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˖࣪ ❛ O LAÇO DE SANGUE
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[Este capítulo contém cenas +18]
HERMIONE APARATOU DE volta para a Mansão Potter imediatamente, vasculhando freneticamente sua bolsinha roxa. Demorou muitas semanas antes que ela parasse de sentir a necessidade de carregá-lo com ela o tempo todo. Mas agora, a pequena bolsa parecia pesar uma tonelada, apesar dos encantos nela. Suas mãos tremiam enquanto ela vasculhava livros há muito enterrados em busca do exemplar que quase queimou. Mesmo com sua reverência pela palavra escrita, havia certos males que não deveriam existir no mundo.
O livro pesado e preto estava em suas mãos, provocando-a com sua magia e poder seculares.
Por que diabos ela e Sirius estavam ligados por um ritual neste livro? Alguém fez isso com eles - como punição? Na pressa de redescobrir o ritual, ela se esqueceu completamente de perguntar a Severus como eles estavam ligados, para começar.
Ela folheou o livro, seus dedos ágeis pararam quando o encontrou.
O Ritual do Coniunctus.
Se realizado nos dois sentidos, o Ritual Coniunctus é um vínculo mágico sagrado, unindo irrevogavelmente os núcleos mágicos de dois magos muito poderosos. Ambos devem sobreviver ao teste do vínculo, pois se um deles for demasiado fraco, ambos morrerão. Mas, com sucesso, o par permanecerá intocado, pois nenhum deles poderá morrer enquanto o outro viver.
Eles se tornam a força um do outro e, em conjunto, podem lançar magia para superar até o próprio Merlin.
Hermione quase deixou cair o livro.
Nenhum dos dois pode morrer enquanto o outro sobrevive? Isso parecia uma versão humana de uma Horcrux, ela percebeu com a bile subindo para sua garganta.
Ela folheou as páginas rapidamente, passando os olhos pelas palavras, cada página deixando-a cada vez menos esperançosa. O vínculo permitiu que a dupla captasse as emoções um do outro, permitindo-lhes se comunicarem vagamente, sem a necessidade de legilimidade. Isso explicaria por que ela conseguia sentir Sirius quando suas emoções estavam mais intensas. Pares unidos poderiam extrair força dos núcleos um do outro em momentos de lesão ou tensão, a ponto de um poder puxar o outro da beira da morte. Ela empalideceu. Foi por isso que ela se recuperou tão rapidamente da maldição de Dolohov.
Mas o golpe mais forte de tudo foi quando ela chegou à seção sobre como realizar o ritual de união. Ela leu apenas duas frases, percebendo que era uma mágica que só poderia ser feita por um dos dois.
A compreensão a atingiu como uma tonelada de tijolos.
Sirius tinha feito isso.
Ele os uniu.
Com magia negra.
— Hermione! — uma voz preocupada chamou por ela. — Hermione, onde você está?
A voz era um mero zumbido no ouvido de Hermione, e ela mal percebeu que Lily irrompeu em seu quarto com James logo atrás.
— Hermione! — Lily exclamou aliviada. — Estávamos tão preocupados que você simplesmente desapareceu sem deixar rastros!
Ela olhou para a dupla entorpecida, o livro agora abandonado no chão enquanto escorregava por entre seus dedos.
— O que está errado? — Lily perguntou preocupada.
— Como você pôde esconder isso de mim? — Hermione sussurrou, horrorizada.
— Esconder o que de você? — James levantou uma sobrancelha.
Os olhos de Hermione se estreitaram com raiva crescente.
— O vínculo. — ela soltou.
Tanto Lily quanto James pararam de respirar, olhando para ela, a culpa em seus olhos clara como o dia.
— Sentimos muito. — Lily fez uma careta. — Só descobrimos depois do ataque Dolohov. Estávamos esperando para deixar o próprio Sirius contar a você.
