15. may 22nd.
VINCENT HACKER, point of view
Seattle, Washington DC – USA
Meu corpo teve um sobressalto quando alguém abriu a porta que eu jurei que tinha trancado. E o pior de tudo: era Tessa.
─ Meu Deus, me perdoa! Eu pensei que não tinha ninguém aqui dentro. Foi mal mesmo. ─ ela diz, gaguejando um pouco.
Só me lembro de que não estou usando praticamente nada quando ela me olha de cima a baixo e ganha um tom avermelhado no rosto.
─ Gostou da vista, Majestade? ─ zombo, e acho que é impossível o rosto dela ficar mais vermelho do que já está.
─ Vai a merda. ─ ela xinga, parando de olhar. ─ Dá pra sair logo? Tô apertada!
─ Você tá me expulsando do meu próprio banheiro? ─ cruzo os braços; Tessa olha meu peitoral mais uma vez.
─ Sim, estou. Ou você prefere que eu faça xixi em cima da sua cama? ─ ela me imita e cruza os braços.
Reviro os olhos, mas dou risada e saio.
─ Tenta não pensar muito nesse corpinho quando estiver sozinha. ─ sussurro quando passo ao lado dela.
Tessa bate a porta atrás de mim, e eu gargalho.
Quando entro no meu quarto, Rose está lá.
Aparentemente, hoje é o dia da quebra da privacidade.
─ Preciso me trocar, Rose. ─ paro no batente e ouço ela bufar antes de sair. Tiro a toalha e visto uma cueca e uma calça de moletom. ─ Entra.
Minha irmã entra no quarto e fecha a porta, sem parar de me encarar.
─ O que quer que seja, foi o Reggie. ─ me defendo. Mas Rose ri.
─ Não é nada disso, bobão. ─ suspiro. ─ Você tá a fim da Tessa, Vinnie?
Prendo a respiração mais uma vez.
Abro a boca, pronto para falar não, mas... Eu não estou mesmo? Ou estou, mas não quero admitir?
Merda.
─ Não precisa responder. Sua cara já diz tudo. ─ ela diz.
─ Não, espera... ─ bufo, impaciente, e esfrego o rosto com as duas mãos. ─ Eu não sei, beleza?
─ Como você não sabe? A pergunta foi: você está a fim de Tessa Channing? Só dá pra responder com sim ou não. ─ Rose cruza os braços.
Rose ainda está me encarando.
─ Olha, a Tessa é linda, engraçada, eu adoro sair com ela.
─ Mas...? Sempre tem um mas.
─ Mas ela é de menor.
Rose franze a testa.
─ Ok, eu sei que tem uma lei contra isso, mas você é só um ano mais velho que ela. O aniversário dela é no dia da formatura, sabia? Literalmente daqui uma semana. ─ ergo as sobrancelhas. Dessa eu não sabia. ─ Era só isso? Só porque ela tem dezessete?
─ Sim. Quero dizer, não. ─ Rose revira os olhos. ─ Rose, a garota acabou de ser traída. Ela provavelmente quer passar bem longe de qualquer homem.
─ É aí que você se engana, irmão mais velho. ─ ela sorri. ─ É melhor você conversar com ela, porque não é minha história para contar. Tudo o que eu posso dizer é que, se você estiver a fim, ela também está.
Uau.
Fiquei com aquilo martelando na cabeça por um bom tempo. Mesmo o quarto de Rose não sendo perto do meu, eu conseguia ouvir ela e as amigas rindo – o que, automaticamente, me fazia pensar em Tessa.
Tudo nela me admira. Sua risada me faz rir, seu sorriso me faz sorrir. O brilho em seus olhos me aquece. Mas, ainda assim, essas são coisas que também acontecem com Rose, com Nailea, até com a minha mãe. Por isso, tenho medo de estar confundido as coisas e acabar piorando a situação.
Então é isso. Não vou tentar nada com Tessa até ter certeza de que não a enxergo apenas como uma amiga – ou até como uma irmãzinha.
Decido assistir algum filme da Netflix pra passar o tempo. Depois de uma hora, a fome bate.
Ainda sem camiseta, saio do quarto. Sei que meus pais já estão dormindo, Reggie está no meio de uma partida no quarto dele e Rose e as amigas no quarto dela, então não tenho problema nenhum em perambular pela casa.
