Capítulo 21
Um mês depois
- Como está se sentindo? - Clary pergunta. - Gostando da sua liberdade?
- É um pouco silencioso, mas estou gostando da minha nova vida. - Assumo.
Com a ajuda da Clary consegui encontrar um apartamento para alugar não muito longe da casa do Jake.
Já estou morando sozinha há duas demanas, e tenho que assumir que estou amando.
Ainda é tudo recente, provavelmente me sentirei solitária muito em breve, mas quando eu decidi viver só eu sabia que seria assim.
Morando tanto com meu irmão ou com Jake eu passava o dia sozinha, mas tinha companhia durante à noite, mas de agora em diante serei apenas eu no meu pequeno apartamento.
Uma colega da Clary se casou recentemente, então colocou o apartamento todo mobiliado para alugar.
Ela vai cobrar um pouco menos do valor original do aluguel porque irei ficar responsável pelos seus pertences.
Havia achado outro apartamento no mesmo valor, e bem mais perto da casa do Jake, mas eu teria que comprar alguns móveis pois não tenho nenhum, por isso achei melhor aceitar o que a Clary me indicou.
Por enquanto ainda não tenho condições de comprar muita coisa, mas eu vou conquistando algumas coisas aos poucos. Tive a sorte grande de achar um apartamento mobiliado, então posso economizar um pouco mais do que previsto.
- Sente falta do seu amado? - Clary pergunta de repente.
- Não. - Nego com a cabeça.
- Você é uma péssima mentirosa.
- Eu sei. - Sorrio fraco.
Jake ficou pálido quando eu disse que iria me mudar, e tentou me convencer a ficar em sua casa por mais um tempo.
Quando me mudei para sua casa eu sabia que era só por um tempo, mas já estava me acostumando a viver as suas custas, e se fosse para sair da casa do meu irmão e ir para a casa de um amigo e continuar sendo dependente, era melhor ter ficado com Nick mesmo.
Jake tem a sua vida e eu tenho a minha, então lembrei a mim mesma dos meus planos iniciais e os coloquei em prática.
Se eu fosse ficar com ele por mais algum tempo, isso só iria afetar a minha decisão de esquecê-lo. Vendo-o todos os dias seria ainda mais difícil, por isso coloquei uma distância segura entre nós dois.
Desde que me mudei não vi Jake nenhuma vez. Quando eu chego para atrapalhar ele já saiu de casa, e quando meu horário de trabalho termina ele ainda está na empresa.
Eu sinto a sua falta, não sou hipócrita em negar isso, e em alguns momentos sinto vontade de esperar ele chegar do serviço só para vê-lo um pouquinho.
Mas no momento em que me lembro que Jake deixou bem claro que não me ama e nunca vai me amar, eu me lembro da escolha que fiz sobre esquecê-lo.
Tenho em mente que não posso fugir para sempre, em algum momento irei encontrá-lo e eu sei que mesmo contra minha vontade meu coração vai bater mais rápido, mas eu tenho que ficar lembrando a mim mesmo que sou uma mulher forte e que cumpre as promessas que faz.
- Você fez a escolha certa minha amiga. - Clary dá um tapinha na minha coxa. - Já tinha passado da hora de viver sua vida.
- Eu sei, mas por quê é tão difícil? - Pergunto.
- Quase nada que valha a pena na vida é fácil May.
- Minha sorte é que eu tenho você. - Sorrio largo.
- Eu digo o mesmo. - Clary me empurra com o ombro.
Pego sua mão e olho para seu anel de noivado pela milésima vez e pergunto:
- Animada com o casamento?
- Sim, mas estou nervosa também. - Ela assume.
- Imagino. - Digo apenas.
- Meu casamento é em uma semana, e eu ainda não emagreci o que preciso para ficar bem no meu vestido. - Ela fala. - Na verdade eu acho que engordei, porque acabo comendo tudo que está na minha frente quando estou nervosa.
- Ainda bem que não preciso me preocupar com isso. - Sorrio abertamente. - Não engordo mesmo se eu quisesse.
- Você é tão sem graça. - Ela finge chorar.
Enfim está chegando o tão aguardado casamento do meu irmão com a Clary, e tenho que assumir que estou nervosa mesmo sendo apenas a madrinha da noiva, então posso imaginar como a Clary se sente.
Talvez eu esteja tão nervosa porque eu sei que Jake é o padrinho do meu irmão, e eu sei que meus dias fugindo dele estão se acabando em breve.
- Eu queria dar um presente decente para vocês, mas eu não tenho condições no momento. - Falo.
