Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

House of Cards

Dia 04 - Tema: Policial

****
Mesmo se você já soubesse
Não conseguimos parar
De jeito nenhum, de jeito nenhum, de jeito nenhum, caindo
****

Três meses exatos. Era o tempo gasto pelo detetive Kim Seokjin investigando os casos que foram apelidados de House of Cards. Sabia estar lidando com um serial killer. Que matava somente homens, deixando na cena do crime uma carta de baralho. E só. Era o que ele podia reportar a mídia. Nenhuma impressão digital, nenhuma câmera de segurança pois os corpos eram sempre achados em campos ermos distantes de tudo, ou qualquer outra pista que pudesse levar ao assassino.

Parecia muito com os assassinatos que haviam ocorrido na década de 80 ali na Coreia. Tirando pelo fato de que nas mortes antigas as vítimas eram todas mulheres, muitas violentadas antes de mortas e amarradas com as próprias meias finas e nos recentes os homens eram amarrados nus e enforcados com suas próprias peças de roupa, cintos, gravatas. E assim como naqueles assassinatos, a polícia parecia incapaz de descobrir quem estava por trás desses.

Por isso ele havia sido chamado. Nenhum assassinato havia ocorrido na jurisdição dele, entretanto, pela fama de desvendar 100% dos casos, os nove casos agora estavam em suas mãos. Bom, agora estava em 99% de casos resolvidos, pois aquele se arrastava mais tempo do que qualquer outro caso que ele pegara. O que estava irritando-o em demasia.

Irritação somente por não conseguir descobrir o assassino e pela pressão social. Não conseguia sentir nenhum pouco de pena pelas vítimas. Algo que não tinha sido aberto ao público era que todas as vítimas eram também agressores de mulheres. Assassinatos, estupros, violência doméstica, violência no ambiente de trabalho. Todos ou absolvidos pela justiça ou poderosos demais para ser sequer indiciados. Essa era a ligação entre as vítimas. E as cartas de baralho era o que mostravam se a vítima era mais ou menos importante no jogo social.

Estava lidando com um serial killer justiceiro.

O que lhe garantiam apenas desconfianças e quase certezas. Porém, sem provas concretas seriam somente meras suposições.

-- O corpo já foi examinado, Jin. -- Somente uma pessoa podia chamá-lo assim. Sua parceira de muitos anos, Lee Da-Ni.

-- Vamos lá.

****

-- Mesmo modo dos demais assassinatos. Foi drogado com flunitrazepam*, mas o assassino esperou ele acordar para depois asfixiá-lo. Ele se debateu muito antes de morrer, dá pra ver pelas escaras no corpo. Foi morto em um chão de cimento cru eu diria, mas não posso afirmar porque o corpo está extremamente limpo. Como seria nos outros casos, porém tem algo diferente.

-- O quê?

-- Um punhado de cabelo na boca da vítima. -- Ela mostrou um saco plástico com alguns fios de cabelo dentro.

-- Na boca?

-- Sim. Pode ter sido um jeito que ele achou para se defender amarrado. -- A legista Kang Hyejin deu de ombros especulando. Os três já estavam trabalhando naqueles casos a tanto tempo, que qualquer pista era bem vinda.

-- Faça o levantamento do DNA pra gente, por favor. Vou trazer mais material para você analisar também.

-- Mais material? -- Da-Ni o olhou confusa.

-- Sim. Tenho um suspeito. Só preciso de um mandato.

****

-- O senhor acha que eu, uma mulher doente, estou por trás desses crimes hediondos, detetive? -- Park Young-Na, uma socialite que perdera a filha a pouco tempo, perguntou indignada. Começou a tossir logo em seguida, por trás da máscara que usava. -- Desculpem, minha imunidade anda baixa devido a evolução da leucemia, acabei pegando uma gripe.

-- Tudo bem senhora. Mas ainda precisamos pegar uma amostra do seu DNA. -- Jin não se deixou afetar.

