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— Você já foi beijada alguma vez, Lily?
Neguei com a cabeça e ergui o rosto na direção do dele, porque eu precisava que Atlas fizesse algo a respeito dessa situação bem naquele momento, caso contrário eu não conseguiria mais respirar. — É assim que acaba, Collen Hoover.

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Bateram na porta.

A princípio pensei que fosse meu pai, abro a porta na mesma hora e me deparo com Ana e Letícia, elas me abraçaram e entraram para dentro.

— Que saudades. — Ana volta me abraçar enquanto Letícia analisava a bagunça.

— Saudades também amiga. — sorrio.

Ana notou meu olhar cabisbaixo e me puxou para me sentar sobre a cama.

— O que houve amiga? — ela perguntou, a abraço e começo a chorar.

Me sinto usada pela pessoa que mais amei e quebrada por dentro.

— Eric me usou para chegar até o meu pai.

— Tem certeza? — Letícia pergunta e se senta ao meu lado fazendo eu ficar no meio das duas. — não acho que meu amigo iria te iludir dessa forma. — Letícia para e fica pensativa.

— Como você descobriu Chloe? — Ana me pergunta.

Paro de chorar e finalmente consigo explicar o que me levou a acreditar nisso. Tento criar inúmeras desculpas na minha cabeça, mas não consigo, a única explicação que soa melhor é de que ele me usou para se vingar da minha família.

— Eu sinto muito amiga. — Ana volta a me abraçar. — sei que você o ama, e eu tenho certeza que ele também te ama. Espere a explicação dele.

— Ana tem razão. — Letícia encosta em meu ombro. — tem muita coisa pra rolar ainda.

Estava prestes a protestar quando a porta se abre revelando meu pai, ele nos olhou e manteve sua postura rígida. Ele estava usando terno, talvez estava em alguma reunião com os acionistas.

— Voltaremos mais tarde ok?! — Letícia diz e pega na mão de Ana, que olhou para mim para tentar verificar se realmente eu ficaria bem.

— Podem ir, vou ficar bem. — respondo não tendo certeza daquilo.

Quando elas saíram meu pai fechou a porta atrás de si e se manteve em pé sem dizer uma palavra.

— Pai, eu descobrir uma coisa.. — engolir em seco, nesse momento eu estou odiando o Eric por me usar.

— Eu também descobrir, mas diga você primeiro. — ele caminha até minha janela que dava para ver todo o campus e fica de frente para a vista e de costas para mim.

— Eric era a pessoa que vinha sabotando o senhor. — digo e me arrependo logo em seguida por ter digo aquelas palavras em voz alta. — eu não tenho certeza.

— Pois eu tenho! — ele se vira para mim — depois que vocês fugiram eu mandei que investigassem sobre a ele e sua família, descobrir que o pai dele se consultou comigo anos atrás. — diz.

— Ele acha que o senhor matou o pai dele, que antes de vir a óbito você fez ele assinar um termo de responsabilidade.

— Sim, o termo de responsabilidade é verdade. — meu pai diz. — mas não cheguei a operar esse homem como ele pensa que foi.

O olho confusa, a história do Gabriel e no dia em que Eric tentou fazer pizza bate com a história, e se ele se confundiu?

— Ele me procurou e me pediu um conselho médico, eu disse que o tumor era inoperável, ele mesmo assim insistiu que eu fizesse a cirurgia. — meu pai se cala por alguns segundos como se estivesse revivendo o dia em que o pai de Eric o procurou. — ele disse que se eu não o operasse encontraria gente capaz de seguir com a ideia da cirurgia, falei que não e ele foi embora.

Me sento sobre a cama e coloco minhas mãos sobre a cabeça, não sei qual das duas versões faz sentido.

— Dias depois eu soube que ele havia morrido, depois disso a família dele me acusou de negligência médica. Eu nunca operei ele Chloe, me lembro de todos os meus pacientes e esse homem nunca esteve na minha mesa de cirurgia.

A única reação que tive foi abraçar meu pai, eu acreditava na verdade dele, Eric estava sendo injusto a não ouvir o que meu pai tem a dizer.

— E o que você vai fazer a respeito de Eric? — pergunto sentindo medo. Apesar de tudo, não quero que nada aconteça com ele, ele é tão inocente quanto meu pai.

— Ele responderá um processo por calúnia e difamação. — meu pai diz tranquilo.

— Por favor pai, não faça isso.

Meu pai se solta do abraço e agarra meus dois ombros.

— Depois de tudo que esse rapaz fez ainda o defende? — pergunta.

— Ele não tem culpa pai, ele está apenas querendo justiça pela morte do pai, eu faria o mesmo no lugar dele. — digo.

Me arrependo por não ter conversando com Eric antes e ouvido sua versão, agora não consigo mais acreditar na palavra de meu pai.

— Sabia que não devia ter deixado você estudar nessa universidade. — diz. — faça as malas meu bem, você não estuda mais nesse lugar.

— O senhor não manda em mim, sou maior de idade e graças ao meu esforço estudo aqui por bolsa.

Ele me olhou com fogo nos olhos e andou em direção a porta abriu a porta e se manteve parado antes de dizer.

— A partir de hoje esqueça que tem pai, não quer ser adulta? Se sustente sem o meu dinheiro. — meu pai vai embora batendo a porta com muita força, tanta que derrubou meu quadro da parede.

Não tive lágrimas para chorar, apenas me sentei no chão do quarto escorada com as costas na cama e pensei se fiz o certo.

Pela primeira eu não teria meu pai para me dar ordens e nem controlando minha vida, eu só nao tinha certeza em como seria da minha vida apartir de hoje. Só tinha a certeza de uma coisa, da explicação de Eric e dos fatos sobre nós dois.

Me levanto ligeiro e saio quase que correndo até a biblioteca, ele estaria lá com certeza.

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