011
˖࣪ ❛ MANTENDO-SE OCUPADA COM OS WEASLEYS
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FOI ASSIM QUE Lily a encontrou quase uma hora depois, sentada no chão, enrolada em si mesma. O olhar de Hermione estava aparentemente perdido, sem foco em tudo ao seu redor. Lily gentilmente tocou seu ombro, chamando a atenção de Hermione.
— Remus convenceu Sirius e James a transferir os guardiões do segredo de volta para Sirius como precaução, e Peter concordou. — Lily disse calmamente. — Mas todos querem avançar juntos.
As sobrancelhas de Hermione franziram em confusão. — Eles não contaram...
— Não, — Lily rapidamente assegurou. — Eles não contaram a ele. Não acho que queiram que ele saiba que duvidaram dele.
Hermione assentiu entorpecida.
— Vamos, vamos para casa, Hermione.
Ela deixou Lily puxá-la para ficar de pé, mas manteve os pés plantados quando Lily tentou levá-la escada abaixo.
— Eu não acho que deveria voltar para Potter Cottage com vocês. — disse Hermione, perfeitamente composta.
Lily se virou para ela, a culpa manchando seu olhar. — Hermione, vamos lá. Eu sei que você não concorda com Peter sobre o assunto, mas certamente você pode olhar além disso? Não é como se Peter morasse conosco.
— Não, não é isso, só não acho que seria bem-vinda.
Lily tem um brilho duro nos olhos. — Bem, a casa é minha e você certamente é bem-vinda lá.
— Lily, realmente não posso ficar com vocês para sempre, isso é...
— Sirius disse alguma coisa para você? — ela perguntou abruptamente.
— Nada que eu já não soubesse. — Hermione disse com um sorriso forçado, mas triste.
Quando as meninas voltaram para baixo, Lily contou a James, Sirius e Remus sobre os planos de Hermione, esperando que eles a apoiassem em insistir que Hermione ficasse na casa de campo. Mas todos eles olharam para ela sem expressão. Ela olhou para eles, exigindo silenciosamente que eles a apoiassem.
— Quero dizer, a escolha é de Hermione. Ela é uma mulher adulta, Lils. — James disse hesitante.
— Não olhe para mim, eu não moro na casa de campo, não é minha decisão. — Sirius disse indiferentemente.
Remus apenas deu de ombros, olhando para Lily com ar culpado.
Hermione manteve sua fachada calma, mas estaria mentindo para si mesma se tentasse fingir que a atitude deles não doeu.
— Bem, onde diabos mais ela ficaria? — Lily exigiu com raiva.
— Talvez na sede, se Dumbledore permitir. — Hermione ponderou. — Se não, posso encontrar minhas próprias acomodações. — afinal, ela ainda tinha a barraca na bolsa roxa dela.
— Você não fará tal coisa! — uma pequena ruiva aproximou-se de Hermione em tom de repreensão. — Por que você tentaria encontrar seu próprio caminho quando temos muito espaço? Além disso, você é magra demais, não deve estar cuidando de si mesma, coitada.
Um pouco da dureza que Hermione se forçou a adotar derreteu-se com o cuidado maternal familiar de Molly Weasley. Talvez nem tudo mude.
— Oh, eu não poderia impor. — Hermione insistiu.
— Absurdo! — Molly disse indignada. — Temos muito espaço, não temos, Arthur? — ela gritou do outro lado da sala para o marido, que estava conversando profundamente com Kingsley.
— Claro, querida. — ele disse imediatamente, virando-se para dar um sorriso caloroso a Hermione. — Você é mais que bem-vinda para ficar conosco. Seria um favor para nós. Temos sete jovens sob nossos pés, e uma nova pessoa faria maravilhas em mantê-los ocupados e entretidos.
Uma pequena parte de Hermione ganhou vida mais uma vez com a ideia de estar de volta à Toca. Perto de Ron, Ginny, os gêmeos. Seria o lugar mais familiar para ela, talvez depois de Hogwarts.
— Obrigada, Sra. Weasley. Isso seria ótimo. — Hermione aceitou graciosamente.
Lily a observou com tristeza, com Remus, James e Sirius, todos parados protetoramente atrás dela. O coração de Hermione apertou com a visão. Ela teve isso não muito tempo atrás - com Harry e Ron. Mas desta vez Harry está tendo a vida que merece, o que significava que ela não tinha lugar entre eles.