-- Mas isso é um absurdo!

-- Temos um mandato.

-- Ainda não entendo por que o senhor acha que sou suspeita?

-- Digamos que a senhora tenha um motivo.

-- Ah, é por causa da morte daquele monstro? -- Ela deu um esgar de desdém. -- A única coisa que digo sobre isso é que "God's timing is always right"*. Mas até aí desconfiar de mim, que estou a beira da morte, é demais não acha?

-- Se não foi a senhora não precisa temer nada. Da-Ni. -- Ele indicou a parceira, que já estava com as luvas, a coletar o material. A mulher não fez mais objeções.

Naquele momento, a empregada da casa de fazenda onde a socialite agora vivia em clausura, entrou, trazendo uma bandeja com xícaras de café. Era uma moça alta e bonita, parecia mais pertencer a uma passarela de modelos do que ao mundo de servir cafés.

-- Como é seu nome, mocinha? -- Jin perguntou pegando uma das xícaras que ela lhe ofereceu.

-- Kim Min-Ran, senhor. -- Ela o respondeu de cabeça baixa.

-- Pronto, Jin. -- Da-Ni guardava o frasco com os tecidos e saliva de Young-Na.

-- Voltamos depois com mais um mandato, senhora.

-- Como assim?

-- Queremos coletar material da sua empregada também.

-- Mas que absurdo! Ela é só uma menina! Qual seria o motivo dela? -- Young-Na debochou.

-- Ela trabalha para a senhora. Tenham um bom dia. -- Devolveu a xícara a bandeja que a garota Min-Ran ainda segurava e os dois saíram.

****

-- Acha mesmo que podem ser elas? -- A incredulidade passava pela voz de Da-Ni, enquanto eles voltavam para a cidade.

-- Ainda não sei, mas meu instinto diz que Park Young-Na está envolvida nisso.

-- Só por que a filha dela foi morta por uma das vítimas?

-- Uma não. A primeira vítima. Além disso, os corpos são todos encontrados em raios a cerca de 10km da casa dela.

-- Isso é. -- Ela concordou. -- Mas como essas duas mulheres poderiam ter feito isso? Ainda faltam muitas peças aí... E se formos pensar em motivos, a lutadora Choi também teria os dela...

-- Da-Ni, por que você veio trabalhar comigo?

-- Ah, fiz de tudo pra trabalhar com você, porque você é o melhor detetive da polícia da Coreia, sem sombra de dúvida. Se você fosse detetive na época que minha mãe faleceu, teria descoberto quem estava por trás daqueles assassinatos... -- Ela olhou séria pra frente, enquanto dirigia.

-- Sim. Então continue confiando em mim. Porque tenho quase certeza de que Young-Nassi é a culpada.

****

Os DNAs não bateram, os cabelos eram de um homem.

E agora teriam que lidar com mais um corpo. E a merda é que era o corpo de um político. O congressista Na.

-- Qual seu problema Da-Ni! -- Jin se viu atolado até a cintura no brejo onde o corpo fora achado boiando e tudo por culpa de sua parceira que se assustara com um mísero sapo.

-- Perdão Jin! Eu vou mais pra perto da estrada, você sabe que morro de medo de sapos!

-- Vá, vá! -- Disse irritado, pegando o telefone celular totalmente molhado. A tela piscava até que apagou de vez. Teria que gastar dinheiro com um novo celular.

As buscas continuaram. Da-Ni, longe do brejo, procurou por potenciais testemunhas, mas não encontrou nada. Assim como não foram encontradas pistas no local.

-- Jin! -- Da-Ni veio correndo e lhe mostrou a tela do celular. -- O que será que ela quer? Como será que ela descobriu meu número de telefone? -- Era uma mensagem de Young-Na, pedindo que fossem a casa dela, 10km dali.

-- Eu não sei, mas isso precisa parar de alguma forma...

