Por FlordeAgosto

Bem vindos! Hoje falaremos sobre música (óbvio), sobre inspiração (óbvio de novo), sobre Rita Lee (uhul), e... sobre mulheres (tadá!).

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A palavra do momento é empoderamento, e de poder, Rita Lee entende, e muito! Sempre à frente de seu tempo, ela defendeu a ideia da independência da mulher nas eras da ditadura. Uma batalha travada através de muita irreverência - marca de suas obras.

Em novembro de 2016 a cantora e compositora lançou sua autobiografia (que eu, com a mais absoluta certeza, lerei assim que possível) contando as coisas boas e más de seus 69 anos de vida.

Ela é uma mulher fantástica, e poderíamos falar sobre ela até o findar do dia, ou mais; mas, vamos falar de música! Dentre suas inúmeras composições, uma das minhas favoritas é "Pagu", terceira canção do álbum intitulado "3001", lançado no ano de 2001.

"Mexo, remexo na inquisição
Só quem já morreu na fogueira sabe o que é ser carvão..."

Meninas, garotas, moças, mulheres; por natureza, ou por escolha; poderosas, lindas, maravilhosas... só nós sabemos o que é ser mulher!

"Eu sou pau pra toda obra..."

Levar horas arrumando os cabelos para uma festa, e chover; fazer as unhas, e ir para o tanque lavar roupa; trabalhar, estudar, e ainda arrumar a casa e deixar comida pronta pro marido... "Deus deu asas à minha cobra"... somos únicas!

"Porque nem toda feiticeira é corcunda
Nem toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone [e se for?]
Sou mais macho que muito homem..."

Nem tudo é o que parece, meu bem! Julgar o livro pela capa pode te render uma baita surpresa. Somos imprevisíveis, multitarefas, multifacetadas.

"Sou rainha do meu tanque [mas também]
Sou Pagu* indignada no palanque [...]
Não sou atriz, modelo, ou dançarina
Meu buraco é mais em cima..."

Ser bela, talvez recatada, e do lar, não nos impede se sair de casa e lutar. Lutar pelo que acreditamos, lutar pelo pão de cada dia, lutar pela nossa liberdade, conquistar o direito de SER!

"Minha força não é bruta
Não sou freira, nem sou puta..."

Seria maravilhoso um mundo onde as mulheres soubessem o poder que tem. Por vezes somos coagidas sem nem notar; ou chamadas de loucas quando impomos limites. Mas além do poder há outro conceito que não pode ser esquecido: o consentimento.

Eleanor Roosevelt disse: "Ninguém pode te fazer sentir inferior sem o seu consentimento". Porém, nem sempre que o não é dito, é respeitado. Apesar de toda independência conquistada, e de leis que tentam garantir nossa segurança, mulheres sofrem abusos, de várias formas, todos os dias. Seja com uma palavra, ou com um tapa, as agressões acontecem.

MULHER NÃO É OBJETO!

"O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), analisou os registros de violência sexual e concluiu que 89% das vítimas são do sexo feminino. [...] Do total, 70% são crianças e adolescentes, [...] e 70% dos estupros são cometidos por parentes, namorados, ou amigos/conhecidos da vítima. [...] Para 70% da população a mulher sofre mais violência dentro de casa do que em espaços públicos no Brasil."

(Fonte: Alguns números sobre a violência contra a mulher no Brasil - www.compromissoeatitude.org.br)

BASTA!

Sejamos Pagu's indignadas no palanque!

Se imponha, diga não, diga sim, diga o que quiser!

E então, meninas e meninos... Já falei bastante, agora é a vez de vocês!!

Desde que o mundo é mundo, inventam rótulos para nos definir; criam padrões para nos encaixar. Mas... e o direito de sermos quem quisermos, reivindicaremos ou não?

Vamos conversar?

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*Pagu: Patrícia Rheder Galvão, jornalista e escritora brasileira. Uma mulher à frente de seu tempo, que lutava por seus ideais.

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PARA TUDOOO!

Eu já tinha terminado meu texto quando assisti a uma entrevista com a Rita Lee no programa novo do Pedro Bial, 'Conversa com Bial' (ele meio que copiou a gente, só acho!), e ela deu uma declaração sobre a atual situação do Brasil e eu me senti na OBRIGAÇÃO de compartilhar. Não me lembro as palavras exatas, mas foi mais ou menos assim:

"O Brasil tá meio Gotham. Todo dia vai preso um Coringa, uma Mulher Gato; e haja Batman pra dar conta de tudo isso!"

Pra quem saber ler esse pingo foi, não só uma letra, mas um texto inteiro!

Agora acabou mesmo. Fuii!