TESSA CHANNING, point of view
Los Angeles, California – USA

Vinnie dormiu depois de vinte minutos de filme, mas não reclamei. Teríamos uma noite longa pela frente, então um cochilo agora seria bem-vindo.

O acordei às seis e meia, mandando ele para o chuveiro.

Enquanto ele se trocava, fui tomar banho. Logo depois de sair do banheiro, procurei pela roupa que eu sabia que tinha esquecido de pegar, no guarda-roupas de Vinnie.

Vesti o conjunto de cropped e saia, ambos pretos, e corri no quarto de Maddy para pegar um salto emprestado. Vinnie se arrumava em um canto do quarto, e eu em outro.

Estávamos prontos meia hora depois.

─ Vin. ─ o chamo, assim que o elevador se fecha e começamos a descer para o estacionamento no subsolo.

─ Hum?

─ Posso dirigir hoje?

De que outra maneira eu o levaria para o salão? Ok, ele iria se eu disesse o endereço, mas... Daria meio na cara, né?

Percebo que ele apenas me encara, mas não me responde até que o elevador se abra.

Sorrindo, ele enlaça seus dedos no meu e me puxa, correndo, pelo estacionamento.

─ Escolhe.

Intercalo o olhar entre os carros. O prata, o vermelho, o azul e o amarelo.

Eu nunca seria capaz de dizer o quão ridículo é o amarelo, porque sei que ele ficaria triste.

─ O vermelho.

─ Eu sabia que você escolheria ele. ─ ele diz, sorrindo, e tira a chave do bolso.

─ Sabia, é?

─ Claro que sabia. Conheço muito bem a minha garota.

Aquilo fez a minha noite, mas eu não o deixaria saber e inflar ainda mais o seu ego. Vincent Hacker é o garoto narcisista mais humilde que eu conheço, e ao mesmo tempo que é confuso, também é adorável.

Vinnie me entrega a chave e corre para o lado oposto, entrando no banco do carona.

─ Esse é um passo enorme pra mim, ok? Eu nunca deixei ninguém dirigir os meus bebês. ─ ele faz drama.

─ Eu pensei que eu fosse o seu bebê. ─ faço um biquinho, tirando uma com a cara dele. Ele me encara em silêncio, provavelmente no maior dilema da sua vida. ─ Tô brincando, bobo. Os carros podem ser seus bebês, desde que eu seja sua Majestade.

─ Ah, e você é, Alteza. ─ ele lambe os lábios rapidamente, sorrindo largo. ─ Mas é sério, Tess. Vai com calma.

Gargalho antes de iniciar o motor do carro e arrancar para fora do estacionamento, mais feliz do que nunca. Vinnie atravessa a mão pelo carro e aperta minha coxa, em um apelo silencioso que apenas me fez rir ainda mais.

Ele realmente ama esses carros, hein?

Maddy me buscou em casa uns dias atrás, para me ensinar o caminho até o salão de festas, então eu já sabia como chegar lá. Eu disse a Vinnie que vi nas minhas redes sociais uma divulgação de alguma festa, uma merda assim, e, mesmo sabendo o caminho, disse o nome da rua e deixei ele me guiar.

Vinte minutos depois de muitos "faz a curva à direita", "entra à esquerda" e "vai mais devagar", finalmente chegamos. Para o meu alívio, ele não achou nada suspeito, já que o salão aparentava estar cheio, com música alta e luzes escapando por cada janela.

─ É uma festa particular? ─ ele pergunta, saindo do carro e pegando a chave quando o entrego.

─ Parece que estamos prestes a descobrir. ─ falo, tentando esconder minha animação. ─ E, se for... Bom, acho que nós sabemos bem como invadir algum lugar, certo?

Vinnie enlaça os dedos no meu, aperta minha mão e, comigo, começa a avançar até o portão trancado. Bati no metal três vezes, depois duas e então mais uma, o código que Aaron inventou. Meio besta, mas serve.

O portão se abre, revelando um segurança, contatado provavelmente por Maddy. Ele nos deixa passar sem fazer perguntas, e, por sorte, Vinnie não questiona.

Seguimos pelo corredor mal iluminado e vazio, até toparmos com uma porta, também de metal, que nos separava da festa em si. Olhei para Vinnie uma última vez antes de girar a maçaneta e empurrar a porta.

