Maine
Bucky sentiu um arrepio correr o corpo dele. Como Sam tinha achado aquele lugar? E por quê alí? A Base da Hydra não era por perto?
Olhando ao redor, há uns 200 metros, Bucky reparou em algo que não tinha reparado em nenhuma das outras vezes que foi lá: Uma casinha de madeira.
Era para lá que o trio estava indo. Bucky suspirou, mas Steve o impediu de continuar.
-O que foi?
-O Sam disse por quê escolheu aqui?
-Sim. Além de ser reservado, aquela casinha era dos pais dele. Por quê?
Bucky apontou na direção oposta.
-Antigamente, há uns quinhentos metros para lá... Era aqui que eu ficava quando tinha missões na América. Foi aqui que eu conheci a Siena. E foi naquele tronco de árvore que...
Bucky calou a boca, ficando vermelho. Steve começou a rir, entendendo.
-Ah, claro! Me lembra de não encostar naquele tronco!
Bucky deu um tapa na cabeça de Steve e puxou o amigo pelo pescoço.
-Palhaço!
-Você gosta de sexo ao ar livre e eu que sou palhaço?!
-Steve! - Bucky parou, encarando Steve de braços cruzados. - Quem é você e o que fez com o Steve tímido e reservado que eu conheço, hein?
-Foi corrompido pela namorada! - Steve fez uma careta, enquanto Bucky ria. Voltaram a andar. - Enfim... O que tá rolando entre você e a Siena?
Bucky deu de ombros, pondo as mãos nos bolsos.
-Não sei. É cedo ainda para eu dizer, sabe? Tem dois dias que começamos a ficar...
Steve assentiu.
-É, mas você já tinja ficado com ela um ano, não?
-Foi o Soldado, não eu! - Bucky reclamou. - E de qualquer forma, a gente sabia que não ia dar certo. Mas agora...
Steve deu um meio sorrisinho, porém, não disse mais nada quando chegaram a varanda de madeira da casinha de madeira. Bucky sorriu.
-Será que se assoprar, cai, igual a casa dos três porquinhos?
Steve deu uma gargalhada, sem acreditar no que ouviu.
-Eu mereço! Quantos anos você tem, Bucky?
-Sei lá! Parei de contar depois dos cem!
Steve riu mais ainda. Natasha apareceu na porta da casinha e se enroscou em Steve, o beijando com vontade.
Bucky pigarreou.
Natasha o olhou.
Bucky esticou a mão.
-Anda, Nat! Aperta!
Natasha esticou a mão e apertou. Bucky sorriu.
-Pronto, agora somos, oficialmente, cunhados!
Steve ficou vermelho enquanto Natasha ria.
-Bem, agradeço! Se dependesse do Steve...
Steve revirou os olhos e encarou Bucky, seriamente, murmurando um "Cai fora daqui!".
Não teve que mandar duas vezes. Achou Sam do lado de dentro, encarando alguns retratos.
-Essa é a minha mãe. - Sam apontou. - Esse o meu pai. E esse sou eu.
Bucky deu um meio sorriso.
-Ele parece com você.
-Parecia. - Sam suspirou. - Eles estão mortos.
Bucky esticou a mão e segurou a de Sam, apertando firme.
-Sinto muito!
Sam assentiu, engolindo em seco e retribuindo o aperto.
Ficaram de mãos dadas por mais alguns segundos. Sam precisava, Bucky sentiu, desse apoio. Precisava saber que ele tinha alguém. Por mais que Sam o irritasse, Bucky sabia como era não ter ninguém.
Sam soltou a mão dele, coçando a nuca, constrangido.
-É, então... Cê sabe que meu papo é mulher, né?
-Cê sabe que eu não tenho a masculinidade frágil, não sabe, Samuel?
Bucky revirou os olhos. Sam sorriu e deu um soquinho no peito dele.
-Que bom! Eu também não! Só tava implicando contigo mesmo!
Bucky revirou novamente os olhos e encarou Siena, sentada no canto da salinha, perto da lareira apagada. Sam saiu de perto e foi ver o estado do único quarto do local.
Bucky se jogou ao lado de Siena. Enrolou uma mecha do cabelo dela, puxando de leve, para mostrar que estava ali. Siena tremeu de susto.
-Quer conversar?
-Quero... Mas não aqui.
Siena se levantou do chão e puxou Bucky pela mão, o arrastando para fora da casa. Passaram por Steve e Natasha aos amassos no canto da varanda. Siena o levou direto ao tronco de árvore caído. Havia pouquíssima iluminação e a única que tinha vinha da lua, no alto do céu.
Bucky se encaixou entre as pernas de Siena, apoiando as mãos nas coxas dela. Siena o observou em silêncio, com as mãos espalmadas no peito de Bucky.
-Por que você está agitado?
-Não consigo relaxar.
Siena suspirou e puxou Bucky mais para perto, até encostar a cabeça no peito dele e o abraçar pela cintura.
-Você é tão cheiroso!
Bucky sentiu o pescoço esquentar, mas deu uma risadinha.
-Obrigado?
-Também É tão lindo! - Siena ergueu o olhar para ele. - Pena que é teimoso igual uma mula!
