Matteo Martinelli

A reunião de segunda chega e dentro do carro preciso respirar fundo algumas vezes, olho para o lado e observo Summer ajeitando o batom vermelho que pinta sua boca.

Ela está com um vestido branco de seda que chega ao meio de suas coxas e os cabelos estão soltos e cheios descendo por suas costas.

-O que?- ela vira o rosto e me observa.

-Nada.- acaricio seu joelho.- Só estou admirando.

-Se tudo der certo, tenho uma surpresinha para você.- ela sorri se aproximando.

-Ah, é?- perfeito.

-Sim.- ela segura minha mão e sobe pela perna.

Meu corpo inteiro parece criar expectativa quando ela coloca as nossas mãos por baixo do vestido e meus dedos tocam a coxa dela, sorrio quando sinto ela molhada.

-Você...

-Chegamos.- Leon estaciona.

Nos encaramos e eu tiro a mão segurando a dela, beijo os dedos de Summer e me afasto para abrir a porta. Ajudo Summer a sair e caminhamos para dentro do salão já familiar.

Estamos segurando a mão um do outro enquanto entramos, meus seguranças ficam atentos e olho especificamente para a mesa onde Leo está sentado.

Vou para a minha mesa e Summer senta ao meu lado, passo o braço pela cadeira e ela aceita a champanhe que Leon cheira antes de entregar.

Aqui pode ser território neutro, mas é bom ter cuidado. Ela observa envolta e Leo olha para ela com um sorriso perverso, aperto minha mão em punho e Summer percebe.

-Quando vai começar?- ela pergunta.

-Logo.- viro o rosto e meu nariz toca a bochecha dela.- Alguém vai subir no palco e chamar todos os chefes para uma sala, lá vamos ficar sem armas e Leon vai poder entrar comigo.

-E eu vou ficar aqui?- ela faz bico.

-Eu sei, meu bem, mas mulheres não são...

-Me coloque lá dentro.- ela pede.

-Eu queria...

Ela desvia o olhar do meu e seus olhos varrem o salão, Summer parece estar estudando cada mesa enquanto eu tento explicar para ela que eles nunca iriam deixar.

-Summer.- a chamo.

-Tudo bem.- ela cede.

-O que você está aprontando?- pergunto.

-Nada...

-Se vamos fazer isso, precisamos falar um com o outro.- seguro o queixo dela e a faço me encarar.

-Esposas são tão importantes quanto eles, não?- ela aponta.- Posso jogar meu charme.

-Charme nas esposas?- sorrio.

-Ficaria surpreso.- ela sorri lentamente.- Eu gosto de achar que faço sucesso com mulheres.

Aperto o queixo dela e a beijo, Summer ri e beija meus lábios de novo. Acaricio seus cabelos e sinto as mechas sedosas contra meus dedos.

-Senhor.- um garçom se aproxima.- Estão se juntando.

-Ótimo.- limpo a garganta.- Use seu charme, então.- sussurro.

Leon levanta comigo e meu coração aperta um pouco por estar deixando ela sozinha, mas tem mais cinco seguranças. Summer sabe se defender e não vai ficar em perigo.

Entro na sala e estão todos com copo nas mãos, Leo se aproxima de mim com as mãos nos bolsos, mas fico tranquilo por ninguém aqui ter armas.

-Sua noiva está uma maravilha.- ele sorri.

-Esposa.- corrijo.

-Por quanto tempo?- levanta a sobrancelha.

-É uma ameaça?- faço a mesma coisa.

-Não sei, sabemos que você é fraco demais sem...

-Por que chamou todos nós aqui, Martinelli?- um deles pergunta.

-Bem, eu ouvi dizer que alguns de vocês estão se juntando contra mim.- falo com calmo.- Seria de uma burrice enorme vocês estarem fazendo isso, não é?

-Só por que tem elo com os Ballard-Hunt, não significa que você seja forte aqui...

-Pelo que lembramos bem, está sem um herdeiro, ainda.- outro deles fala.

-Sem herdeiros, sem força.- Leo fala sorrindo.

-Então usariam a mesma lógica contra Leo.- aponto.- Ele não tem esposa, muito menos filhos.

-Mas eu sou o filho legítimo.- ele cantarola.- Você é um bastardo idiota que assumiu matando a própria família...

-Ainda sim, eu me casei.- os observo.- Minha esposa está lá fora, todos viram.

-Isso é verdade.- um deles assente.- Ainda mais com um Ballard-Hunt.