— Esperando? Como você pôde deixar isso acontecer em primeiro lugar? — Hermione gritou, o pânico dentro dela crescendo. A explosão fez com que os Potter parassem e eles trocaram um olhar um pouco confuso. — Eu pensei que Sirius fosse melhor que isso! Como ele poderia fazer algo assim?
— Espere, Hermione... — James interrompeu hesitante. — Não tenho certeza se você sabe o que realmente aconteceu. Entendo que você esteja com raiva por não saber, mas se você deixar ele explicar...
— EXPLICAR? Não há explicação para isso! Nunca há desculpa para magia negra!
— Hermione... — Lily implorou.
— E pensar! Eu estava começando a confiar nele novamente. Ninguém em sã consciência iria...
— Você estava morrendo! — James exclamou, interrompendo o discurso de Hermione.
— O que? — ela perguntou baixinho, seu peito arfando com seu discurso retórico.
— A missão que você partiu para prender Peter. — Lily disse suavemente. — Bellatrix atingiu você com algum tipo de maldição que estava drenando seu núcleo mágico. Severus e Sirius... Ambos sabiam que não conseguiriam levar você de volta para Dumbledore a tempo. E mesmo assim, eles não sabiam se havia algo ele poderia fazer. Então sim, Sirius uniu você. Para salvar sua vida.
Hermione suspirou, olhando de volta para o livro em um momento de contemplação.
— Mesmo assim. — ela sussurrou. — Eu nunca teria escolhido esse tipo de magia. Eles deveriam ter me deixado morrer.
— Morda sua língua! — Lily exclamou.
— É tão ruim estar ligado a Sirius? — James perguntou desapontado, já sabendo que seu melhor amigo estava meio apaixonado pela bruxa a quem ele amarrou sua vida.
— Não é contra Sirius que eu me oponho. — Hermione disse frustrada. — Mas esse vínculo - o Ritual Coniunctus - é magia negra!
— Tecnicamente é magia de sangue. — James ofereceu timidamente.
— É a mesma coisa! — Hermione se irritou.
— Mas não é... — Lily disse suavemente. — A magia é poderosa, mas é ditada pela intenção. A magia negra é insidiosa... É maligna. Mas a magia do sangue não é necessariamente sombria. Sirius pretendia protegê-lo com esse vínculo, não prendê-lo.
— Então por que esse ritual está no mesmo livro das Horcruxes? — Hermione gesticulou derrotadamente para o livro caído.
Lily pegou o livro, folheando as páginas que Hermione havia deixado abertas enquanto James lia curioso por cima do ombro dela.
— Eu não entendo. — James balançou a cabeça. — Por que você está com tanto medo?
— Porque essa magia engana a morte! É sua obsessão pela imortalidade que fez de Voldemort o psicopata que ele é hoje!
— Hermione, isso não é a mesma coisa que Horcruxes, — Lily disse severamente.
— Não é? — Hermione apontou. — Um pedaço de sua alma - seu núcleo mágico - em outro? Nenhum deles pode morrer enquanto o outro sobrevive?
James suspirou. — Pessoas com um vínculo de alma compartilham a mesma conexão, e essa é uma das formas mais puras de magia que existe. A mecânica mágica pode ser um pouco diferente, mas no final das contas é a mesma.
— E a parte sobre a imortalidade? — Hermione apontou.
— Você não é imortal, Hermione. — Lily assegurou-a calmamente. — Talvez isso os proteja contra mortes prematuras, como o ataque de Dolohov. Mas quando vocês dois envelhecerem, morrerão naturalmente. Como todo mundo.
— Eu não entendo. — Hermione franziu a testa. O vínculo não parecia inerentemente mau. — Por que isso está no mesmo livro das Horcruxes.
James folheou as próximas páginas, parando severamente em uma seção. — Como Lily disse, magia tem tudo a ver com intenção. Qualquer coisa pode ser corrompida. Até mesmo algo destinado a ser um vínculo sagrado.
— O que isso significa? — Hermione perguntou hesitante.
