo que tentava derrubá-la e vivia com uma sede sem remorso pela vida. Ela viveu o momento. Eles tinham o que tinham quando tinham.
Foi esse fogo profundamente alimentado dentro dela que lhe permitiu endireitar os ombros com confiança diante de toda a Ordem, metade da qual era mais velha que ela.
— Decidimos dividir e conquistar - como fizemos com a fortaleza de Nott. — falou claramente, usando sua varinha para conjurar um modelo tridimensional e enevoado da Mansão Malfoy no centro da sala para referência de todos.
Os membros da Ordem, incluindo os Aurores, assentiram em aprovação.
Gideon Prewett, que agora estava à frente dos Aurores ao lado de seu gêmeo, a observava com um brilho orgulhoso nos olhos.
— Agora, como isso é para ser uma festa, já presumimos que haverá prisioneiros para... — Marlene engoliu em seco, fazendo uma careta de hesitação. — Para seu entretenimento. Narcissa compartilhou a localização exata das masmorras. Uma equipe irá até as masmorras para resgatar prisioneiros e levá-los direto para St. Mungus. Não devemos arriscar trazê-los aqui, nem podemos, já que é sob o comando de Fidellius. Assim que todos os prisioneiros forem libertados, esta equipe estará livre para voltar à luta principal contra os Comensais da Morte.
Ao sinal de concordância, Moody interrompeu. — A equipe de resgate será composta por Marlene McKinnon, Ted e Andromeda Tonks, e Arthur e Molly Weasley. Como todos devem estar em pares, aceitarei um Auror como voluntário para se juntar à equipe de resgate. — todos os Aurores se embaralharam com relutância. Eles estavam todos preparados e dispostos a lutar contra os Comensais da Morte. Busca e resgate era um trabalho nobre e essencial, mas suas habilidades eram necessárias na luta principal!
— Eu irei. — Gideon se ofereceu calmamente.
A cabeça de Fabian virou-se para seu gêmeo. Desde que ele conseguia se lembrar, eles sempre fizeram parceria para missões. Eles subiram juntos na hierarquia de Aurores. Eles sempre lutaram juntos. Ele estava quase prestes a discutir quando viu o olhar de seu irmão parar em McKinnon enquanto continuava a percorrer a sala. Fabian suspirou, sabendo que as habilidades e reflexos de Gideon serviriam bem ao grupo relativamente destreinado de equipes de resgate.
Marlene engoliu em seco, seus olhos presos no penetrante olhar oceânico de Gideon.
— Isso está resolvido. — concordou Moody. — McKinnon- próximo time!
— Uhum... Certo! Temos a equipe de triagem, que deve ficar aqui e curar qualquer membro ferido da Ordem que retornar e determinar se eles estão aptos para retornar à batalha. Até agora, esta equipe inclui Lily Potter e Mary McDonald, ambas curandeiras certificadas perto do final de seu treinamento. Madame Pomfrey, a medibruxa de Hogwarts. E Narcissa Malfoy. Acredito que você também se ofereceu para ajudar na triagem.
— Então temos os lutadores principais - estes são os bruxos e bruxas experientes e treinados que se envolverão diretamente com os Comensais da Morte. Todos vocês serão aparatados diretamente do lado de fora do salão de baile principal, onde os eventos e festividades são realizados. Os elfos confirmaram que isso é a sala sendo preparada para a reunião da noite. Moody liderará sua equipe de Aurores e Severus Snape, Hermione Dumbledore e Remus Lupin foram aprovados por Alastor para lutar com a equipe.
Sirius ficou tenso ao lado de Hermione, seus olhos queimando na lateral da cabeça dela. Mas ela apenas olhou para frente. Ele tinha que saber que isso aconteceria eventualmente. Não havia nenhuma maneira de Hermione ficar de fora.
— Os lutadores secundários ficarão estacionados nas varandas supervisionando o salão de baile. Esta equipe inclui os professores de Hogwarts, quaisquer famílias não designadas, como a minha, e quaisquer outros funcionários do Ministério. Sua tarefa é atingir os Comensais da Morte à distância. Os professores já o fizeram. foram informados - seu objetivo principal é evitar que qualquer Comensal da Morte fuja ou escape. Mas, como um todo, você precisa derrubar o maior número possível deles, mantendo sua própria segurança.
