Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

CAPÍTULO 1 - MINE SAIA

⚠️Não revisado!
______________________

   — Benoaaaah, sua mãe está te chamando! — grito bem alto do pé da escada e volto correndo pra sala colocando minha meia e meu sapato.

Acho que ela pensou que eu iria subir para chamá-lo da porta do quarto, mas eu também estava muito ocupada me arrumando.

— Estou no banho, Lancellotti! — Ben grita de volta. Ele odeia que o chamem pelo nome, prefere Ben. E eu odeio que ele arrumou esse apelido para mim.

— Ben, pare de chamar Charlotte assim! — Francisca, a mãe de Ben, que chamamos de Fran, passa correndo da cozinha pra sala. Ela tenta pôr o sofá um pouco em ordem e o restante da casa também antes de sair.

Ela se esforçava pra tentar ser uma boa esposa pro meu pai e uma boa mãe pra mim. Já que provavelmente o filho dela era um caso perdido.

Eu ainda não sabia muito bem o que achar dos dois morando com a gente. Fazia muito tempo que meu pai conheceu Fran, mas eles decidiram deixar o namoro fluir por pelo menos um ano antes de colocar todo mundo dentro de uma casa só, ainda mais porque Ben morava fora e estava cursando o ensino médio.

Mas pelo pouco que ouvi pelas paredes finas, Ben estava dando trabalho nas escolas de lá e o pai e a mãe decidiram que era hora dele morar com ela pra ver se Fran dava um jeito no filho. Foi aí que meu pai entrou na história e eles decidiram que seria bom termos uma coisa sólida com uma família maior e duas potências (como chamo Fran e o senhor Julio Simons — meu pai).

— Me desculpa, Char, juro que conversarei com ele mais tarde.

Ah, eu também odiava que me chamassem por esse apelido tosco, mas quando ela perguntou se poderia me chamar assim com um sorriso amável e se esforçando para eu gostar dela, não pude recusar e aceitei com um sorriso pequeno e falso.

Pelo menos ela estava tentando, ao contrário de Ben.

Nossa casa era um pouco grande, tinha a suíte principal, meu quarto e um quarto de hóspedes, que agora virou o quarto de Ben. Ele o mudou completamente e agora estava muito masculino e com um monte de pôsteres de bandas de rock nas paredes. Não que eu tenha entrado muito lá, só dei uma olhada enquanto ele não estava.

Basicamente, fazia pouco tempo que viramos uma família e todos ainda estávamos nos adaptando.

— Tudo bem, senhora Kingdom.

— Ah, Char, você sabe que pode me chamar de Fran.

Perdi minha mãe quando era criança, e desde então meu pai dizia que não queria outra mulher e que eu era a única na vida dele e sempre seria assim. Não sei se fez isso por mim ou se seu luto durou mais do que o normal ou recomendado, sei lá... Mas quando Fran apareceu, achei que meu pai só queria tirar o atraso e que as coisas não iam pra frente. Acontece que, mesmo ela morando com a gente, ainda penso que uma hora meu pai vai voltar atrás e não quero me apegar a alguém que eu posso perder depois. Por isso não quero me acomodar tão rápido assim.

— É verdade, desculpe! — Corri pra cozinha para tomar café e não me atrasar.

Fran já tinha feito ovos mexidos, torrada e o café. Peguei algumas frutas e coloquei no meu prato também. Meu pai queria que todos comessem juntos a mesa de manhã e no jantar, que era o horário que todos estavam presentes em casa, mas Ben sempre se atrasava e atrasava todo mundo.

Então, não acho que eu tenha que esperar ninguém que não sabe usar um despertador ou se preocupar com compromisso.

Ouço o som de uma bota descendo as escadas e sei que é meu pai. Ele trabalha em uma rede elétrica e também era um dos últimos a descer, mas já estava completamente vestido e pronto para tomar o café e sair.

— Bom dia, queridas — cumprimentou quando Fran apareceu também e lhe deu um beijo. Ele se aproximou e fizemos um aberto de mão trabalhado. — Falta só o...