— O Ritual Coniunctus foi banido há quase um século por dois motivos. Primeiro, é incrivelmente raro encontrar um par totalmente unido. Como diz no livro, apenas um par igualmente compatível e substancialmente poderoso pode sobreviver completando um vínculo. A maioria das pessoas que tentou completá-lo, morreu. — disse James severamente.
— E o outro? — Hermione engoliu em seco.
— Por volta da virada do século, o ritual era usado em muitas cerimônias de casamento de sangue puro. É possível que seja realizado apenas por uma pessoa, mas deixá-lo incompleto cria um desequilíbrio de poder entre o casal.
Hermione olhou para James com expectativa enquanto ele lutava com as próximas palavras.
— Eles eram usados para vincular as esposas aos maridos nos círculos de sangue puro da classe alta.
Tanto Lily quanto Hermione engasgaram.
— Amarrar como? — Lily exigiu.
— Como em todos os benefícios do vínculo seria unilateral. O marido poderia detectar as emoções da esposa para melhor monitorá-la e manipulá-la. Se o bruxo alguma vez fosse ferido, ele essencialmente puxaria a energia de sua esposa para se recuperar, deixando-a sozinha para absorver a extensão de seus ferimentos. E como era unilateral, ela não tinha controle sobre o processo. Se ele estivesse ferido o suficiente, ele poderia se autocurar através dela a ponto de matá-la.
Hermione e Lily olharam para James de queixo caído. Como bruxas nascidas trouxas, elas nunca foram expostas a tal magia. Nunca fez parte do currículo de Hogwarts e, tendo sido proibido por tanto tempo, sobrou pouco conhecimento circulante sobre ele.
— Então Sirius fez o que exatamente? — Hermione engasgou.
— Ele se ligou a você. — James encolheu os ombros. — Como você acha que se recuperou tão rapidamente da maldição de Dolohov?
— Você quer dizer que eu dei a ele? — Hermione mal conseguia respirar. — Eu o fiz sofrer daquele jeito? Eu nem queria!
— Está tudo bem. — Lily acalmou. — Não estava sob seu controle. Aconteceu porque o vínculo está incompleto.
— Então basicamente eu tenho todos os benefícios enquanto Sirius arca com todas as consequências? — Hermione perguntou incrédula. — Por que ele faria isso? Ele não sabia sobre o feitiço?
— Ele sabia. — James disse a ela significativamente. — Ele fez isso de qualquer maneira. Ele não conseguiu lidar com a alternativa. Você estava prestes a morrer.
Hermione mordeu o lábio. Isso foi muito difícil de processar.
— Então estamos ligados para o resto da vida? — ela perguntou baixinho.
— Hermione, ele realmente fez muito para lhe dar espaço. — Lily estremeceu. — Principalmente por minha insistência, provavelmente. Ele não está tentando impor esse vínculo a você - foi por isso que ele exigiu que você nunca soubesse.
— Eu tenho o direito de saber. — Hermione argumentou veementemente.
— Você tem. — James concordou. — Ele só não queria que você se sentisse obrigada a completar o vínculo.
— Eu só... — Hermione recuou cegamente, tentando encontrar a porta. — Eu só preciso de um momento.
Ela saiu pela porta antes que James e Lily pudessem impedi-la.
★
Lily encontrou Hermione nos pomares menos de vinte minutos depois. Eles desejavam poder dar-lhe mais tempo, mas a reunião da Ordem começaria em breve. Se tivessem sorte, poderiam chegar ao final do jantar.
— Hermione... — Lily gritou.
— Quem mais sabe? — Hermione perguntou de repente.
— Antes do ataque Dolohov, apenas Severus. — prometeu Lily.
— Agora?
— Remus, Andrômeda e Mary.
Hermione suspirou, olhando para a noite tranquila.
— Como você soube Lily? Que James era quem você queria passar o resto da sua vida?
— Não tenho certeza. — Lily sorriu nostalgicamente. — Suponho que percebi que não conseguia mais imaginar minha vida sem ele. Só de pensar era de partir o coração.
