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Capítulo 8

- Você pode ficar aqui em casa por enquanto. - Jake fala.

- Se não quer minha presença aqui não precisa...

- Pare de ser orgulhosa Maya. - Ele me corta.

- Talvez eu seja um pouco, mas eu...

- Você vai ficar aqui é fim de conversa. - Ele me corta.

- Tão mandão. - Reviro os olhos.

- Já era para ter percebido isso. - Ele sorri abertamente.

Pego a mão de Jake que fica surpreso e tenta puxá-la, mas a aperto não o liberando.

- Obrigada. - Agradeço.

- Não precisa.

- É claro que preciso. - Falo. - Mesmo que seja contra sua vontade, ainda assim está me ajudando.

- Maya eu não estou te ajudando contra minha vontade. - Ele nega com a cabeça. - Eu só queria te convencer a ir para sua casa não porque não quero te ajudar, mas porque quero que faça as pazes com seu irmão.

Solto a mão de Jake e me distancio um pouco.

- Poderia me fazer um favor?

- Qual? - Ele pergunta.

- Não menciona meu irmão para mim.

- Você é igualzinho a ele. - Jake revira os olhos.

Estou magoada e com raiva, então ouvir falar sobre Nick nesse momento é a última coisa que eu quero.

- Eu sei que está tentando ajudar, mas quanto mais toca nesse assunto mais eu fico irritada. - Digo. - Quando eu sentir que devo perdoá-lo eu farei isso, então não vamos falar sobre ele novamente.

- Tudo bem.

- Obrigada. - Agradeço.

Jake se levanta, então eu me levanto também.

- Está com fome? - Ele pergunta.

- Sim. - Passo a mão por minha barriga.

- Vou preparar algo para comermos.

- Quer que eu faça? - Pergunto.

- Hoje você ainda é minha convidada, então eu iria te alimentar. - Ele diz.

- Ótimo, não aguento mais comer minha própria comida. - Faço uma careta.

Jake começa a caminhar em direção a cozinha e eu o sigo de perto, e assim que entramos nela puxo uma cadeira e me sento.

Desde que tive idade o suficiente para trabalhar comecei a tomar conta da casa e da alimentação sozinha. Quando Nick chegava em casa depois do serviço sempre me ajudava com alguma coisa, mas a maioria dos afazeres era minha responsabilidade.

Eu era a mulher da casa, mas após ele se casar essa tarefa será da Clary, e então eu ficarei em segundo plano. Esse foi um dos motivos de eu querer morar só, porque estou acostumada a fazer tudo sozinha, e ter que abrir mão disse não seria uma tarefa muito fácil.

- O que vai fazer? - Pergunto para Jake.

- Sanduíches.

- É sério? - Começo a rir. - Achei que iria cozinhar algo complexo, mas vai fazer sanduíches?

- Sou o mestre dos sanduíches. - Ele diz todo convencido.

- Terei que esperar para ver se está falando a verdade ou apenas está iludindo a si mesmo.

Jake continua fazendo seu incrível sanduíche, enquanto eu o observo em silêncio.

Se tem uma coisa que acho extremamente sexy é um homem cozinhando, e Jake não me decepciona nem um pouco.

Com toda certeza estou boquiaberta e babando, mas nem me importo se serei pega em flagrante ou não.

- Por que está me encarando desse jeito? - Ele pergunta. - Está me deixando nervoso.

- Você está tão sexy. - Assumo.

- Eu sei que sou um homem incrivelmente lindo e sexy. - Ele sorri todo convencido.

- Esqueceu que também é meio narcisista.

- Eu sei que sou lindo, mas estou longe de ser narcisista. - Ele se defende.

Jake volta sua atenção para os preparos do sanduíche novamente, enquanto eu me levanto e caminho para mais perto dele.

- Ai. - Ele leva a o dedo ao lábio.

- Se cortou? - Pergunto preocupada.

- Você está tirando a minha atenção.

- Então a culpa é minha de você ser desastrado? - Sorrio abertamente.