— Todo mundo entendeu? — Moody latiu para todos eles. — Bom. Você pode escolher seus próprios parceiros dentro de suas equipes designadas, mas escolha com cuidado porque você ficará praticamente colado à pessoa pelo resto da noite! — Com a finalização de Moody's, todos se movimentaram para encontrar suas equipes.
Mary foi até Lily no momento em que ela e James se despediram sinceramente. Ele deu um beijo na testa de Lily antes de se juntar aos Aurores. Assim que eles montaram seus caldeirões de poções e bálsamos e criaram estações para triagem, Snape surpreendeu as duas.
— Eu fiz algumas caixas adicionais de pasta curativa à base de Dittany. — Snape disse a elas , entregando-lhes um saco cheio de recipientes cilíndricos de lata.
— É menos potente, mas funciona bem para coisas menores, como azarações para picar ou cortar.
— Tenha cuidado lá fora, Severus. — Lily disse preocupada. — E escolha um parceiro que realmente te proteja! Você terá um grande alvo na sua cabeça esta noite.
Snape acenou com a cabeça uma vez, seus olhos voltando-se para Mary incertos antes de voltar para Lily. Mary prendeu a respiração, sem ousar dizer nada e sem saber o que poderia dizer.
— Tenho certeza de que você fará um ótimo trabalho me remendando se eu não encontrar um. Não tenho certeza de quem estaria disposto a ser meu parceiro. — Snape contou a Lily.
— Pergunte a Hermione! — Lily insistiu.
— Talvez. — Snape reconheceu.
Com um último aceno de despedida, ele se virou para a equipe de Moody.
Mary ficava cada vez mais ansiosa a cada passo que ele dava para longe deles. — Espere! Severus! — ela o chamou, encontrando-o rapidamente no meio da sala.
Ele se virou para ela, levantando uma sobrancelha com curiosidade.
— Volte inteiro. — Mary disse a ele. Ela hesitou antes de acrescentar: — Você terá mais uma amiga que sentirá sua falta se não o fizer.
Os lábios de Snape se contraíram levemente em um sorriso irônico. A mão dele ergueu-se sozinha, pairando logo acima da bochecha de Mary. Sua respiração engatou quando as pontas dos dedos calejados roçaram sua bochecha alta. Se controlando, Snape forçou a mão para baixo, limpando a garganta.
— Você tem minha palavra. — ele murmurou suavemente em seu profundo tom de barítono antes de continuar seu caminho.
Do outro lado da sala, Gideon Prewett desejou boa sorte ao seu irmão gêmeo antes de viajar para onde a equipe de busca e resgate estava reunida. Ele se deparou com eles, ouvindo fragmentos de discórdia entre as irmãs Negras.
— Eu deveria estar lá fora lutando também! — Narcisa argumentou. — Por que você está indo, Meda? Achei que você fosse ajudar na triagem?
— Você seria um alvo ambulante se fosse lá, Cissa. — Andrômeda disse suavemente para sua irmã mais nova. — Além disso, confiamos em você para cuidar de Dora até retornarmos.
Narcisa engoliu em seco, estendendo a mão para a jovem metamorfomaga enquanto Ted relutantemente a colocava no chão.
— É melhor você voltar. — Narcissa disse à irmã com firmeza. — Acabei de ter você de volta.
— Você pode contar com isso. — ela assegurou-lhe profundamente.
Marlene, percebendo Gideon se aproximando, saiu do grupo para encontrá-lo enquanto os Tonks se despediam de sua filha.
— Tem certeza de que é a pessoa certa para se juntar a nós?
Gideon ergueu uma sobrancelha com um sorriso malicioso. — Por quê? Duvidando de minhas habilidades para acompanhar você?
— Dificilmente. — ela revirou os olhos. — Você é um dos segundos no comando de Moody, ele não precisa de você com os lutadores primários?
— Posso me juntar a ele depois da busca e resgate. — Gideon encolheu os ombros. — Eles podem aguentar até então.
— Você quer dizer que podemos nos juntar a ele, certo? — Marlene pergunta incisivamente.
— Você se juntará aos lutadores secundários após o resgate, junto com o resto de sua equipe. — Gideon disse a ela.
— Eu sou sua parceira! — Marlene disse furiosamente. — Se você estiver lutando com os Aurores, estarei ao seu lado.
— Droga, Marlene. — Gideon gemeu.
