Capítulo 16
Christian Grey
Mal preguei o olho na noite que passou. Tem tantas coisas acontecendo na minha vida, tantas preocupações e a maior delas é meu filho Léo. Marcela continua usando nosso filho para me atingir, ela pensa que pode afastá-lo de mim. Não vou permitir que ela me exclua da vida do dele.
Depois de um bom banho, me vesti e fui para o hotel. Mesmo com a vida de cabeça pra baixo não posso deixar os negócios de lado.
— Bom dia, Fernanda.
— Bom dia, senhor Grey.
— Eu gostaria de conversar algumas coisas com você, mas antes peça por favor para me trazer uma omelete e um café.
— Claro. — no mesmo instante ele faz meu pedido — Em 15 minutos estará aqui.
— Obrigado, assim que chegar me leve por favor.
Ligo meu computador e a primeira coisa que faço é verificar meus e-mails e as mensagens no WhatsApp. Depois de responder os mais urgentes tenho uma ideia ousada, resolvo mandar uma mensagem para Ana dando bom dia.
" Bom dia. Ontem você disse que foi apenas um momento e de certa forma é verdade. Você foi o momento mais lindo, como a brisa fresca me fazendo respirar."
Fico me sentindo um idiota encarando a tela do celular na esperança de que ela responda.
Ana é uma médica muito ocupada, não deve ficar pendurada no seu celular. Deixo o aparelho de lado e não demora Fernanda entra com meu café da manhã.
— Com licença, senhor.
— Por favor. Se você não se importar nós vamos conversando enquanto eu como. Tudo bem para você?
— Claro. — aceno para que ela se sente na cadeira a minha frente.
— Bom, inicialmente preciso que saiba que eu estou me separando. Por tanto Marcela não deverá ter mais acesso a nenhum dos hotéis da rede e muito menos deverá ter acesso a informações sobre minha vida ou qualquer coisa relativa a mim. — Fernanda anota em sua agenda — A segunda coisa é que eu comprei um apartamento perto daqui e vou precisar da sua ajuda, sei que isso foge um pouco das suas atribuições, mas eu vou gratificá-la por isso — ela assente discretamente — Preciso mobiliar minha nova casa, fazer um quarto para Léo, abastecer a dispensa, enfim, deixar aquele lugar com cara de lar. Aqui está meu cartão, compre o que julgar necessário.
— Pode deixar, senhor.
—Agora vamos falar de trabalho? O que temos pra hoje?
Fernanda vai me passando os assuntos pendentes que tenho e as minhas reuniões, mas minha mente insiste em pensar em uma certa médica de olhar desconfiado.
Depois de acertarmos tudo o que era necessário Fernanda deixa minha sala, verifico minhas mensagens e vejo que ela visualizou, mas não respondeu. Exatamente como ontem. Ousando um pouco mais decido mandar outra mensagem.
"Você pode não acreditar em mim, mas vou te provar que estou dizendo a verdade."
Desta vez ela visualiza quase que de imediato. Fico esperando por sua resposta, mas ela não vem.
— Teimosa. — resmungo encarando a tela do aparelho.
Patrícia não ligou mais e nem mandou mensagem. Chego a pensar em ligar para ela, mas não posso prejudicá-la e muito menos perder a única pessoa de confiança que tenho naquela casa. Mando um e-mail ao meu advogado relatando o ocorrido, ele me orienta a ligar para minha ex solicitando notícias de Léo e solicitando também uma visita e é exatamente isso que faço.
— Ora ora Christian, saudades já?
— Bom dia Macela. — ignoro sua provocação. — Estou ligando para saber do Léo. Não estou conseguindo falar com Patrícia.
— A sua doutorazinha não te disse? — questiona ela com a voz cheia de sarcasmo — O seu filho passou mal ontem e teve que ir para o hospital.
— E por que você não me avisou?
— Se você se importasse de fato com a sua família, não teria nos deixado, Christian. Você me abandonou e abandonou Léo.
— Isso não é verdade. Eu estou me separando de você, nunca abandonei e nem vou abandonar nosso filho. — digo exaltado. Respiro fundo buscando me acalmar, não posso entrar no jogo dela. — Eu gostaria de vê-lo. Quero pegar Leo para almoçar e passar a tarde comigo.