****

-- Outra mensagem dela. Pediu que a encontrássemos no galpão e não na casa.

-- O que essa mulher quer? -- Jin tocou inconsciente o coldre de sua arma.

Entraram no galpão, mas parecia não haver ninguém.

-- Park Young-Nassi? -- Jin e Da-Ni tiraram suas armas dos coldres. -- Young-Nassi? -- Chamaram novamente olhando em todas as direções.

O portão do galpão foi de repente fechado e os dois se viraram para lá.

-- Lutadora Choi? -- Não estavam entendendo mais nada.

-- Boa noite detetives... -- Young-Na apareceu logo em seguida, amparada por sua empregada Min-Ran.

-- O que está acontecendo aqui?

-- Estamos fechando seu caso detetive. -- Young-Na tossiu. -- Desculpe. Ainda não melhorei da gripe. E talvez não melhore. -- Ela deu um riso maníaco.

-- Então vocês são uma quadrilha?

-- Não diria uma quadrilha... Justiceiras? Vingadoras, talvez? -- Ela voltou a ficar séria. -- Só fizemos o que a justiça dos homens não pode fazer por nós. Mas talvez seja esse o problema: uma justiça dos homens não nos ajudaria mesmo.

-- Grave isso Da-Ni. -- Sussurrou para a parceira que só assentiu.

-- Então, vocês mataram o assassino da sua filha e o seu empresário como vingança por eles terem saído livres depois das coisas que fizeram? E as outras vítimas? Foram aleatórias? Me façam entender. -- Eles ainda apontavam as armas para o grupo parado em frente a porta do galpão.

-- Ah não. Não fizemos nada de forma aleatória. Por exemplo, o último morto foi o algoz da pobre Min-Ran. Sabe que ela foi deixada a beira de uma estrada quase morta depois de ser estuprada e espancada? Mas nessa época ela era conhecida como a modelo promessa Star.

Jin sabia que ela estava deslocada ali como empregada. Ela realmente era uma modelo. Olhou para a moça que agora mantinha os olhos erguidos. Fúria sem precedentes.

Young-Na continuou a falar, agora em um tom cortante:

-- Não quiseram ao menos abrir a investigação quando ela contou quem havia feito aquilo com ela. Ele morreu hoje de manhã, aqui mesmo, nesse lugar.

-- Por que está nos contando todas essas coisas? Pretende nos matar também?

-- Longe disso detetive. Vocês vão poder sair daqui sãos e salvos. Como disse só estamos fechando o caso pra você. Já que você não conseguirá achar nenhuma pista para nos acusar.

-- Como você tem tanta certeza? Esse lugar pode estar cheio de evidências.

-- Não, não. Quem faz a limpeza daqui é uma verdadeira profissional...

-- Mas como... -- Ele ficou mudo ao ver a pessoa que saiu de trás de uma pilha de mantimentos. -- Legista Kang?! Por quê?

-- Pois é detetive. Sou uma delas. Tive meus motivos. Meu pai foi a vítima seis. Foi estranho fazer a autopsia dele... Mas ele mesmo havia me dito que não se lembrava de mim... -- Deu de ombros, sua marca registrada. -- Ele matou minha mãe quando eu tinha 8 anos e depois me deu pra adoção e eu tive sorte de ser adotada por um casal estrangeiro. Fui para fora do país, consegui estudar e quando voltei o procurei. Ele continuava o mesmo merda, a menor carta do baralho. Atormentando a vida de outra mulher. Nunca foi punido, afinal em briga de marido e mulher... -- Ela se calou, desviando os olhos dele.

-- Ok. -- Jin tentou manter o sangue frio e continuar fazendo elas falarem para incrimina-las de todas as mortes. -- Se nada é aleatório, e as outras mortes? Eram abusadores de mulheres, mas o que tinham a ver com vocês?

-- Eles tinham a ver comigo.

Aquela frase veio do lugar que ele menos esperava.

