Capítulo 11
- Como foi no trabalho? - Pergunto para Jake.
- Cansativo. - Ele se joga no sofá.
- Vá tomar um banho, o jantar está pronto.
- Acho que vou dormir. - Jake fala.
- Pode se levantar. - Pego uma almofada e jogo nele. - Precisa se alimentar.
- Está bem está bem. - Ele revira os olhos.
Jake se levanta contra sua vontade, em seguida pega sua pasta e começa a caminhar em direção as escadarias.
Volto para a cozinha, e assim que entro no recinto começo arrumar a mesa.
Depois que Clary foi embora, comecei a fazer o jantar. Quase não havia ingredientes em sua dispensa, então fiz apenas uma costela de porco, arroz e salada.
Não sei se será Jake quem fará as compras, ou se serei eu, então terei que perguntar isso a ele.
Estou cansada e faminta, e com toda certeza amanhã estarei com dor em todo meu corpo.
Minha casa é pequena, então não era tão cansativo cuidar dela sozinha, mas a casa do Jake é gigante, então terei que me virar para dar conta de tudo.
🌻
- O que está olhando? - Pergunto para Jake.
- Se não quebrou nada. - Ele me responde.
- É sério isso? Vai olhar cada cantinho da sua...
- Tenho que cuidar do que é meu. - Ele me corta.
Depois de algum tempo Jake apareceu na cozinha olhando em volta como se procurasse por algo, mas na verdade está vendo se não tem nada de errado com sua preciosa casa.
- Nem ao menos me perguntou se estou bem. - Murmuro baixinho.
- O que você disse? - Jake pergunta.
- Não foi nada.
Puxo uma cadeira e me sento enquanto ele continua procurando por algo errado, mas para sua tristeza ele não vai encontrar nada.
- Se preocupa mais com a casa do que comigo. - Continuo murmurando. - Um belo idiota.
- Eu escutei isso. - Jake fala.
- Que pena, da próxima vez falarei mais baixo.
Ele puxa uma cadeira e se senta de frente para mim, cruza os braços e fica me encarando.
- Por que está tão irritada? - Jake pergunta.
- Eu não estou. - Retruco.
Eu sei que ele não tem nenhuma obrigação comigo, mas custava alguma coisa perguntar como foi meu dia? Ou se estou muito cansada? Se eu desejo alguma coisa?
Durante a semana sou sua empregada, mas também sou sua amiga, então seria bom demonstrar um pouco de afeto.
Nem ao menos se importou comigo, mas olhou toda a casa para ver se eu tinha quebrado algo.
- Em vez de ficar emburrada, deveria me dizer o por...
- Eu já disse que estou bem. - O corto.
- Tudo bem então. - Ela dá de ombros.
Jake começa a servir a comida no seu prato, enquanto lambe os lábios, e eu fico observando cada detalhe seu.
- Vai comer ou ficar me encarando? - Ele pergunta.
- Quem disse que estou te encarando?
- Está me olhando como se eu fosse...
- Um completo bobão? - Termino sua frase.
Jake coloca o prato sobre a mesa, e me encara com irritação aparente.
- Vai comer ou vai ficar me encarando? - Sorrio de canto.
- Ainda me pergunto o porque te contratei para ser minha governanta, e deixei você ficar na minha casa. - Ele semicerra os olhos. - Criança petulante.
- Se não tem a resposta então me demita e me expulse da sua casa. - Falo. - Se meu irmão fez isso comigo, não me surpreenderia que você fizesse o mesmo, já que não somos uma família.
- Maya...
- Se for para ficar jogando na minha cara que está me ajudando, eu realmente acho melhor que me mande embora. - O corto. - Pode não servir para nada, mas ainda tenho meu orgulho.
Eu sei que estou abusando da sua boa vontade ao ficar na sua casa e depender da sua ajuda, mas é desagradável ser tratada como um peso, apesar de saber que sou um.
- Me desculpe, eu não deveria ter dito aquilo. - Jake abaixa a cabeça.