— Benoah. — Reviro os olhos.

— Sei que vocês ainda não estão a vontade um com o outro, mas será que pode chamá-lo de Ben como todo mundo? — Pede meu pai, delicadamente, sentado a minha frente com Fran ao seu lado se servindo também.

— Uhum — resmungo.

— Quem escolheu esse nome foi o pai dele — sussurrou Fran, ela já tinha dito isso, mas Fran gostava de repetir as coisas. Acho que ela não queria era levar a culpa de um nome tão feio.

Continuo comendo, apesar da regra de esperar todos estarmos a mesa para comer, mas eu poderia me atrasar se não saísse em dois minutos.

Ben desce as escacadas quando já estou levando minha louça suja pra pia. O seu perfume forte e masculino chega na cozinha antes dele. Quando se senta, me viro para ver o cabelo preto molhado e despenteado, com algumas mexas onduladas caindo no rosto. Ele veste uma camisa preta que gruda nos músculos e eu odeio por saber que só faz isso pra se mostrar.

— Pai, eu tenho que ir — digo, me aproximando para beijar seu rosto. Meu pai se vira imediatamente pra Ben.

— Vocês podem ir juntos, certo, Ben? O bairro anda perigoso ultimamente.

— Não, ele ainda vai comer, e eu vou me atrasar se não sair agora. — Me apresso pra sair da cozinha, acenando para Fran, que parece um pouco desconfortável com a conversa e a seriedade do meu pai.

— Charlotte. — Claro, ele não iria deixar eu sair sem afirmar sua preocupação de pai. — Por favor, vocês vão para o mesmo lugar, podem fazer companhia um para o outro.

— Tenho certeza de que ele não liga para companhia, eu tenho mesmo que ir. Sempre fui sozinha pra escola, nunca aconteceu nada!

— Ben, termine logo seu café, você está atrasado. Quantas vezes vamos ter que lhe alertar sobre as regras? — Fran resolve fazer seu papel e brigar com quem realmente merece aqui.

— Desculpe, mamãe, não estou acostumado com regras. — Ele debochou da própria mãe, se eu fosse ela lhe daria umas boas cintadas.

— Mas aqui você tem, e é bom que siga todas se não quiser sofrer consequências.

Estou parada observando, por isso noto seu sorriso de canto, apesar de estar de cabeça baixa. Claro que ele não acredita em consequência nenhuma, está acostumado a fazer tudo que quer. O pai não lhe dava regras, sermões e, pelo visto, nem educação.

— Sim, senhora, já terminei. — Ele levou o prato pra pia e eu já ia sair correndo, quando sua voz me parou.

— Senhor Simon, neste colégio pode ir de saia? — Claro que ele falava de mim, pois eu estava de saia hoje.

Acontece que ele mal frequentou a escola desde que chegou, apenas fingia, então não sabia muito bem como eram as regras da escola.

— Pode sim, Ben. Só que eu acho que essa saia está muito curta, senhorita. — Meu pai ergue uma sobrancelha pra mim, mas está quase sorrindo por ter mais alguém pra ficar de olho em mim.

Bufo e saio sem falar nada, meu pai não reclamava das minhas roupas curtas, pois da primeira vez que fez, eu disse que era muito constrangedor por ele ser homem e meu pai. Agora acho que está mais confortável por ter uma mulher presente, mas eu não ia entrar nos joguinhos do idiota do Ben.

Ele não era meu irmão e muito menos meu pai.

Já estava do outro lado da calçada e andando apresada quando senti o cheiro do perfume de Ben. Estava logo atrás de mim, me acompanhando, mas nem olhei pra trás e continuei seguindo caminho. A rua estava cheia de carros passando, pessoas indo trabalhar e alunos indo pra escola, não tinha perigo nenhum essa hora.

— Acho que vou começar a frequentar minhas aulas com mais frequência, parece promissor, pelo que vejo. — diz ele, bem atrás de mim.

— Não entendi.

— Não quero parecer um irmão super protetor nem nada, mas será que posso te encontrar no almoço?

— Você não é meu irmão. E é melhor ficar com a sua turma de matadores de aula, já vi vocês fumando na praça perto da escola. Pelo menos eu não te deduro, ao contrário de você!

— Eu não estava fazendo isso, só fiz uma pergunta para o seu pai.

Olhei pra ele por cima do ombro e notei seu sorriso debochado, revirei os olhos e continuei andando, segurando as duas alças da mochila nos meus ombros.

— O que eu uso ou deixo de usar, não lhe diz respeito.

— Mas usar uma saia dessas é provocação. Imagine como vão ficar os pirralhos na cantina? Vários talheres derrubados no chão só pra ver a cor da sua calcinha.

Parei no meio da rua enquanto atravessava na faixa e Ben quase me atropelou, de tão perto que estava. Fuzilei ele com o olhar e voltei a andar, o sinal já estava prestes a abrir.

— Nossa, como você é babaca!

— É melhor que ninguém tente fazer isso — disse ele, passando na minha frente e se virando pra mim. — Ou estarão prestes a conhecer o seu irmão mais velho.

Com um sorriso provocante, Ben se virou e entrou rapidamente na escola. Eu nem conseguir dizer que ele não era meu irmão ou qualquer outra coisa que eu pudesse dizer para rebater sua ideia idiota.

Ben só era um ano mais velho do que eu, e nem era meu irmão de verdade para ficar dizendo essas coisas. Como ele me irritava!

Na sala de aula, minha amiga sentou do meu lado e mencionou minha saia, fazendo brincadeiras de que era pro Josh, o menino que eu achava bonitinho da nossa sala. Claro que não era pra ele, eu só achei a saia bonita e na moda, então comprei. Disse isso para ela.

— Isso não cola! — Ela riu e se aproximou para cochichar no meu ouvido. — Todo mundo está cochichando que o menino novo e gringo resolveu assistir as aulas hoje de novo. Deve ser a segunda ou terceira vez, né?

— Terceira.

— Ah, é, você mais do que ninguém deve saber, ele é seu irmão.

— Ele não é meu irmão, credo.

— Ah, mas daqui a pouco vai ser, se seus pais continuarem juntos mesmo.

— Parece muito sério.

— E você, ainda achando uma droga?

— Está um pouco melhor. Ela cozinha muito bem.

Alena riu e eu me senti mal, pois Fran era bem mais legal que isso e senti a necessidade de ser clara quanto a isso.

— Ela é muito boa pro meu pai também, ele está muito feliz. E sempre procura programas pra fazer em família, pergunta se estou bem...

— Ah, Charlotte, que bom! É como se fosse uma segunda mãe pra você.

— É... Talvez.

Ficamos em silêncio para prestar atenção nas aulas e conversamos pouco, pois hoje eu fiquei muito perdida em pensamento. Principalmente e infelizmente pelo que Ben tinha dito na entrada hoje. Aquele idiota!

Quando o sinal tocou para a hora do intervalo, saímos alegres e falando sobre a aula de educação física no dia seguinte, que teria basquete, um esporte que nós duas gostamos. Pegamos nosso almoço e nos sentamos sozinhas, porque nós duas não tínhamos muitos amigos.

Hoje as coisas mudaram um pouco, enquanto eu procurava Ben disfarçadamente e desejando que ele ficasse na dele, Josh e seus dois amigos fiéis se sentaram à nossa frente. Meu coração disparou e eu perdi até a fome, não queria ficar comendo na frente do garoto mais bonito da nossa sala.

Achei muito estranha a sua aparição, mas me sentia boba por dentro por ele estar na minha frente e sorrindo pra gente.

— Oi, Charlotte. Oi, Alena, como vocês estão?

— Estamos bem, obrigada. — respondi, querendo parecer o mais normal possível.

— O que deu em vocês? — perguntou Alena, era bem mais sensata do que eu, porque só conseguia pensar no quanto ele era bonito e estava na minha frente, sorrindo pra mim e comendo sua refeição sem problemas nenhum.