-- Da-Ni?! Mas que merda... O que está acontecendo? -- Ele agora não sabia pra quem apontar a arma.

-- Foram eles que mataram a minha mãe e todas aquelas mulheres no passado, quando ainda eram somente jovenzinhos "se divertindo". Naquela época, não haviam exames de DNA, se não a polícia teria descoberto os estupros coletivos. -- O olhar dela era desolado.

-- Mas... mas por que você não me disse nada? Por que não me disse que havia descoberto?

-- Eu tenho certeza que você lembra quem eles são... -- Advogados, delegados, policiais, procuradores. Ele lembrava mesmo. -- Eu sei e você sabe que não seriam sequer reabertos esses casos. Ainda mais depois de mais de 30 anos.

-- Mas por que vocês estão me contando tudo isso? Se não vão me matar, pra quê?

-- Já dissemos: pra fechar o caso somente pra você e dizer que estava certo no seu instinto. Quem bolou o plano foi a Young-Na unnie. Lembra quando o assassino do filho dela foi absolvido e ela nos convidou para jantar para agradecer por termos descoberto o assassino da filha dela e eu só fui pra "recusar o convite", pois não somos corruptos? Foi lá que ela me contou o plano dela, entre um drink e outro. Eu mesma paguei minha bebida.

-- Como ela sabia que você era filha de uma das vítimas daqueles crimes?

-- Ela não sabia. Eu contei pra ela. Eu também ajudei a elaborar melhor o plano. Fui eu quem a orientou a comprar essa fazenda no meio do nada e onde não teriam como descobrir cinco mulheres desovando corpos. Assim como fui eu quem fiz contato com a legista Kang e a lutadora Choi.

-- Pelo amor de Deus Da-Ni! Como você espera que eu guarde isso pra mim?! É insano!

-- Como já dissemos: você não tem provas. Os cabelos encontrados são da segunda vítima, aquele delegado filho da puta! Você não tem como nos incriminar... Além disso, se você me acusar sem provas, vão achar que o fracasso dessa investigação fez muito mal a você. Desculpe Jin.

-- Foi por isso que você me empurrou no brejo hoje... Pra inutilizar meu celular.

Ela só assentiu.

-- Desculpe detetive Kim, mas eu não estou bem e preciso entrar. -- Young-Na se pronunciou. -- Sentimos tê-lo envolvido nisso, mas você é o parceiro da Da-Nissi e sabemos que como você não é corrupto, não vai inventar qualquer prova que você não tem, só pra nos incriminar. As mortes param agora. Só queremos seguir em frente e tentar viver em paz.

Depois de dizer isso, Young-Na saiu do galpão seguida pelas outras mulheres.

Jin abaixou a arma quando as viu sair. Seu cérebro analítico ainda tentava procurar uma saída para aquele caso. A câmera do carro!

-- A câmera do nosso carro está quebrada, lembra? -- Da-Ni pareceu ler seus pensamentos. -- Foi você quem me treinou Jin. Nenhum outro carro aqui tem câmeras também.

-- Por que Da-Ni? Isso realmente vai te dar paz?

-- Eu não sei... Mas pelo menos serão menos homens ferrando com a vida de mulheres e não se responsabilizando por isso. Eles achavam estar muitos seguros de que nada os aconteceria. Mas era somente um castelo de cartas e agora elas estão todas fora do baralho...

****

Da-Ni entregou sua carta de transferência para uma delegacia no interior do país, no dia seguinte, dizendo estar perturbada pelos casos sem solução.

Depois de algumas semanas, sem novas mortes ou provas, Jin entregou o caso também. Da-Ni estava certa: ele não conseguiria provar nada contra elas. E mesmo que pudesse, ele queria? Era o que vinha se perguntando...

****

*Flunitrazepam: droga utilizada para doenças do sono, também usada no golpe boa noite Cinderela.

*God's timing is always right: O tempo de Deus é sempre certo, meme do Tik Tok/Twitter.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro