027
˖࣪ ❛ DESCULPAS SUSPEITAS
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— MALDITA MERDA. — Andrômeda explodiu em um momento de desconforto incomum.
Severus e Mary ergueram os olhos do corpo imóvel de Sirius surpresos. Eles mal notaram quando o trio apareceu.
— Pensei ter dito para você ficar fora do caminho, Potter. — Snape rosnou impacientemente.
— Tente dizer isso a elas. — James revirou os olhos, gesticulando para as mulheres.
— Vá em frente, Snape. Posso ajudá-lo a desviar a maldição. — Meda instruiu laconicamente, sabendo imediatamente o que seu primo sofria.
— Lily, você poderia me ajudar? — Mary gritou. — Os ferimentos reaparecem mais rápido do que posso curá-los.
— Claro. — Lily gaguejou, caindo rapidamente de joelhos ao lado de Mary.
James assistiu em estado de choque enquanto os quatro trabalhavam diligentemente no corpo de seu melhor amigo. Foi quase uma hora de trabalho cansativo e silencioso. Com o passar do tempo, os fios de magia negra que subiam do peito de Sirius tornaram-se cada vez mais finos até que Snape e Meda finalmente pararam em seu trabalho incansável.
— Ele está bem? — James perguntou com voz rouca.
— Eu não sei. — Snape respondeu após um silêncio incerto de ambos. — Se ele acordar, ele passará pelo pior.
— Se? — Lily chorou de angústia.
Os olhos de Severus suavizaram-se para sua velha amiga, assentindo brevemente. — Demoramos mais do que deveríamos para desviar a maldição. Não sabemos se o corpo dele resistirá a todos esses danos.
— O que nós fazemos? — James perguntou.
— Nós esperamos. — Snape encolheu os ombros.
— O que eu quero saber... — Andrômeda começou silenciosamente, voltando um olhar penetrante para Snape. — Foi assim que meu primo aparentemente absorveu a maldição que atingiu a senhorita Dumbledore.
— O que? — Lily empalideceu.
— Hermione foi atingida pela mesma maldição que esta. — Meda disse a ela. — No entanto, ela foi curada facilmente por Narcisa antes mesmo de eu começar a desviar a maldição.
— Você disse que eles foram amaldiçoados por Dolohov. — os olhos de Mary se arregalaram. — Mas James disse que Sirius não estava nem perto de Dolohov.
James voltou um olhar irado para o bruxo estóico. — O que diabos está acontecendo, Snape?
Ele apenas zombou sob o escrutínio. — Talvez você devesse perguntar ao seu amigo idiota. — ele zombou do tom ingrato deles. — Se ele acordar.
— Severus... — Lily avisou suavemente.
Snape suspirou, fechando os olhos em frustração. — Tudo bem. — ele disse. — Certamente não tenho obrigação de guardar seus malditos segredos.
Os outros olharam para ele com expectativa. Sirius escondeu algo de todos eles? Algo que Severus Snape, entre todas as pessoas, tinha conhecimento?
— Na noite em que fomos ao esconderijo de Pettigrew, Hermione foi atingida por uma das maldições de Bellatrix. — Snape relembrou sem emoção. — Isso estava drenando seu núcleo mágico - ela estava desaparecendo rapidamente. Íamos trazê-la de volta para Dumbledore até percebermos que ela não tinha tanto tempo sobrando. Black me fez facilitar um dos antigos ritos de ligação para que contrariasse a maldição.
A sala inteira pareceu congelar.
Meda olhou para a prima com pena e preocupação. — Seu idiota. — ela sussurrou tristemente.
— Eu não entendo. — Lily perguntou confusa. — Que ritos de união?
— Eles foram proibidos há pelo menos um século. — James falou surpreso. — É magia de sangue.
— Magia negra? — Lily lançou um olhar acusador para Snape.
— Eu disse isso a ele. — Severus encolheu os ombros. — Ele disse que era mais cinza do que escuro e insistiu que era a única maneira de salvar a vida dela. O que provavelmente era. — acrescentou calmamente.
— O que isso faz? — Lily perguntou novamente com impaciência.
— Isso deu a ela um pedaço de sua alma e núcleo mágico. — disse Snape francamente. — Isso mudou fundamentalmente sua assinatura mágica para que a maldição de Bellatrix não pudesse mais reconhecê-la como o alvo pretendido e, eventualmente, parou de se alimentar dela e perdeu seu controle.
— Mas também ligou permanentemente Sirius a Hermione. — James sussurrou ao perceber.