-Não tira o fato de que se você ou Summer morrerem, não terão herdeiros para assumir.- Leo fala alto.- Ou seja, qualquer um poderia aproveitar de seus territórios igualmente.

-Seria uma vantagem para todos nós.- outro deles fala ao lado de Leo.

-Acham mesmo que Leo dividiria o território entre outros oito?- pergunto.

-Está claro!- Leo bebê uísque.- Alguém vê alguma barriga em Summer? Não! Então ela não carrega um herdeiro...

-Casamos há três dias!- falo por cima dele.

-Até onde sabemos, ela pode ser infértil.- Leo mexe as mãos.- Ou Matteo pode ser! Quem vai saber?

-Bem, você não vai poder fazer nada essas semana, não?- sorrio o encarando.- Como vão seus homens e armas?

-Foi você!- ele grita avançando.- Seu miserável bastardo!

Leon entra na minha frente e pisco um olho para Leo quando ele é segurado pelo próprio segurança dele. Tudo parece se acalmar e Leon volta para o canto.

-Não teve nenhuma mão minha nisso.- afirmo.

-Está claro que essa reunião não vai ir para nenhum lugar.- o mais velho fala.- Então devemos considerar que se não houver nenhuma prova de herdeiro até Leo conseguir suas armas de volta....ele está livre para fazer o que quiser.

Travo meu maxilar e Leo sorri para mim com arrogância, aperto meus punhos dentro dos bolsos e espero que eles não ouçam meus pensamentos.

Mataria um por um antes que tentassem fazer algo, sabia que se eles me matassem, também matariam Summer e todas as pessoas que pudessem se opor.

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Summer Martinelli

-Enfim, eu comprei aquela bota caríssima da Gucci só para saber que era a errada.- mexo a taça do champanhe.- Voltei e comprei outra, mas quando dei de presente, minha tia falou que era a errada.- reviro os olhos.- Então eu fiquei com duas botas e ainda gastei os olhos da cara.

Todas riem e eu sorrio, mulheres ricas gostam de ouvir coisas assim. Sei disso por que convivi com várias delas em jantares e essas coisas que a empresa da minha família fazia para desviar dinheiro.

-Que vestido lindo esse que está usando.- uma delas fala.- De onde é?

-Não sei, Matteo comprou para mim e nem perguntei.- falo em uma voz arrogante.

-Tem sorte por ter Matteo.- uma mais velha suspira.- Acho que o meu está só esperando eu morrer para me trocar pela amante.

-Que horrível.- uma delas fala.

-É revoltante.- balanço a cabeça.- Homens acham que mulheres só servem como éguas parideiras ou para diversão.- bebo um pouco e elas concordam.

Elas conversam sobre algumas coisas, eu abro bem os ouvidos para saber que um dos maridos está mau nos negócios e o outro precisa de ajuda para pagar uma dívida.

-Esse colar também foi presente de Matteo?- uma pergunta ao meu lado.

A observo e sorrio quando os olhos castanhos me observam de volta, o sorriso dela é bem atraente e fico me perguntando se o marido dela sabe que joga para o outro time.

-Eu o comprei.- toco meu pescoço e ela acompanha o movimento.- Gostou?

-Sim, fica muito bem em você.- ela sorri.

-Posso comprar um para você. Como presente.- aproximo meu corpo do dela.- Estou precisando de amizades.

-Ficaria feliz em ser sua amiga.- ela move a mão e toca meu colar.

Os dedos dela se demoram na minha pele e sorrio lentamente sentindo meu corpo reagir. Me pergunto se Matteo aceitaria uma terceira pessoa na cama.

-Quem é o seu?- aponto para a sala em que entraram.

-Charles.- ela suspira.- O pai dele acabou de morrer e assumiu tudo.

-Talvez vocês pudessem jantar na nossa casa.- movo a mão até o pulso dela.- Estamos querendo inaugurar a casa com algumas visitas.

-Vou insistir para ele.- ela olha para minha mão.

A porta da sala abre e Matteo sai com uma cara nada boa, ele ergue os olhos para mim e parece surpreso ao me ver junta em uma mesa com as outras esposas.

Peço licença e vou até ele com pressa, Matteo pega meu casaco e isso diz que a noite acabou de vez. Já consegui o que queria da mesma forma.

-O que conseguiu?- pergunto.

-Nada bom.- ele me ajuda a vestir o casaco e voltamos a andar.- Você?

-Bem, algumas fofocas.- sorrio e ele ri.- Não vai acreditar...