- Sou apenas sua empregada, então começarei agir como tal.
Empurro a cadeira e me levanto, em seguida começo a caminhar para fora da cozinha, mas paro quando Jake pergunta:
- Onde pensa que vai Maya?
- Vou esperar o senhor jantar, então estarei aguardando na sala. - Lhe respondo. - Uma mera empregada como eu não deveria dividir a mesa com o patrão.
- Maya!
Jake chama por mim, mas não lhe dou ouvidos e continuo a andar. Tenho que assumir que minha vontade era que Jake viesse atrás de mim, mas infelizmente isso não acontece.
Me sento no sofá assim que entro na sala, e de vez em quando olho para o lado na esperança de ele aparecer de repente.
Talvez Jake tenha ficado aliviado com a distância que coloquei entre nós dois. Talvez ele ache que dessa forma será melhor para ambos, já que para ele estávamos bem próximos um do outro.
Eu sou apenas sua empregada, mas eu desejei que ele viesse atrás de mim, mas é óbvio que isso não aconteceu para minha infelicidade.
Depois de perder as contas de quantas vezes olhei para o lado, enfim Jake sai da cozinha, mas fica parado e não caminha em minha direção.
- O jantar estava ótimo. - Ele fala.
- Eu recebo para fazer o melhor para o senhor. - Retruco.
- Bem... é... Boa noite então.
- Boa noite senhor. - Aceno com a cabeça.
Jake me encara por alguns segundos, mas logo em seguida começa a caminhar em direção as escadarias em silêncio.
- Idiota. - Murmuro baixinho.
Me levanto rapidamente e caminho em direção a cozinha, e assim que entro no recinto começo a guardar o jantar em algumas vasilhas, e em seguida valo a louça suja.
Estava com tanta fome, mas de repente senti um nó na garganta, e agora tudo o que desejo é deitar em minha cama e dormir.
Depois de lavar a louça, vou direto para meu quarto, mas antes que eu possa abrir à porta Jake pergunta:
- Você jantou?
- Não senhor.
- Deveria comer alguma coisa, precisa estar forte para cuidar da casa. - Jake diz.
- Não se preocupe. - Falo. - Mesmo que eu esteja doente, prometo que cuidarei da sua casa senhor.
- Eu...
Abro à porta do quarto e o adentro, e logo em seguida fecho à porta antes de Jake dizer mais alguma merda.
Caminho em direção a cama em passos largos e assim que me aproximo me jogo nela.
Apesar de estar decidida a conquistá-lo, começo a perguntar a mim mesmo se vale a pena tanto esforço.
Jake se importa bem mais com sua casa do que comigo, então talvez seja melhor desistir de tudo e ir embora.
Eu sei que por enquanto não posso me dar ao luxo de largar esse emprego porque preciso do salário, mas assim que eu conseguir dinheiro o suficiente irei procurar um apartamento, então irei procurar por outro serviço onde meu trabalho e eu sejamos valorizados.
Me levanto da cama quando me lembro que não conversei com Jake sobre as compras para abastecer sua dispensa.
- Que merda. - Praguejo.
Abro à porta do quarto assim que me aproximo dela, em seguida dou alguns passos até o quarto de Jake e bato em sua porta.
- Oi? - Ele diz abrindo-a depois de alguns segundos.
- Eu esqueci de avisar que sua dispensa está vazia.
- Final de semana vamos juntos ao mercado fazer as compras. - Ele diz. - Quero que veja qual as marca dos alimentos que eu gosto, então iremos juntos ok?
- Sim senhor. - Balanço a cabeça em confirmação.
Teremos que comer ovos durante a semana, porque é a única coisa que tem com fartura em sua geladeira.
- Tenha uma boa noite de sono senhor, com licença.
Me viro de costas para Jake, e mais uma vez tenho esperança que ele vá me impedir de continuar a caminhar, mas logo em seguida escuto o barulho da porta do seu quarto se fechando.
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