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longo caminho; 7wordgame


INSTRUÇÕES:

Alguém escolhe sete palavras aleatórias, e eu terei de formar uma pequena one-shot com essas palavras criando assim um pequeno fragmento de história coerente.


25 DE MARÇO 2018

Palavras: Sol, caminhar, trampolim, inabitável, jasmim, chocolate, fúria


RILEY ADAMS

Parece quase impossível, caminhar sobre o alcatrão molhado de Brooklyn. A cada passo sentia o meu corpo mais fraco, e, se tivesse a triste infelicidade de dar um passo da pior maneira, seria o meu fim.

Nunca fui rapariga de me preocupar com o que as pessoas pensam de mim, nunca foi como a minha mãe, e a prova disso é andar a vaguear pelas ruas, num fim de tarde, sem horas ao certo, porém o Sol já se porá. Caminhava num tráfego limitado que anteriormente me deixava maluca ao ponto de pensar que esta cidade é inabitável devido à superpopulação, apenas com uma camisa de hospital vestida e adesivos pelo braço.

Seria um longo caminho, mas eu precisava de saber, precisava de respostas.

Aguentei-me mais uns quarteirões, sem nunca ser abordada, o que não me surpreende pela falta de bom senso comum de cada pessoa que passava por mim e me notava, afinal quem se preocuparia, com uma rapariga de cabelos loiros, desalinhados e crespos, a arrastar-se pelo passeio quase despida?

Não tardou a noite cair, mas o meu ser, por mais que lutasse não aguentava nem mais um pouco, a verdade é que não comia desde manhã, e havia gastado energias que tinha e não tinha para chegar ao meu destino, no qual falhei redondamente.

Fechei os olhos, não sabia que horas eram, nem sabia a temperatura ambiente, mas sabia que era tarde e estava imenso frio. Já no chão, arrepiada, encostada numa montra qualquer, levei os joelhos ao peito e enrosquei-me, pousando a cabeça sobre as pernas e abraçando o meu corpo.

- Fugir do hospital? Tu és louca. – Escutei alguns passos. Olhei para cima e lá estava ele, a sorrir. Pegou na minha mão trémula e levantou-me. Era tão reconfortante estar nos seus braços outra vez. Lembra-me de quando éramos crianças e tudo era mais simples e melhor. Com toda a nossa garra e fúria lutámos pela igualdade de géneros sem sabermos na altura o que era tal coisa, e coisa de rapaz como jogar à bola, e coisa de rapariga como apanhar flores de jasmim tornou-se passatempos conjugais para os dois géneros. Esse foi o melhor campo de férias de sempre, a piscina, as casinhas de madeira, os trabalhos manuais, o trampolim, as fogueiras, os marshmallows, os chocolates que escondíamos na nossa gaveta, tudo isso fez com que crescêssemos juntos e mais fortes, como irmãos de sangue.

- Elliott... Eu... - ele interrompeu-me.

- Está tudo bem, vamos para casa. – Ele avisou passando a sua mão na minha cara. E a última coisa que me lembro é ser carregada pelo meu meio-irmão, de quem estou apaixonada desde criança.



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