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Capítulo 15

- Por que está se virando Jake? Não é nada que já não tenha visto antes.

- Vá se trocar Maya.

- Não quero. - Cruzo os braços.

Jake se levanta, caminha em minha direção, mas fica olhando para todos os lados, menos para mim.

- Poderia ser uma boa garota? Vá se trocar por favor.

- Talvez eu tenha me cansado de ser uma boa garota.

- Por que tem que ser tão teimosa? - Jake pergunta irritado.

Ele enfim olha para mim, mas a irritação dá lugar a preocupação.

- Você chorou? - Ele pergunta.

- Não. - Minto. - Caiu shampoo nos meus olhos.

- Você é uma péssima mentirosa.

- Eu sei. - Forço um sorriso.

Sou surpreendida quando Jake passa a mão por meu rosto, em seguida por meus olhos inchados, e então pede com a voz baixa:

- Poderia fazer o favor de colocar uma roupa?

- Está nervoso Jake? - Pergunto com malícia.

- Talvez eu esteja, então...

- Uau. - Sorrio abertamente. - Não acredito que assumiu isso.

Ele olha para o lado e pigarreia, então caminho em direção ao meu guarda roupa e peço:

- Se vire de costas.

Jake se vira enquanto eu pego um conjunto de lingerie e me visto rapidamente.

- Segure minha toalha fazendo um favor. -  A jogo em sua direção mesmo ele estando de costas para mim.

Automaticamente ele se vira em minha direção e pega a toalha, mas rapidamente se vira para o outro lado novamente.

- Se eu não te conhece bem, acharia que era um adolescente nervoso por ver uma mulher de langerie.

- Cale a boca e apenas se vista. - Ele retruca.

- Sim senhor. - O provoco.

Abro à porta do guarda roupa e pego uma short jeans e uma camiseta, e logo em seguida me visto.

- Pode se virar. - Falo.

- Tem certeza? - Jake pergunta.

- Em algum momento terá que fazer isso, então você decide. - Dou de ombros.

Jake começa a se virar para mim lentamente, e quando vê que estou completamente vestida, vejo alívio exibido em seu rosto.

Caminho até ele e pego a toalha das suas mãos, em seguida começo a caminhar em direção ao banheiro.

- Não tem um shorts menor não Maya? - Ele pergunta com sarcasmo.

- Na verdade eu tenho. - Falo enquanto coloco a toalha no banheiro. - Quer que eu o vista?

- Nem pense nisso.

Jake está sentado em minha cama, então caminho em sua direção, e me sento em seu colo e envolvo meus braços em volta do seu pescoço, o que o deixa extremamente surpreso.

- O que está fazendo? - Ele pergunta enquanto tenta me empurrar.

- Estou tentando adivinhar o que se passa em sua mente.

- Se quiser fazer isso faça, mas não precisa se aproximar tanto. - Ele fala.

- Está nervoso Jake? - Pergunto com um sorriso largo nos lábios. - Está começando a perceber que não sou uma criança?

- Poderia parar com esse joguinho? - Ele pede. - Sempre verei você como uma criança, então não perca seu tempo tentando me fazer mudar de ideia.

Me aproximo do seu pescoço e lhe dou um rápido beijo, e no mesmo instante percebo que ele se estremece.

- Acho que está mentindo. - Cochicho no seu ouvido. - Como também acho que você não me vê mais como uma criança.

Jake se levanta rapidamente e me coloca no chão, em seguida caminha para longe de mim e fala:

- Acho que estou enganado quando penso em você como uma garota inocente.

- Eu sou inocente. - Me sento na cama. - Mas talvez a minha mente não seja tanto.

- Estou começando a ficar com medo de você.

- Não fique querido. - Sorrio de canto. - Eu não mordo.

- Você...

- Mas se você pedir com carinho talvez eu abra uma excessão. - O corto.

- Agora não é o melhor momento para brincadeira Maya. - Jake fala com seriedade. - Precisamos conversar sobre o que aconteceu no mercado.

Me levanto, caminho para o lado da cama e puxo o cobertor, em seguida me deito e me cubro.

- Eu vou dormir agora. - Digo.

- Maya...

- Estou com muito sono. - Forço um bocejo.

Escuto Jake caminhando, e logo em seguida ele puxa o cobertor.

- Não pense que vai fugir de mim.

- Por que eu faria isso? - Pergunto com malícia. - Quer se deitar ao meu lado querido? Eu deixo.

- Maya, pare com isso. - Jake diz sério.

