Um almoço irritante.
Talvez, apenas talvez, a idéia do restaurante italiano aquela hora da tarde tenha sido uma péssima idéia.
Não por não ter lugar ou comida. Não por ser caro ou chique demais...
Mas, sim, por Steve, Sam e Natasha estarem almoçando por lá também.
Quando Bucky percebeu, já era muito tarde. Sam e Natasha acenavam. Ele virou para Siena, dando um leve aceno de cabeça para os outros.
-Olha... Se quiser comer no Mcdonald 's, também podemos.
Siena franziu a testa, sem entender qual o problema, aparentemente.
-Não quer contar aos seus amigos que está andando com uma ex-assassina?
Bucky fez uma careta.
-O que?! Não! É só que... Bem, o Sam é um chato. E o Steve... Ele é certinho demais. A Natasha é legal mas... Bem...
Bucky viu Siena olhar, curiosa, na direção dos três. E como ele sabia que não adiantava esconder, uma hora ou outra , eles iam ter que se conhecer, Bucky fez sinal para ela o seguir.
-Achei que ia demorar mais para decidir se fugia pela porta ou se vinha para cá. - Natasha comentou, bem-Humorada.
Bucky se sentou, revirando os olhos.
-Eu estava decidindo se fazia a Siena passar pelo trauma de conhecer você e o Sam agora, ou esperava para depois. - Uma rápida olhada, fez Bucky ver que Siena ainda estava de pé. - Siena, senta!
Ela cruzou os braços.
-Cadê a educação? Eu não sou seu cachorrinho, Bucky!
Steve engasgou, rindo. Natasha abriu a boca em um "O" perfeito e Sam desatou a rir.
Talvez, a convivência fosse um pouco mais difícil do que ele pensou.
Desconcertado, Bucky pigarreou.
-Okay... Siena, senta, por favor?
Ela deu um meio sorriso.
-Agora, sim! Obrigada!
Bucky bufou e jogou o cardápio para ela, enquanto fazia as devidas apresentações.
-Já fizemos os pedidos. Não sabíamos que vocês iam vir para cá... - Steve informou, como se estivesse se desculpando.
Bucky deu de ombros.
- Não tínhamos pensado... Mas o estômago dela roncou...
Siena o encarou com os olhos semicerrados.
-Você sabe mesmo como tratar uma mulher, não?
Ele deu de ombros, enquanto Steve ria.
-Acredite, muitas caem aos pés dele.
-Outras, na cama... - Natasha comentou.
Silêncio. Sam começou a rir novamente, enquanto Siena acompanhava. Bucky ficou roxo e deu um pisão no pé de Natasha. Steve se inclinou, rindo, e piscou.
-Achei que ele é que caía na cama dessas outras...
-Ah, pelo amor de Deus! - Bucky deu um tapa no próprio rosto. - Por quê estamos discutindo minha vida sexual?
Siena ainda ria. Sam já tinha se acalmado. Encarou Bucky.
-Você disse que o estômago da Siena tava roncando?
-Disse...
-Ah, menos mau...
-Por que?
-Porque eu achei que você estava com gases.
Mais um ataque de risos na mesa. Bucky revirou os olhos e se levantou, murmurando um "Escolham qualquer coisa... Eu vou respirar e volto quando vocês crescerem". Saiu do restaurante e foi até a calçada, tirando um cigarro do bolso e acendendo, enquanto observava o trânsito. Outra péssima mania, mas não fazia muita diferença... Os pulmões dele não se alteravam.
Depois de se acalmar, já que estava irritado por estar parecendo uma piada, e por ter que aturar Siena durante um mês, ou mais, voltou à mesa e viu que o prato já estava por lá.
Antes que pudesse comer, reparou o olhar de descontentamento de Steve.
-O que foi?
-Fumando de novo?
-Me deixa, Steve! - Bucky revirou os olhos.
-Você quer se matar?
-Quero terminar meu almoço em paz! Posso? - Steve desistiu. Bucky não. - Além disso, cada um escolhe como quer morrer!
Steve abriu a boca, mas Bucky sentiu o chute que Natasha deu por debaixo da mesa. E agradeceu, com o olhar, Natasha, que sorriu.
Bucky deu uma rápida olhada para Siena e constatou que ela estava, quase literalmente, babando por Steve. Deu um pequeno cutucão no amigo, enquanto Sam fazia piadinhas com o fato de Natasha tirar as cebolas do molho, e apontou para Siena, erguendo as sombrancelhas.