— Obrigada por tudo. — ela disse a Lily. — Cuide-se. — ela poupou a todos eles um último olhar. Remus parecia um pouco desconfortável sob o olhar dela, enquanto James e Sirius pareciam cautelosos.
Isso mesmo, ela pensou enquanto se virava para sair com Molly. Isto é o melhor...
★
— Você acha que ela está viva? — uma voz jovem e silenciosa perguntou baixinho. — Ela parece meio pálida, não é?
— O peito dela está subindo e descendo, o que você acha? — outra voz perguntou ironicamente.
Hermione pôde sentir alguém estendendo a mão para ela segundos antes de ouvir um tapa alto.
— Não toque nela! Você pode acordá-la! Veja, é por isso que sou o gêmeo mais inteligente!
— Vocês dois, calem-se! Antes que ela... Oh...
Todos os três garotos pararam de brigar, olhando arregalados para Hermione, cujos olhos finalmente despertaram do estado de sono. Ela estava sentada em uma grande cadeira macia perto da lareira, cercada por seus livros sobre os Fundadores de Hogwarts.
— Olá. — Hermione murmurou sonolenta.
— Ei, vocês, mamãe disse para não acordar os convidados... Ah, vocês estão prontos agora. — outro garoto gritou da soleira da sala de estar. Ele caminhou até os outros três meninos. Hermione observou as crianças à sua frente com um leve espanto, já que ela era mais nova do que todas elas apenas algumas semanas atrás.
— Ah, Hogwarts! — o recém-chegado exclamou depois de olhar para seus livros. Ele estufou o peito com orgulho. — É para lá que irei no próximo ano! A propósito, meu nome é Bill, Bill Weasley. — ele confiantemente estendeu uma pequena mão para Hermione, oferecendo-lhe um sorriso.
— Bem, é uma honra conhecê-lo, Bill. — Hermione riu, pegando a mão dele. — Meu nome é Hermione.
— Oh, eu sou o próximo! — o outro garoto abriu caminho. Ele era um pouco mais baixo que Bill, mas seu cabelo era de um vermelho muito mais profundo do que o cabelo ruivo dos outros três, lembrando um pouco os gêmeos Prewett. — Irei para Hogwarts em dois anos!
— E você deve ser Charlie: — Hermione adivinhou, rindo afetuosamente.
— Ela sabe meu nome. — ele sussurrou admirado para seu irmão mais velho.
Hermione voltou seu olhar para os gêmeos idênticos, que estavam um pouco atrás de seus irmãos mais velhos. Eles a observaram timidamente, como se tivessem medo de se aproximar.
— Olá. — ela disse suavemente.
— Você não está brava conosco por acordá-la, está? — um deles perguntou baixinho, como se esperasse ser castigado.
— De jeito nenhum, é uma surpresa agradável ser acordada por jovens tão adoráveis. — disse ela docemente.
Sorrisos travessos superaram sua hesitação enquanto se aproximavam dela.
— Eu sou Fred! — um dos gêmeos disse animadamente, puxando o cobertor que a cobria.
— E eu sou George, o inteligente! — o outro disse do outro lado.
Hermione os avaliou, examinando cada um deles com muito cuidado antes que um sorriso satisfeito de Cheshire se espalhasse por seu rosto. — Boa tentativa, Fred. — ela disse olhando diretamente para aquele que se apresentou como George. — E George. — ela continuou enquanto se virava para o outro.
Suas bocas se abriram em choque cômico enquanto olhavam boquiabertos para ela como peixes fora d'água.
— C-como... Como você fez isso? — Fred perguntou admirado.
— Nem a mamãe consegue fazer isso. — disse George, fascinado.
— Oh, não se preocupe, sua mãe me contou muito sobre seus pequenos truques enquanto estive aqui. Eu estava preparada. — Hermione mentiu facilmente. Ela sempre foi capaz de distinguir os gêmeos. Seus olhos tinham tons de azul muito sutilmente diferentes.
— Ah, mãe, porque ela estragou tudo! — Fred reclamou.
— À quanto tempo você esteve aqui? — Bill perguntou curioso.
— Quase uma semana, eu acho.
— Estávamos na casa da tia Muriel. — Charlie sussurrou, olhando exageradamente para a porta para verificar se havia sua mãe. — Foi uma estadia horrível, foi. Mas mamãe e papai disseram que tinham assuntos importantes para resolver, então simplesmente nos deixaram lá.
