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A verdade é que eu sempre soube que corria o risco de te querer, e quis.

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Depois de um tempo Cristina se acalmou e começou a beber junto com os amigos de Eric, ela dançava, fumava e bebia.

Letícia voltou a se sentar ao meu lado e nós duas olhamos juntas para as maluquices que Cristina estava fazendo.

- Sua colega de quarto? - Letícia pergunta e eu assinto que sim com a cabeça.

- Não confie muito nela, essa Cristina é uma cobra. - ela diz e eu a encaro sem entender.

- Como assim? - pergunto.

Volto a olhar para Cristina e a vejo dançando em cima de uma das mesas, Cristina parecia ser tão inofensiva e não parecia ser só tipo que era falsa.

- Só por favor não comenta isso com ninguém. - Letícia se levanta sem ao menos me responder.

.

Eric havia sumido da festa e eu tive que dá um jeito de voltar para o dormitório. Não conhecia nada por ali e voltar para casa sozinha não parecia ser uma boa ideia, ainda mais tarde da noite.

Pergunto a um garoto que estava sentado no banco ao lado de fora, e ele disse que naquele horário não passava mais ônibus. Ótimo!

Sigo andando e rezando para que ninguém tentasse mexer comigo. Minha carona tinha sumido e Cristina também, espero que a mesma esteja bem.

Quando finalmente chego no quarto e tranco a porta atrás de mim, penso nas palavras de Letícia em relação à Cristina.

"Não confie muito nela, essa Cristina é uma cobra."

O que Cristina poderia ter feito que Letícia pensasse isso sobre ela?

Resolvo tomar um banho e esquecer essa história, amanhã de manhã eu teria aula e não queria que bobagens como essa ficassem rondando minha cabeça.

Tomo um banho quentinho e volto enrolada na toalha de volta para o quarto, levo um susto ao ver meus pais parados sobre o quarto.

- O que fazem aqui? - pergunto ainda sentindo medo e segurando a toalha firme em meu corpo.

- Era pra isso que você queria estudar fora? - minha mãe pergunta. - Para ir em festas e ter amigos drogados?

- Mãe, não. Eu só sair um pouco. - tento me explicar, porém meu pai me manda ficar calada.

- Vá trocar de roupas e pegue suas coisas que nós vamos embora. - papai diz e eu respondo que não vou a lugar algum.

- Não quero ir embora pai. - respondo - eu acabei de chegar e eu tô me adaptando aqui.

- Não quero você se misturando com essa gente Chloe. - papai se aproxima. - Você é filha do Leandro Felipe, um dos melhores e maiores empresários do país. Não posso deixar que pessoas como essa estraguem seu futuro ou manche o nome da nossa família.

Fecho meus olhos e tento por tudo não chorar, não quero voltar para a prisão que é a minha casa. Lá eu sou privada de tudo e de inclusivo levar amigos para lá.

- Eu não vou! - respondo firme.

- Você esqueceu que quem paga tudo isso sou eu? - papai pergunta e eu nego. - Ótimo, arrume suas coisas e vamos embora.

- Desculpa pai, mas eu não vou.

Meu pai levanta a mão e eu fecho os olhos sentindo muito medo.

- Não Leandro, vamos embora. - Minha mãe diz.

- Você tem um mês até eu começar a cancelar o pagamento do seu dormitório e em seguida sua faculdade. - meu pai diz e eu permaneço incrédula com suas palavras.

O que seria de mim depois disso?

Se minha mãe não tivesse interferido ele teria batido em mim? Esse não era o meu pai.

Me sento sobre a cama ainda enrolada na toalha e choro. O que eu faria para continuar estudando e realizar o meu sonho de independência. Chorei tanto que adormeço deitada sobre a cama.

Acordo feito uma louca e me levanto de uma vez da cama, eu estava atrasada. Corro para vestir uma roupa, já que eu estava somente de toalha e tento por tudo colocar os sapatos igual o se vira nos trinta.

Cristina abriu a porta e entrou no quarto sorridente e assobiando igual um passarinho.

- A noite foi boa em. - comento enquanto tentava prender meu cabelo em um coque frouxo.

- Melhor impossível. - ela comenta ainda assobiando e sorrindo igual boba.

- Ficou com alguém? - pergunto e agora eu tentava esconder a cara de choro e as olheiras.

- Sim, com o Eric. - ela diz e eu paro de me maquiar na mesma hora para encará-la.

- O QUE????? - Pergunto um pouco alto demais.

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