— Olha, ou você pode aceitar que serei sua parceira onde quer que você escolha lutar, e nós dois podemos ter certeza de estarmos protegidos um do outro. Ou eu simplesmente vou sair furtivamente ao seu lado, e nós dois podemos nos machucar enquanto nós estamos separados. — Marlene cruzou os braços teimosamente.
— Você é um trabalho, sabia disso? — a boca de Gideon se curvou em um sorriso relutante.
— Agradeço a Merlin por isso. — Marlene zombou. — Caso contrário, eu simplesmente deixaria você ir embora sozinho, meio engatilhado e pronto para morrer.
— Eu ficaria bem!
— Temos protocolos por uma razão!
— Que merda. — ele acusou suavemente.
No extremo oposto da sala, todos os Aurores se reuniram com Moody e Dumbledore. Todo mundo estava invadindo parceiros. Como os Aurores estavam acostumados a trabalhar em pares, eles permaneceram com os típicos - pessoas com quem passaram anos lutando ao lado e com quem poderiam duelar de forma síncrona.
Amélia Bones e Benjy Fenwick.
Edgar Bones e Caradoc Dearborn.
Elphias Dodge e Sturgis Podmore.
Kingsley Shacklebolt e Dedalus Diggle.
E mais. Muitos dos nomes citados eram familiares para Hermione pela breve história que ela leu sobre a Primeira Ordem. Mas muitos dos nomes ainda eram desconhecidos para ela.
— Temos que ser parceiros. — Sirius disse a ela com firmeza.
— Eu sei. — ela concordou. — Nossa magia será muito mais forte que o normal quando lançada em conjunto. Além disso, seremos mais capazes de proteger uns aos outros.
Sirius virou-se para James com pesar. — Cara, sinto muito...
— Não! — James insistiu, balançando a cabeça. — Está tudo bem, posso apenas fazer parceria com Remus.
— E quanto a Snape? — Hermione perguntou hesitante enquanto o homem silencioso se aproximava deles.
Sirius zombou levemente enquanto James hesitou. Hermione revirou os olhos. Ela não confiaria que muitas pessoas permaneceriam fielmente ao lado de Severus Snape na batalha. Ele era ranzinza e geralmente não era simpático. Apesar de provar sua lealdade e valor, poucas pessoas na Ordem realmente queriam algo com ele. Não que ele tivesse feito qualquer esforço para mudar isso.
— Acho que ele vai ficar preso comigo. — gritou a voz de Fabian quando ele se juntou a eles. — Parece que fui abandonado pelo meu próprio irmão gêmeo.
Hermione encontrou os olhos de Fabian e sorriu. Ele era um dos poucos em quem ela podia confiar para ser imparcial. Ela temia não poder contar com os Marotos para esta tarefa específica.
— Eu vi você duelar, Snape. Você não é mau. Eu só preciso que você me proteja e eu cuidarei da sua. — Fabian ofereceu sua mão e Snape olhou para ela incerto por um momento antes de apertá-la.
Snape assentiu sem palavras, sua postura confiante e olhar inflexível fazendo todas as promessas que ele não faria em voz alta.
— E você, Alastor? — McGonagall perguntou em voz alta. — Onde está seu parceiro?
Moody olhou para a professora de transfiguração geralmente severa, que o observava com desafio no olhar. Parece que ela ainda não superou o último incidente durante uma reunião. Moody não pôde deixar de provocá-la novamente.
— Ah, Minnie, você sabe melhor! — Moody deu uma gargalhada. — Eu lidero o ataque - não preciso de um parceiro.
— Então, você vai quebrar o protocolo? — Minerva zombou, suas narinas dilatadas sendo o único sinal de sua reação ao apelido ridículo. — Meu Deus, que péssimo exemplo para liderar.
Antes que Moody pudesse responder, Dumbledore interveio. — Sabe, Minerva, você está certa. Talvez você se dignasse a ser parceira de Alastor na batalha.
— O QUE? — tanto Moody quanto Minerva viraram a cabeça em direção ao seu líder geralmente lógico.
— Eu não preciso de um parceiro! — Moody insistiu.
— Albus, certamente serei mais útil para os outros professores? — McGonagall tentou raciocinar.