Hermione se encolheu. Ela poderia ter empatia com as crianças pequenas. Ela conheceu tia Muriel no casamento de Gui e Fleur; ela não era uma senhora agradável e seus comentários maliciosos certamente confundiriam crianças tão jovens.
— Estou com fome! — Fred declarou em voz alta.
— Vamos comer. — George exclamou, puxando a mão de Hermione depois de pegá-la entre as pequenas.
O coração de Hermione derreteu com essas crianças enérgicas, totalmente intocadas pela guerra. Ela desejou poder ter estado em suas vidas, desejou poder ter crescido com eles. Com o coração dolorido, ela se perguntou se seu filho cresceria perto deles quando ela finalmente fosse para Hogwarts.
Deixando-os arrastá-la para a cozinha, ela ouvia avidamente as histórias que contavam para envergonhar um ao outro.
— Crianças! — Molly exclamou. — Você deveria deixá-la dormir mais! — Molly olhou para Hermione se desculpando.
— Não, está tudo bem, foi uma surpresa bem-vinda. — Hermione disse com carinho.
Os olhos de Molly suavizaram-se em compreensão. Essa garota cresceu com os filhos, ela deve se sentir confortável perto deles.
— Bem, então sente-se para comer, querida.
Todos se juntaram a Arthur e Percy e à mesa do café da manhã. As crianças estavam conversando, compartilhando suas histórias emocionantes com Hermione. Charlie e Bill já haviam pedido que ela julgasse quem era o melhor aviador. E Percy pediu que ela contasse histórias sobre a escola.
— Você também foi para Hogwarts? — Bill exclamou entusiasmado.
— Eu fui. — Hermione confirmou, sem pensar nas consequências. Bem, espero que eles não se lembrem muito dela no futuro.
— Qual casa? — Bill perguntou imediatamente. — Mamãe e papai eram Grifinórios!
— Eu também fui da Grifinória. — ela sussurrou para eles. Todos começaram a comemorar, e Charlie afirmou que sabia que ela se encaixava com eles o tempo todo. — Shh... É um segredo, ok? Ninguém além de nós pode saber.
Todos os meninos assentiram com rostos solenes e olhos arregalados, como se estivessem recebendo uma tarefa importante. Molly e Arthur observaram com carinho a facilidade com que Hermione cuidava dos filhos.
— Hermione, querida, por favor, sirva-se de segundos!
— Ah, não, Sra. Weasley, terminei. — disse Hermione com um sorriso.
— Molly. — ela corrigiu. — Me sinto tão velha quando você me chama de Sra. Weasley! Além disso, você come tão pouco. — Molly resmungou. — Posso começar a levar isso para o lado pessoal.
— Sua comida é fantástica, Sra. W... Molly. — Hermione disse. — Eu prometo, já tive bastante!
Molly olhou para ela com ceticismo; a menina não comia direito há dias e sua rápida perda de peso era visível. O rosto de Hermione estava quase magro, e sua pele havia adquirido um tom acinzentado doentio. Ela passava tanto tempo pesquisando ou simplesmente perdida em um silêncio contemplativo que isso interferia em seu sono.
— Mãe, Hermione tem tantos livros sobre Hogwarts! — Bill contou a eles.
— Tem? — Percy perguntou animadamente.
— Vá em frente, eles estão na sala. — Hermione disse a eles. Com a permissão dela, os meninos fugiram, ansiosos para saber onde todos iriam estudar.
Assim que eles saíram, Hermione voltou-se para Arthur e Molly com expectativa. — Falando nisso, eu estava pesquisando um pouco mais ontem à noite...
— Está se espalhando demais, se você me perguntar. — Molly murmurou infeliz.
— E. — Hermione continuou lançando a Molly um olhar tranquilizador. — Acho que posso saber qual é a última Horcrux!
— Realmente? — Arthur perguntou, intrigado.
— Eu sabia que tinha que ser algo da Corvinal porque Voldemort já havia usado relíquias da Sonserina e da Lufa-Lufa. Eu já sei que a Espada da Grifinória não era uma Horcrux, e duvido que ele quisesse usar algo da Grifinória de qualquer maneira. Então eu olhei para as relíquias de Rowena, e nenhuma parece ser tão prestigiada e valiosa quanto seu diadema.