— É por isso que Sirius sentiu a mesma maldição que Dolohov lançou em Hermione? Mas por que foi tão pior para ele se a atingiu diretamente? — Lily perguntou curiosamente.
— Porque, Sra. Potter... — Andrômeda disse tristemente. — Era um vínculo unilateral. Meu primo se uniu a ela, tornando-o o doador. Como ela não devolveu o vínculo, sempre haverá um desequilíbrio de poder entre os dois.
— Hermione não sabe, não é? — Mary perguntou a Severus com conhecimento de causa.
Severo encolheu os ombros. — Ele me disse para não contar a ela e não tenho motivos para me envolver.
— Esse vínculo é desumano! — Meda se irritou.
— Ele disse que a escolha foi dele. — Snape disse a ela. — Eu disse a ele para contar a ela, ele recusou.
— Bem, você deveria...
— BASTA. — James gritou para eles. — Brigar não vai mudar nada agora. Todos nós precisamos descansar, Sirius mais do que qualquer um de nós.
— Sim, você pode levá-lo embora agora. — Snape dispensou.
— Não podemos levá-lo. — disse Lily lentamente. — Hermione fica conosco na Mansão. — ela sussurrou. — Ela descobriria se o pegássemos.
— Ela deveria saber de qualquer maneira. — disse Meda teimosamente.
— Eu concordo. — Lily disse apaixonada. — Mas eu também acho que Sirius precisa contar a ela pessoalmente. Em seu próprio tempo.
— Bem, ele não pode ficar aqui. — Snape disse a eles antipaticamente.
— Muito bem. — Andrômeda aceitou cansada. — Ele pode ficar comigo. Narcissa e eu sabemos como tratar a maldição de qualquer maneira, será melhor ele se recuperar conosco.
Com um aceno de despedida para os outros, a bruxa aparatou com a forma ainda inconsciente de seu primo mais novo.
James suspirou cansado. — Devíamos ir também. Precisamos levar Hermione de volta para casa.
Lily caminhou até Severus, envolvendo-o em um abraço inesperado. — Obrigada. — ela disse agradecida enquanto se afastava.
James lutou no lugar por um momento antes de caminhar até eles, estendendo a mão diplomaticamente. — Sim, obrigado Snape. Eu sei que você não precisava ajudá-lo, mas você ajudou. Não vou esquecer disso.
Snape olhou incerto para a mão estendida de James antes de optar por ignorá-la. — Não há necessidade disso, Potter. — ele acenou. — Eu fiz o que era obrigado. Isso não nos torna amigos. — ele zombou.
James puxou a mão para trás com um franzido sombrio nos lábios. — Ainda. — ele insistiu. — Eu não vou esquecer.
— Boa noite. — Lily disse a ele suavemente antes que a dupla aparatasse.
Snape gemeu cansado, sentando-se em uma cadeira próxima. Esta noite foi mais socialização do que ele jamais preferiu. Como diabos ele se meteu nessa merda? Ele esperava ingressar na Ordem e, além de ingressar em uma missão de vez em quando, manter seu estilo de vida relativamente tranquilo.
O som de leves toques forçou suas pálpebras pesadas a se abrirem. A visão de Mary MacDonald levitando os frascos de poções vazios espalhados pelo chão o fez fazer uma pausa.
— O que você ainda está fazendo aqui? — ele perguntou rudemente.
— Limpando. Obviamente. — sua resposta seca lhe disse que ela não tinha se ofendido. Uma raridade, considerando que mesmo as declarações mais neutras dele poderiam indignar as pessoas mais sensatas.
— Não há necessidade. — ele a dispensou. — Apenas deixe isso, eu cuidarei disso mais tarde.
— Está tudo bem. — ela disse simplesmente. — Esse processo de sifão parecia bastante desgastante, isso é o mínimo que eu poderia fazer.
Severus a observou com cautela, seus olhos seguindo cada movimento dela como um falcão.
— Você pode parar de olhar para mim. — ela disse divertida, sem se preocupar em se virar para ele enquanto continuava com seus negócios. — Não pretendo roubar ou envenenar nada.
— Eu não tinha dito que você faria isso. — ele disse secamente.
Depois que ela finalmente limpou e guardou o último dos frascos, ela finalmente se virou para estudá-lo, recostando-se no suporte da lareira.
— Isso não deve ter sido fácil para você. — ela disse calmamente.
— A magia não é tão difícil. — Snape zombou, revirando os olhos.
— Não é a magia. — ela balançou a cabeça. — Salvando Sirius Black.
— Não sei o que você quer dizer. — Severus disse friamente, toda a aparência de estar entretendo uma conversa interrompida abruptamente.
