Capítulo 7
- Jake?
- Sim?
Ele se vira para mim, fecha o livro que estava lendo e me observa em silêncio.
- Tem alguns minutos para conversar comigo? - Pergunto.
- Claro.
Jake aponta para a poltrona de frente para ele, então me sento rapidamente.
- Eu sei que não quer que eu fique na sua casa enquanto trabalho durante a semana, mas enquanto eu procuro por um apartamento eu poderia ficar aqui? - Pergunto.
- Você deveria voltar para sua casa May, seu irmão está preocupado.
- Pouco me importo se ele está preocupado ou não. - Retruco com irritação.
- Eu sei que está magoada...
- Sim, eu estou, e se quiser que eu fique brava com você também, sugiro que não fique defendendo Nick. - O corto.
Meu irmão nem mesmo tem o direito de se preocupar comigo. Quando me expulsou de casa não se importou com nada, e agora quer dar uma de irmão preocupado?
Se não fosse tão idiota tudo isso teria sido evitado, agora ele que aguente as consequências dos seus atos impensados.
- Não quero que fique brava comigo, só estou dizendo o óbvio. - Jake fala.
- Eu não vou voltar para casa mesmo que Jake me implore, então nem perca seu tempo tentando me fazer mudar de ideia, ou tentar me fazer sentir pena por ele estar tão preocupado comigo, porque vai perder seu tempo.
- Não seja tão rancorosa May.
- Rancorosa? - Começo a rir. - Depois do que Nick fez quer que eu finja que ele só pensou no melhor para mim? Naquele momento ele nem ao menos se importou com a minha segurança, e agora tenta parecer o inocente nessa história por estar preocupado.
Eu ainda perguntei se era o que realmente Nick queria, na tentativa dele mudar de ideia se pensasse um pouco mais, mas ele decidiu fazer a pior escolha que poderia.
- É óbvio que eu não estou defendendo o que Nick fez, mas eu sei que ele te ama e quer o melhor para você.
- Imagina se não amasse. - Murmuro entredentes.
Se me amando me expulsou de casa sem dó nem piedade, e se me odiasse o que faria então?
- Você é tão teimosa quanto Nick. - Jake sorri de canto.
- Pelo jeito está tentando me fazer mudar de ideia para eu ir embora da sua casa. Agora eu percebo que não sou bem vinda.
Me levanto rapidamente e começo a caminhar em direção as escadarias, mas de repente paro quando Jake segura meu braço.
- O que está fazendo? - Ele pergunta.
- Vou pegar minhas coisas e vou embora.
- E para onde você vai Maya?
- Talvez eu tente seduzir algum velho rico para ele me sustentar de agora em diante.
Puxo meu braço me soltando do seu aperto, e em seguida começo a caminhar. Novamente sou interrompida de continuar a andar quando Jake me segura.
- Você está louca?
- Por que eu estaria? - Retruco. - Não sou bem vinda em nenhum lugar, então terei que aprender a me virar sozinha.
Com toda certeza eu não optaria seguir pelo caminho mais fácil, mas estou tão irritada, que quando percebi já tinha falado demais.
- Tudo bem então, se é o que você quer vá em frente.
Jake solta meu braço, então começo a caminhar novamente sem olhar para trás. Eu sou louca por ir embora a essa hora da noite, e nem ao menos tenho dinheiro ou algum lugar para ficar, mas eu ainda tenho meu orgulho.
Se não sou bem vinda em sua casa, não vou me rebaixar ao ponto de ficar implorando. Eu sei que não posso me dar ao luxo de ser tão orgulhosa nesse momento, mas se Jake não me quer em sua casa, não tenho outra alternativa a não ser ir embora.
Não tenho ideia de para onde vou ou o que vou fazer, e saber disso me deixa aflita e com medo.
Se eu ao menos não fosse não idiota poderia ter pego o dinheiro que entreguei ao Nick, mas agora é tarde demais para arrependimentos.