— Aquela coisa não se perdeu desde que ela morreu? — Arthur perguntou confuso.
— Até onde eu sei, sim. — disse Hermione, desanimada. — Eu esperava falar com o Professor Dumbledore sobre isso, caso ele pudesse ter alguma ideia.
— Bem, você pode perguntar a ele esta noite. — Molly disse a ela. — Toda a Ordem virá jantar.
— Oh... — Hermione disse, subitamente distraída pelos pensamentos das pessoas que ela havia deixado para trás há uma semana. Ela sabia que não poderia se esconder de Lily e dos Marotos para sempre, mas estava evitando pensar nisso. Aparentemente esta noite seria a noite em que eles seriam reunidos novamente. — Sim, é uma boa ideia. — ela finalmente respondeu à sugestão de Molly.
★
Já era por volta do pôr do sol quando todos começaram a chegar. Os Longbottoms foram um dos primeiros a chegar; aparentemente eles tinham uma forte conexão com os Weasley porque ambos eram um tanto excluídos dentro dos círculos de sangue puro. Frank e Alice viram Hermione e lançaram-lhe um olhar cauteloso, assentindo educadamente antes de voltarem sua atenção para uma conversa com os gêmeos Prewett.
Hermione manteve-se ocupada com as crianças, sentindo-se muito mais bem-vinda entre elas do que qualquer outra pessoa da ordem. Charlie esteve perguntando a ela sobre dragões o dia todo depois que ela revelou que seu melhor amigo havia lutado contra um deles uma vez. Gui permaneceu lealmente ao lado de Hermione, como um protetor, enquanto os gêmeos paravam por ela periodicamente.
Quando Dumbledore fez sua entrada, Hermione pediu licença aos meninos Weasley, prometendo a Gui e Charlie que voltaria em breve.
— Professor. — Hermione cumprimentou educadamente.
— Ahh Hermione. — Dumbledore cumprimentou. Ele ergueu uma torta de melaço da mesa de assados que estava olhando. — Você gostaria de um? Pequenas criações deliciosas.
— Estou bem, obrigada. Na verdade, tenho algumas pesquisas sobre as quais gostaria de lhe perguntar, professor.
— Algum desenvolvimento?
— Sim, na verdade. — Hermione disse animadamente. Ela contou a Dumbledore sobre suas suspeitas sobre o diadema da Corvinal e ele contemplou sua teoria muito seriamente.
— Posso perguntar por aí. Se alguém souber de algo útil sobre o assunto, será alguém de Hogwarts.
— Mas professor. — Hermione começou confusa. — Ninguém vivo viu o diadema. Está desaparecido desde a morte de Rowena.
Os olhos de Dumbledore brilharam divertidos. — É exatamente por isso que pretendo perguntar a alguém que já está morto.
Hermione voltou um olhar alarmado para Dumbledore. — Senhor, você não pode usar a Pedra da Ressurreição até destruirmos o anel, é muito perigoso!
— Embora também seja uma boa ideia, na verdade eu estava planejando perguntar aos fantasmas residentes em Hogwarts. Muitos deles existem desde a fundação da própria escola.
— Claro... — Hermione sussurrou, seus olhos se arregalando ao perceber. — Isso é brilhante.
— Na verdade, Hermione, eu queria te pedir um favor. — disse Dumbledore, seu tom se tornando mais sério. — Eu pesquisei algumas maneiras de destruir Horcruxes, e Alastor e eu concluímos que, dadas as circunstâncias, a melhor maneira de fazer isso pode ser Fiendfyre.
Hermione concordou com a cabeça, sabendo que o Basilisco do castelo ainda estaria vivo nesta época e a Espada da Grifinória de sua época, que estava impregnada de veneno, estava perdida em sua antiga linha do tempo.
— Alastor e eu somos proficientes em lançar e controlar Fiendfyre, mas gostaríamos de uma terceira pessoa, já que existem tantas Horcruxes. Alastor pediu para colocá-lo sob sua tutela para que você possa se juntar a nós quando finalmente nos livrarmos deles.
Hermione olhou para Dumbledore em estado de choque. — E-eu? Alguém mais... Experiente não deveria estar fazendo isso? Talvez Kingsley? Ou até mesmo os irmãos Prewett?
