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Mini contos

Perdão pelo atraso. Apenas agora consegui postar. Espero que gostem.


O jantar.

Tom não conseguia esconder a tensão. Sua testa enrugara e seus olhos insistiam em mirar os talheres sobre a mesa. Sentia o coração palpitar mais forte que de costume. Aquela noite seria decisiva; seria um marco em sua pacata vida. Depois que as pedras dos segredos que tão bem ele guardou se desfarelassem e carregadas fossem pelos ventos da libertação sua vida mudaria. Mas a pergunta era: mudaria da água para o vinho ou de vinho para vinagre?

O jantar fora servido sem que Tom percebesse. Um belo e dourado frango assado, uma panela com espaguete tão vermelho quanto o batom da adolescente que preparava a mesa; uma travessa com arroz temperado com pequenos cubos de pimentão vermelho, verde e amarelo; saladas coloridas e duas garrafas de vinho.

Mãe, pai e a irmã de Tomas tomaram assento. Nos rostos deles havia felicidade; no de Tom, pânico.

— Meu rapaz — o pai, coçando a barba castanha, pronunciou-se. — Por que tá aperreado, não se sente bem?

Tom levantou a cabeça, fingindo um sorriso e então mentiu. Por que mentir ali? A mentira era, na verdade, a omissão temporária de fatos que não tardariam a vir à tona; uma máscara que não levaria minutos para cair.

— Problemas com a namorada — o velho pai quis saber, sorrindo orgulhoso. — Ela tá com ciúmes do meu rapagão?

— Não é isso...

O pai de tom tomou para si umas das garrafas de vinho e encheu sua taça e a do rapaz. Sentia orgulho do filho que criara: bonito, inteligente, trabalhador, viril; para o velho Agenor, aquele jovem homem era a continuação de sua vida passada; a continuação de um tempo em que o já cinquentão era conhecido como o garanhão de Ibiporã; tempos que, por mais que Agenor pintasse os cabelos ou se tornasse sócio da academia local, não mais voltariam.

Agenor pretendia rir, mas soltou foi uma gargalhada e levantou a taça em um convite ao filho a brindar suas dádivas da mocidade.

— Há, ela faz bem; não se pode pôr um arreio nos homens da nossa família: somos garanhões! Vem, brinda com seu pai — explicitou. Olhou para a esposa e a filha e as chamou também — enchem suas taças e brindem conosco! A noite de hoje é de festa: finalmente vamos conhecer a mulher que o pegador da casa está "catando de jeito".

Um tanto contrariado, Tom levantou sua taça e efetivou o brinde, seguido pelas mulheres da família. Elas não gostavam daquela alcunha criada por Agenor, mas a noite estava boa, não havia motivos para dissolver o bom clima nas águas da discórdia.

Agenor levou a taça aos lábios e entonou todo o líquido de uma só vez. Sabia que o filho estava namorado há mais de seis meses; sabia que afinal, naquela noite, conheceria a pessoa que roubou o coração daquele alguém que era seu legado para o futuro da humanidade. Por mais que Agenor chamasse de garanhão o filho, Tom não chegava nem perto de merecer tal pseudônimo. Ele era um rapaz charmoso, inteligente, saudável, mas discreto. Nem pai nem mãe nem filha nem amigos viram Tom a namorar. Porém o pai sabia que por baixo daquela fantasia de puritano havia um leão garboso.

— Ela demora a chegar, filho — a mãe perguntou, manuseando os talheres. — Quero muito conhecer minha nora.

Tom nada respondeu; continuou mirando os talheres e fazendo, com a ponta do indicador, rabiscos imaginários sobre a toalha xadrez que recobria a mesa. O jovem pensava, refletia, media as consequências de suas escolhas; pesava prós e contras da revelação, bolava rotas de fuga e, dentro de si mesmo, buscava esconderijos onde pudesse se abrigar durante a tempestade que se viria.

— Não seja apressada, mulher — intrometeu-se Agenor, enchendo outra vez a taça. — Sabe como são as mulheres: passam horas se arrumando. Já, já a rapariga chega!

A esposa torceu o nariz. "Rapariga"? Ela não entendia o porquê do marido aplicar em frases uma palavra cujo sentido ele desconhecia.

Um carro estacionou diante da casa. Agenor repousou a taça sobre a mesa e permitiu-se sorrir mais uma vez. Sabia quem viera para o jantar.

— Ué, meu filho — Agenor disse, escondendo o contentamento. — Por que não disse que seu amigo também viria ao jantar?

Agenor, que sempre cobrou do filho ter mulheres a tiracolo, diferentemente de outros amigos do rapaz, gostava de Léo, o dono do veiculo que ali estacionara. Léo era divertido e sempre arrancava gargalhadas do velho "garanhão"; sabia saborear um bom vinho e apreciar uma boa malzbier; entendia de futebol e, assim como o pai do melhor amigo, também era Corintiano e para completar, o fazendo ainda mais querido que o filho do patriarca, Léo era um apreciador de carros e sistemas de som potentes.

O Velha Raposa Agenor gostava do filho (amava o filho), mas às vezes se pegava a pensar: e se esse rapaz fosse meu filho?

Léo, já habituado a frequentar a casa da família de Tom, adentrou na casa e se encaminhou à cozinha onde todos jantavam.
O velho, assim que viu o amigo do filho, se levantou e de braços abertos correu saudar o visitante.

— Meu garoto — o patriarca vociferou, abraçando o rapaz e enchendo de leves tapas suas costas. — Se assente, rapaz. Jante conosco. Que bom que você está aqui, daqui a pouco vai chegar a namorada do meu herdeiro; vamos festejar muito. E você é meu convidado.

Agenor conduziu o rapaz até a cadeira vaga (a mesma que fora destinada à namorada de Tom). Pediu que Léo se assenta-se; insistiu que se assenta-se; obrigou-o a se assentar. Léo, após muito dizer que seria breve, acabou acatando e sentou-se à mesa.

— Então Leonardo, você já conhece a namorada do meu rapaz — Agenor perguntou e deixou-se gargalhar. — Claro que conhece! Vocês são amigos há anos, não é mesmo? Só tenho uma dúvida: ela é gostosa?

Léo fitou um olhar esquivo no amedrontado Thomas.

— Ei, mulher, vai buscar mais uma cadeira. A qualquer momento chega a rapariga.

Léo olhou mais uma vez para o amigo e se levantou.

— Não precisa pegar mais uma cadeira...

Tartamudeou Leonardo, fazendo Tom parar com os rabiscos imaginários e levantar a cabeça, espertando-se diante da bomba que estava prestes a detonar.

O velho apanhou a segunda garrafa de vinho e, enquanto enchia duas taças com o líquido roxo, indagou Léo quanto ao motivo de tal negativa.

— Não vai vir mais ninguém... — os olhos de Léo percorreram toda a mesa e se detiveram por menos de um segundo nas janelas vermelhas e molhadas de Tom. — Não vem namorada nenhuma...

Agenor sorveu um farto gole de vinho.

— Por que, meu rapaz? Aconteceu alguma coisa com ela?
Léo se afastou da mesa um passo. Olhou mais uma vez para Tom. Não trocaram um sequer verbo, mas suas palavras não precisavam de pronúncia; nem de confissão os sentimentos.
Ela está doente  disse, se afastando da mesa, dando as costas à família.  Não pôde vir.
Não fica pro jantar  questionou o velho.  Vai sobrar comida demais. Fique aqui, com a gente, Leonardo!
Leonardo não interrompeu os passos. Levou o dorso da mão esquerda e esfregou nos olhos, que ardiam salgados.
Desculpe-me, senhor Agenor, mas só vim dar o recado. Tenho um compromisso para esta noite.
Espera um minuto  Agenor gritou e Léo obedeceu.  Que compromisso é esse que te faz deixar o pai do seu amigo falando sozinho?
Léo pensou alguns segundos, limpou os olhos e voltou a andar.
Vou ao cinema com uma garota da faculdade. Boa noite!
Agenor soltou uma sonora gargalhada e, orgulhoso, levantou a taça que tinha à mão.

— ESSE RAPAZ ME DÁ ORGULHO!

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