Meu pai me levou pro meu quarto, era roxo e tinha vários tipos de armas penduradas nas paredes.
Quarto gótico? Eu sou gótica?
Meu pai me deixou sozinha, para poder tomar banho e o meu noivo apareceu.

- oi

Ele falou entrando de uma vez no quarto e me pagando só de toalha, me virei num espanto e segurei firme a toalha.

- o que você quer?

Perguntei grossa, por culpa do susto que avia levado, meu corpo estava tremendo, meus músculos leves e minha respiração ofegante, sem contar com meu coração que está batendo super forte, e eu juro que sentir ele parar por uns segundos.

- vim pra conversarmos melhor... Sinto muito pela sua memória, deve ser difícil, não é?

- sim muito... É como se eu estivesse incompleta, sei lá... Não conseguir lembrar nem do nome, é um vazio enorme, sabe?

Fui falando tão rápido e parei para pegar fôlego, e antes de recomeçar ele falou :

- imagino... Já tive perda de memória... Não me lembro dos meus pais, nem do meu verdadeiro nome, por isso todos me chamam de alfa.

Ele sentou no chão e enquanto eu ia pegando umas roupas fui falando :

- eu tenho fé que vou me lembrar de tudo... Dos meus amigos... Se é que eu tive algum... Esse lugar não parece ter ninguém da minha idade.

Joguei a roupa sobre a cama e olhei pra ele que se levantou e falou :

- tem alguns lobos da sua idade, depois li apresento... Agora vou li esperar lá fora, pra que possa se trocar.

Eu assenti e ele saiu, coloquei as minhas roupas, que eram pretas, com um tipo de cinto na minha coxa, com uma faca.

- está linda!

Ele falou entrando e me dando outro susto.

- não sabe bater? Eu podia estar sem roupa.

Falei e ele soltou uma risada irônica.

- seria ótimo.

Falou e eu fiquei calada, ele é meu noivo, acho que tem esse direito de falar isso.

- me fala, como você perdeu a memória?

Falei olhando pra ele e passando um batom vermelho.

- bom... Foi a dois anos atrás... O Apolo me achou caído na beira da cachoeira e me levou pra uma caverna ali próxima, era bem escondida e ele me contou que eu estava com uns amigos, na parte de cima dela e de repente, ela começou a ficar mais forte e nos puxou... Pelo que sei, fui o único a sobreviver, mas não sei onde estão meus pais, nem sei meu verdadeiro nome, por isso sou conhecido como alfa... Já inventei muitos nomes, mas nem um é verdadeiro.

Ele me olhou, esperando que eu falasse algo.

- me conta, como nos conhecemos?

Falei empolgada e me sentei na beira da cama.

- esse foi um momento mágico... Foi na mesma cachoeira, mas a poucos messes...

- messes? E já vamos nos casar?

Perguntei, ele pensou um pouco e falou :

- é que você está grávida...

Ele mexeu o pelo um pouco e me olhou... Eu estava pálida e em choque, mas falei :

- grávida? Mas eu não tenho idade para ter filho.

Falei e foi aí que me dei conta.
Tenho noção da minha idade, já é um começo.
Ele chegou perto de mim e falou :

- por isso seu pai nos obrigou a casar e pra falar a verdade vai ser mais que perfeito, casar com você.

Ele falou... Mas eu nem sei como ele é na forma humana...

- não sei o que falar.

Falei olhando pra ele e me sentando na cama.

- não precisa falar nada... Vou li deixar sozinha... Acho que até do nosso filho você esqueceu, não é?

Fiz que sim com a cabeça e ele saiu.

Um filho? Eu tenho um filho? Mas como pode ser isso? Não me lembro de ter acontecido nada com ele... Mas mesmo assim, tenho que me casar, não posso deixar meu filho ausente de pai.

- MEU FILHO?

Me perguntei colocando a mão na barriga.