— Embora normalmente eu concorde, devo dizer que apoio Alastor em seu julgamento. Lançar Fiendfyre é simples o suficiente para qualquer um aprender, é controlá-lo que requer um foco incomparável. Kingsley e os irmãos Prewett são Aurores valiosos, mas eles não têm foco para aprenda como controlar Fiendfyre tão rapidamente quanto precisarmos. E eles têm serviço ativo para se concentrar.
Hermione assentiu com determinação. Ela poderia fazer isso. — Se Moody estiver disposto a me ensinar, garantirei que estarei pronta quando chegar a hora.
— Eu esperava que você dissesse isso, Hermione. — Dumbledore disse com um sorriso benevolente.
Pelo canto do olho, Hermione notou Sirius e os Potter fazendo sua entrada. Lily parecia absolutamente radiante com o cabelo preso em uma trança solta e mechas caindo ao redor do rosto. Harry estava apoiado em seu quadril e era uma borboleta social enquanto dizia suas palavras sem sentido para amigos próximos. James olhou para os dois com uma adoração tão flagrante em seu olhar que por um momento Hermione sentiu com absoluta certeza que toda a sua dor valia a pena pelo futuro pelo qual ela lutava.
Mas então o olhar dela se voltou para Sirius, e foi como se alguém estivesse apertando seu peito de forma desconfortável. Ele era absolutamente deslumbrante, parecendo exatamente o herdeiro de sangue puro que nasceu para ser. Vestindo calças pretas justas e um casaco índigo profundo que quase parecia preto se não fosse pela luz que o iluminava de vez em quando, Sirius Black parecia elegante e equilibrado.
Dumbledore pigarreou suavemente, trazendo a atenção dela de volta para ele. Mas por mais consciente que estivesse, ele não perdeu o olhar de dor e saudade nos olhos dela quando ela colocou os olhos nos Potter e em seu amigo.
— Está tudo bem, Hermione?
Hermione forçou um sorriso no rosto, balançando a cabeça prontamente. — Claro, professor! Melhor ainda agora que o fim está próximo.
— Há algo que você deseja me dizer? — ele perguntou novamente, estudando-a com um olhar de simpatia e preocupação.
Hermione hesitou por uma fração de segundo, debatendo se deveria contar a ele que havia considerado voltar ao seu tempo. Mas já sabendo que não conseguiria, ela apenas balançou a cabeça. — Não, senhor, nada.
— Muito bem. — ele deixou o assunto de lado. — Vou avisar Alastor e ele poderá começar seu treinamento amanhã. Tenha uma boa noite, Hermione.
Hermione observou Dumbledore sair, atravessando a multidão antes de desaparecer da sala. Ela se virou bem a tempo de ser bombardeada por Lily, que estava ansiosamente indo até Hermione.
— Hermione. — ela exclamou, jogando os braços em volta dela. — Como vai você? — ela recuou imediatamente, dando uma chicotada em Hermione, e olhou-a de cima a baixo em busca de algum sinal de que ela não estava bem.
— Estou bem, Lily, eu juro. Molly cuida muito bem de mim.
— Claro. — Lily suspirou, deixando escapar um suspiro de alívio. — Estou tão feliz em ver você, por que você não visitou ou escreveu?
— Faz apenas uma semana. — Hermione disse evasivamente. — Além disso, tenho pesquisado muito.
— Se você diz...
Hermione observou Remus passar perto deles e sentiu um calor familiar preenchê-la.
— Remus! — ela gritou animadamente, acenando para ele. Remus olhou para ela surpreso. Ele deu a ela um sorriso educado e um pequeno aceno antes de continuar rapidamente seu caminho até James, Sirius e Peter.
Hermione deixou cair a mão em decepção. Remus sempre foi tão carinhoso com ela, mesmo como professor. Ele sempre parecia defender o que acreditava ser certo, mas mal conseguia dizer duas palavras para ela.
Lily olhou para ela com simpatia antes de agarrar sua mão, puxando-a na direção deles. — Venha comigo. — ela insistiu.
— Lil, eu realmente não acho que isso seja o melhor... — mas seus protestos foram inúteis enquanto Lily a arrastava com ela.
Elas finalmente chegaram aos sofás onde os meninos estavam descansando. Lily sentou-se no braço de uma cadeira ao lado de James, dando-lhes um olhar severo dizendo-lhe 'seja legal'.
— Olá a todos. — Hermione disse suavemente, olhando especificamente para Remus, que permaneceu educado, mas ainda um tanto distante.
