022
˖࣪ ❛ PEÇA DE QUEBRA-CABEÇAS
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— ELE DISSE ALGUMA COISA?
— Não, mas os Prewetts conseguiram trazer ele e Malfoy, então são dois Comensais da Morte a menos vagando livremente.
Hermione gemeu quando sua consciência lentamente voltou para ela. Ela tentou abrir os olhos, mas eles pareciam incrivelmente pesados.
— Hermione!
— Estou aqui. — ela murmurou, levando a mão à têmpora. O que havia de errado com ela?
— Olá. — Lily disse suavemente, sentando-se ao lado da cama. — Você levou um grande golpe lá atrás.
— O que aconteceu? — ela perguntou com voz rouca.
— Não temos certeza, exatamente. — Remus respondeu, parando ao lado de Lily. — Esperávamos que você pudesse nos contar.
Hermione sentou-se lentamente, sentindo a hesitação em seus próprios músculos. Até onde ela podia ver, não havia feridas em seu corpo, ou qualquer ferimento específico que ela pudesse detectar. No entanto, seu corpo parecia fraco e triste, como quando ela acordou petrificada no segundo ano.
— Eu estava imobilizada... E então Bellatrix me lançou uma maldição. Sinceramente, pensei que estava prestes a morrer - a maldição era verde.
Essa informação pareceu dar uma pausa aos dois amigos enquanto Remus e Lily se entreolhavam preocupados.
— Severus e Sirius não devem ter visto o que atingiu você, eles não sabiam dizer. Mas você estava incrivelmente fraca quando a trouxeram de volta para cá, — Lily disse a ela. — Você está se recuperando constantemente, mas não temos certeza do que ela fez com você, ou o que te curou.
— Bem, acho que estou bem. — Hermione pensou em voz alta.
— Estranho. — Remus murmurou.
— E os outros? — Hermione perguntou de repente. — Eles estão seguros?
— Estão todos bem. — Lily assegurou. — Sirius e Severus trouxeram você de volta, e os Prewetts trouxeram Pettigrew e Malfoy graças a eles.
— Isso é um alívio. — Hermione suspirou, caindo de volta na cama. Pelo menos eles fizeram o que pretendiam e saíram com todos intactos.
★
Sede
Mal se passara um dia desde a missão bem-sucedida e eles já estavam reunidos em volta da cozinha. Molly insistiu em vir para garantir que Hermione estivesse bem alimentada e cuidada - pelo menos durante o dia. E para onde Molly foi, sua família leal a seguiu. A cozinha estava animada com conversas alegres e risadas dos mais pequenos. Hermione e Lily insistiram que Severus se juntasse a eles no café da manhã, e os meninos estavam realmente conseguindo se comportar. Foi o momento de paz que os lembrou pelo que estavam lutando. Hermione quase conseguia esquecer que eles estavam no meio de uma guerra.
— Divertindo-se sem nós, Molls? Estou insultado. — perguntou um sorridente Gideon enquanto ele e seu gêmeo entravam na sala.
— Gideon! Fabian! — Hermione exclamou, correndo para abraçar os dois. Eles riram afetuosamente dela antes de erguê-la coletivamente do chão em um abraço de urso entre eles.
— Desculpe não podermos chegar aqui antes. — desculpou-se Fabian. — Estamos ajudando Moody nos interrogatórios.
Ah... Pettigrew e Malfoy. — Alguma coisa?
— Ainda não. — Gideon suspirou severamente. — Mas eles vão quebrar em breve.
A pele de Hermione arrepiou-se por um breve segundo, como se ela estivesse sendo observada. Quando ela olhou para trás, ela mal percebeu a cabeça de Sirius virando-se para os outros Marotos, e ela se perguntou se ela apenas imaginou isso.
Huh, deve ser seus próprios nervos.
Antes que ela pudesse refletir sobre isso, houve uma mudança brusca no ar seguida por um estalo alto. Eles ficaram todos perplexos quando uma beldade de cabelos negros e sem fôlego ficou na frente deles, lutando para recuperar o fôlego. Lily saiu imediatamente da cadeira.
— Marlene! O que há de errado?
— Meus... Meus pais. — ela ofegou. — Minha casa está sob ataque, preciso de ajuda! — ela gritou, tentando se afastar da hiperventilação.
