Crônica
As 4 estações de São Paulo
Toca o despertador. Você levanta de manhãzinha e lá está ele: aquele friozinho que te faz ponderar sobre pegar ou não um casaco mais grosso e, quem sabe, um cachecol. Mesmo sabendo que ao longo do dia você mudará de ideia, você aceita o desafio e sai de casa completamente empacotado. Eis o inverno.
Chega o almoço. Aparece o sol cruel que te faz sentir como se estivesse no inferno. O "efeito cebola" já atingiu o seu último estágio e não há mais nada do que se livrar. A essa altura você já perdeu as contas de quantos copos de água tomou e questiona(-se) se o ventilador ou o ar-condicionado está realmente ligado. Efeitos do verão.
Conforme o fim da tarde se aproxima, você começa a arrepender-se por não ter trazido um guarda-chuva enquanto observa as nuvens do lado de fora. O dia seco torna-se cinzento, um vento gelado percorre a cidade e você tem certeza que irá chover. Às vezes você erra, às vezes você acerta. E quando acerta, segue o caminho de volta rumo ao seu lar pisando nas calçadas úmidas, cheias de folhas e sujeiras grudadas no meio-fio. Nesse momento, você não sabe dizer se é primavera, outono ou as duas juntas, mas agradece pela sábia decisão que tomou ao escolher aquele casaco de manhã.
A noite cai e você está em casa novamente. Toma um banho para purificar-se de toda a confusão climática a qual sofreu e encerra o dia afirmando: "e ainda dizem que não temos as quatro estações".
Escrito por Marina Quadrelli.
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