22. dirty dancing.
TESSA CHANNING, point of view
Seattle, Washington DC – USA
Vinnie dirigiu por aproximadamente quarenta minutos, até parar em uma rua cheia de prédios em construção. Ele desligou o carro, tirou a chave da ignição, subiu o capuz e saiu do carro.
─ Vamos invadir prédios que nem estão totalmente construídos? Que sem graça. ─ reclamo, batendo a porta. Ele aperta a chave e o carro tranca.
─ Não, Alteza. ─ nos encontramos em frente ao carro. ─ Você já vai ver, vem.
Vinnie entrelaça os dedos nos meus e me puxa para correr entre dois prédios. Passamos por um buraco na cerca de arame e corremos mais um pouco pela grama alta.
─ Esse é um bom lugar pra desovar um cadáver. ─ murmuro.
─ Todas as vezes que eu te levar pra sair você vai insinuar que eu sou um serial killer e quero te matar, não vai?
─ Foi mal, é que eu assisto muito jornal. É melhor se acostumar com isso. ─ mexo os ombros e ele ri. ─ Vai demorar muito? Se eu quisesse correr eu comprava uma esteira.
─ Como você é chata! ─ ele resmunga. ─ Já estamos chegando.
E, de fato, paramos depois de uns dois minutos. Tudo o que eu podia ver era uma parede enorme, tipo muito grande mesmo, tanto de comprimento quanto de largura, e algumas portas espalhadas.
Sem esperar ele pedir, tirei um grampo do cabelo e o entreguei.
─ Sempre preparada, hein? ─ ele brinca.
─ Pois é, nunca se sabe quando precisaremos invadir algum lugar.
Vinnie abre a porta com o grampo, e dá espaço para que eu entre. Me deparo com uma escuridão maior que do lado de fora.
─ Ilumina com o brilho do celular, não a lanterna. ─ ele sussurra. ─ Esse depósito é sempre vazio, mas não vamos arriscar.
Ele pega o celular do bolso, aumenta o brilho e vira para o chão; faço o mesmo. Vinnie pega a minha mão mais uma vez e nos guia pelo lugar.
A escuridão não se estendeu por muito tempo; cerca de um ou dois minutos depois, ele abriu mais uma porta e a luz quase me cegou.
Estamos, pelo que diz a placa, em uma escada de incêndio. Há, pelo menos, cinco lances de escada para cima, e ele começa a subir os degraus.
─ Sério, Vinnie, por que não fomos logo para uma academia? Seria menos cansativo que isso!
─ Para de reclamar, Tessa. ─ ele responde, rindo. ─ Você vai me agradecer depois.
─ Dificilmente. ─ retruco. ─ É melhor isso valer a pena, Hacker.
Depois de subir os lances de escada, Vinnie abriu a única porta, colocando o indicador nos lábios.
Passo pela porta e a encosto, virando para finalmente ver onde estamos.
─ Um shopping?
─ É. Westlake Center. É o mais caro de Seattle. ─ ele se gaba, sorrindo. ─ Tem umas lojas em reforma no térreo, tá parado faz uns dois ou três dias.
─ E o que exatamente estamos fazendo aqui? ─ pergunto.
─ Apressada pra caralho você, hein? ─ ele resmunga sorrindo. Andamos pelo corredor extenso do shopping até chegarmos em frente ao cinema. ─ Voi là.
Acho que minha cara de tédio disse tudo o que ele precisava saber.
─ Não era mais fácil pegar um cinema normal ou sei lá?
─ Tô começando a achar que seu problema é comigo, não com o lugar. ─ ele cruza os braços, de cara amarrada.
Reviro os olhos, chegando perto dele. Ele resmunga um "ai" quando aperto suas bochechas.
─ O que vamos fazer em um cinema interditado, Vinnie?
─ O que mais se faz em um cinema? Assistir! ─ ele sorri. ─ Me espera na sala seis, eu já vou.
Vinnie sai correndo depois disso, enquanto eu ando tranquilamente até a sala seis. Já na primeira fileira posso ver dois pacotes de pipoca fechados, alguns chocolates e dois copos grandes de refrigerante.
Me sento em uma das poltronas e abro um chocolate, sem saco pra esperar o Vinnie.
De repente, aquela voz robótica que avisa que o filme vai começar e blá blá blá sai pelas caixas de som espalhadas pela sala.
Puta merda.
Eu pensei que a gente iria ver alguma coisa pelo celular ou qualquer merda do tipo. Mas isso? Outro nível!
Adorei.