— Quem é? — Pedro perguntou curioso.
— Hermione Dumbledore. — Remus respondeu quando Hermione ficou nervosa com sua pergunta. — Ela é sobrinha de Dumbledore.
— Sim, Peter, já era hora de você conhecê-la! Ela é incrível com Harry. — Lily disse calorosamente.
— Ah. — Peter disse surpreso. — Muito bem! Esse garoto precisa de mais mulheres em sua vida, caso contrário ele pode muito bem ser adotado como um Maroto honorário agora mesmo.
Sirius sorriu divertidamente. — Como se isso o impedisse de seguir nossos passos.
— De qualquer forma, é um prazer conhecê-la, Hermione. — Peter disse com um sorriso casual.
— Da mesma forma. — Hermione disse, um pouco rígida. Pettigrew não se parecia em nada com o homem que se transformou na Casa dos Gritos em seu terceiro ano. Ele parecia elegantemente vestido e perfeitamente educado. Ao contrário de Sirius e James, ele parecia espelhar a natureza calma de Remus com uma aura menos motivada.
Peter não pareceu pensar muito na hesitação dela, e então voltou à conversa com Remus, perguntando-lhe o que ele queria fazer desde que foi dispensado de sua posição na matilha.
Hermione virou-se para James e Sirius, sem saber o que dizer a eles. Ela não estava disposta a revelar nenhuma informação relacionada à Horcrux tão perto de Peter, então ela decidiu falar de outro tópico que todos tinham em comum.
— Onde está Harry?
— Ele e Neville estão perseguindo as crianças Weasley. — James disse brevemente, não totalmente rude, mas também não convidando à conversa.
— Eu não sabia que ele e Neville eram tão próximos. — Hermione disse com um sorriso afetuoso. Ela se lembrou de como eles eram diferentes no primeiro ano, Neville sendo um garoto tímido apenas tentando manter a cabeça baixa enquanto Harry estava sempre correndo de cabeça para o perigo.
— Sim, eu não suponho que você faria. — James disse brevemente. Hermione foi pega de surpresa pela mordida em seu tom.
— Você tem algum problema comigo? — ela perguntou em um tom baixo o suficiente para evitar ser ouvida por Remus e Peter, que ainda estavam distraídos com a própria conversa.
James olhou nos olhos de Hermione com um lampejo de aborrecimento. — Você poderia ser um pouco mais gentil com Peter, não acha?
Hermione franziu os lábios teimosamente. — Você conhece meus motivos para ser cuidadosa...
— Sim, mas você viu em primeira mão que ele é diferente do que você lembra. Além disso, ser educado e ter a mente aberta é tão difícil de pedir?
— Aparentemente sim! — Hermione olhou incisivamente para ele.
— Então não temos muito o que conversar. — ele disse com firmeza, levantando-se para encontrar Lily, que havia se afastado. Sirius lançou-lhe um breve olhar antes de seguir James, deixando Hermione se sentindo vazia.
— Oh, Hermione, querida. — Molly gritou, indo até ela. — Você poderia, por favor, ficar de olho em Ginny enquanto eu arrumo a mesa para o jantar? Obrigada, querida! — ela empurrou um pequeno embrulho nos braços de Hermione, que ela aceitou assustada com mãos muito cuidadosas.
Ginny. Com olhos pequenos que permaneciam fechados, a bebezinha cochilando nos braços de Hermione era um pacote de beleza inocente e intocado. Seu cabelo ruivo profundo lembrava o de Charlie e dos irmãos Prewett. Hermione arrulhou e gentilmente embalou Ginny em seus braços.
— Parece que você foi feita para ser mãe. — comentou Lily, surgindo do nada.
Hermione olhou assustada. — Tenho apenas 18 anos. — ela insistiu, incrédula.
— Então? — Lily disse com carinho. — Eu tinha apenas 19 anos quando engravidei. A linha do tempo para essas coisas é um pouco anterior no mundo mágico.
— Ainda assim. — Hermione insistiu. — Eu não seria uma boa mãe.
Antes que Lily pudesse argumentar, Gui e Charlie se aproximaram de Hermione fazendo beicinho. — Hermione, você prometeu que voltaria para nós!
— Sinto muito, rapazes. — ela respondeu com indulgência. — Fiquei retida.
Lily sorriu para ela com conhecimento de causa.