— Então venha aqui.
— Por favor Marcela, seja razoável. Eu só estou querendo passear com nosso filho.
— Ok, mas a babá vai junto.
— Combinado. Pego ele as onze e meia. Tchau. — digo educado, mas ela já desligou.
Passei o restante da manhã resolvendo o máximo de pendências que pude, para ficar totalmente livre para Leo durante a tarde. Mas volta e meia verificava meu celular na esperança que a doutora Ana tivesse me respondido. Que ilusão a minha.
Na hora combinada estava na porta da casa que até pouco tempo era minha. Toquei a campainha e aguardei educadamente a funcionária me atender. Por mais que eu ainda tenha as chaves preciso criar esse distanciamento e também respeitar Marcela. Mesmo ela não tendo a mesma cortesia.
— Bom dia, eu combinei de vir buscar o Léo. — disse a empregada que avisou que Patrícia estava terminando de arrumá-lo.
Pouco depois meu filho desceu de mãos dadas com Marcela. Minha ex como sempre estava impecavelmente arrumada, talvez demais para essa hora da manhã, mas decidi não me importar com isso.
Minha atenção estava toda no semblante abatido do meu filho. Ele estava de cabeça baixa, parecendo ter chorado.
Será que ele ainda estava doente?
— Ele ainda não melhorou? — perguntei a Marcela.
— Melhorou sim. Ele não quer ir. — disse sorrindo com ar vitorioso.
— Oi campeão, que saudade. Vem dar um abraço no papai. — pedi me abaixando e abrindo os braços para ele, mas para minha surpresa meu filho nem se moveu. Estranhei sua reação, mas não me deixei abalar. Me aproximei do meu pequeno e novamente lhe cumprimentei. — Oi filho, como você tá? — dessa vez ele ergueu seus olhos e pude ver tristeza em seu olhar.
— To bem. — respondeu sem emoção.
— Eu vim te buscar pra gente passear. Que tal?
— Eu não quero ir, mãe. — outra vez Leo diz sem emoção, mal parece meu filho.
— Você precisa ir. Lembra-se do que conversamos? — Marcela pergunta a ele que assente e nesse instante vejo um lampejo de emoção. Os olhos de Léo se arregalam com o que me parece ser medo.
— Tá bem, mãe. — Léo solta a mão de sua mãe e pega a de Patrícia que assistia a cena a certa distância.
— A babá vai junto para cuidar de você, filho.
Tem algo errado. Marcela fez alguma ameaça a ele e eu vou descobrir.
Ajudei Léo a entrar no carro e ajustei sua cadeirinha.
— Te amo. — beijei sua testa.
Patrícia se sentou ao lado dele. Notei que ela mal me olhou.
— Filho, pensei em a gente comer no shopping. Que você acha?
— Sim.
— Pode ser no MC? — Léo não diz nada — Ele já pode né? — perguntei a Patrícia que assentiu — O que você acha da ideia, filho?
— Legal.
— Depois eu pensei em irmos ver os patinhos no Parção. Dar pão para eles. Eu até já comprei. — mostro o saco de pão no banco do carona.
Pela primeira vez desde que o peguei vi um sorriso no rosto do meu filho.
— Sabia que eu tô fazendo um quarto novo pra você lá na minha casa nova? — digo enquanto o ajudo sair do carro no estacionamento do shopping e ele me encara curioso — Só não decidi se faço da Peppa ou do Super Man.
— Do Super Man, papai. — ele pediu saltitando.
Esse é meu filho!
— Tudo que você quiser, meu amor.
Pouco a pouco meu filho foi se soltando e meu menino voltou a ser aquela criança alegre de sempre. Lanchamos, conversamos e rimos muito.
Mais tarde conforme prometi a ele fomos caminhar no Parcão, Léo sempre amou esse lugar. Assisti com coração aliviado meu filho correndo e brincando. Patrícia também o observava sorrindo enquanto ele jogava pão nos patinhos do lago. Me aproximei dele e olhei no fundo dos seus olhos.
— Eu preciso que você me diga o que está acontecendo naquela casa.
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