— Não, não. — Albus refutou, sua decisão já tomada. — Alastor, Minerva está certa. Você precisa de um parceiro. Precisamos de alguém para apoiar o Auror Chefe. E Minerva, pode ter passado um tempo desde seu último duelo de verdade, mas você esquece que eu vi você lutar. Não consigo pensar em ninguém melhor para trabalhar com o Auror Chefe. Os outros professores se sairão bem.
Moody e McGonagall se entreolharam silenciosamente enquanto o resto dos jovens Aurores reprimiam o sorriso, sabendo que seu supervisor os esfolaria vivos se algum dia os visse.
— O objetivo é bastante simples para nós. — disse Dumbledore, voltando-se para a equipe. — Todos vocês precisam manter os Comensais da Morte ocupados. E podem deixar Voldemort comigo.
Parecia bastante simples, pensou Hermione.
Quão ruim poderia ser?
★
MANSÃO MALFOY
Um desastre total e absoluto - isso é o quão ruim poderia ser.
As coisas começaram razoavelmente bem. Os elfos trouxeram todas as suas equipes para a área do lado de fora do salão de baile enquanto os Comensais da Morte estavam no meio de suas festividades. Tendo ultrapassado as barreiras com a ajuda dos elfos domésticos, eles tiveram o elemento surpresa.
Eles aproveitaram a rara oportunidade para examinar a sala. Havia mais de cinquenta Comensais da Morte no gigantesco salão de baile, todos vestidos, mas desmascarados. No meio da majestosa escadaria que conduzia às varandas havia um único assento semelhante a um trono. O que chocou Hermione não foi a jocosidade espalhafatosa com que Voldemort conduziu sua reunião, mas o próprio Lord Voldemort.
Ela se lembrou de olhar nos olhos frios, mortos e sem alma do monstro sem nariz pouco antes de ser jogada de volta no tempo. No entanto, este
Voldemort, apesar de já ter dividido sua alma várias vezes, ainda não havia perdido seu corpo original. Ele era tão alto quanto ela se lembrava, mas era aí que as semelhanças paravam. Seu nariz existia, por exemplo. Sua careca foi substituída por ondas grossas e exuberantes de cabelo escuro. Seu rosto pálido e subdesenvolvido foi substituído por um queixo angular e maçãs do rosto pontiagudas cobertas por uma pele lisa de porcelana. Isso foi pior que o Voldemort de sua época. Pelo menos então, todos poderiam vê-lo como o monstro que ele era dentro. Agora ele se escondia atrás de um belo traje de humanidade, atraindo seus apoiadores para o seu lado com seu carisma e falsas promessas de purificar e recuperar a sociedade.
Moody silenciosamente os instruiu a se espalharem. A equipe secundária tomou posição nas varandas sob o pretexto de feitiços de desilusão. As festividades da festa foram agitadas o suficiente para que até mesmo Voldemort parecesse alheio ao movimento de seus corpos adicionais.
A equipe principal se espalhou para poder emboscar todas as entradas possíveis do salão de baile, impedindo qualquer caminho de fuga.
Bastou uma deixa de Moody, e o mundo deles explodiu em uma série de flashes e cores brilhantes.
A princípio, a luta parecia uma vitória fácil. Apesar de sua desvantagem numérica, a onda de Aurores varrendo implacavelmente a sala, juntamente com o apoio aéreo de ataques direcionados, foi capaz de libertar os distraídos e surpresos Comensais da Morte. Moody e McGonagall lideraram o ataque frontal, chamando a atenção de toda a sala. Foi quando a cabeça de todos se virou que os Aurores atacaram.
Hermione lutou com graça e agilidade, mantendo Sirius atrás dela o tempo todo. O casal se complementava bem, ambos sincronizados nos floreios e golpes elegantes e praticados de suas varinhas. A varinha de azevinho escuro de Harry se dobrou e flexionou bem com a magia de Hermione, permitindo que ela lançasse mais rápido do que seus oponentes conseguiam acompanhar. Ela não notou muito além dos oponentes diretamente em seu caminho - ela não podia arriscar se distrair. Se seu quinto ano no Departamento de Mistérios lhe ensinou alguma coisa, foi nunca tirar os olhos do oponente. A maioria dos Comensais da Morte não era familiar para ela, seus rostos desmascarados se confundindo em uma fila de vítimas caídas não identificáveis. Só quando um rosto familiar se aproximou deles é que Hermione lançou seu feitiço de transe.
