Entrevista @nanzcampos
Por RainbowLost
A nossa entrevistada de hoje é a diva @nanzcampos , autora de vários livros maravilhosos que vocês precisam ler!
1) Fale um pouco sobre você (nome, idade, coisas que gosta...)
Meu nome é Fernanda, eu tenho 25 anos, sou quase-formanda em psicologia, mas com um pezinho na linguística. Meio indie, meio nerd, meio escritora, inteira mesmo só depois de um café. Sonhei em estudar em Hogwarts, mas atualmente moro no Condado, porque sou apaixonada por um Hobbit. Eu pertenço aquele grupo estranho que adora estudar e aprender coisas novas, e quanto mais difícil o assunto, mais eu me divirto. Sou militante da saúde mental, na literatura e na vida, e adoro falar sobre coisas polêmicas que vão desde futebol até política. E no mais, não me levem tão a sério, me levem na Starbucks e me pagam um café (tsctsc).
2) Quando começou a escrever e quando tomou coragem para postar o que escrevia?
Acho que escrevo desde sempre. Quer dizer, quase todas as memórias que tenho são de mim criando histórias na infância, então quando fui alfabetizada era só isso que fazia... Mas eu comecei a escrever histórias mesmo, longas, com uns doze anos, junto de uma amiga. Depois, com quinze, tomei coragem pra postar a minha primeira história no falecido Orkut. Era horrível hahaha. Mas era ótimo para mim, porque eu era (ainda sou) muito tímida, e com as histórias consegui conhecer bastante gente legal e superar o período chato da adolescência sem grandes transtornos. Então, basicamente, tem dez anos que divulgo minhas histórias por aí... Por coragem ou por falta de vergonha na cara, fica o questionamento.
3) Vi que você estuda psicologia. De que modo isso afeta sua escrita? (Digo, isso deve lhe dar mais impulso para falar sobre saúde mental, por exemplo.)
Pra começar, eu só faço psicologia por causa da minha escrita. É meio louco, mas é verdade. Quando fui escolher o que fazer no vestibular, eu pensei muito no que poderia me ajudar a melhorar o desenvolvimento dos meus personagens, principalmente porque sempre gostei de falar sobre coisas polêmicas... Mas estudar psicologia me dá aval para falar diretamente sobre coisas que as pessoas tentam ignorar, e todos os meus livros falam de algum jeito de algum transtorno mental, de um jeito que tento desmistificar o tema o máximo possível, fugindo dos velhos clichês que, no geral, são bem errados. Por isso que sempre digo que sou militante da saúde mental, na vida e no wattpad.
4) De todos os seus livros, com qual personagem você mais se identifica? Por quê?
Acho que todos meus personagens têm alguma coisa minha, seja o jeito de ver a vida, o modo de vestir, o gosto (duvidoso) para música... Mas o que eu mais me identifico é o Caio, protagonista de Doses Lunáticas de Amor e Café. Ele é o meu "my precious" haha, porque ele pensa e reage ao mundo e às questões que lhe afetam mais ou menos do jeito que eu ajo – procurando uma lógica por trás de tudo, até nos sentimentos. O que, para ser sincera, é uma chatice, mas fazer o que, né?
5) O que os livros significam para você?
Nossa! Eles significam tanta coisa! Depende muito do momento que estou vivendo. Atualmente, eles são uma fuga de uma realidade para mim – mas não do jeito doentio, de que não quero ver as coisas acontecendo, e sim uma fuga para eu ver justamente o que está acontecendo, comigo e a minha volta. É a oportunidade que tenho de ressignificar o tempo todo a vida, os sentimentos, opiniões, preconceitos... E os significados variam de acordo com o gênero que estou lendo... (eu já disse que sou completamente louca? Eu devia ter colocado isso lá na primeira pergunta... hahaha).
6) De onde vêm as ideias para os seus livros?
Meu professor de Escrita e Criatividade diz que tudo pode virar ideia de livro, desde que fiquemos sempre de olho para o inusitado, refletindo maneiras de contar aquilo de um jeito diferente. E é bem assim, comigo. Geralmente as ideias aparecem durante conversas com amigos, nas aulas da faculdade, numa música, numa folha de árvore no chão... é difícil dizer de onde elas vêm. Elas só chegam e imploram que eu as conte, e aí eu não durmo até não colocar tudo no papel.