— Nada, só estamos sentando com nossas colegas de turma. — Richard, seu amigo do lado esquerdo, respondeu, disfarçando um sorriso que eu não estava entendendo.

Mexi na minha comida, tentando não parecer uma estranha e procurando um assunto para falar com Josh quando seu garfo caiu e ele sorriu pra mim, antes de se abaixar pra pegar. Fiquei esperando para retornar o assunto e quando ele ergueu a cabeça, sorrindo de orelha a orelha, seu rosto foi de encontro a mesa tão rápido que eu gritei um: aimeudeus.

O refeitório quase todo ficou em silêncio e algumas pessoas começaram a cochichar e arquejar quando viram o sangue escorrer pelo nariz de Josh. Mas que porra.

Ben estava atrás de Josh e se abaixou para sussurrar algo em seu ouvido, Josh estava descontrolado, gritando de dor e com a mão na frente do nariz. Ben me deu uma olhada apenas antes de deixar o refeitório. Eu estava tão assustada que não consegui me mexer enquanto os amigos de Josh o colocavam de pé e o levavam pra sala da enfermaria.

— Meu Deus, o que foi isso? — Alena estava do meu lado mais em choque do que qualquer outra pessoa. Ela olhou pra mim e segurou meu braço. — Nossa, seu meio-irmão é louco!

— Já disse que ele não é meu irmão e nem meio-irmão.

— Por que será que fez isso?

— Ele é um agressivo!

— Mas deve ter tido algum motivo...

Não contei para ela o que Ben tinha dito mais cedo sobre os meninos derrubarem o talher pra olhar a calcinha das meninas. Claro que Josh não tinha feito isso... ou tinha? De qualquer forma, não era motivo pra quebrar o nariz de uma pessoa. Ben estava muito encrencado, ficaria de castigo o resto da vida.

Saímos do refeitório enquanto o pessoal continuava comendo e eufóricos contando o que tinham visto para quem não viu, mas minha amiga e eu fomos interceptadas por um professor e levadas pra secretaria. Todo mundo estava lá, os meninos, Ben e vários professores.

Cada um foi chamado em sua sala para dizer o que tinha acontecido. Só falei o que vi, sem mentir e sem explicar o motivo, pois até eu não sabia. Quando Ben e eu saímos da diretoria, meu pai nos esperava do lado de fora.

Fui buscar minha mochila e depois encontrei os dois no carro, Ben estava no banco do carona, então entrei atrás e os dois estavam se encarando.

— Por que fez aquilo, Ben? — Meu pai estava muito irritado, mas estava obviamente controlado, até porque Ben não era seu filho de verdade.

Benoah se limitou a encarar meu pai, sério e sem indícios de que iria responder. Meu pai suspirou e se virou pra mim.

— Você viu o que aconteceu?

— Josh se abaixou pra seu garfo que caiu no chão e quando se levantou, Ben estava atrás dela e fez aquilo — contei. Fui sincera, apenas, eu não mentiria pro meu pai. Mas, vendo que Ben se virou pra frente, senti uma forte necessidade de defender ele, porque uma imagem clara de Josh sorrindo pra mim como nunca tinha feito e se sentando comigo pela primeira vez justo naquele dia, tomou a minha mente. — Acho que Ben pensou que Josh queria olhar debaixo da minha saia.

Foi tão constrangedor dizer aquilo em voz alto que posicionei melhor minha mochila em cima das minhas perna e desviei o olhar do meu pai. Que virou pra frente e demorou um pouco a sair com o carro.

— Bom, vou conversar com sua mãe e deixar que ela decida o que fazer com você. Mas a escola decidiu te expulsar por uma semana, você volta na segunda-feira. Também me informaram que você faltou praticamente todas as aulas, então você sabe que está muito encrencado, certo, Ben?

— Sim, senhor. — respondeu, sem vontade alguma.

— E, Charlotte... Você não vai mais usar essa saia, encontre alguma criança para doar.

— O que? O senhor não pode fazer isso. Eu não fiz nada, Ben é o agressivo aqui!

Antes que meu pai pudesse responder, Ben se virou pra trás bufando de raiva.