Bucky rolou os olhos.
-Pena que você fala demais! Meu Deus, Siena! Engoliu uma arara?
Ela riu e se apertou mais contra ele. Ficaram em silêncio vários minutos.
-Bucky? Vocês não estão fazendo isso tudo só por mim, não é?
Bucky a encarou, segurando as duas mãos dela.
-E seria por quê?
-Não sei... Mas acho que Fury não arriscaria o Capitão América e a Viúva Negra a toa. Não acha? Eles tem que saber de algo...
Bucky franziu a testa, pensando que isso fazia um enorme sentido. Explica porquê Fury mandou Siena diretamente a eles, porquê Natasha e Steve somem o dia inteiro...
-Faz muito sentido.
-Eu sei! No começo, eu fiquei toda emocionada, achando que vocês estavam movendo montanhas por mim, mas quando a Natasha pediu ajuda para prender o Richard, eu comecei a suspeitar que estamos em algum tipo de missão dupla.
Bucky suspirou, assentindo. Então, respirou fundo.
-Sie? O que você sabe sobre o "Projeto Pégasus "?
Siena suspirou.
-Não muita coisa, mas sei que foi por causa dele que te conheci.
Bucky franziu a testa e sentou no tronco. Siena deitou em cima das pernas dele.
-Foi?
-Aham. Meu pai foi contratado pela Hydra por causa dele e por isso, passamos esse tempo aqui no Maine. Eu, Darla e ele. No caso, todo mundo sabia do nosso caso, caso você não saiba. Mas ninguém ligava. Não sei quem estava comandando a Hydra naquela época, mas não parecia muito responsável.
Bucky concordou.
-Era um tal de Ivor Karkaroff. Não durou muito, pelo que lembro. O que você sabe sobre o projeto?
-Eu não acompanhava muito, sabe? Preferia ficar me encontrando com você. Mas a Darla sabe muita coisa sobre isso! Muita mesmo! O que ela me contou é que o Projeto Pégasus serve para aprimorar as pessoas. Algum tipo de mutação genética. Meu pai ficou encarregado de trazer algumas pessoas, mas eram pessoas específicas. Então, ele disse que pagaram uma grana para que eu tentasse eliminar o Soldado Invernal e foi assim que nos conhecemos.
Bucky franziu a testa novamente.
--Que tipo de pessoas? E como assim? O Gerald não estava do lado da Hydra?
-Não sei o tipo, mas tinha a ver com o sangue. E ele era um mercenário, Bucky. Ele estava ao lado de quem pagasse mais. Porém, agora eu entendo que você era uma armadilha.
-Armadilha?
-Claro! Você ficou quase um anos descongelado, me encontrando, depois de uma missão onde tínhamos que nos matar. É óbvio que queriam me prender aqui! E você foi a forma que acharam para isso. O que mais faz uma adolescente querer ficar em um lugar?
Bucky corou até a raiz dos cabelos.
-Adolescente?
-Eu tinha 16, Bucky! Quantos você achou que eu tinha?
-Acho que o Soldado não ligou pra sua idade!
Siena ergueu o corpo e sorriu, sentando.
-É claro que não ligou. Só para você saber, você foi minha primeira vez.
Bucky corou de novo.
-Espera! E você fez aquilo?
-É... - Foi a vez de Siena corar violentamente. - Eu não sei o que deu em mim. Mas não me arrependo. E você gostou, vai, Bucky!
Bucky riu, coçando a nuca, completamente envergonhado.
-Por quê "terminamos"?
-Você foi transferido de volta para a Rússia e o "contrato" do meu pai acabou. - Siena abraçou os próprios joelhos. - Doeu como o inferno parar de te ver.
Bucky buscou o queixo de Siena e o puxou, beijando a boca dela.
-O que importa é que eu estou aqui, agora. E vão ter que me matar para eu te abandonar de novo!
Siena deu um empurrão nele, rindo.
-Tá tão apaixonado assim, é?
-Siena! - Bucky riu.
-E se eu te deixasse louquinho, que nem ontem?
Bucky suspirou, mantendo a calma e tentando evitar pensar.
-Melhor não, Sie. Nós estamos com o pessoal e... Siena? - Bucky deixou o queixo cair.
Siena tinha retirado a blusa e sorria, maliciosa. Bucky gemeu ao ver ela tão exposta.
-Deixa de ser envergonhado, Bucky! Garanto que o Steve e a Natasha não foram apanhar flores atrás da casa do Sam. E garanto que o Sam está dormindo, até porquê, vi ele passar para a cama.
Bucky ergueu os olhos e encarou Siena, sentindo uma parte do corpo dele ganhar vida.
-Você vai acabar com a minha sanidade, mulher...
-É esse o objetivo, Soldado! Vamos, tira a roupa!
Bucky ficou quase azul de vergonha, enquanto Siena tirava o short. Bucky mordeu a boca e fechou os punhos.
-Sie...
-Só uma rapidinha? Você sabe gemer baixo, né?
Bucky desistiu. Mandou a sanidade para o lixo e a agarrou, pulando com Siena para o outro lado do tronco.