— Eu estava na escola junto com vocês. — insistiu Mary. — Não pense que não os vi se unindo contra você naquela época.
— Eu dei o melhor que pude. — ele soltou, os olhos brilhando de aborrecimento agora.
— Você não é o homem que eu esperava, Severus Snape. — Mary murmurou curiosamente.
Snape enrijeceu em sua cadeira. — Não se iluda pensando que fiz isso pela bondade do meu coração - não tenho tal coisa. Tive razões puramente egoístas para salvar o traseiro de Black.
Ele esperava que ela perdesse a simpatia, mas ela o surpreendeu mais uma vez quando um pequeno sorriso apareceu em seus lábios. — Talvez. — ela reconheceu. — Mas ninguém mais sabia sobre esse vínculo além de você. Se Sirius morresse, ninguém saberia o motivo.
Snape permaneceu em silêncio, levantando uma sobrancelha como se dissesse, 'o que você quer dizer?'
— Você, Severus Snape, não é tão ruim quanto acredita. A bondade não é inerente, você sabe. É aprendida. Fazemos uma escolha todos os dias. Talvez você tenha feito isso por motivos egoístas hoje, mas ainda assim o salvou - alguém que foi seu inimigo por anos. Talvez no futuro você faça isso independentemente do benefício pessoal.
Quando Severus permaneceu quieto, Mary se afastou da parede.
— Verdadeiramente... Obrigado. — ela disse a ele com um sorriso suave e conhecedor antes de desaparatar para deixá-lo em paz.
Mas mesmo depois que ela partiu, seu conforto foi destruído há muito tempo. As palavras dela continuavam ressoando em sua cabeça, assombrando-o. A bondade não é inerente - fazemos essa escolha todos os dias.
★
Em algum momento naquela mesma noite, Sirius acordou de repente, coberto por uma camada de suor frio. O sol mal estava nascendo no horizonte, mas o pânico e o perigo do dia anterior voltaram para ele com um estalo junto com sua consciência.
— O-o que...
— Relaxe, primo. — Andrômeda acalmou, sentando-se na beira da cama. Ela o acalmou com uma mão gentil em seu ombro. — Você está bem, você está na minha casa. O ataque acabou.
— H-Hermione... — Sirius balbuciou. — Algo está errado.
Os olhos de Andrômeda suavizaram-se com simpatia. — Ela está bem, Sirius. — ela prometeu. — Tudo graças a você. Você estava em muito mais perigo do que ela jamais esteve.
— Ela está bem? — ele olhou para ela com incerteza e uma exaustão cansada.
— Ela está com os Potter e se recuperando constantemente. Aposto que ela voltará ao normal antes mesmo de você estar bem para sair da cama. — Andromeda disse brincando.
— Bom, contanto que ela esteja segura. — Sirius murmurou, caindo de volta nos travesseiros com um gemido.
Sua tez pálida e pele úmida deixavam Andromeda nervosa, mas ele pelo menos acordou.
★
Hermione não sabia quando exatamente ela acordou - ela nem sabia se acordou. Seus olhos se abriram abertamente para se levantarem da luz ofuscante da sala. Ela pôde distinguir brevemente cortinas brancas dançando com uma brisa delicada.
— Talvez eu tenha morrido. — ela gemeu para si mesma.
— Você não morreu, 'Mione. — alguém disse, divertido e aliviado.
Hermione forçou os olhos a abrirem para ver a imagem de seu melhor amigo sentada ao lado de sua cama. Pai do seu melhor amigo, ela se lembrou severamente. Embora às vezes fosse certamente difícil de lembrar.
— James... — ela tentou dizer, mas saiu mais como um coaxar.
— Acalme-se. — ele a avisou, vindo imediatamente em seu auxílio enquanto ela tentava se sentar.
— O que aconteceu? — ela perguntou com cautela. Ela conseguia se lembrar de flashes de memórias – Dolohov, a maldição, pessoas zumbindo acima dela, e então escuridão absoluta.
— Dolohov acertou você com uma maldição. — confirmou James. — Felizmente Narcissa e Meda sabiam como tratar isso.
Hermione observou-o sem expressão por um momento, e James quase começou a se contorcer sob o olhar atento dela. Ela já havia sofrido essa maldição antes e teve dificuldade em acreditar que poderia sobreviver com força total quando quase morreu anos antes de uma versão silenciosa dela.
— Onde está Remus? — Hermione perguntou em vez disso, sua mente pensando nos parceiros que dependiam dela para a missão.
O objeto de seus pensamentos enfiou a cabeça pela porta timidamente. — Alguém ligou para mim?
