11. second option.
TESSA CHANNING, point of view
Seattle, Washington DC – USA
A pista onde Vinnie nos trouxe fica na saída da cidade, a caminho de Renton. Não há prédios, casas ou comércios aqui.
─ Esse lugar parece um cenário de filme de terror. ─ comento, olhando ao redor. Meus olhos se arregalam. ─ Agora você quer me estuprar e me matar, né? Eu sabia! Estava bom demais pra ser verdade. ─ esfrego o rosto. ─ Bonito, educado, famoso... É claro que você é um serial killer.
Quando olho para Vinnie, ele está encarando a estrada.
─ Você foi a que menos demorou para descobrir. ─ ele me olha e pisca. Estou muito ocupada com o queixo caído para falar qualquer coisa. Felizmente, Vinnie gargalha o mais alto que pode. ─ Larga de ser paranoica, Tessa. Eu só tô te levando pra andar de skate!
Cerro os olhos.
─ E por que eu deveria acreditar em você? ─ cruzo os braços.
─ Porque acabamos de chegar. ─ ele diz e para o carro, desligando o motor no segundo seguinte. ─ Não deixa nada de valor aqui dentro.
─ Eu não trouxe nada de valor além do meu celular. ─ respondo, saindo do carro junto com ele.
Vinnie estava certo. A pista é realmente lotada. Mal havia espaço para andar de skate sem quase esbarrar com alguém.
─ Vem, Alteza. ─ ouço Vinnie me chamar, com um skate em cada mão. ─ Marquei de encontrar uns dois amigos aqui, tem problema?
─ Nenhum. ─ pego o skate que ele me estende e coloco no chão. ─ Vamos lá.
Sigo Vinnie pelo corredor de pessoas, sobre o skate, por uns três minutos. Ele aproveita a atenção das pessoas e faz umas manobras que eu nunca conseguiria fazer, e reviro os olhos.
─ Ei, seu exibido do caralho! Estamos aqui! ─ viro o pescoço para a direita no mesmo segundo que Vinnie. O garoto pega mais impulso com o pé e vai até aquela direção.
O sigo no meu tempo, sem pressa – apesar de ter ficado puta por ele ter me deixado pra trás. Consigo ver Vinnie abraçando os dois garotos, e então me aproximo mais deles.
─ Agora que é famoso esqueceu dos pobres, é? ─ um dos garotos, com cabelo castanho e olhos castanhos, diz.
─ É coisa de família. Esses dias eu passei pela Rose e ela fingiu que não me conhecia. ─ o outro, um loiro branquinho dos olhos verdes, diz. ─ Por isso eu prefiro o Reggie.
─ O Reggie retrocedeu de ser humano para homem das cavernas. Eu juro, eu cheguei há quase uma semana, e só vi ele duas vezes. Duas vezes, cara. ─ Vinnie diz, e o loiro ri.
Cruzo os braços e coço a garganta. Os três garotos me olham ao mesmo tempo.
─ Acho que ela quer um autógrafo, Vinnie. ─ o moreno sussurra, mas escuto mesmo assim.
─ Autógrafo nada. Eu nem sabia que esse cara era famoso até ele me mostrar. ─ retruco.
Vinnie sorri sem graça e passa o braço pelos meus ombros.
─ Foi mal por te largar.
─ Tudo bem, eu entendo. ─ sorrio de volta.
─ Vocês querem que a gente saia? Privacidade e tal... ─ o loiro brinca.
Vinnie levanta o dedo do meio para ele.
─ Tessa, esses são Jett e Jeffrey. ─ aponta para o moreno e o loiro, respectivamente. ─ Idiotas, essa é a Tessa.
─ E aí, Tessa. Deixa eu te falar, não me chama de Jeffrey, beleza? Eu odeio. J é bom, Baby J é melhor ainda.
─ Esquece. Não vou te chamar de Baby J. ─ faço uma careta. Vinnie ri. ─ J eu aceito.
─ Ótimo. ─ ele sorri.
Jett bate palmas duas vezes.
─ A gente veio pra lavar roupa suja ou andar de skate, hein? ─ ele questiona, subindo no skate e indo em direção a pista. J vai atrás.
─ São duas crianças, não liga pra eles. ─ Vinnie diz, soltando meus ombros.
─ Gostei deles. ─ admito. ─ Vamos, quero ver se consigo te acompanhar dessa vez.
Mas eu não consigo. Vinnie tem o controle total do corpo e de seus movimentos que até recebe alguns gritos e palmas por uma ou outra manobra, enquanto eu fico presa na mesmas três de sempre, apenas remando e me equilibrando como uma criança.
Jett e J também são ótimos, sabem algumas manobras difíceis e executam com perfeição.
Tentei uma manobra diferente pela última vez. Resultado: bati o tornozelo mais uma vez, me desequilibrei e caí de bunda no chão.
E essa nem foi a pior parte.
Depois que caí, ouvi um grito de aviso antes de alguém se chocar contra mim; a pessoa pulou meu corpo, mas o skate acabou levantando e a ponta do shape bateu na minha têmpora esquerda.
Boa, Tessa. Parabéns.
─ Merda, me desculpa. Foi mal mesmo. ─ o garoto se levanta e me dá a mão para me ajudar.
─ Tá tudo bem, relaxa. A culpa foi minha. ─ aceito a ajuda, limpando a calça assim que levanto.
─ Sua cabeça... ─ o garoto toca um dedo na minha têmpora e me mostra a mancha vermelha. ─ Cacete!
─ Fica tranquilo, eu tô bem. Eu juro. ─ sorrio para ele e o empurro seu skate. ─ Vou dar uma pausa.
─ Beleza. Foi mal mesmo.
Me afasto do garoto, e só agora sinto algo quente escorrendo pela lateral do meu rosto.
─ Tessa! ─ ouço meu nome, mas não sei de qual direção ele vem. ─ Aqui! ─ enxergo um braço estendido, e desço o olhar para encontrar o rosto de Vinnie.
Ele corre até mim, soltando o skate no meio do caminho.
─ Eu vi você caindo e aquele cara trombando em você. ─ ele diz, ofegante. ─ Você tá bem? Se machucou? ─ Vinnie puxa meus braços e me olha da cabeça aos pés; na segunda vez, ele nota o sangue na minha têmpora. ─ Eu vou bater com o skate na cara daquele garoto!
─ Não vai nada! ─ seguro sua mão e o puxo antes que ele saia. ─ Não foi nada, eu estou bem. Foi culpa minha.
─ Bem coisa nenhuma! Você tá sangrando! ─ ele diz, eufórico. ─ Vamos embora.
─ Embora? Não! Só faz meia hora que chegamos! ─ reclamo, emburrada. ─ Eu já disse que estou bem, Vinnie.
Ele suspira.
─ Se estivesse bem, não estaria sangrando. A escolha é sua, ou eu te levo no hospital, ou você me deixa limpar isso e por um curativo.
─ Não tem uma terceira opção? ─ pergunto.
─ Tem, é a seguinte: eu volto lá e faço uma machucado igual ao seu naquele garoto cego.
Reviro os olhos.
─ A segunda opção, então. ─ Vinnie assente e eu bufo, o observando pegar os dois skates e voltar para o carro.
Vinnie dá partida no motor e nos coloca na estrada mais uma vez. Agora, o destino é a casa dele.
O11 | eu vivo pelo vinnie das minhas fics
mais tatde tem +1!!!
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