Vinnie arfa.

─ O que... Vocês... Como... ─ ele gagueja, vendo todos os seus amigos aqui. Sorrio ainda mais largo. ─ Caralho!

─ Surpresa!

Solto a minha mão da dele, o empurrando para lá. Ele começa a cumprimentar todos os seus amigos, alguns eu reconheço, outros não. Encontro Aaron, encostado na parede, e vou até ele.

─ Bom trabalho. ─ digo, contemplando o lugar. ─ Vocês deveriam trabalhar com eventos. ─ brinco.

─ Não exagera. ─ ele responde, sorrindo fraco. ─ Ele não desconfiou de nada? 

Balanço a cabeça.

─ Depois que fomos para o apartamento, ele percebeu que estava muito silencioso. Eu disse que Maddy e Jordan tinham saído, e você provavelmente estava dormindo. Ele não quis ir checar, por medo de te acordar. ─ respondo, querendo rir. Foi fofo, admito. ─ Ele me deixou dirigir até aqui.

O queixo de Aaron estaria no chão se não houvessem ossos o segurando no lugar. Balanço a cabeça.

─ Ele o quê?

─ Exatamente isso que você ouviu, meu amigo. ─ mordo o sorriso, procurando Vinnie com os olhos mais uma vez. O encontro, agora, no meio do salão, ainda falando com os amigos. ─ Não conheço mais do que dez pessoas aqui. ─ resmungo.

─ Acostume-se, linda. ─ ele pisca antes de se desencostar da parede e me deixar sozinha; o sigo com os olhos por um tempo até ver que ele foi atrás de uma bebida.

Aposto que nem metade das pessoas aqui têm idade legal para beber, mas quem se importa? Eu certamente não.

Sigo pelo caminho que Aaron traçou, encontrando uma mesa com algumas garrafas de cerveja em cima e dois frigobares em cada lado. Uau. Eles realmente levaram isso a sério.

─ Boo. ─ alguém assopra meu cabelo e me viro para trás, vendo Maddy e Jordan. ─ Notas? ─ ele pergunta, olhando ao redor.

─ Cem de dez. ─ respondo, abrindo uma garrafa de Budweiser. ─ Sério, tá maravilhoso.

─ Ainda nem começou, meu amor. ─ Maddy diz, animada. ─ Espera só até todo mundo estar bêbado o suficiente pra esquecer que sentem frio e pular na piscina. É sempre a melhor parte.

Discretamente coloco a garrafa de volta na mesa, e o casal gargalha.

─ O Senhor Celebridade ainda tem bastante gente pra cumprimentar, vem sentar com a gente. ─ Jordan diz, pegando meu braço e me puxando gentilmente até uma mesa um pouco afastada da muvuca. Aaron já está lá, com uma garrafa de cerveja na mão e o celular na outra. 

─ Você nunca se diverte? ─ provoco, me sentando ao lado dele. Aaron larga o celular para me olhar, sorrindo. 

─ Ei, Tessa, é melhor você não começar uma guerra que não é capaz de ganhar. ─ Maddy interrompe o que quer que seja que Aaron fosse dizer, e ele revira os olhos. ─ Ele tem essa carinha de doce, recatado e do lar, mas faz tudo parte do plano dele pra pegar muita mulher.

Olho para ele, surpresa.

─ Não acredito que você me enganou, Aaron! ─ coloco a mão no peito, fingindo estar ofendida. Jordan gargalha.

─ Pois é, Tess. Faz tudo parte do meu grande planejamento de roubar a namorada do meu melhor amigo. ─ ele zomba. Maddy se engasga de tanto rir ao meu lado. Rio fraco, não respondendo. ─ Relaxa Tessa, a gente tá zoando você.

─ É, garota. Se acalma! ─ Maddy diz, ainda rindo.

─ Eu consigo ver sua artéria bombeando daqui. ─ Jordan diz.

─ Eu nunca faria isso, Tess. ─ Aaron continua, com um resquício de risada em seus lábios. ─ Mas você caiu feito um patinho.

É, caí mesmo.

O36 | é tao engraçado vcs achando q vai dar merda logo agora, faltando 4 capitulos pra acabar a historia kkkkkkk vao fazer uma terapia