— Eu irei. — disse Gideon imediatamente.
— Claro. — disse Fabian, aproximando-se para ficar ao lado do irmão.
Hermione podia ver Lily cerrando os punhos. Ela não conseguia imaginar o quão difícil seria ficar escondida e grávida quando seus amigos estavam em perigo e precisavam de ajuda.
— Eu vou. — Hermione se ofereceu.
— Não. — uma voz rápida insistiu. — Eu... Quero dizer, você ainda está se recuperando de ontem, não podemos arriscar que eles te peguem em um momento vulnerável. — Sirius esclareceu, um pouco envergonhado.
— Ele está certo. — Remus insistiu.
Mas Hermione não pôde deixar de sentir uma pontada de desconforto ao olhar para o trio que estava prestes a partir. Os Prewetts e os McKinnons morreram em sua linha do tempo. E era muito estranho que eles tivessem conseguido evitar todas aquelas mortes apenas para partirem juntos para uma missão potencialmente fatal - não que todas as missões não fossem potencialmente fatais. Mas ainda assim, ela não conseguia evitar o pânico irracional que borbulhava dentro dela.
— Severus, você poderia ir com eles? — Hermione implorou.
Ele apenas ergueu uma sobrancelha, surpreso com o uso de seu nome.
— Por favor! — ela gritou, o pânico começando a se infiltrar em sua voz.
— Muito bem. — Severus disse, olhando-a criticamente, aproximando-se dos outros.
— Já voltamos. — garantiu Fabian, percebendo astutamente seu pânico.
— Eu sei, e obrigada. — ela disse baixinho para Severus quando ele passou por ela. Ela rapidamente o puxou para um breve abraço. — Estejam seguros, todos vocês.
— Tomem cuidado! — Molly exclamou preocupada.
Hermione os observou desaparatar no local com uma sensação de desânimo. Mas dentro de sua ansiedade e medo, ela também conseguia detectar algo deslocado. Raiva? Quando ela olhou para o grupo restante, ela pegou Sirius rapidamente desviando os olhos e olhando para sua xícara.
Chance.
— Algo assim aconteceu na sua época? — Lily perguntou ansiosamente.
— Não tenho certeza. — Hermione disse incerta. — Não exatamente assim porque os gêmeos já teriam partido... Mas eu simplesmente não queria arriscar. Algumas semelhanças são muito estranhas.
— Obrigada. — Lily disse suavemente, pegando o braço de Hermione e levando-a de volta para a mesa para se juntar aos outros.
Molly imediatamente começou a enviar mensagens para Dumbledore e Moody. Sem dúvida, o resto da Ordem estaria lotando o quartel-general dentro de uma hora. Foi muito diferente fazer parte de uma equipe tão grande. Antes de sua época, Hermione sempre foi considerada uma criança, apesar de ser apelidada de bruxa mais brilhante de sua idade. Mesmo quando eles estavam totalmente imersos na guerra, eram apenas ela, Harry e Ron. Sem curandeiros, sem cuidadores, sem apoio. Por mais que Hermione sentisse falta de seus amigos, ela não se sentia tão desolada nesta guerra.
— Na verdade, temos algo que precisamos conversar com você. — Lily disse timidamente, olhando para James.
— Está tudo bem? — Hermione perguntou imediatamente.
— Tudo bem. — Lily balançou a cabeça de forma tranquilizadora. — Muito bom, na verdade.
James deu um sorriso de adoração para sua esposa antes de voltar seu olhar para Hermione. — Então eu sei que Lily disse que você poderia pensar sobre isso, mas não há mais ninguém que teríamos como madrinha de Harry. Então somos nós oficialmente dizendo que você faz parte da família.
— Oh. — Hermione corou, contendo uma pequena risada com a franqueza de James. — Eu nunca teria recusado; só não disse sim imediatamente porque não tinha certeza de que você estava falando sério.
Lily bateu suavemente no marido. Claramente ela não esperava ter essa conversa dessa maneira. — E também gostaríamos de perguntar se você seria a madrinha do próximo. — disse ela com um pequeno sorriso. — Teria ido para Alice... Mas você foi uma dádiva de Deus para nós, não consigo pensar em ninguém em quem confiaria mais com meus filhos.
— Eu ficaria honrada. — Hermione murmurou, feliz que o casal tivesse conversado sobre seus problemas e estivesse melhor agora.