Pego o colarinho da sua camisa e o puxo, e então ele se desequilibra e cai na cama bem ao meu lado.

- Parar com o quê? - O provoco.

- Eu sei o que está tentando fazer, e já digo que está perdendo seu tempo.

- O que estou tentando fazer?

- Está tentando me tirar a concentração, para poder se livrar da nossa conversa. - Jake me responde.

- Está errado.

- Por que estou errado? - Jake pergunta.

- Eu não estou tentando fazer isso. - Nego com a cabeça.

Passo a mão por seu rosto, em seguida  por seus lábios, então Jake pergunta com a voz baixa:

- Então está tentando fazer o quê?

Coloco minha mão em sua nuca, aproximo seu rosto do meu lentamente, e então o beijo.

- Era isso o que eu estava tentando fazer.

Jake se levanta rapidamente, leva a mão aos lábios enquanto me encara com os olhos arregalados.

- Por que fez isso Maya? - Ele pergunta incrédulo.

- Porque eu quis. - Sorrio abertamente.

- Você está brincando com foto Maya. - Ele aponta o dedo em minha direção.

- Eu adoraria me queimar. - Pisco para ele.

- Você... você...

- Por que tanto drama Jake? Foi só um roçar de lábios, então nem conta como um beijo decente. - Digo. - Quer um beijo decente?

Me levanto da cama e começo a caminhar em direção ao Jake, mas ele começa a dar uns passos para trás enquanto me olha nervoso.

- O que pensa que está fazendo Maya? - Ele pergunta.

- Você não respondeu minha pergunta. - Falo enquanto me aproximo ainda mais dele. - Quer um beijo decente Jake?

Quando estou a centímetros dele, Jake corre para longe de mim, então eu corro em sua direção, e ficamos parecendo duas crianças brincando.

- Pare de correr atrás de mim Maya! - Ele grita.

Assim que consigo me aproximar de Jake, pulo sobre ele, mas Jake acaba se desequilibando e então caímos. Por sorte estávamos perto da cama, caso contrário teríamos se arrebentado no chão.

- Você vai acabar me deixando louco. - Jake fala com a voz ofegante.

- Talvez essa seja a minha intenção. - Sorrio de canto.

Jake olha para mim de uma forma estranha, que me deixa confusa, mas ao mesmo tempo faz meu corpo se arrepiar.

- Você quer me beijar Maya? - Ele pergunta olhando para meus lábios.

- Você quer me beijar Jake? - Retruco.

- Talvez queira.

- E o que te impede de me beijar? - Pergunto.

- O fato de estar escondendo algo de mim. - Jake diz.

- E o que isso tem a ver com me beijar?

- Se não confia em mim, então...

Empurro Jake para o lado e me sento na cama. Passo a mão por meu rosto com nervosismo e falo:

- Eu confio em você, mas não quero te envolver em mais um problema.

- Por...

- Você me deu um emprego, e me abrigou em sua casa. - O corto. - Eu já sou um grande problema que está tendo que lidar, então não precisa saber do que se passou em minha vida no passado.

- Eu quero saber Maya. - Jake se senta ao meu lado.

- Por que quer saber? - Pergunto. - Não faria diferença alguma, como nada iria se resolver se eu te contasse ou não.

Jake é tão cabeça dura como meu irmão. Tenho certeza que ele iria investigar a vida do Jacob para poder lhe dar uma lição, e com toda certeza não quero que ninguém se envolva em problemas por minha causa.

- Deve ter sido algo difícil, caso contrário não estaria mantendo isso em segredo. - Jake fala. - Mas eu quero que confie em mim ao ponto de não me esconder nada.

- Eu...

- Me conte Maya. - Jake pede. - Desabafar pode aliviar esse fardo que carrega na alma.

- Me prometa que não fará nada? E jamais conte isso para meu irmão.

- Eu não posso prometer isso. - Jake balança a cabeça em negação. - Mas eu prometo que guardarei seu segredo.

Fico esfregando uma mão na outra com nervosismo, então Jake coloca sua mão sobre as minhas me transmitindo conforto e confiança.

- Como Jacob disse anteriormente ele foi um dos meus professores na Universidade. - Falo. - E ele foi o principal motivo de eu ter desistido de estudar.

- O que ele fez? - Jake pergunta.

Mordo o lábio inferior com tanta força, ao ponto de sentir gosto de sangue na minha boca.

- Ele me sugeriu algo indecente, e você já pode imaginar o que seria. - Assumo enfim.

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