— Meu Deus, olhe aqui. — uma voz afiada zombou. — Como você a salvou, primo?
Bellatrix estava a alguns passos de Sirius e Hermione, seus cachos selvagens e traços marcantes pintando-a exatamente como a personagem vilã que
Hermione lembrava que ela era.
— Não é da sua conta, Bellatrix. — Sirius retrucou em um tom gelado. Prima ou não, ela quase matou Hermione. Não havia como voltar atrás em seu livro.
Ambos os membros da Ordem se assustaram quando uma maldição rápida vinda de trás deles colidiu com uma barreira aparentemente invisível.
Eles olharam para trás e viram Dolohov se aproximando deles vindo da outra direção, seus lábios se curvando em um sorriso predatório.
— Você pode resolver seus assuntos familiares, Black. — Dolohov gritou para Bellatrix. — Mas eu quero a garota.
Um rápido olhar interrogativo entre Sirius e Hermione disse a ambos que nenhum deles havia colocado um escudo contra a maldição de Dolohov. Então, como foi desviado? Eles redirecionaram sua atenção - Hermione, com a varinha apontada para Dolohov e a de Sirius para sua prima. Mas Bellatrix apenas os observou com uma surpresa sem precedentes. Ela viu a barreira protetora se formar instantaneamente entre o par e a maldição de Dolohov.
Sabendo o que ela fez com a garota ao lado de Sirius na última vez que lutou contra eles, havia tantas coisas que poderiam ter permitido que ela sobrevivesse.
Os olhos de Bellatrix se arregalaram loucamente, uma lasca de medo afundando naqueles orbes frios. — Você...
— Elenco duplo. — Hermione sussurrou para Sirius com urgência.
— Estupefaça no 3. — ele respondeu.
— 1...2....
— ESTUPEFAÇA! — ambos exclamaram em direções opostas.
Um estrondo sônico irrompeu do par quando uma onda de energia foi liberada deles. Bellatrix e Dolohov imediatamente caíram no chão como um peso morto - assim como muitos dos lutadores próximos que os cercavam.
A sala inteira parou, os fogos de artifício de atordoantes, feitiços e imperdoáveis parando enquanto todos olhavam para a dupla com quase uma dúzia de corpos inconscientes os cercando. O próprio Voldemort, que até aquele momento estava carrancudo para a cena diante dele como uma inconveniência inaceitável, inclinou a cabeça e estreitou os olhos para o par.
O homem que ele poderia facilmente identificar - características aristocráticas, longos cabelos negros, lutando ao lado dos Aurores? Não poderia ser outro senão Sirius Black. No entanto, a bruxa ao lado dele não era familiar. Quem ela poderia ser? De quem ele sentiu falta? Quem poderia ser capaz de uma magia tão potente?
— Isso termina hoje à noite, Tom. — uma voz calma chamou a atenção de todos. Dumbledore surgiu, caminhando pelo caminho semi-desobstruído até
Voldemort, cortesia dos Aurores.
— É verdade. — Riddle ergueu uma sobrancelha elegantemente. — Nesse momento, eu serei vitorioso e você estará morto. — em uma fração de segundo, ambos atacaram, jatos idênticos de luz vermelha e azul disparando um contra o outro até que seus feitiços colidiram no meio.
As faíscas provenientes do duelo épico tiraram o cessar-fogo temporário da pausa. Bruxas e bruxos de lados opostos começaram a atacar mais uma vez com vigor renovado.
— Merda, Sirius! Os Aurores. — Hermione apontou para alguns inconscientes que os cercavam e que na verdade faziam parte de seu time.
— Todo mundo está usando uma chave de portal no pescoço. — Sirius a instruiu rapidamente. — Só precisamos ativá-los.
Eles passaram pelo aglomerado de corpos caídos, agachando-se para mandar qualquer um que estivesse do seu lado de volta ao quartel-general até que acordassem novamente. Hermione se amaldiçoou internamente. Ela não tinha ideia de que o elenco duplo seria tão cru e intenso.
Assim que eles terminaram de extrair o que restava, uma rajada forte da varinha de Voldemort quebrou todas as janelas do grande salão de baile, bem como o enorme lustre de cristal, fazendo chover vidro sobre todos eles.
Os fragmentos rapidamente reconvergiram sob o controle de Voldemort, avançando em direção a Dumbledore e aos Aurores como drones de ataque.