Entre sua própria felicidade, ela detectou uma onda de adoração que não parecia ser inteiramente dela. Quando ela olhou, seus olhos encontraram os de Sirius, que a olhava suavemente. De repente, ela podia ouvir os batimentos cardíacos personificados em sua cabeça. Ela sorriu de volta, hesitante, e tão de repente quanto sentiu, a sensação etérea desapareceu.
Estranho.
Talvez seja a magia de Harry, pensou Hermione.
— E é claro, desta vez você terá um parceiro mais inteligente. Moony irá ajudá-lo a manter o encrenqueiro sob controle, não é, companheiro? — James piscou para ele.
— Eu? — Remus perguntou surpreso.
— Claro, Remus! — Lily exclamou.
— Você não achou que colocaríamos todos os nossos ovos naquela cesta, não é? — James disse acenando para Sirius. — Godric sabe o que faria com todos eles!
— Eu me ressinto disso. — Sirius disse brincando. — Eu os teria treinado bem.
— Sim, treinei eles para causar estragos em Hogwarts. — Lily disse secamente.
— Você diz isso como se fosse uma coisa ruim, amor. — James piscou.
★
Acontece que demorou menos de quinze minutos para que grande parte da Ordem se reunisse, a maioria das pessoas aparatando apressada direto do trabalho. O grupo esperou ansiosamente pelo retorno de seus companheiros. Eles consideraram enviar outros, mas Moody garantiu-lhes que os Prewetts teriam pedido reforços se necessário. As conversas silenciosas eram tensas. Mas eles não tiveram que esperar muito. Fazia pouco mais de meia hora quando eles retornaram, um pouco desgastados, mas vivos.
Marlene estava segurando os pais enquanto os aparatava na sede. Gideon parecia absolutamente horrível; o lado de sua cabeça estava sangrando e ele parecia completamente fora de si. Ele foi apoiado por Fabian e Severus, cada um colocando um dos braços sobre os ombros. Eles o colocaram no sofá e Hermione não pôde deixar de notar que Severus estava mancando.
— Nós cuidamos disso, mas foi por pouco. — gritou Fabian. — Gideon foi atingido por uma parede que desabou, ele provavelmente sofreu uma concussão.
O coração de Hermione caiu. Essas semelhanças eram muito estranhas. O fato de Gideon ter tido um destino semelhante ao de seu futuro sobrinho a desarmou.
— Eu o peguei. — disse Lily, imediatamente dando um passo à frente.
— Snape quebrou o tornozelo e tem múltiplas lacerações. — Fabian continuou a lista.
— Estou bem. — Severus disse rigidamente, sentando-se em uma cadeira um pouco mais longe da multidão que circulava.
Marlene correu para Gideon assim que acomodou seus pais. — Oh, por favor, me diga que ele vai ficar bem, Lily! — ela gritou, totalmente perturbada.
— Ele tem alguns ferimentos profundos no crânio. — Lily disse preocupada, examinando-o diligentemente. — Mas acho que ele vai ficar bem.
— Oh Godric. — ela sussurrou, caindo de joelhos ao lado do sofá. — Foi por minha causa! McNair estava mirando em mim e Gideon me empurrou para fora do caminho. Mas a maldição ricocheteou na parede e ele foi atingido ao tentar me proteger dos escombros.
— Ele vai ficar bem. — Fabian assegurou-lhe, com uma determinação teimosa gravada em seu rosto. Ele deixou cair a mão no ombro dela confortavelmente. — Ele prefere que seja ele assim agora do que você.
Quando Hermione teve certeza de que Lily tinha controle sobre a condição de Gideon, ela voltou sua atenção para Snape apenas para descobrir que Mary McDonald já estava ao seu lado. Ela podia ouvir Severus murmurando que ele era perfeitamente capaz de se curar, e Mary pacientemente dizendo que eles estavam aqui para que ele não precisasse fazer tudo sozinho enquanto ela murmurava feitiços de cura sobre os feitiços cortantes perdidos que haviam cortado sua pele.
— Obrigada por ir. — Hermione falou com Severus enquanto se aproximava da dupla.
— Bem, alguém tinha que fazer isso. — ele disse rigidamente.
— Não, sério. — disse Fabian olhando para eles. — Snape foi inestimável.