- Estou muito ferrada. - Digo a mim mesma.
Entro no quarto e pego minha bolsa com meus documentos, mas deixo minha mala porque iria me atrapalhar, e em seguida saio do quarto.
Assim que desço as escadarias caminho em direção à porta da casa e a abro assim que me aproximo dela.
- Maya? - Jake chama por mim.
- O que foi?
- O que pensa que está fazendo? - Jake pergunta.
- Você é esperto, tenho certeza que já sabe.
Começo a fechar à porta, mas Jake a segura, em seguida a abre novamente, e me puxa para dentro da casa com tanta força que acabo me chocando contra seu peitoral, em seguida ele empurra à porta para se fechar.
Nesse momento toda minha irritação se acaba, e tudo o que sinto é satisfação por estar tão pertinho dele.
- Você cheira tão bem. - Falo baixinho.
- Eu sei. - Jake sorri todo convencido.
Continuo o observando de pertinho enquanto Jake me segura contra si, e tenho que assumir que minha vontade é de puxá-lo para ainda mais perto e beijá-lo.
Em um momento de loucura começo me aproximar de Jake, mas sou surpreendida quando ele me empurra com força, e eu acabo batendo minhas costas com força na porta.
- Ai. - Faço uma careta de dor.
- Você está bem? - Ele pergunta preocupado.
- Acho que quebrou algum dos meus ossos frágeis.
- Me desculpe. - Jake pede sem graça.
Começo a caminhar toda estranha em direção ao sofá enquanto Jake me ajuda, e assim que nos aproximamos dele me sento com cuidado.
- Por que me empurrou com tanta brutalidade? - Pergunto.
- Eu... Eu achei que iria me beijar. - Ele assume.
- Está louco? Eu ia tirar um cílios do seu rosto. - Minto na maior cara de pau.
Se Jake não me empurrasse com toda certeza eu teria o beijado, mas é óbvio que não vou assumir porque seria vergonhoso demais.
- Me desculpe, eu que entendi errado. - Ele pede novamente.
- É a primeira vez que um homem foge de mim por achar que seria beijado. - Sorrio de canto.
- Por acaso beijou muitos homens Maya? - Ele pergunta mais irritado que o necessário.
- Por que se importa? - Retruco.
- Você não tem idade para fazer isso. - Ele aponta o dedo em minha direção.
- Pode ter certeza que eu tenho. - Pisco para ele.
Na verdade eu nunca beijei um homem, mas já surgiram alguns interessados em mim, mas eu sempre fugi.
Agora o homem que desejo foge de mim por achar que sou uma criança, mas eu vou provar a ele que não sou.
Sou completamente inexperiente, mas Jake não precisa saber disso, ou vai ter ainda mais certeza que sou uma adolescente boba.
- Como tem coragem de ser tão descarada? - Jake pergunta.
- Por que sou descarada Jake?
- Você é muito nova...
- Eu não sou uma criança Jake. - O corto.
- É claro que é.
Tenho vontade de socar a cara dele por ser tão teimoso, mas o farei perceber que já sou uma adulta faz tempo, só que ele ainda não percebeu.
Me aproximo de Jake lentamente, e quanto mais me chego para mais perto, mais ele se afasta. Jake só para quando suas costas se chocam contra o sofá, então aproveito a oportunidade e aproximo meu rosto do seu.
Percebo que sua respiração está ofegante, então sorrio de canto, em seguida lhe dou um beijo no canto dos seus lábios, o que o surpreende.
- Eu não sou uma criança Jake. - Cochicho no seu ouvido.
- Você...
- Se for me empurrar faça isso com jeitinho. - Sorrio abertamente.
Jake fica me encarando com os olhos arregalados, mas não me empurra dessa vez, então me distancio dele e me sento tranquilamente como se não tivesse acontecido nada.
Talvez Jake não seja tão frio quanto parece em relação a mim, caso contrário não teria ficado tão nervoso com a minha aproximação repentina.
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