Coloco cereal e leite em uma tigela e como, na cozinha mesmo, enquanto assisto alguns vídeos no Tik Tok. Eu estava quase acabando quando alguém desceu as escadas e entrou na cozinha.
Era Tessa.
E puta merda, o pijama dela...
─ Oi! ─ ela diz, muito animada para o meu gosto. ─ Você sabia que a escada tem nove degraus?
─ Sim, eu sabia. ─ respondo, segurando o riso.
─ E você sabia que em cada um deles tem três quadrados? Isso faz vinte e cinco quadrados.
─ Vinte e sete.
─ O quê?
─ Você disse vinte e cinco. São vinte e sete. ─ sorrio para ela.
Tessa franze a testa.
─ Sério? ─ assinto. ─ Droga! Preciso contar de novo.
Puxo o antebraço dela de volta para a cozinha. Tessa me olha com aborrecimento.
─ Você tá bêbada, Tessa? ─ pergunto, mas já sei a resposta. Só de chegar perto já consigo sentir o cheiro de álcool.
─ Não! Não bêbada, talvez um pouco alegre. ─ nem sequer pergunto como elas conseguiram álcool; não é a primeira vez que Rose assalta a pequena adega do nosso pai.
─ Alegre, é? ─ zombo. ─ Faz o 4 com as pernas.
─ Isso é ridículo! ─ ela resmunga, mas faz o que eu pedi. E, surpreendentemente, não cai. ─ Viu? Não estou bêbada. ─ sorri.
─ Ainda não acredito em você. ─ ela revira os olhos.
─ Que pena.
Tessa se solta da minha mão e começa a se virar para ir embora.
─ Você veio na cozinha por nada? ─ questiono. ─ Ou só estava me perseguindo?
─ Perseguindo uma vírgula! ─ mais uma vez, seguro o riso. ─ Eu vim pegar um copo d'água.
─ E cadê o copo d'água?
─ Perdi a sede. ─ ela retruca. ─ Boa noite, Vinnie. ─ novamente, ela se vira. ─ Ah. Dia vinte e dois de maio.
Franzo o cenho.
─ Meu aniversário de dezoito anos. Vinte e dois de maio. ─ não vejo seu rosto, mas sei que ela está sorrindo. ─ Até amanhã.
Quer saber? Foda-se! Se eu não estivesse interessado em Tessa, eu não estaria em dúvida sobre isso.
─ Volta aqui, Alteza. ─ seguro o antebraço dela mais uma vez. Ela me olha, sorrindo inocentemente. ─ Você ouviu?
─ Pouco. Não sou bisbilhoteira nesse nível. ─ ela mexe os ombros. ─ Mas, se eu valho sua dúvida, posso esperar até você se decidir. ─ ela obviamente está sendo irônica, mas não dou risada.
─ Eu não estava em dúvida. ─ sussurro. O sorriso dela se fecha. ─ Só estava tentando respeitar o seu tempo.
Tessa ri fraco.
─ Se for por causa do você-sabe-quem, pode ficar tranquilo. Já aceitei o meu chifre e estou muito bem com ele. ─ ergo as sobrancelhas.
─ Então você, Vossa Majestade, está me dizendo que, caso eu tentas...
Tessa não me dá tempo para sequer terminar a frase. Ela, com seus um metro e sessenta e cinco, no máximo, puxa minha nuca com a mão e ataca minha boca com um beijo desesperado.
Sim, foda-se a dúvida.
Pego Tessa pelas coxas e a coloco sobre o balcão, sem nunca parar o beijo. As unhas dela arranham minha nuca e o começo das minhas costas, mas não ouso reclamar – como poderia?
Encho minha mão direita com um punhado de cabelo dela e puxo sua cabeça para trás; isso só serve para aprofundar ainda mais o beijo, e Tessa emite um barulho baixo que eu adoraria ouvir mais uma vez.
Ela enlaça as pernas ao meu redor e me puxa para mais perto, enquanto eu solto seu cabelo e seguro seu rosto.
Tessa está sempre me surpreendendo. E isso acontece também naquele momento: ela pega a minha mão e desce para o seu pescoço, sorrindo contra a minha boca.
─ Tessa Channing, sua depravada! ─ sussurro e ela sorri.
─ Sem essa de Tessa Channing, pra você é Vossa Alteza.
O15 | e lalaie esses dois.....
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