Os Aurores, ainda ocupados com seus duelos individuais, estavam totalmente vulneráveis ao ataque iminente. Graças à inteligência de Dumbledore, o vidro foi rapidamente transformado em um fino jato de areia.
Embora tenha salvado muitos deles, também os cegou temporariamente. Naquele momento de tensão desarmada, várias coisas aconteceram que fizeram o coração de Hermione cair no chão.
Alguns passos atrás deles, Remus e James foram pegos de surpresa pelos irmãos Lestrange. A varinha de Remus voou de sua mão quando James foi pego no braço por um feitiço cortante. Alguns passos à frente deles estava a grande escadaria, no fundo da qual Dumbledore ainda estava se recuperando da areia fina. O tempo desacelerou ao ritmo de um caracol.
Hermione viu Voldemort levantar sua varinha antes mesmo de Dumbledore se virar para ele, um brilho vitorioso em seus olhos famintos de poder. Ela ouviu Sirius gritar os nomes de seus amigos enquanto se lançava em seu auxílio.
Os lábios de Hermione se curvaram, retorcidos e sem graça. Ela sabia que muitas das figuras heróicas entre eles esta noite acabariam por renunciar ao protocolo para conquistar a vitória que tão desesperadamente precisavam.
Nunca em um milhão de anos ela se incluiu entre eles. Hermione era a mais sensata. Era ela quem geralmente dissuadia Harry de fazer acrobacias não planejadas e ridiculamente arriscadas.
Enquanto Sirius corria em direção a James e Remus, ela sabia que deveria segui-lo. Ele era seu parceiro e eles deveriam ficar juntos. No entanto, mesmo quando a parte racional de sua mente lhe disse para segui-lo, suas pernas já a levavam para frente, sua varinha erguida em direção ao Lorde das Trevas com a maldição cortante mais desagradável que ela conhecia.
O que deveria ter sido o ataque devastador de Voldemort a Dumbledore se transformou em um escudo surpreso quando um feitiço inesperado foi lançado contra ele de um ângulo diferente.
Riddle virou-se para a bruxa no final da escada com raiva, erguendo-se ao máximo enquanto Dumbledore se recuperava.
— E quem pode ser voce? — Riddle soltou uma raiva desenfreada, sua voz crescendo constantemente pelo salão de baile. — Quem diabos é você para pensar que pode derrotar o grande Lord Voldemort?
Todas as partes congelaram mais uma vez. Sirius, que tinha acabado de desarmar um dos irmãos Lestrange e permitir a James a fração de segundo necessária para atordoar o outro, virou-se enquanto um medo gelado inundava suas veias. Dumbledore e Hermione estavam em lados opostos da base da escada, olhando desafiadoramente para um dos bruxos mais sombrios de seu tempo.
Hermione sentiu seus lábios se curvarem em um sorriso genuinamente divertido enquanto ela evocava a bravura de Harry e Dumbledore de todas as vezes que os viu enfrentar o bruxo que arruinou tantas vidas. E para quê?
— Ah, você não entendeu a mensagem, Tom Riddle? — ela zombou descaradamente. — Nomear-se um lorde na verdade não faz de você um. Você ainda é apenas o garotinho meio-sangue danificado que nunca aprendeu a se dar bem com os outros.
As narinas de Riddle se dilataram enquanto o braço da varinha se contraía. A própria Hermione ficou tensa ao notar Nagini deslizando silenciosamente pelas escadas atrás dele.
Hermione inclinou a cabeça com sarcasmo. — E você tem mais de um Dumbledore com quem se preocupar esta noite.
Riddle atacou como uma víbora. Seu primeiro feitiço foi em direção a Hermione, que o desviou apressadamente. Em sua raiva, ele bloqueou facilmente a intervenção de Dumbledore, sua energia bruta e pulsante jogando o bruxo mais velho contra o corrimão. Pelo canto do olho, ela notou Nagini se enrolando como se estivesse se preparando para atacar, direto para o Professor Dumbledore.
Hermione ergueu sua varinha, lançando sem arrependimento um rápido sectumsempra em direção à serpente gigante quando um segundo flash a cegou de sua visão periférica.
A última coisa que ela viu foi o rosto sorridente de um jovem Voldemort através da luz verde pútrida que a envolvia.
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