— Oh, graças a Godric. — Hermione suspirou, desanimando. — Espere, Snape?
— O bastardo está bem. — James resmungou. — Embora ele praticamente nos tenha expulsado de sua casa, idiota amargo.
— Você estava na casa dele? — Hermione perguntou confusa. — Por que?
— Oh, hum. — James gaguejou incerto. — Ele tinha poções de cura. Para você. Lily e eu fomos buscá-las.
Hermione ergueu uma sobrancelha para ele astutamente. Severus Snape nunca convidaria James Potter de boa vontade para sua casa. Ele simplesmente teria trazido as poções sozinho. Antes que Hermione pudesse perguntar, Lily entrou na sala com uma bandeja cheia de mingau e chá.
— Graças a Deus você finalmente acordou. — Lily disse a ela. — Estávamos todos tão preocupados.
— Quanto tempo fiquei inconsciente? — Hermione perguntou com medo.
— Ah, apenas cerca de um dia. — James assegurou a ela. — A batalha foi ontem à noite e já está quase pôr do sol agora.
— Ainda assim. — Remus a lembrou, ficando ao pé da cama dela. — Você levou um golpe feio, Hermione. Você estava desaparecendo em meus braços enquanto eu tentava levá-la de volta ao quartel-general.
— Estou bem. — ela prometeu, descobrindo que realmente estava falando sério. Ela sentiu como se tivesse acordado de um sono profundo, sem sentir nenhuma dor e desconforto persistentes que deveria ter sentido. — Sra. Malfoy e Meda devem ter feito um milagre em mim.
Olhando para o grupo reunido ao redor de sua cama, ela não pôde deixar de notar a única pessoa desaparecida.
— Onde está Sirius?
O trio congelou, olhando um para o outro rigidamente.
— Ele está em casa. — disse James brevemente.
Hermione ergueu uma sobrancelha em confusão. — Por que... — ela parou hesitante. Por que ele não estava aqui? Por que ele não se importou que ela quase morresse? Ambas as perguntas eram muito egoístas.
— Ele está bem? — ela perguntou em vez disso.
— Ele realmente foi um pouco maltratado. — Lily admitiu lentamente. — Ele está apenas dormindo.
— O que... — Hermione empalideceu. — Eu deveria ver como ele está. — ela murmurou, tentando sair da cama.
— NÃO! — James explodiu.
Todos congelaram, incluindo Hermione. Ela olhou para ele como se ele tivesse enlouquecido. — Por que não?
— Ele quer dizer que você teve um processo de cura difícil. — Lily disse apaziguadoramente. — Você deveria descansar por enquanto. Remus pode levá-la até ele ainda esta semana.
— Eu me sinto bem. — Hermione insistiu. — Espetacular, na verdade.
— Meda está passando para cuidar de Sirius. — James disse a ela. — Ela nos disse especificamente que não queria que o abordássemos até que ele estivesse de pé.
— Oh. — Hermione desanimou em decepção. Quão gravemente ele teria sido ferido se não lhe permitissem visitas?
— Vamos deixar você se lavar. — Lily disse a ela. — Estaremos lá embaixo se você se sentir pronto para descer.
Antes que Hermione pudesse dizer uma palavra, os três saíram correndo da sala, trocando olhares de advertência.
Ela sacudiu a sensação estranha. Provavelmente não foi nada.
Seus dedos congelaram na metade do caminho desabotoando a camisa. Ela olhou para a pele perfeitamente curada olhando para ela através do espelho. Não havia vestígios de seus ferimentos. Ela sabia que era melhor acreditar nisso. A magia sempre deixava um rastro - especialmente a magia negra. E por mais que gostasse das irmãs Black, ela realmente duvidava que elas soubessem mais sobre como curar a maldição agora do que Severus Snape, mais mundano, saberia no futuro.
— O que aconteceu? — ela exigiu enquanto invadia a cozinha.
Os sussurros silenciosos dos outros cessaram abruptamente quando olharam para ela. James olhou para Remus, que olhou para Lily.
— O que você quer dizer? — Lily tentou dizer levemente.
— Não tente me fazer de boba. — Hermione exalou profundamente. — Eu conheço a maldição que Dolohov usou em mim. De jeito nenhum eu acordei perfeitamente bem um dia depois.
— Hermione, a própria Andrômeda disse... — James tentou acalmá-la.
— Já fui atingida por essa maldição antes, James Potter, então não se atreva a tentar me dizer que isso é normal. — ela se irritou.
James suspirou. — Talvez você devesse conversar com Snape e Andrômeda. — ele disse a ela. — Foram eles que curaram você de qualquer maneira.