Praticamente todos na sala ergueram as sobrancelhas, incrédulos.
— Foi brilhante! Gideon e Marlene foram enterrados sob os escombros, e eu estava defendendo os McKinnons. Snape derrubou Goyle, Crabbe e McNair de uma só vez!
— Eles ainda estão vivos? — Moody perguntou rispidamente.
— Provavelmente não. — Severus disse.
Embora a indignação de algumas pessoas aumentasse com sua indiferença, Fabian passou a esclarecer.
— Eles foram atingidos por feitiços cortantes e estavam sangrando quando saímos. Não tivemos tempo de trazê-los, apenas no caso de mais deles aparecerem. Eles provavelmente já estão mortos se ninguém os pegou.
Um burburinho de conversa encheu a sala enquanto os detalhes da missão eram revelados.
— Eu sabia que você tinha isso em você. — Hermione sorriu para Snape.
— Tinha vontade de massacrar brutalmente três bruxos? — Snape zombou secamente. — Sim, alguém deveria me dar uma Ordem de Merlin.
— Você defendeu seu time quando eles estavam vulneráveis. — Hermione esclareceu, não deixando o sarcasmo dele tomar conta dela.
O canto da boca de Snape se inclinou para cima. Foi o mais próximo que ela viu de um sorriso real dele. Uma súbita sensação de calor começou a girar em seu estômago, algo que ela conseguia identificar em seu próprio passado. Foi o sentimento inquieto e profundo de puro ciúme. Mas não era dela. De quem ela tinha que ter ciúmes? Mary? Ela gostava bastante da garota e, além disso, não estava nem remotamente interessada em Severus.
Por alguma razão, seus olhos voaram instintivamente para Sirius, que já a estava observando com um olhar fixo. Pego de surpresa por seu súbito olhar questionador, ele imediatamente se virou e saiu da sala. Snape observou a interação deles com um olhar cuidadoso. Ele sabia que Granger era esperta e parecia que ela já estava atrás de Black, mesmo que não tivesse ideia do que estava procurando. Afinal, o próprio Snape viu o descontentamento no olhar de Black antes mesmo de Hermione se virar. Mas de costas para ele, ela não tinha como saber disso quando se virou diretamente para ele... a menos que já estivesse sentindo os efeitos do vínculo.
— Estou feliz que você ficará bem. — ela disse a Severus distraidamente. — Com licença. — ela disse distraidamente, seguindo os rastros de Sirius.
— Você sabe de uma coisa. — Mary imediatamente observou com conhecimento de causa, sem tirar os olhos de sua cura.
— Perdão? — os olhos de Severus voaram para ela, mas ele manteve seu esquecimento.
— Você sabe de uma coisa. — ela simplesmente repetiu, olhando para ele. — Sobre o que está acontecendo com Hermione e Sirius. —
Severus Snape ficou sem palavras.
— Por que você não está contando a ela? — Maria perguntou.
Esta foi a segunda vez que alguém conseguiu surpreendê-lo, e Severus Snape não gostou dessa sensação; ele odiava surpresas.
Mary sorriu para ele com conhecimento de causa. — Só porque estou quieta não significa que não percebo o que está acontecendo ao meu redor. Você sabe, você parece guardar os segredos de todos, mas nunca compartilha os seus.
— Com medo de usar isso contra todos vocês? — Snape acusou mordazmente, sabendo que as pessoas ainda não confiavam nele, mesmo com seu suposto heroísmo de hoje.
— Não. — ela disse com confiança. — Mas você não tem ninguém com quem compartilhar seu fardo, é realmente muito triste.
Com um último feitiço, Mary terminou seu trabalho e voltou para o resto dos membros da Ordem, desaparecendo na multidão. Durante sua vida, Snape não conseguiu acalmar o modo como seu coração palpitava. Uma coisa era quando Granger tentava denunciá-lo, mas mesmo isso ele poderia justificar porque ela conhecia o maldito futuro e aparentemente o conhecia há quase uma década. No entanto, agora aquela pequena mulher, que não tinha absolutamente nenhuma razão para confiar nele ou acreditar nele, parecia ver diretamente o seu próprio ser.