— Como vou falar com ele sobre isso? — ela gemeu. — Nós mal começamos a explorar o que quer que seja entre nós novamente. Agora temos que completar esse vínculo que nos torna inseparáveis?
— Você não precisa selar o vínculo. — Lily apontou. — Você acabou de descobrir, pode demorar um pouco.
— Claro que tenho que selá-lo. — insistiu Hermione. — Não posso deixá-lo absorver todos os meus ferimentos. E se eu estiver prestes a morrer de novo? Não farei isso com ele.
— Ele não vai aceitar. — Lily disse a ela com conhecimento de causa.
— Não é escolha dele.
— Hermione...
— Como se não fosse minha escolha? — Hermione apontou frustrada.
— Sirius se recusou a contar a você sobre o vínculo porque ele não queria que você o completasse por pena ou obrigação. Ele nunca permitirá isso. Além disso, isso pode matar vocês dois se vocês não forem capazes de resistir.
— Merlin, isso é uma bagunça. — ela suspirou, ficando de pé.
Mas se havia uma coisa que Hermione odiava mais do que situações complicadas, era adiar até que se tornasse uma bagunça ainda maior.
★
Eles voltaram bem a tempo para a reunião. Remus e Sirius lançaram olhares preocupados para James, aos quais ele balançou a cabeça de forma tranquilizadora. A reunião inteira passou como um borrão, e Hermione mal conseguia se lembrar de alguma palavra importante. O tempo todo, seus olhos vagaram para o bruxo que a confundia a cada passo.
Sirius parecia atento às palavras de Dumbledore, alheio ao olhar firme dela.
Alto, moreno e bonito nunca tinha sido seu tipo. Ron era o oposto, se alguma coisa. No entanto, ela não podia negar que havia algo ali. A promessa de algo mais. Talvez o desafio? Muito poucas pessoas se opuseram a ela. Mas no curto espaço de tempo que ela esteve aqui, o bruxo arrogante com talento para o drama certamente abriu caminho em seu coração - não havia como negar isso.
Seus olhos piscaram para o resto da sala como se detectasse a atenção nele. Ele pegou os olhos dela com surpresa, levantando uma sobrancelha interrogativamente. Seus lábios se curvaram em um pequeno sorriso enquanto ela balançava a cabeça. Seus olhos se estreitaram em dúvida antes que ele lhe lançasse uma piscadela boba, arrancando dela uma risada involuntária, que ela rapidamente mascarou como uma tosse.
Lily olhou para ela confusa antes que seus olhos alcançassem Sirius do outro lado da sala. Ela revirou os olhos divertida.
Quando a reunião finalmente chegou ao fim, as pernas de Hermione a carregaram pela sala antes mesmo que ela soubesse o que iria dizer.
— Oi. — ele sorriu serenamente para ela, absorvendo a visão de seus cachos e bochechas coradas.
— Eu não vejo você há semanas. — ela finalmente sussurrou.
Sirius penteou o cabelo para trás, as longas mechas imediatamente caindo em volta de seu rosto. — Eu sei, sinto muito. Um pouco de sorte inevitável.
Hermione olhou para ele incerta, uma série de pensamentos na ponta da língua. Seu primeiro instinto foi repreendê-lo por mantê-los unidos essencialmente pelo resto da eternidade. Mas ao vê-lo olhar para ela, o calor que a enchia apagou qualquer raiva que ela estava segurando.
— Você está bem, gatinha? — ele perguntou a ela com curiosidade.
Hermione abriu a boca, apenas para fechá-la novamente.
— O gato comeu sua língua? — ele riu enquanto puxava provocativamente um de seus cachos.
— Sirius, o que somos? — ela deixou escapar de repente.
Suas sobrancelhas franziram em surpresa. — O que você quer dizer, amor?
— O que nós somos? — Hermione repetiu severamente.
