Capítulo Único
10 de setembro de 1990...
Estou sentada no quintal de casa, fazendo uma toalhinha de crochê quando o carteiro caminhando pelas ruas, colocando as cartas nas caixas de correios das casas acaba por chamar a minha atenção, e, imediatamente, o meu coração começa a bater de forma descompassada contra o meu peito.
Há dois anos, desde que Victor deixou a cidade para estudar medicina na capital com a promessa de que iria voltar que a minha vida é essa, sempre esperando as cartas do meu grande amor.
Como não temos dinheiro para ficar viajando de uma cidade para a outra a fim de nos vermos, esta é a única maneira que temos de manter contato um com o outro, e, fazemos isso com muito amor, e, mesmo que tenham se passado dois anos desde que ele foi estudar, o amor que eu sinto por ele apenas aumenta, não há um único dia em que eu não pense em nosso reencontro e, eu sei que com ele se passa a mesma coisa, sei que este sentimento é recíproco.
Volto a minha atenção para o carteiro, que, ainda está um pouco longe da minha casa, e fico imaginando se ele trás uma carta de meu amado Victor para mim.
Todos os dias, a saudade bate forte em meu peito e, somente as doces palavras de Victor, escritas com tanto amor para mim, é que são capazes de aplacar um pouco desta grande saudade que bate em meu peito.
Vejo o carteiro se aproximando de minha casa e, sem mais conseguir conter a minha ansiedade, me levanto, deixo minha agulha e minha linha de crochê no banco em que estou sentada e corro em direção ao portão, mal sendo capaz de conter as batidas aceleradas de meu coração.
Chego ao portão ao mesmo tempo em que o carteiro, e, ele entrega para mim um envelope, que, eu nem preciso ler o remetente para saber quem escreveu esta carta.
Um sorriso estampa a minha face ante a alegria que toma conta do meu coração, pois, eu tenho em minhas mãos mais uma carta de meu amado Victor.
E, sem mais perder tempo, abro o envelope, e, a caligrafia perfeita de Victor aparece ali, naquelas linhas que são escritas com todo o amor do mundo.
"Minha querida Carmen:
Não há um único dia em que eu não pense em você.
Sigo com meus estudos, dando o máximo de mim para que eu possa me formar e tornar um médico e, com isso, poder voltar e cumprir com a promessa que lhe fiz.
Você é o meu amor e todos os dias sonho com o nosso reencontro, com o dia em que finalmente a terei novamente em meus braços.
Ainda tenho um longo caminho pela frente, mas sigo tendo a certeza de que vou conseguir realizar o meu sonho, e, com isso, serei um homem digno e conseguirei construir, ao seu lado, a família que tanto sonhamos.
Eu te amo mais do que as palavras são capazes de expressar, e, só peço, mais uma vez, que não esqueça de mim e que me espere, pois cada dia vivido é um dia a menos que estaremos separados.
Me espere, minha amada Carmen, pois eu voltarei, e então cumprirei a promessa do nosso reencontro.
Eu te amo, Carmen.
Do seu amor, Victor."
Termino de ler a carta com um sorriso em meus lábios, pois, eu tenho certeza de que, não importa quanto tempo estejamos separados, o importante é que, em nossos corações, mantemos viva nossa doce promessa de um reencontro.
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