07. roller coaster day.
TESSA CHANNING, point of view
Seattle, Washington DC – USA
Vinnie me deixou no portão de casa e saiu – não antes de tomar o meu celular, adicionar o número dele e mandar um oi.
Eu tinha um sorrisinho besta no rosto. Tem sido um daqueles dias que eu costumo chamar de montanha russa: pontos altos e baixos.
Pontos altos: Jordan dormiu comigo e só foi embora quando o dia estava amanhecendo – ou virou ponto baixo também? Tive uma tarde de princesa, apesar da minha mãe intrometida. Fui coroada. Conheci um cara legal pra caramba.
Pontos baixos: tive a prova de que meu namorado – ex-namorado – é um completo babaca egoísta.
Exalo e giro a maçaneta. Qualquer sinal de sorriso sumiu por completo quando entrei em casa e encarei as pessoas na sala de estar.
Minha mãe já estava vestindo seu pijama – justificável, pois já são quase uma e meia da manhã. Jordan e Katie estavam sentados no sofá, com as roupas de gala, conversando entre si. Os três me olharam assim que bati a porta.
─ Tessa! Onde foi que você se meteu? ─ eles se levantam ao mesmo tempo.
─ Saí com um amigo.
─ Amigo? ─ Jordan ironiza. ─ Engraçado, eu não conheço o seu amigo.
─ Que pena. Ele é uma pessoa maravilhosa. ─ sorrio sarcasticamente. ─ Se me dão licença, eu...
─ Pra onde você foi, Tessa? ─ Jordan questiona, sério.
Reviro os olhos.
─ Não tô no clima pra essa conversa hoje, Jordan. Amanhã nós...
─ Amanhã uma porra, Tessa! ─ ergo as sobrancelhas. ─ Você vai me contar pra onde foi com aquele cara ou eu vou ter que descobrir sozinho?
Molho os lábios, sem nenhum vestígio de batom. E ele nota isso. Sorrio largo.
─ Descubra sozinho. É justo, sabe, já que eu tive que descobrir sozinha que você ─ aponto um dedo para o seu peito. ─ fode ela escondido. ─ olho para Katie sobre o ombro dele. ─ Não me enche a paciência. Nenhum de vocês. Boa noite.
Solto um suspiro assim que chego no topo da escada, e corro para o banheiro. Me dobro em frente ao vaso sanitário e fico ali por uns cinco minutos, sentindo meu estômago imprimir e comprimir até parar.
Resolvo tomar um banho depois disso. Tiro toda a maquiagem e acabo com o babyliss do cabelo com a água quente. Não me importo.
Debaixo do chuveiro, me permito chorar. Mesmo sabendo que talvez não deveria. Pra começar, eu sempre soube que Jordan era um babaca e tudo o que eu não queria para um namorado.
Mas ele é bonito... Faz parte do time...
Eu não estava brincando quando disse que quis viver a experiência completa de um romance clichê. Mas acho que fui longe demais.
Jordan nunca disse que me ama, mas eu sim. Inúmeras vezes. Mas eu realmente amo, ou senti que deveria amá-lo?
Ok, agora definitivamente não é hora pra essa aventura dentro do meu subconsciente. Quem sabe amanhã. Ou nunca.
Já no meu quarto, visto o meu pijama fofo e quente – apesar de ser quase verão.
Não demora muito mais que dez minutos até que alguém bata na minha porta. Eu realmente espero que não seja Jordan ou Katie. Eu poderia jogar os dois pela janela tranquilamente.
Mas não é nenhum deles. É minha mãe, com um prato de cookies e um copo de leite.
─ Posso entrar? ─ engulo o "já entrou" e apenas balanço a cabeça. Ela coloca o prato na minha frente, o copo na minha mão, e se senta na ponta da cama. ─ É verdade?
─ Qual parte? Que eu sumi com um desconhecido ou que sua filha tá pegando meu namo... ex-namorado? ─ questiono, pegando um dos cookies. ─ Ah, que seja. As duas coisas são verdade.
─ Como você soube?
─ Eu os vi. No corredor. ─ respondo.
─ E como você está? ─ franzo o cenho. ─ Nós duas somos idênticas. Eu já fui traída, Tessa. E fiquei nesse estágio de "foda-se ele, eu sou gostosa demais pra me importar" por uns dias. ─ uma risada escapa. ─ Mas depois tudo me atingiu mais forte.
Tomo um gole do leite antes de responder.
─ Honestamente, eu não sei como me sinto sobre isso. ─ desabafo. ─ Quero dizer, eu obviamente gostava dele. Mas acho que não... Não o amava. ─ esfrego a testa. ─ Eu não sei. Talvez eu só queria saber como é ser amada.
─ E aí ele acabou com a sua autoestima. Certo? ─ assinto, calada. ─ Isso não é uma exclusividade, Tessa. Todo mundo já passou por algo assim. E dói, em certo ponto. Você se pergunta "o que tem de errado comigo? Por que ele não pode me amar?", mas você descobre, depois, que não há nada de errado com você. E sim com ele.
─ Acho que já estou começando a descobrir isso. ─ sorrio fraco. ─ Convenhamos, ele é um idiota declarado.
─ Finalmente! Eu esperei tanto por esse momento. ─ ela brinca. ─ Eu só quero que você fique bem, ok?
─ Eu tô bem, mãe.
─ Sim, agora. Mas uma hora isso vai te atingir. Você pode falar comigo se quiser. ─ assinto mais uma vez. ─ Ou com o seu novo amigo. ─ ela sorri. ─ Quem é? Eu conheço?
─ Acho difícil. O nome dele é Vinnie Hacker. Não sei onde ele mora, mas sei que a irmã mais nova dele estuda na West Seattle também. ─ respondo.
─ É, não conheço. Mas é bonito?
Faço uma careta.
─ Mãe!
─ O que? Tô curiosa!
Reviro os olhos.
─ É. Muito bonito, do tipo que parece que saiu direto de um livro. ─ sorrio. ─ E é engraçado. E educado também, quando quer.
"Não vou olhar pra sua bunda debaixo do vestido, se é disso que você tem medo" certamente não foi lá muito educado. Mas isso a gente releva.
Percebo as coisas implícitas na expressão dela. Faço mais uma careta.
─ Mãe! Pelo amor de Deus! ─ ela ri.
─ Nada, então?
─ É óbvio que não. Eu tinha acabado de pegar o Jordan e a Katie juntos! Ele dançou comigo e depois fomos para o parque, andamos de skate um pouco, conversamos também, e ele me deixou no portão. Só isso.
Ela levanta os ombros, e eu reviro os olhos.
─ Tudo bem, então. ─ ela se levanta. ─ Vou deixar você descansar. Boa noite.
─ Boa noite, mãe.
Minha mãe sai do quarto, levando o prato e o copo agora vazios, me deixando sozinha.
Encaro o "oi" que Vinnie mandou para si mesmo pelo meu celular até dormir.
O7 | joe de you? nao, tessa de prom queen
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