- O quê?! Eu quero um presente super caro, então compre parcelado em cem vezes se necessário.
- Você é uma péssima amiga, e uma péssima cunhada. - Reviro os olhos.
- Quanta calúnia. - Clary finge espanto.
Se outras pessoas ouvisse Clary falar dessa forma, acharia que ela é uma pessoa interesseira e mesquinha, mas eu conheço minha amiga bem o suficiente para saber que o que ela falou é tudo da boca para fora.
- Eu tenho tudo o que preciso. - Clary fala. - Que é você e o Nick.
- Que gracinha. - A puxo para um abraço.
- Não se preocupe com presente ok? Você estar ao meu lado em um dia tão importante para mim é tudo o que eu quero.
- Eu não perderia por nada. - A abraço com força.
- É óbvio que não, porque eu te mataria se não fosse ao meu casamento.
- Ainda sou muita nova para morrer. - Falo. - Ainda quero conhecer meus doze sobrinhos.
- Doze? Está louca Maya?
- Talvez seja um pouco demais. - Gargalho alto.
Não vejo a hora de ser tia, mas pelo que Nick e Clary falam não querem filhos por um tempo, então terei que esperar a boa vontade dos dois.
Está certo que serão recém casados, e que provavelmente vão querer aproveitar um tempo sozinhos. Só espero que não demorem muito, ou terei que ficar lembrando aos dois que quero ser tia.
- Já decidiu quando vai começar a estudar? - Clary pergunta.
- Sim. - Confirmo com a cabeça. - Fiz a minha matrícula ontem.
- Sério? - Ela me olha com animação.
- Começo estudar mês que vem.
- Que bom. - Clary bate palmas animada. - Estou feliz por você.
- Obrigada. - Agradeço.
- Agora tem certeza que é isso que você quer? - Clary pergunta.
- Sim. - Falo. - É o que eu quero.
Há alguns dias passei praticamente à noite toda pensando na minha vida profissional. Eu estava tentando achar alguma coisa que eu gosto de fazer, e depois de um tempo eu cheguei a conclusão que eu amo culinária.
Aprendi a cozinhar muito cedo, e é algo que eu jamais enjoei mesmo depois de anos e anos cozinhando.
Se eu fizer algo que realmente gosto não será tão difícil ou cansativo, por isso eu decidi estudar gastronomia. Vou colocar o que sei e amo fazer em prática, e espero que eu me saia bem na decisão que tomei.
- Daqui alguns anos estarei no seu restaurante três estrelas Michelin. - Clary sorri de canto.
- Espero que esteja certa quanto a isso.
- Eu estou. - Ela dá um tapinha no meu ombro.
Eu não sou uma pessoa tão gananciosa, e com toda certeza me contentaria com apenas um pequeno restaurante, mas se eu chegar tão longe também não acharia ruim.
- Se estiver disposta a lutar, e se sacrificar algumas vezes, pode ter certeza que seus sonhos se realizarão em algum momento da sua vida. - Clary diz. - Você se saindo bem ou não estarei ao seu lado, mas eu realmente espero ver seu sucesso algum dia. Você merece minha amiga.
- Obrigada. - Agradeço. - Sem o seu apoio e o do meu irmão provavelmente minha vida seria mais complicada.
- Eu...
Meu celular começa a tocar quando Clary começa a falar, mas no mesmo instante ela se cala.
- Quem está te ligando a essa hora? - Clary pergunta.
Pego o celular sobre a mesinha de centro, e quando olho para a tela vejo que a ligação é do Jake.
- Pela sua cara eu já até sei quem é. - Clary fala.
Fico olhando para a tela do celular por um tempo, enquanto crio coragem para atender a ligação.
- Alô? - Atendo a ligação enfim.
- Maya?
- Sim. - Respondo.
- Seu namorado desmaiou depois de beber umas taças de vinho, e está chamando por seu nome há algum tempo.
- Meu... meu namorado o quê?! - Arregalo os olhos.
- Ele disse que só vai embora se você for vir buscar ele. Estamos fechando o restaurante, então seria bom se viesse buscá-lo logo, ou ele ficará na rua.
- Ok. - Digo apenas.
- Vou mandar o endereço por mensagem.
Dito isso o homem finaliza a ligação, e após alguns segundos recebo a mensagem com o endereço do restaurante.
- O quê aconteceu? - Clary pergunta. - Desde quando tem um namorado?
Me levanto furiosa e começo a caminhar em direção ao quarto para pegar minha bolsa e então grito:
- Eu vou matar o Jake!
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