A lua era a única fonte de luz iluminando os corpos deles, a sincronia, o suor da pele. O únicos sons vinham do fundo sa garganta de Bucky, dos suspiros de Siena, do encontro apaixonado dos corpos deles.
Aquilo era melhor do que Bucky já tinha sonhado. O vento gelado da noite contrastava com os corpos quentes, os arrepiando inteiros.
Beijos eram trocados, carinhos exageradamente demorados e calculados. Siena se desmanchou com um único grito mais alto, abafado pelo beijo de Bucky, que queria sorver daquele indício de prazer. Continuou se movimentando até sentir que Siena poderia se desmanchar novamente.
Não demorou muito e conseguiu mais um grito abafado. Bucky chegou ao limite e largou Siena rapidamente. Achava que não poderia ter filhos, mas preferia não arriscar, por mais que Siena tivesse garantido que tomava anticoncepcional.
Ficaram abraçados no chão, apenas com as roupas jogadas por cima deles, observando a lua e as estrelas, que surpreendentemente, eram muitas por alí.
Bucky encarou Siena e começou a beijar o rosto dela.
-Você É sempre tão carinhoso assim?
-Não. Só com você. Não gosta?
-Amo. - Siena o puxou para mais um beijo. - Mas acho que é melhor entrarmos agora.
-Por quê?
Siena indicou algum ponto atrás dele. Bucky que estava deitado por cima dela, virou o corpo e estremeceu de susto.
-Ah, não parem por minha causa! - Natasha estava sentada no tronco. - Eu só não achei vocês em casa, vim ver se tinham morrido.
Bucky usou a própria blusa para tampar suas partes mais expostas, enquanto Siena ria, de nervoso.
-Natasha, me diz que você acabou de chegar?
-Eu cheguei naquele parte que vocês estavam assim: Oh, Siena! Isso, Bucky! Ah... Que delícia!
Siena tacou o short na cara de Natasha, que levantou rindo.
-Ela sempre foi insuportável assim? - Siena questionou, se vestindo rapidamente.
Bucky também se vestiu, rapidamente, mas não colocou a blusa.
-Agora ela está mais calma por causa do Steve!
Siena rolou os olhos e eles andaram devagar até a casa, achando Sam deitado em uma cama pequena, no quarto. Natasha e Steve estavam abraçados em um colchonete e Bucky e Siena se acomodaram no sofá, abraçados.
No dia seguinte, Bucky acordou sozinho no sofá, vendo Sam e Steve sentados ao lado dele, assistindo um jornal matutino que falava sobre o tiroteio no Texas, onde Tony Stark foi envolvido.
Ele estava fazendo um pronunciamento e inventou uma história qualquer para cobrir o verdadeiro motivo do tiroteio. Quando a reportagem acabou, Bucky esfregou os olhos, olhando ao redor.
-Bom dia... - Steve sorriu, vendo Bucky se levantar do sofá. - A noite foi boa, Bucky?
Bucky revirou os olhos e encarou Steve. Sam fingiu prestar atenção na televisão.
-Não enche, Steve!
-Ao menos, eu e Natasha somos discretos...
Bucky ignorou o comentário e se levantou, ouvindo som de tiros. Andou até a cozinha, sentindo cheiro de comida. Sam foi atrás.
-Ei, desmemoriado! Tem ovos e Bacon. Natasha também fez panquecas de amoras. Ela saiu mais cedo e descobriu uma vendinha mais adiante, na estrada.
Bucky maneou com a cabeça.
-Valeu, cara. Aí, Sam...
Sam, que estava saindo da cozinha voltou. Bucky fez sinal para que chegasse mais perto. Os dois olharam pela janela, observando Steve chegar perto de Natasha e Siena, treinando tiro ao alvo com garrafas.
Bucky começou a falar.
-A Sie falou que o Projeto Pégasus era algo que sequestrava pessoas não aleatórias...
-Não aleatórias ?
-Pessoas específicas. Todas tinham algo em comum, mas a Siena não sabe o que. Elas eram adolescentes, mas a Darla se interessava muito mais pelo Projeto. O trabalho da Siena era, praticamente, me manter interessado nela.
Sam assentiu.
-Ela sabe mais o quê?
Bucky deu de ombros.
-Não muito. Mas sabe que eu estava envolvido também.
Sam balançou a cabeça.
-Isso já é algo.
-Já, sim. Inclusive, eu tive uma idéia. Mas preciso da Natasha.
Sam encarou Bucky.
-Okay, entendi. Vou avisar isso a eles assim que você e a Siena forem se agarrar pela Floresta de novo!
Bucky revirou os olhos e tacou um pano de prato em Sam, que saiu rindo.
Durante alguns minutos, apenas ficou encarando os quatro na clareira, enquanto Tomava café (forte demais, diga-se de passagem). O plano dele seria bom. Ele só precisava manter Siena bem longe disso.
Enquanto refletia, sentiu algo passar zunindo pelo ouvido dele e se fixar na parede. Assustado, encarou uma flecha com um bilhete preso.
"Você precisa cortar esse cabelo, cara. E avisa à Natasha que eu cheguei para ajudar.
-Clint".
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