— Ah, então eu deveria deixar que aqueles pirralhos idiotas fiquem olhando debaixo da saia da minha irmã?

— Eu não sou sua irmã!

— Meninos, parem com isso agora mesmo! — Meu pai gritou, mas ignoramos ele, fuzilando um ao outro com o olhar.

— Se sair com essa droga de saia de novo, vou quebrar o nariz de todo otária que se engraçar pra cima de você!

— Qual a droga do seu problema?! — Eu gritava também, e nosso carro parecia um zoológico, tanto que as pessoas de fora olhavam pra gente.

— Qual a droga do seu problema?! — Ele enfatiza a palavra "seu" como se eu tivesse alguma culpa de ter homens babacas no mundo.

— Muitas meninas usam saias iguais a minha e nunca foi um problema para elas!

— Você não é todo mundo! — Dessa vez meu pai e Ben gritam juntos e eu olho com raiva para os dois. Fico quieta cruzando os braços e virando o rosto pra janela, ignorando os dois.

Quando o carro para na garagem de casa, saio apressada e nem olho pra trás, subo depressa pro meu quarto e fico lá até ouvir a voz de Fran no andar de baixo quando ela chega do trabalho. Não troquei de roupa, só para enfatizar meu ponto de que não me importo com a opinião deles e espero que Fran fique do meu lado. A saia batia no meio das minhas coxas, isso não era curto.

Desço as escadas e encontro todo mundo na sala e de pé, meu pai está perto da janela e fingindo que não está prestando atenção na conversa de mãe e filho. Fran está perto da porta com a mão na cintura e Ben está de pé escorado em uma pilastra, de braços cruzados e banho tomado.

— O que deu em você, Ben?

— É só você dar uma olhada para ela e vai saber. — Ben respondeu, sem me olhar, mas sabia que eu estava parada no batente da porta.

— Eu estou falando com você, isso não diz respeito a Charlotte, você fez o nariz de um menino sangrar na escola hoje. Você não está mais na outra escola, Ben, aqui é diferente.

— Não acho que eu esteja errado.

— É sério? Não acha que é errado agredir uma pessoa que não fez nada com você?

— Ele estava olhando pra calcinha de Charlotte.

— Você não sabe disso! — protestei.

— Charlotte. — Meu pai chamou minha atenção, mas não pediu pra sair, até porque ele também estava ali de fofoca, pra saber qual seria o castigo de Ben.

— Você acha que o menino estava com essa intenção, querida? — Fran se virou pra mim, com um jeito bem mais dócil, fiquei constrangida, porque todo mundo me olhou também.

— E-eu não sei. Josh nunca tinha sentado comigo e Alena, minha amiga.

— Entendi. Mesmo assim, Ben, você não precisava agir com agressividade, nós não somos assim.

— O que eu deveria fazer então? Conversar e pedir por favor, para ele não olhar pra calcinha da minha meia-irmã?

Pensei em protestar de novo, mas já estava constrangedor demais ficar ouvindo ele falar a todo momento da minha roupa íntima, até meu pai parecia corado e desconfortável.

— Ben, é lindo que você teste proteger Charlotte assim, nós queríamos mesmo que vocês se dessem bem. Mas é a última vez que vou falar com você, não quero saber que você anda agredindo as pessoas por aí, principalmente dentro da escola.

— Você não quer saber? — Ele olha pra mãe, e seu olhar me diz que tem uma pegadinha por trás daquela pergunta.

— Claro que não! Apesar de você não ter sido criado por mim uma boa parte da sua vida, não quero que meu filho seja o valentão da escola. Não é essa a criação que desejo pra você, jamais encostei um dedo em você.

— É só isso? Já posso ir?

— É claro que não, Ben. Você foi expulso da escola, seu castigo vai ser levar e buscar Charlotte na escola. Então esteja de pé cedo, e Charlotte vai te ajudar com a lição de casa e pegar os trabalhos das aulas com seu professores. Pode fazer isso por mim, Char?

— Ahmm, posso sim. — Não posso, não!