Lily lançou a James um olhar de advertência. Mas Hermione estreitou os olhos, desconfiada. — Eu pensei que você disse que Andrômeda e Narcissa me curaram?
— Ela também. — Lily corrigiu rapidamente.
— Eu não entendo o que você não está me contando, por que...
Antes que Hermione pudesse continuar seu discurso frustrado, ela se dobrou devido a uma súbita onda de dor. Dor profunda e latejante.
— Hermione! — Remus exclamou, imediatamente pegando-a pelo braço. — Você está bem?
Tomando um momento para recuperar o fôlego, ela se levantou cautelosamente. — Tudo bem. — ela respirou. A dor ainda estava lá, mas parecia um pouco desconectada. Ela podia sentir isso, mas não era bem dela. Se ela se obrigasse a focar em seu corpo naquele momento imediato, poderia facilmente distinguir que estava perfeitamente bem. No entanto, quando ela relaxou suas paredes, aquele zumbido de dor envolveu as bordas de sua consciência como um cobertor pesado.
— Sirius... — ela exclamou de repente.
— O que? — os outros perguntaram estupidamente.
Ela sentiu a necessidade urgente de ver como ele estava. As únicas vezes em que ela sentiu sensações externas como essa foram quando ela sentiu como se estivesse captando as emoções de Sirius - um mistério não resolvido por si só.
— Remus, quero que você me leve até Sirius. — Hermione exigiu.
— 'Mione, ele está descansando... — James tentou dizer a ela.
— Agora.
Eles suspiraram, trocando olhares mais uma vez. James assentiu brevemente e Remus suspirou.
— Muito bem. — ele ofereceu-lhe o braço, que ela aceitou sem hesitar.
Hermione não disse nada quando Remus os levou para a cabana de Andrômeda. Eles disseram a ela que ele estava se recuperando, mas claramente eles estavam escondendo mais do que apenas isso. Andromeda pareceu surpresa ao vê-los, lançando um olhar questionador para Remus, mas ela não protestou quando Hermione insistiu em ver Sirius. Meda a conduziu escada acima, e quanto mais Hermione se concentrava em Sirius, mais ela sentia dor.
Ele estava acordado.
Seus olhos voaram para a porta quando Meda bateu, deixando Hermione e Remus entrarem antes de deixá-los em privacidade.
— Por que você a trouxe aqui? — ele perguntou a Remus com uma voz tensa.
Hermione sentiu uma leve pontada passar por ela. Ele não a queria aqui?
— O que aconteceu com você? — ela engasgou com a voz quebrada. Ele estava pálido, parecendo praticamente à beira da morte.
— Estou bem. — ele prometeu a ela, seus olhos suavizando. — Eu só não queria que você me visse assim.
Hermione bufou levemente. — Eu vi você quando você estava fugindo depois de doze anos em Azkaban. Acredite, duvido que possa piorar. Embora isso certamente chegue perto
— Eu ficarei bem. — disse ele com firmeza. — Meda não aceitaria de outra maneira. — ele tentou brincar, estremecendo antes mesmo de poder soltar uma risada completa.
— O que aconteceu? — ela perguntou novamente.
— Ah, você sabe. — ele disse vagamente. — Alguns cruéis perdidos, nada do qual eu não possa me recuperar.
Antes que ela pudesse argumentar que sabia o que a maldição Cruciatus fazia, e certamente não era isso, Andrômeda se lançou para salvar seu primo. Ela entrou na sala com uma bandeja cheia de poções, indo até Sirius.
— Senhorita Dumbledore, tenho certeza que Sirius aprecia sua visita, mas ele realmente precisa descansar. Tenho certeza que você entendeu? — ela disse em um tom que não deixava espaço para discussão.
Hermione suspirou e Remus puxou seu braço.
— É claro. — ela murmurou.
— Vejo você em breve. — ele prometeu, secretamente aliviado pelo momento da prima.
Hermione assentiu taciturnamente, virando-se para sair. Mas não antes de avistar as poções que Andrômeda estava preparando para Sirius. Tendo passado meses se recuperando da maldição de Dolohov, ela nunca esqueceria a visão distinta e o cheiro pungente das poções que foi forçada a beber a cada poucas horas durante semanas.
Ele estava sendo tratado pela mesma maldição com a qual ela foi atingida.
No entanto, aqui estava ela, perfeitamente bem dentro de um dia, enquanto ele estava acamado e parecia tão doente quanto ela estava em seu quinto ano.
Algo estava definitivamente acontecendo.
E eles seriam tolos se não achassem que Hermione iria descobrir.
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