— Vou ajudar Molly a se preparar, você se importa de levar as crianças da sala de jogos lá em cima? Acho que um dos Prewetts está mantendo aqueles demônios ocupados.
Hermione assentiu, ansiosa para fugir da multidão. Ela seguiu o lance de escadas, parando quando ouviu vozes sussurradas vindas do patamar acima. Ela ouviu uma pequena risada vinda de uma voz feminina.
— Estamos em público! — ela insistiu, escandalizada.
— Oh, por favor, você adora isso. — uma voz profunda e rouca disse arrogantemente.
O coração de Hermione despencou. Ela reconheceu aquela voz em um piscar de olhos. Sirius Black. Ela segurou Ginny mais perto de seu peito, virando um pouco a esquina para ter um vislumbre deles. Ela desejou ter se virado, porque o que viu destruiu uma parte de sua esperança que ela nem percebeu que estava segurando. Sirius estava em cima dela. Hermione não a reconheceu, mas ela era uma morena linda e cheia de curvas. Ele a colocou contra a parede com os braços presos acima da cabeça. As pernas da morena estavam enroladas em sua cintura e seus lábios estavam presos aos dela.
— Devíamos parar. — ela sussurrou contra seus lábios.
— Não foi isso que você disse ontem à noite. — ele sorriu, beijando seu pescoço. — Ou na noite anterior. — ele continuou a jornada até o decote dela.
— Mas qualquer um poderia nos surpreender. — ela choramingou contra ele, arqueando o peito em seu rosto, fazendo-o rir.
— Deixe-os. — ele insistiu.
Hermione pensou que ela iria ficar doente. Antes que ela pudesse voltar sem ser detectada, passos rápidos subiram as escadas atrás dela.
— Hermione! — Bill gritou escada acima. — Você pegou as crianças? Mamãe disse que começaremos em breve!
Sirius e a morena se afastaram um do outro com o grito de Gui, parecendo surpresos ao ver Hermione parada timidamente perto do patamar. Sirius lentamente deixou as pernas da mulher deslizarem por seu corpo até o chão enquanto se afastava dela. A morena ficou vermelha, evitando contato visual com Hermione por vergonha.
Salvando Hermione de um encontro estranho, Gui chegou ao lado dela, um pouco sem fôlego por causa da corrida escada acima. — Oh, oi Sirius, oi Marlene, — ele cumprimentou. — Vamos, Hermione, a sala de jogos fica no outro andar. — disse ele, conduzindo-a rapidamente para cima com uma mão que segurava a ponta do cardigã dela. Ela seguiu sem palavras, evitando o olhar penetrante de Sirius.
Hermione seguiu Bill até a sala de jogos, com a mente confusa, mas mal conseguindo se controlar com os fios mais finos.
— Tio Fabian! — Bill exclamou. — Mamãe está nos chamando para jantar.
— Tudo bem, você ouviu ele, seu sarnento. — o ruivo alto comandou brincando. — Vamos jantar, todos vocês!
Hermione estava perto da porta, tremendo de antes, segurando Ginny contra si. Seus olhos ficaram embaçados por causa das lágrimas não derramadas enquanto ela tentava ao máximo se recompor. Mas ela não conseguia evitar a dor que sentia. Ela só estava fora há uma semana. E sim, talvez ela e Sirius tivessem opiniões diferentes sobre Peter. Mas ela pensou que aqueles momentos que compartilharam eram especiais. Aparentemente não para ele. Embora ela praticamente tivesse se despedaçado por causa de seus sentimentos crescentes pelo homem, ele aparentemente não a via como nada mais do que um novo flerte.
— Hermione? — Bill perguntou preocupado, olhando para ela.
Fabian já havia conseguido mandar Charlie com Neville, Fred e George. Era só ele, Bill, Harry saiu agora.
— Senhorita Gr... Senhorita Dumbledore? — Fabian perguntou preocupado, aproximando-se. — Hermione? — ele repetiu com mais severidade.
Ele gentilmente colocou a mão em seu ombro, fazendo-a estremecer no esforço para se manter firme. Mas as lágrimas já haviam começado a formar um fluxo constante por seu rosto, embora ela conseguisse sufocar os soluços. Ela parecia totalmente indiferente às vozes deles.
— Tio Fab, o que há de errado com ela? — Bill exigiu, extremamente protetor com Hermione.