— Muito obrigada, você é um doce.

— Da casa pra escola e da escola pra casa, hein. — Meu pai reforçou, olhando pra nós dois.

— Ah, e vocês vão nos ajudar a fazer o jantar, quero todo mundo na cozinha daqui a 1h. Vou só tomar um banho. — Fran sai da sala quando Ben abre a boca para reclamar e eu também.

Apenas suspiro e subo pro meu quarto, tomo meu banho também e desço exatamente 1h depois. Sorrio disfarçadamente quando vejo meu pai e Ben com um avental. Eles cortam legumes na bancada e Fran está ralando o alho nas penelas.

Sem que ninguém peça, vou pra pia lavar a louça e depois todos começam a conversar sobre o final de semana. É uma coisa muito estranha e ao mesmo tempo legal, Ben parece o mais desconfortável, mas dá algumas opiniões. Fran quer fazer uma trilha final de semana com a família e Ben prefere ir a uma casa de praia. Meu pai está com Ben e eu com Fran.

As meninas ganham e a gente ri e se diverte juntos na cozinha, quase como uma família feliz. Como se um dos membros não tivesse sido expulso da escola hoje por arrebentar com o nariz de uma pessoa. Quase uma família normal e tradicional.

Depois que jantamos juntos, sem ninguém mexer no celular, Fran nos chama pra ver filme em família na sala, mas eu dispenso e Ben também, então subimos e deixamos os dois com o filme antigo deles. Entro no meu quarto e só noto depois que Ben está parado na minha porta com braços cruzados.

— O que foi? — Paro também, olhando pra ele.

— Quer um pedido de desculpas?

— Não é a mim que você deve pedir desculpas, meu nariz está inteiro.

— Eu não vou me desculpar com aquele moleque. — Benoah revira os olhos e entra no meu quarto, se sentando na minha cama.

— Você não precisa me levar e me buscar também, podemos mentir sobre isso para eles.

— A menina certinha vai mentir? Vou pagar pra ver.

— Não seja idiota, Benoah.

— Não seja abusada, Lancelotti.

— Se eu gritar sua mãe, você fica de castigo mais uma semana. — Ameaço ele, me sentando na cadeira da minha mesa de estudos.

— Ah, então você é assim? Tudo que eu fizer vai correr e contar pra minha mãe?

— Se funcionar.

— Isso não é certo, Char... Achei que você fosse uma garota mais legal. — Ele se acomoda na minha cama de lado, muito à vontade.

— Achei que você fosse mais inteligente, Ben.

— Gosto quando me chama de Ben — diz ele, sorrindo de um jeito que me deixa tímida, mas tento disfarçar bem. — E então, cadê a bendita saia?

— Por que quer saber? — Franzo o cenho.

— Vamos fazer um ritual e queimá-la. Ela já causou muitos problemas hoje, você não acha?

— Você que causou o problema, Benoah.

— Eu lembro que avisei você de manhã também, se lembra?

— Então não posso usar roupas curtas por causa dos outros?

— Você pode. — Ele sorriu, então tive que perguntar:

— E qual a consequência?

— Narizes, costelas, braços quebrados. Talvez um CPF a menos no mundo. — Enquanto Ben gargalha, eu arregalo os olhos.

— Você é louco?!

— Não é esse o problema.

— Então qual é? Por que você acha que pode mandar em mim ou no que eu visto?

Ben se levanta de repente, caminha na minha direção lentamente e para na minha frente, seu rosto se abaixa até nossos narizes quase se tocarem. Só eu sei o quanto minha boceta latejou nesse momento.

— Porque se eu não posso ver ou ter, ninguém poderá também.

Com essa última frase, olhando bem dentro dos meus olhos para não restar nenhuma dúvida, Ben se ergue e deixa o quarto com toda calma do mundo, enquanto eu fico pra trás sem chão e com o coração batendo a mil.

_________________

Continua!

Quero muito saber o que vocês acharam e com certeza vai ter parte 2, 3 e talvez 4... Enfim, vote e comenta muito pra parte 2 😼

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro