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mini contos

A chegada.

— Amor — a garota balbuciou, enrolando no indicador um dos longos cachos castanhos de sua cabeça. Repousou as mãos sobre os joelhos e mirou o piso cinzento da praça central. Pensou em pedir socorro aos céus, mas desacorçoou de imediato. Já houvera pedido a luz durante muitas noites de preces, mas em nada fora atendida. Continuava perdida, desolada, sentindo-se sozinha em um mundo grande, frio e cinzento.— Pensei muito sobre "aquilo".

O rapaz sentou-se no branco, ao lado da garota bonita. Estendeu um dos braços sobre os ombros da namorada e suspirou. Buscou elaborar frases românticas ou citar algum conselho tirado das páginas dos livros de autoajuda que sua mãe lia; queria falar palavras inspiradas, arrancadas do fundo do coração, mas quando tentou algo pronunciar, nada foi dito. Seus lábios se moveram em silêncio. Na guerra entre sonhos e realidade, uma boca ficou muda; censurada por dois exércitos com razões e argumentos próprios e convincentes.

O que hei de fazer e dizer, Jó pensou, jamais supondo que tal questionamento, naquele mesmo momento, estaria atormentando também sua querida namorada.

— A gente vacilou — a menina continuou. — Agora já era...

Jó estremeceu.

— Você contou, Bruna... Digo... Contou a eles?

— Não tive coragem — respondeu, soltando o longo cacho de cabelos. — Eles me matariam. Você contou?

— Não.

—Teve medo deles brigarem com você?

—Também não.

— Você não tem medo de contar — Bruna, no memento do espanto, saltou do banco, deixando o braço de Jó pender para o lado como se os ombros onde estivera repousado não passassem de mera ilusão dissolvida nas águas da realidade. — Então você não tem medo dos seus pais, seu mentiroso?

Jó não levantou o rosto. Continuou contemplando o piso cinzento e o pé direito da namorada que se movia agitado; subindo e descendo, apoiado na ponta do tênis branco e azul.

— Não tenho medo dos meus pais; tenho dos seus.

— Medo dos meus pais — Bruna se assustou. — Mas por quê? O quê eles poderiam te fazer?

O garoto baixou mais o olhar, até poder ver as sandálias nos próprios pés e então subiu a cabeça devagar, admirando cada detalhe do corpo de Bruna, começando nos tênis, então passando pela calça jeans de uma marca francesa cujo nome não sabia pronunciar, então a blusinha cor-de-rosa, o sorriso branco e parando naqueles olhos verdes que brilhavam como duas esmeraldas no fundo de um poço de águas cristalinas.

— O que eles poderiam me fazer — Jó perguntou enfático, buscando conter o tom irônico de suas palavras, mas não conseguiu. — Nada! Sabe porquê?

Bruna meneou a cabeça.

— Porque eu sou um zé-ninguém! Olha para mim — Jó agarrou no peito a camiseta outrora vermelha, que mesmo sendo a mais nova de seu armário, começava a desbotar, assumindo uma coloração que pendia para uma tonalidade entre o vermelho magenta e cor-de-rosa. — Como eles iriam me prejudicar? Iriam me fazer perder o emprego de carregador no supermercado? Iriam me difamar? Soltou um suspiro escarnecido. Sou negro e pobre: onde vou as pessoas me olham de canto... Será que corro algum perigo?

Bruna juntou as mãos no quadril, agitando ainda mais o pé direito. Pensou em dizer "Eu também sou negra", mas sabia reconhecer que jamais passara por humilhações como as sofridas pelo amável namorado, então simplesmente descartou esse retruque, mas ainda tinha muitos outros em sua caixa de idéias:

— Você não disse que tem medo dos meus pais? Se eles não podem te fazer nada, por que teme? Você é mentiroso, Jó!

O garoto apoiou nos joelhos os cotovelos e mergulhou a face entre as coxas. Não permitiria que Bruna visse seus olhos naquela hora.

— Diga, Jó: do que você tem tanto medo?

O garoto tentou responder, mas, escondidos, seus lábios se moveram sem que qualquer palavra fosse pronunciada.

— Diga, agora!

Jó respirou fundo e levantou bruscamente a cabeça, fazendo lagrimas se perderem cintilantes no ar como pequenos diamantes.

— Tenho medo de eles me tirarem você! O que vai ser de mim se seus pais te mandarem para outro país ou coisa parecida? O que vou fazer? Se eles quisessem, eu deixava até me arrancarem pedaços do meu couro e jogar sal na ferida, mas sem você eu não vivo... E se contarmos a eles e eles te arrancarem de mim? É meu fim... sempre sonhei em ser pai.

— Eles não fariam isso — Bruna respondeu, vacilante, tocando com suavidade a face molhada do namorado, mas desta vez foi Jó que se afastou.

— Você sabe que fariam! Minta para mim, mas não a si mesma, minha Nega.

Bruna gelou. Sabia que quando os pais descobrissem a verdade, a coisa seria feia. Mas o que poderia fazer? Levou uma das mãos até os cachos castanhos, e a outra repousou com ternura sobre o ventre. A barriga da adolescente ainda não dava pistas do ocorrido, mas logo, crescente como a de todas as outras grávidas, denunciaria que uma vida ali estava sendo gerada.

— Eu... eu estive vendo o preços daquilo com uma velha... — Bruna tartamudeou. — Tem uma clínica na periferia... Se a gente falar com... com... — as palavras não queriam sair, mas Bruna respirou fundo e forçou-se até elas serem pronunciadas — o médico lá faz esses serviços às escuras. Cobra só R$500,00.

Jó soltou uma gargalhada.

— Criar uma criança custa milhões de reais, matá-la R$500,00, mas pra a fazer é de graça. — secou os olhos e segurou firmas as mãos de Bruna entre as suas. — Esse serzinho que está dentro da sua barriga precisa de licença para viver? Você teria coragem de matar o nosso filho?

Bruna, sem soltar as mãos de Jó, sentou-se do seu lado no banco da praça.

— Amor, temos só 16 anos... Meus pais... eles...

— Eu sei, eles vão ficar putos — disse, forçando um sorriso. — Mas você não respondeu se teria coragem de matar o nosso filho.

— Nunca! Ele é um pedacinho de mim. — Mirou os olhos castanhos e lacrimejados do estimado companheiro. — Ele é um pedacinho de nós.

O rapaz apertou Bruna contra o peito.

— Hoje vamos contar tudo a eles. Tenho certeza que vão amar a ideia de serem avós. Eles podem até odiar o pai da criança, mas darão tudo ao neto: escolas caras, roupas, comida, brinquedos, faculdade. Tudo aquilo que não tive, meu filho terá.

— Nosso filho precisará é da proteção de um pai — Bruna retrucou, beijando o peito de Jó. — Toda criança precisa mais que tudo. Agora me diga você — Bruna encostou o ouvido no peito do namorado. O coração do rapaz batia em frenético. A garota sabia que Jó estava desesperado. — Você conseguiria viver longe do nosso filho?

Jó levantou os olhos, observando as nuvens do céu.

— Que pai egoísta eu seria se privasse meu filho de um bom futuro — perguntou, beijando o topo da cabeça da namorada. — Mas juro por tudo que há de mais sagrado na terra e no céu: lutarei com todas minhas forças por você e nosso filho. Lutarei.

— Vencerá?

— Não sei, mas irei lutar!

Vamos conversar: pesquisas indicam que criar um filho Pode ser uma experiência bem cara. Contudo, amigos, digam-me: o amor de um filho tem preço?

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