Parte dela sabia que ela teria que completar o vínculo - sua consciência não permitiria que Sirius assumisse todos os riscos para salvar sua vida. Mas diante dele agora, ela não suportaria amarrá-los por toda a eternidade apenas para vê-lo perceber que ela não é suficiente para toda a vida.
Ela pensou que eles estavam se aproximando. Mas ela só estava com eles há alguns meses!
— Eu diria que você é minha namorada. — ele sorriu. — Você sabe, se os abraços e as longas conversas não lhe dessem a dica.
— Estou falando sério.
— Não. — ele cantarolou divertido. — Acho que seria eu.
— SIRIUS!
O sorriso alegre de Sirius desapareceu quando ele viu o pânico crescente de Hermione. Ela parecia desligada desde o início da reunião e suas declarações enigmáticas apenas pareciam servir para o que quer que a estivesse incomodando.
— Hermione, o que há de errado? — ele perguntou gentilmente. — Você sabe o quanto significa para mim, já conversamos sobre isso.
Hermione engoliu em seco, reunindo sua tempestade de pensamentos. Como ela deveria iniciar essa conversa? 'Oh, eu sei que estamos namorando e tudo, então nos unirmos para o resto de nossas malditas vidas não deveria ser um grande salto?'
— Hermione...
— Eu sei que você está se recuperando da maldição de Dolohov nas últimas semanas. — ela explodiu.
Sirius parou.
— Já fui atingida pela maldição antes, reconheci as poções que você estava tomando enquanto se curava.
Sirius suspirou profundamente, olhando para os membros da Ordem que os cercavam.
— Quanto você sabe? — ele perguntou baixinho.
Hermione franziu os lábios.
— Não, deixa pra lá. — ele mordeu. — Aqui não.
Ela sentiu seu coração afundar quando ele a dispensou. Certamente ele percebeu que eles precisavam conversar sobre isso? Suas preocupações foram interrompidas quando ele lhe ofereceu a mão.
— Posso levá-la ao meu apartamento?
O alívio inundou suas veias quando ela encontrou seu olhar ansioso. Ele estava tão nervoso quanto ela. Ela deslizou a mão na dele, permitindo que ele a levasse embora.
Seu apartamento era moderno, mas de madeira, com piso de madeira escura e sofás de couro. O lugar era mais limpo do que ela esperava. Era muito diferente do quarto de sua infância em Grimmauld Place, e não havia nenhum cartaz ou vassoura em lugar nenhum. Ela ficou surpresa, apesar de ele ter contado a ela há semanas o quão obstinadamente rebelde ele era quando criança e como ele cresceu desde então. Seu apartamento era prova suficiente.
Para sua surpresa, havia uma única estante na sala com alguns livros de feitiços. Sua cozinha parecia bem abastecida - como se ele realmente a usasse.
Ele entrou na cozinha, tirando suavemente uma garrafa de vidro de Firewhiskey.
— Voce gostaria de alguns? — ele perguntou em um tom distante, sem encontrar os olhos dela.
— Claro. — sua voz era suave e incerta.
Ele encheu dois copos de cristal com alguns centímetros de licor âmbar antes de colocá-los no balcão de mármore cinza entre eles.
— Então você sabe sobre a maldição de Dolohov. — Sirius repetiu, finalmente encontrando os olhos dela.
Ela assentiu.
— Você sabe por quê?
Ela assentiu novamente.
Seus olhos escureceram antes que ele levasse o copo aos lábios, tomando um gole generoso. Hermione tentou sentir aquele manto de emoções que ela parecia ser capaz de detectar em Sirius. No momento, ela não sabia como ele se sentia, mas certamente parecia descontente.
Para sua surpresa, ela conseguiu distinguir uma emoção tão brilhante quanto o dia, clara acima de todos os outros sentimentos tumultuosos.
Medo.
— Sirius, eu sei que você usou o Ritual Coniunctus para me salvar.
— Merda.
Ela não pôde evitar a risada que escapou dela. Ele parecia tão oprimido.
Seus olhos voaram até os dela. — Você não está brava? — ele perguntou incrédulo.