A Ordem não era muito boa para o modo de vida de Severus. Ele cresceu vivendo nas sombras, nunca confiando verdadeiramente em ninguém - especialmente depois de Lily. Depois de certo ponto, as pessoas pararam de se preocupar em perguntar. Era assim que ele gostava, ou pelo menos pensava que gostava.
★
Enquanto Hermione corria atrás de Sirius, ela não conseguia se livrar da sensação incômoda de que algo estava errado. Não importa o quanto ela tentasse ignorar, parte dela sabia que havia algo acontecendo. Ela o alcançou no corredor do andar de cima, onde ficavam todos os quartos extras.
— Sirius! Espere!
Ele parou em seus passos, mas não se virou para encará-la.
— Está tudo bem? — ela perguntou hesitante, um pouco nervosa. O que ela deveria dizer? Estou sentindo suas emoções? Por que fico arrepiado toda vez que você olha em minha direção?
— Tudo bem. — ele disse, ainda sem se virar. — Você deveria se juntar a todos lá embaixo, Hermione.
Sua postura foi ensinada, como se estivesse se segurando por uma corda. Mas de quê? Hermione só podia adivinhar. Ela cautelosamente se aproximou dele.
— Alguma coisa está diferente. — disse ela, sem saber como descrever o que estava notando. Ela pareceria uma lunática se tentasse contar a ele o que realmente estava acontecendo. Quando ele não disse nada, ela gentilmente colocou a mão em seu ombro. — Estou preocupada com você.
Era como se o toque dela tivesse aberto as comportas - ela foi levada por uma onda de necessidade intensa e não sabia se era só dela. Ela podia sentir a carga no ar segundos antes que ele se virasse e a empurrasse para trás. Seu olhar parecia desesperado enquanto a apoiava contra a parede do corredor.
— Diga-me para ir embora. — ele disse a ela. Quando ela não disse nada, ele segurou sua mandíbula, forçando sua cabeça até a dele. — Hermione, diga-me para ir.
E no corredor escuro, com seu corpo quente a poucos centímetros do dela, ela só conseguiu encontrar uma resposta. — Eu não quero que você faça isso.
Os olhos dele oscilavam entre os olhos dela e os lábios, e mesmo com sua experiência limitada, ela sabia o que ele queria. No entanto, ele hesitou, em desacordo consigo mesmo. Então Hermione reuniu toda a sua inteligência de Grifinória e ficou na ponta dos pés, trazendo seus lábios para encontrar os dele. Sirius enrijeceu sob seu aperto hesitante, e por um segundo ela temeu ter cometido um erro horrível.
Só porque ele terminou com Marlene não significa que de repente ele quer você.
Antes que ela pudesse recuar e sair correndo, Sirius gemeu contra seus lábios, causando arrepios na espinha dela. Ela nunca teve essa reação em um beijo, nem mesmo com Krum ficou tão afetada. Sirius passou os braços ao redor dela, puxando-a contra ele. Os dedos dele estavam espalhados pelas costas dela, descendo até a cintura e parte inferior das costas, como se ele estivesse tentando senti-la inteira de uma vez. Suas mãos voaram para seus longos cabelos, devolvendo seu entusiasmo.
Quando ele relutantemente se separou dela, os lábios dela quase o seguiram. Ela não queria que isso acabasse.
— Foda-se, Hermione... Eu não deveria estar fazendo isso com você, me desculpe. — ele sussurrou, suas testas se tocando enquanto respiravam juntos.
— O que você está falando? — ela estava confusa. — Eu queria isso, ainda quero isso.
Ela tentou alcançá-lo, mas ele gentilmente segurou suas mãos enquanto recuava.
— Você merece muito mais do que eu. — disse ele, olhando tristemente para o rosto corado dela enquanto colocava uma mecha de cabelo atrás da orelha dela.
Antes que pudesse mudar de ideia e ceder aos seus próprios desejos egoístas, ele deu meia-volta e saiu. Hermione ficou no corredor, ainda recuperando o fôlego. Esse beijo era tudo que ela queria, mas se recusou a admitir. Em toda a sua demonstração de ser forte e colocar a missão e todos os seus futuros em primeiro lugar, ela enterrou suas próprias esperanças e desejos profundamente na areia com seu próprio passado. No entanto, agora que as complicações haviam ficado para trás, ela não podia deixar de esperar que houvesse mais no beijo de Sirius do que um interesse passageiro.
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