— Ok, amigo, preciso que você me faça um favor e leve Harry para baixo. Se alguém perguntar, diga que já iremos.
— Não, eu quero ficar com Hermione. — ele insistiu petulantemente.
Fabian se ajoelhou na frente do sobrinho mais velho. — Hermione precisa de um momento, ok? Ela odiaria que outras pessoas a vissem assim. Preciso que você segure o forte aí para que eles não venham procurá-la. Ela precisa disso.
Bill franziu a testa adoravelmente. — Tudo bem. — ele aceitou. — Você vai cuidar dela, certo?
Fabian bagunçou o cabelo de Bill de forma tranquilizadora. — Claro que eu vou.
Quando Gui saiu com Harry, Fabian se aproximou de Hermione lentamente, pensando se deveria fazê-la sentar ou tirar Gina de seus braços por segurança.
— O que aconteceu? — ele perguntou suavemente, a apenas alguns centímetros de distância dela.
Os olhos dilatados de Hermione encontraram os dele enquanto ela abria e fechava a boca repetidamente, incapaz de pronunciar as palavras. Fabian deu um passo hesitante para mais perto, levantando as mãos para segurá-la pelos braços. Todo o seu corpo tremeu novamente e ela abaixou a cabeça contra o peito dele enquanto soltava um gemido baixo de dor. Os olhos de Fabian arderam de simpatia pela dor que esta jovem parecia sentir.
— Hermione, você precisa me dizer o que há de errado, querida. — ele disse suavemente, esfregando as mãos para cima e para baixo nos braços dela confortavelmente.
— E-eu só quero ir para casa. — ela conseguiu engasgar.
Fabian se sentiu impotente para contar a ela qualquer coisa que pudesse ajudar, então ele simplesmente a puxou para um abraço caloroso com Ginny ainda dormindo entre eles, acalmando-a até que seu tremor se acalmasse e suas lágrimas secassem.
Eventualmente Hermione se afastou dele, mantendo o olhar baixo. — Sinto muito por isso. — ela ofereceu, envergonhada por sua explosão.
— Você não precisa se desculpar por sentir falta de casa. — insistiu Fabian com firmeza, observando-a preocupado.
— Estou bem agora. — ela insistiu. — Devíamos descer.
Antes que Hermione pudesse se virar, Fabian a parou brevemente com a mão em seu braço. — Você sabe que sempre pode falar comigo, certo? Eu sei que a Ordem tem sido... Difícil... Desde a situação de Pettigrew. Mas Moody e Dumbledore ainda confiam em você, e isso é o suficiente para mim.
— Obrigada. — disse ela. — Mas estou bem, só devo estar muito cansada. — ela insistiu novamente.
— A oferta permanece de qualquer maneira. — ele persistiu, certificando-se de que ela acreditasse nele.
Fabian seguiu Hermione até a sala de jantar, guiando-a com uma mão pairando em suas costas. Muitos membros da Ordem fizeram uma pausa no meio da conversa para observar sua entrada. Molly sorriu para eles, chamando-os para os pratos vazios. Sirius observou com os olhos semicerrados enquanto Fabian escoltava a bruxa até seu assento, sua mão ainda pairando em sua cintura. Ele puxou a cadeira para ela e gentilmente tirou Ginny de seus braços, liberando-a para comer. Molly observou a interação deles alegremente, feliz por Hermione finalmente ter encontrado outro aliado entre todas as suspeitas que a cercavam. Ela sempre subestimou seus irmãos.
Enquanto Molly e Sirius observavam as interações dos dois novos conhecidos, Lily ficava de olho em Hermione. Ela podia ver um toque de vermelho nos olhos de Hermione e se perguntou preocupada o que havia acontecido. James disse a ela que foi rude com ela. Mas isso não poderia ter sido suficiente para fazê-la chorar. Estudando a pobre garota, ela pôde confirmar que as suspeitas de Molly eram verdadeiras. Hermione parecia pálida e fraca, e ela não estava recuperando a saúde como deveria com os cuidados que Molly estava oferecendo.
Ficou claro que Hermione havia perdido a motivação para realmente cuidar de si mesma e estava focada apenas na missão neste momento. Mas presa entre sua estranha necessidade de cuidar de Hermione e seu desejo de apoiar o marido em suas escolhas, Lily não tinha ideia de como realmente ajudar a garota.
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