— Oh, eu estava. — ela assegurou. — Eu estava furiosa. Não sabia se deveria transformar você em um pássaro e colocá-lo em um quarto com McGonagall ou matá-lo eu mesmo. Mas...
— Mas? — ele perguntou esperançoso.
— James e Lily explicaram. Duvido que eu estivesse viva se vocês não tivessem feito o que fizeram, então dificilmente posso odiá-los por isso. — ela admitiu calmamente.
— Graças a Merlin. — ele exalou apertando os dedos pelos cabelos.
— Por que você não me contou?
— Não mudaria nada se você soubesse. — ele insistiu. — Não era algo com que eu queria que você se preocupasse.
Ela contornou o balcão, ficando bem na frente dele até que ele não pudesse olhar para nenhum outro lugar além dela.
— Você quase morreu por causa disso.
— Estou bem. — ele insistiu fracamente. — Certo como a chuva.
— Temos que completar o vínculo.
— Não.
— Sirius...
— Não, Hermione. Absolutamente não.
— Você não pode tomar essa decisão! — ela chorou acaloradamente.
— Você poderia morrer! — ele gritou de volta na cara dela. — Se não formos um par perfeito, você pode morrer. — ele sussurrou com medo.
— E você morreria também. — ela reconheceu com tristeza. — Mas estamos em guerra. Se algo acontecer comigo e não completarmos o vínculo, você morrerá de qualquer maneira!
— Eu sabia o que estava fazendo quando fiz o feitiço, Hermione. — um brilho duro e teimoso apareceu em seus olhos.
— Você sabe. — ela começou pensativa. — Não acho que completar o vínculo nos mataria.
— Você não pode saber disso.
— Não tenho certeza, não. Mas estamos bem combinados. Nossa magia está bem combinada. Eu vi você duelar, Sirius. Tanto agora quanto no futuro. Não acho que completar o vínculo irá arriscar nossas vidas.
— Mesmo assim, não vou aceitar. — ele mordeu em termos inequívocos.
— Você não nos quer ligados para o resto da vida? — ela perguntou trêmula. O olhar de Sirius se voltou para ela, incrédulo, mas ela seguiu em frente. — Eu sei que você fez isso para salvar minha vida, mas não posso viver com o risco de você morrer por mim. Isso não precisa mudar nada entre nós - podemos apenas continuar...
Sirius abaixou a cabeça na direção dela, uma de suas mãos entrelaçando seu cabelo enquanto a forçava a olhar para ele. — Você é louca.
Ela encontrou os olhos dele com incerteza.
— Você acha que me oponho a ficar vinculado a você? É por isso que não quero completá-lo? — ele perguntou com carinho.
— Não importa, não deveria importar...
— Hermione, estar com você foi a coisa mais natural que já fiz na minha vida. — ele murmurou, roçando a testa na dela afetuosamente. — E isso importa, porque com ou sem vínculo estarei esperando por você pelo resto da minha existência.
Ela olhou para ele estupefata.
Ele a queria. Realmente a queria. O suficiente para sempre.
Ela ficou na ponta dos pés, diminuindo a distância entre eles. A pressão inicial de seus lábios surpreendeu Sirius profundamente. Hermione era tipicamente tímida quando se tratava disso e raramente dava o primeiro passo. Mas os dedos dela roçaram seu cabelo amorosamente enquanto ela saboreava seus lábios, absorvendo o calor sólido e constante do bruxo diante dela.
Foi quando ela finalmente começou a se afastar que Sirius tirou a surpresa. Suas mãos envolveram as curvas flexíveis de sua cintura, atraindo-a contra ele. Ela era toda suavidade contra os planos mais duros e inflexíveis de sua forma.
— Isso significa que você sente o mesmo? — sua voz estava rouca pela antecipação.
— Tem certeza de que não está apenas sendo cavalheiresco? — Hermione perguntou em vez disso.