7) Que mensagem você tenta passar para as pessoas que leem seus livros?
São duas, basicamente. Eu sempre digo nas notas de autora que raramente falo sobre amor, embora ele esteja presente em cada entrelinha. Mas a principal mensagem dos meus livros é que precisamos nos aceitar e aceitar os outros como eles são – independentemente de quais defeitos eles tenham. É justamente quando tentamos nos encaixar num padrão que desaparecemos. A segunda mensagem, que é mais aparente, é que a amizade, às vezes, é tudo o que pode nos salvar nos momentos ruins. Eu acredito muito nisso, sabe? Na força da nossa aceitação e na força da amizade, e acho que acaba refletindo nas minhas palavras.
8) Prefere escrever em silêncio ou com música? Quais músicas?
Cada história é uma história e cada personagem pede uma coisa. Geralmente, eu crio uma playlist especifica daquele personagem, e a escuto até o fim do livro. No primeiro livro que publiquei na plataforma, eu escrevi 50 capítulos ao som de Arctic Monkeys. Mas tem livros que prefiro o silêncio. Acho que depende muito de como seu personagem quer ser ouvido e como você pode escuta-lo. E também não tenho um tipo de música especifico, varia muito de acordo com personagens. Se meu personagem curte mais rock, então escuto mais rock; se ele é mais indie, então escuto indie; é ótimo porque conheço várias bandas novas hahaha Mas acho que saber o tipo musical do seu personagem ajuda muito a entender a personalidade dele também. Por isso, não restrinjo nem especifico nada, deixo que eles me contem como querem ser narrados. Então, eu obedeço.
9) Um livro.
Eu tenho dificuldade pra escolher uma coisa só, a propósito hahaha O primeiro que me vem à mente agora é Harry Potter e A Ordem da Fênix. Água Viva, da Clarice Lispector também.
10) Um autor nacional.
Caio Fernando Abreu.
11) Um autor estrangeiro.
Dos contemporâneos, Emily Giffin. Mas como disse eu tenho dificuldade em escolher um só, por isso vou deixar Jane Austen como clássico aqui hahaha
12) Em sua opinião, qual o papel da literatura na sociedade?
Eu sou nascida, criada e crescida dentro do modernismo, para mim literatura só faz sentido se denuncia a sociedade que vivemos de algum modo, sem heróis, sem vilão, sem bem ou mal, só os humanos que somos mesmos, com nossos limites e superações. Mas acredito que isso varia muito, por isso esse é o sentido da literatura para mim. Para a sociedade, eu não sei. A arte nos oferece a chance de escapar da rotina que a vida nos impõe, então talvez seja esse o papel da literatura: nos fazer olhar por aquela coisa que passamos todos os dias em frente de um jeito novo, que nos mude completamente por dentro.
13) Deixe um recado para os seus leitores.
Cafeínas ❤ eu não faço ideia de como vocês suportam tanto sofrimento e desgraçamento mental nas minhas histórias, mas obrigada pelos surtos, pelos papos até de madrugada no grupo do wpp, por se apaixonarem por esses personagens pirados e defenderem cada um deles como se fossem seus amigos de verdade. É muito bom contar com vocês para essa desconstrução de vários preconceitos sobre saúde mental, e melhor ainda saber que muitas de vocês se sentem representados em cada personagem, com seu jeitinho particular e a busca de cada um deles de acharem seu lugar no mundo. Todos temos lugares no mundo, não vamos desistir, e, principalmente, vocês sabem, não vamos aceitar qualquer lugar porque somos mais do que um corpo procurando um espaço vazio para nos caber: somos pessoas que precisamos caber por inteiro não só na vida dos outros, como dentro da gente. Amo vocês & beijos cafeinados.
14) Indique um livro imperdível (do wattpad).
(de novo, só um? Hahaha) As Coisas Que Não Esqueci, da @kahrosawho (sério, vocês TÊM que ler esse livro, beijos! Ahahahah) e (desculpem, tenho problemas com escolhas) Platônico, da @queenbrubs (pois, rainha dessa plataforma, né, mores)
Obrigada @nanzcampos, pela rapidez e respostas maravilhosas <3, foi uma honra ter você por aqui.
Obrigada @viviversk, que nos apresentou para essa autora talentosa.
Gostaram da entrevista?
Já conheciam o trabalho da entrevistada?
Vamos conversar?
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