Steve seguiu o olhar. E, provavelmente, na hora que o olhar dos dois se encontrou, Siena ficou vermelha e levantou a cabeça, voltando a comer.
Bucky sentiu que Steve também ficou vermelho.
-Steve...
-O que, Bucky?
-Você ainda está solteiro, não?
Siena engasgou. E Natasha também. Bucky e Steve trataram de pegar copos e entregar a elas. Bucky viu o olhar mortal de Steve.
-É... Estou.
-Ótimo! Eu tenho uma amiga para te apresentar!
-Mas eu tentei a Shield inteira! - Natasha exclamou. - Quem que interessaria a Steve?
Sam riu, entendendo.
-Quase a Shield inteira, Nat. Você esqueceu de verificar nas últimas vinte e quatro horas...
Siena levantou e anunciou que ia até o banheiro. Steve deu um tapa na cabeça de Bucky.
-Você está louco?!
-O que? Steve, a mina é uma gata! - Sam exclamou.
-Também é uma ex-Assassina que nem sabemos se passou completamente para o nosso lado ou não! Não vou namorar ela!
Bucky ergueu uma sombrancelha.
-Quem falou em namorar, Steve? Eu tinha sugerido de vocês saírem, darem uns pegas...
Steve balançou a cabeça, incrédulo.
-Dar um pegas?! Você é um idiota, mesmo!
Eles calaram a boca, após Siena retornar. Bucky franziu a testa. Ela tinha os olhos avermelhados, como se tivesse chorado.
Natasha também reparou nisso.
-Você está bem, Siena?
Ela assentiu, empurrando o prato para o lado.
-Quer que eu peça para colocarem para viagem? - Steve indagou.
Siena voltou a assentir. Todos olharam para Bucky como se ele tivesse alguma culpa, o que, na cabeça dele, era ridículo. Ele não tinha feito nada!
Siena foi o caminho inteiro até a Shield quieta. Bucky não entendia o porquê estava tão incomodado com isso.
Mas depois de andar pela Shield fazendo algumas coisas que já estavam previstas na rotina dele, com Siena calada há duas horas, ele aproveitou um momento no elevador e a encarou.
-Siena?
-Hm? Que? - Siena o olhou rapidamente.
-O que aconteceu? Foi porquê o Sam fez piadinha sobre você e o Steve?
Ela não respondeu. Bucky limpou a garganta e recontinuou.
-Olha, fui eu que comecei. Me desculpe...
-Está tudo bem... Não é com isso que eu estou chateada. Eu sei lidar com muito mais do que piadinhas, Soldado!
Bucky se calou. A porta do elevador abriu e eles saíram.
-Quer me contar?
-Não mesmo! Só nos conhecemos há algumas horas... Não sei se você reparou, mas não somos amigos. Muito menos íntimos. Você é só o cara que designaram para tomar conta de mim e garantir que eu não fuja. Não sei o que você está esperando de mim, Soldado, mas, com certeza, não vai achar uma amizade! Eu posso voltar para o Complexo? Tô cansada...
Bucky estacou, confuso. Ela tinha total e plena razão. O problema era que esperava mesmo, a longo prazo, acabar se tornando amigo dela. Talvez, tivesse levado a missão para um nível mais pessoal a partir do momento que achou que a conhecia.
É claro que conhecia: Eles tentaram se matar diversas vezes. Não ia ser agora que se tornariam melhores amigos.
-Vou avisar ao Fury que você está indo...
-Não. - Ela passou por ele. - Eu mesma aviso. Tenho que falar com ele. Tchau, Soldado.
Bucky observou Siena sumir pelo corredor. Não só ele como vários outros agentes quase quebraram o pescoço para ver ela passar.
Ele resolveu deixar para lá. A garota era mesmo maluca, afinal de contas.
Voltou para casa e, obviamente, passou o resto da noite zoando, junto com Sam, o fato de Steve ter conquistado ela.
Natasha era outra que ficou de muito mau-humor e nem mesmo jantar quis, deixando todos os três, com cara de tacho.
Bucky acabou dormindo no sofá mesmo, e acordou cheio de dor no pescoço. E foi entrando na Shield, que quase caiu ao escutar a voz de Fury berrar por ele na frente de todo mundo.
Bucky virou, lentamente, e encarou o chefe, enquanto todos pararam e o encararam.
-Sim, Fury?
-Minha sala! Agora!
Respirando fundo e fazendo uma idéia de qual seria o problema, seguiu Fury, pensando que o Soldado deveria ter matado Siena quando teve a chance.
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