Para sua surpresa, a resposta de Sirius foi uma risada rouca. — Acredite em mim, amor, entrei na Grifinória por minha bravura e imprudência. Sou egoísta demais para ser cavalheiresco.
— Mas você me salvou.
— Totalmente egoísta. — ele murmurou, espalhando beijos ao longo de sua mandíbula até que seus lábios roçaram sua orelha. — Eu não poderia imaginar você tendo ido embora - era incompreensível. Salvar você foi tanto para mim quanto para você.
Ele continuou sua jornada ao longo de seu pescoço, arrancando um suspiro ofegante dela enquanto beliscava um ponto particularmente sensível logo acima de seu pulso.
Ela acreditou nele. Eles podem ter tido um começo difícil, mas ele provou suas intenções pelo menos dez vezes. E ela acreditou nele.
Deslizando as mãos em seus cabelos longos e macios, ela puxou a cabeça dele para trás, onde queria. Sirius gemeu na boca dela, imediatamente aprofundando o beijo enquanto a caminhava de costas contra o balcão de mármore. Seus dedos cravaram-se no tecido de cetim de sua blusa enquanto ele a puxava até a cintura. O primeiro toque de suas mãos quentes em suas costelas nuas a fez estremecer.
Hermione puxou a blusa pela cabeça, saboreando a maneira como olhou para ela com uma apreciação brilhante. Ela se atrapalhou com os botões da camisa dele. — Muitas... Roupas. — ela sussurrou contra sua boca.
Sirius a ouviu bufar de frustração antes de sentir o tecido derretendo de seu corpo.
Ele se afastou dela, rindo ao perceber que ela simplesmente havia feito desaparecer sua camisa. — Bruxa impaciente. — ele acusou divertido enquanto a puxava contra ele, ambos ofegantes com a sensação.
— Sirius... — Hermione ofegou contra seus lábios abertos. — Me levar para a cama.
Seus olhos escureceram e ele deslizou as mãos sob suas coxas antes de levantá-la para que suas pernas ficassem entrelaçadas em sua cintura. — Como minha bruxa ordena.
Risadas de alegria escaparam dela enquanto os lábios dele beliscavam e sugavam seu pescoço enquanto ele os levava mais fundo no apartamento. Entrando em seu quarto, ele gentilmente abaixou Hermione na cama, seu próprio corpo deslizando sobre o dela. Seus lábios continuaram sua curiosa jornada pelo vale entre seus seios. Suas mãos encontraram o zíper na lateral da saia, o som ecoando pela sala.
— Você já fez isso antes? — ele perguntou a ela, olhando para ela.
— Não. — ela engoliu em seco, completamente sem fôlego ao ver Sirius descansando entre as pernas dela, descansando a cabeça em sua barriga enquanto seus dedos brincavam distraidamente com a saia parcialmente aberta.
Um pequeno sorriso satisfeito apareceu em seus lábios, mas Hermione descobriu que não conseguia se importar o suficiente para repreender sua bajulação.
Ele tirou a saia e a calcinha com um puxão suave. Em vez de subir de volta por seu corpo, ele começou a se instalar entre suas pernas. Hermione sentiu o calor subir às suas bochechas quando o viu olhando para ela como uma refeição que ele estava esperando para devorar.
— Você não precisa fazer isso. — ela disse sem fôlego.
— Linda, você tem um cheiro delicioso. — ele roçou os lábios no osso do quadril dela. — Por favor, deixe-me provar você. Eu prometo que você vai gostar.
Hermione mordeu o lábio em antecipação, e essa foi toda a resposta que Sirius precisava antes que sua cabeça desaparecesse entre as pernas dela. Ele a exercitava tão constante e incansavelmente quanto fazia qualquer coisa. Seus gemidos cresceram quando seus quadris se levantaram da cama instintivamente, mas ele não relaxou até sentir o corpo inteiro dela tremer sob ele.
Levantando-se sobre os cotovelos com um sorriso satisfeito, ele riu quando Hermione o puxou para ela, imediatamente procurando seus lábios. Ela o sentiu se posicionar, suspirando em sua boca enquanto empurrava suavemente. Ele fez uma pausa hesitante antes que Hermione o incentivasse.