Jake abre a torneira da pia, e coloca o dedo embaixo da água.

Assim que ele a fecha pego sua mão e olho seu dedo para ver se o corte foi muito profundo, mas tudo o que tenho vontade de fazer é rir.

- Quer que eu faça um curativo? - Pergunto.

- Poderia fazer isso por mim? Está doendo muito.

- Quer ir ao hospital? - Seguro o riso.

- Eu deveria? - Ele retruca.

- Se quiser passar vergonha. - Começo a rir alto.

- Por que está rindo Maya? - Ele pergunta irritado.

- Homens são tão dramáticos quando estão doentes ou se machucam. - Balanço a cabeça em negação.

Ele cruza os braços com irritação aparente, e fica me encarando de olhos semicerrados.

- Eu machuquei meu dedo enquanto preparo algo para você comer e é assim que me agradece? Zombando de mim?

- Me desculpe. - Seguro o riso novamente. - Quer que eu dê um beijinho para melhorar mais rápido?

- Você é má.

Pelo drama que Jake fez ao colocar a mão debaixo da torneira, achei que o corte havia sido profundo e ele estava perdendo muito sangue, mas na verdade tem que olhar bem de pertinho para ver de tão superficial que foi.

- Você parece um bebezão chorão. - Aponto o dedo para ele.

- Não acredito nisso. - Ele sorri incrédulo. - Me chamou de quê? Bebezão?

- Exatamente. - Confirmo com a cabeça.

Jake dá um passo em minha direção e eu retrocedo um, mas quando eu percebo que ele está chegando para mais perto começo a correr em volta da mesa enquanto ele faz o mesmo.

- Pare de correr atrás de mim! - Grito.

- Vou te mostrar o bebezão! - Ele grita de volta.

- Espere! - Peço ofegante.

Eu paro de correr e Jake faz o mesmo, mas ficamos cada um de um lado da mesa.

- Acho que preciso fazer alguns exercidos físicos, estou muito sedentária. - Falo. - Deixe eu desancar um pouco, depois você me monstra o bebezão.

- O quê?! - Jake grita.

- Você que disse...

- No que está pensando Maya? - Ele me corta. - Não acredito que achou que seria algo indecente.

- Eu tenho uma mente pura. - Retruco. - Obvio que não pensei em nada indecente, mas depois de mencionar isso talvez eu comece a achar...

- Que garota da mente suja. - Ele balança a cabeça em negação.

- A culpa é toda sua. - Cruzo os braços.

- Por que seria minha culpa? - Ele retruca.

Essa poderia ser uma boa oportunidade de dizer a ele sobre meus sentimentos, mas eu não acho que Jake os aceitariam nesse momento, então pretendo conquistá-lo pouco a pouco, só então direi que o amo.

Por enquanto estaremos vivendo sobre o mesmo teto, então irei usar essa oportunidade para lhe mostrar que não sou uma criança. Pode demorar um pouco até meu plano começar a dar certo, mas eu não vou desistir tão facilmente.

- Não é nada. - Dou de ombros. - Termine os sanduíches logo, estou com fome.

Jake se aproxima de mim, segura meu braço e fala:

- Começou a falar agora termina.

- Não quero. - Lhe mostro a língua.

- Maya...

- Se continuar tão pertinho assim de mim posso fazer algo que vá lhe surpreender Jake. - O corto.

- O que vai fazer Maya? - Ele pergunta com sarcasmo.

Me aproximo ainda mais dele, passo meu dedo polegar por seus lábios enquanto sorrio de canto e pergunto:

- Está mesmo disposto a saber?

- O que está acontecendo com você? - Ele pergunta. - Está me assustando.

Ele se distância de olhos arregalados, como se eu fosse atacá-lo a qualquer momento. Está certo que minha vontade é de fazer isso mesmo, mas me controlo porque sou uma dama inocente e pura.

- Eu cresci Jake, só você ainda não percebeu isso. - Sorrio com malícia.

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