Epílogo
Epílogo
Mudei de horário das aulas, pois Pedro foi fazer comigo. Passamos a frequentar a noite. Enquanto estamos na sala de dança, Luisa e Tobias ficam brincando no parque ou na sala de 'brinquedoteca' onde tem monitora. Apesar, deles estarem com dez anos eu não os deixaria em casa com o irmão mais velho. Prefiro levá-los para ficar mais tranquila. Aquele horário era o 'nosso', ou seja, um tempo a dois.
Aos poucos Pedro foi se soltando e gostando. Fazia graça e esforçava ao máximo para conseguir seguir os passos, mas confesso, ele não levava muito jeito. Mas o que mais importava era estarmos juntos dançando.
Contei para ele que estava fazendo aulas à tarde sozinha. Ele disse que ficou pensando nesta possibilidade, mas preferiu não perguntar porque queria me ver feliz. Como isso não aconteceu precisou saber a verdade. Tinha medo de que eu estivesse com outro problema e a preocupação estava lhe consumindo.
- Mesmo fazendo aulas você não estava feliz. Vai resolver se eu fizer mesmo?
- Claro meu amor... A falta da sua presença comigo é que me entristecia. Já estava na dúvida se iria continuar, pois é muito desagradável fazer sem meu par preferido.
- Entendi... O que lhe faltava era um bom pé de valsa...
- Sim... Claro... – dei risada – falta você achar o outro pé para ficar melhor.
Mas era verdade, dançar é uma terapia maravilhosa, porém se você não estiver se sentindo completa nada adianta. Senti que aquelas aulas nos faziam muito bem. Não era simplesmente saber todos os ritmos e fazer um espetáculo, mas dançar, flutuar e rodar nos braços do meu amado...
Vejo que nosso casamento, antes era muito bom, mas agora é muito melhor. Não perdemos mais oportunidades de irmos à festas e dançarmos muito. Ficamos assíduos dos jantares da terceira idade.
Hoje estamos completando 25 anos de casados. Faremos uma renovação do nosso matrimônio. Logo depois um jantar para amigos e familiares.
Preparamos uma grande surpresa para os convidados.
No meio da festa trocamos de roupa e uma música começou a tocar. Pedro apareceu com um chapéu caído para frente e como um bom malandro veio até mim que estava sentada numa mesa sozinha. Convidou-me para uma dança. Aceitei e começamos nossa performance. Um samba de gafieira com direito a uma saia rodada e curta. Terminou a música. A luz parou nele bem a frente tirando o foco sobre mim. Troquei a saia curta por uma longa e com um bom corte na lateral da perna. E um lindo tango começou a tocar alto.
Já ao primeiro passo ele me curvou quase tocando ao chão. Em seguida tomou-me muito sério com passos firmes e fez-me andar de costas, parou e viramos nosso olhar sério para os lados. Arrancamos aplausos e assovio dos convidados. O restante da dança foi perfeito.
Promessa cumprida. Demorou... Mas valeu a pena.
Fim
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