— Eu sei que vai doer no começo, está tudo bem. Eu quero isso.
Sirius deu um beijo afetuoso na ponta do nariz dela antes de avançar com um movimento rápido. A sensação provocou uma inspiração profunda nela. A dor aguda se dissipou rapidamente em uma sensação diferente de tudo que ela havia experimentado. Ele pacientemente ficou imóvel para permitir que ela se ajustasse, sua mão desaparecendo entre seus corpos para procurar o clítoris entre suas pernas. Rapidamente, ela sentiu um calor familiar crescendo em sua barriga, ela se empurrou contra ele, implorando para que ele se movesse.
Embalando-a perto, ele se moveu em movimentos lentos e lânguidos, saboreando a atração dela. Seus olhos nunca deixaram os dela, íris cinzentas e tempestuosas queimando em suas íris marrons como mel.
— Eu acho... — Hermione gaguejou enquanto avançava com um impulso particularmente profundo. — Eu... Acho que deveríamos completar o vínculo.
Sirius gemeu, sua cabeça caindo contra o pescoço dela enquanto ele beliscava a junção do ombro dela de forma punitiva. — Não tente me perguntar coisas importantes quando todo o meu sangue está na cabeça errada.
Hermione não pôde evitar a risada que escapou dela.
— Obviamente estou fazendo algo errado. — ele bateu os quadris contra os dela, soltando um suspiro alto. — Se você ainda consegue pensar com clareza.
Ele começou a mostrar a ela exatamente quão eficazmente ele poderia distraí-la até que ela se transformasse em uma pilha trêmula de carne flexível. A intensidade dele a emocionou - ela estava sempre pensando a ponto de se perguntar se algum dia seria capaz de fazer seu cérebro parar. Mas aqui, com Sirius, ela não conseguia pensar além da sensação dele se movendo contra ela. Eles se moveram juntos até que ambos ficaram tensos de prazer. Pela primeira vez, seus pensamentos estavam felizmente silenciosos.
Ele a segurou depois, convocando sua varinha para limpá-la com ternura.
Ela o observou enquanto ele puxava o cobertor sobre ela de forma protetora, dando um beijo suave em seus lábios antes de sair para enviar a James um patrono de que Hermione estaria com ele durante o dia, caso eles ficassem preocupados. Ele estava de volta antes que seus pensamentos tivessem a chance de correr à sua frente, recolhendo-a em seus braços com um suspiro profundo e contente.
— Eu quis dizer isso, você sabe. — Hermione sussurrou, olhando para ele. — Devíamos completar o vínculo.
— Não. — ele disse gentilmente, mas severamente. — Eu não vou arriscar.
— Mas você pode morrer se algo acontecer comigo. — ela implorou, o medo sangrando em sua voz. — Você não entende por que não consigo viver com isso?
— Mais uma razão para ter certeza de que você não se machucará. — ele apontou com um sorriso suave, dando um beijo na testa dela.
— Sirius, isso não é uma piada. Não podemos arriscar nada assim. — ela fez beicinho de aborrecimento.
Sirius a estudou contemplativamente antes de falar em tom baixo e seguro. — Se, e isso é um grande se, algum dia decidirmos completar esse vínculo, não será porque você está com medo de que eu morra. Se fizermos isso, será para sempre. E não permitirei que você faça essa escolha apenas para ter certeza de que não me machucarei.
— Mas...
— Shh... Hermione. — Sirius puxou-a para perto, colocando a cabeça dela em seu peito. — Eu prometo que ficarei bem. Não vou me machucar por sua causa, porque pretendo garantir que você nunca se machuque, para começar.
Ouvir a certeza em suas palavras a acalmou um pouco. Geralmente era ela quem consertava e cuidava de tudo. Quando seus olhos se fecharam, ela percebeu como era bom ser cuidada, para variar.
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