Vinnie chega quando o segundo trailer acaba. Ele se senta ao meu lado, sorrindo, e pega um chocolate.
─ Você tem muitos contatos, hein? ─ brinco.
─ Um bom invasor nunca revela seus truques.
A abertura começou, e meu queixo caiu. Olhei para Vinnie, surpresa e extremamente feliz, e seu sorriso alargou.
─ Rose me disse que seu filme favorito é Dirty Dancing, então eu pensei "hum, por que não assistir no cinema, só nós dois?", e aqui estamos. ─ ele se explica. ─ De nada, aliás.
─ Obrigada, obrigada, obrigada. ─ a cada agradecimento era um beijo em seu rosto.
Ele ri, sentindo cócegas, e me empurra pelo ombro levemente.
─ Você sabe que eu vou te fazer dançar, né? ─ questiono, animada. ─ Sei a coreografia inteira.
─ Nah, sem chance. ─ ele balança a cabeça, rindo. ─ Mas pode dançar sozinha, vou adorar assistir. ─ ele pisca.
─ Idiota.
─ Você gosta.
Verdade.
O filme enfim começou, e paramos de conversar para assistir. Eu cantava as músicas baixinho, e Vinnie ria ou sorria todas as vezes. Ele chegou a me gravar, mas eu sabia que ele não postaria em lugar nenhum – talvez em sua conta privada.
Já no final do filme, faltando pouco para acabar, ele se virou para mim e ficou me encarando.
─ Só cospe, Hacker. ─ coloco a pipoca de lado, depois de por mais algumas na boca e me viro para ele também.
─ Lá em casa, quando você estava conversando com a minha mãe... ─ ele começa, envergonhado. ─ Você disse "eu amo seus filhos", no plural.
Engasgo com a pipoca.
─ Eu disse? ─ eu sei o que eu disse, só esperava que ele não tivesse notado.
─ Disse. ─ ele mexe os ombros. ─ Com todas as letras.
Limpo a garganta, desviando o olhar.
─ É, eu... Talvez... Ai, merda. ─ esfrego o rosto. ─ Tá, eu disse.
Suspiro.
─ Não é como se fosse um segredo, na verdade. A Rose é uma das minhas melhores amigas, então é um fato. ─ sorrio fraco. ─ E você... É difícil de explicar realmente, mas uma pessoa que me ajuda, me apoia e me acolhe, é uma pessoa que merece o meu amor, certo?
Ele assente.
─ Muita gente relaciona o amor à paixão, mas nem sempre é assim. Eu amo a Rose, mas isso não significa que eu pediria ela em namoro amanhã mesmo. ─ balanço os ombros.
─ E eu?
Porra, merda, caralho.
─ Você o quê?
Ele revira os olhos.
─ Se eu, Vincent Hacker, olhasse no fundo dos seus olhos nesse momento e te perguntasse se você, Tessa Channing, quer ser minha namorada, o que você diria?
Ai meu Deus, ai meu Deus, ai meu Deus.
Abri a boca para responder, mas nada saiu. Simplesmente travei.
─ É uma pergunta hipotética ou você está me pedindo em namoro de verdade? ─ consigo perguntar.
─ Depende da sua resposta.
Vinnie não parecia aflito ou nervoso ou qualquer coisa do tipo. Ele sorria, compreensivelmente, como se dissesse "tá tudo bem", e eu suspirei em alívio.
─ Eu não sei se... Não sei se tô pronta, entende? O Jordan... Ele fodeu minha cabeça. ─ respiro fundo. ─ Eu super namoraria com você, juro. Você é tudo o que uma garota sonha. ─ ele ri. ─ Mas só... Eu não quero tomar uma decisão no calor do momento, e depois acabar pior do que já estou, ou então acabar te machucando, sabe?
─ Eu entendo, Tess. ─ Vinnie leva a mão até minha bochecha e faz um carinho ali. ─ Entendo completamente. Eu também precisei de um tempo depois de terminar o meu primeiro namoro. ─ ele sorri. ─ Eu vou continuar aqui, tudo bem? Sempre, para o que você precisar.
─ Obrigada. ─ falo, com os olhos marejados. ─ Obrigada mesmo.
Vinnie esfrega nossos narizes levemente, sorrindo, e deixa um beijo rápido e suave nos meus lábios.
─ Ei, Alteza?
─ Hum?
─ Eu também te amo.
O22 | quem xingar a tessa por ela ainda nao ter superado o trauma leva block nessa porr
postei um edit deles no tik tok, o link ta no meu mural, me deem biscoito!!!
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