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Capítulo 35

Oi gente!

Primeiramente quero agradecer muito a todos que têm acompanhado a história até aqui. Vocês fazem meus dias muito mais felizes <3

Essa nota é para avisar que essa é a última publicação antes do final do livro. O último capítulo vai ser postado no domingo, dia 04, e eu estou muito ansiosa pela finalização do livro. 

Sem mais delongas, Kya os aguarda e saúda!

Não consigo me forçar a mover meu olhar do Ministro. Seu sorriso debochado, seus olhos escurecidos pela raiva mal contida que forma uma névoa opressora que parece esmagar sua alma.

Sempre me perguntei se toda a animosidade em suas atitudes, se todo o veneno destilado, escorrendo por seus poros, tem alguma causa outra além da sua sede de poder.

- O que você fez com meu pai? – O grito de Hadaward chama minha atenção quando vejo o homem andando em minha direção. Ele passa a mão pelo cabelo, nervoso. Sua pele alva está colorida em tons de vermelho, aquecida pela revolta que claramente o consome.

Penso em Adaliz. Me pergunto por um segundo como ela está, o que aconteceu em minha ausência. Me pergunto, principalmente, como ela suporta conviver com homens como Arthuro. Como suporta viver sendo parte de um regimento político que a despreza e mina suas ações unicamente por considerarem que ela seria mais útil assando bolos. Me pergunto isso porque, parada aqui, interrompendo um Casamento Real, depois de tudo que enfrentei, encaro os dois homens que nunca esconderam sua insatisfação com o fato de uma mulher ser a herdeira na linha de sucessão do Norte.

Ao longo da vida, ouvi explicações diversas sobre o porquê de não ser apta ao trabalho. Emocional, irracional e voluntariosa cruzaram a lista de adjetivos para justificar a necessidade de um Rei, um homem à frente do povo.

E, ainda assim, os únicos a estarem rendidos a seus sentimentos infantis são os dois homens à minha frente.

Não escondo meu sorriso de satisfação diante dessa ironia.

- Como os Deuses a trataram, querida? – o Ministro pergunta, dispensando a pergunta do Príncipe, deboche envolvendo cada palavra. Ele não é, contudo, capaz de esconder o medo.

Eu sobrevivi, e isso é muito mais do que ele jamais esperou.

Sinto uma onda de raiva me invadir ao olhar para ele, absorver sua presença. Sua ambição em muito me custou e me recuso a continuar tendo sua presença em minha vida.

Me recuso a aceitar qualquer coisa, ou qualquer um, que interfira em meu destino.

Não mais.

Os Deuses me incumbiram dessa missão, mas percebo agora que estaria mentindo para mim mesma se tentasse me convencer de que sigo ordens cegas.

Sem desgrudar os olhos dos seus, apanho a Adaga presa ao meu vestido, exibindo a lâmina brilhante. Vejo seus olhos se arregalarem e ele dá um passo para trás.

- Kya... – Sua voz nada mais é do que um sussurro assustado, e seus olhos alternam entre olhar para mim e para minha mão. Ele se afasta, andando para trás, sem nunca tirar os olhos de mim.

Não hesito em arremessar a Adaga.

Há uma infinidade de perguntas a serem respondidas. Talvez não haja tempo suficiente na história da humanidade para formular todos os questionamentos que precisam ser feitos. E talvez algumas perguntas não tenham respostas.

Talvez algumas coisas sejam do jeito que são unicamente... por ser.

Sentimentos se enquadram no grupo de questionamentos que jamais vão ter respostas, pelo menos não para mim. O que te faz amar alguém? O que te faz odiar alguém? Como explicar todas as outras nuances que existem entre os dois extremos?

Como explicar que amo minha mãe sem nunca a ter conhecido? Como explicar que o Rei, meu pai, foi a pessoa mais importante da minha vida ainda que nosso contato fosse tão limitado? Como explicar a aversão do Ministro? Como explicar minha ligação com Layla?

A verdade é que sentimentos podem ser traiçoeiros, e por isso sempre fiz um esforço consciente para me manter distante de qualquer coisa que comprometesse meu julgamento. Mas percebo agora que falhei.

Me deixei acreditar que o ódio que o Ministro sente por mim se resumia à pura implicância por minhas atitudes condenáveis para uma futura Rainha. Me fiz cega para todas as minúcias, todas as consequências, todas as ramificações de suas atitudes. Me fiz cega para sua ambição, para sua motivação.

Me fiz cega para muitas coisas.

Tomei como garantido laços que jamais existiram.

Lembro-me novamente das palavras de meu pai, da sua certeza quase inocente sobre a forma como o mundo funciona. Do seu discurso sobre como Layla e eu somos partes de um conjunto que funciona em harmonia, opostos que se completam.

Por toda minha vida, Layla esteve comigo.

É quase inconcebível imaginar um mundo em que ela não exista.

Quase.

Um grito me arrasta de volta para a realidade. Vejo um homem, um soldado correr em minha direção, o rosto transtornado retorcido em agonia enquanto os outros três me encaram sem saber como proceder.

Willahelm. Não tinha notado sua presença até então.

Sinto todos os olhares sobre mim, incrédulos. Confusos. Assustádos. Posso ler as perguntas em seus olhos.

Viro meu olhar para o Ministro e vejo o misto de confusão e alívio percorrer seu rosto enquanto ele apalpa o próprio corpo sem acreditar que ainda está vivo. Ele me olha, boquiaberto, silenciosamente esperando uma explicação que não vem.

Uma gargalhada doentia reverbera pelo cômodo e sinto meu corpo inteiro arrepiar.

Caída no chão, Layla me encara, os dentes à mostra em um sorriso assustador.

- A aberração salvou o dia – debocha, em uma voz que sou incapaz de reconhecer.

A doçura de seu tom se esvai de minha memória, arrancando de mim o afeto que foi construído ao longo dos anos. Não reconheço a mulher à minha frente e me recuso a aceitar que seja minha irmã.

- Confesso que achei que eu fosse a única pessoa com quem você se importava – ela diz, fazendo bico com os lábios, piscando os olhos em minha direção. – Subestimei o quão cega sua ambição te deixou. Capaz de matar a própria irmã por uma Coroa. Talvez você seja tão boa quanto eu para esse trabalho, afinal.

Suas palavras são como facas afiadas destroçando minha alma. Cada frase dita acerta no ponto certo para me desestabilizar. Repito para mim mesma que obedeço às ordens dos Criadores do Mundo, que estou aqui unicamente por obrigação. Mas não posso negar que me senti traída ao descobrir que a única pessoa em quem confiei sempre me quis fora de seu caminho. 

Nunca quis o trono por capricho ou ambição. Sempre quis o melhor para o meu povo e, apesar de ter falhado algumas vezes e ter certeza que falharei outras mais no futuro, jamais foi por egoísmo que lutei por meu lugar. 

Não sou tão boa quanto, sou melhor. Não por arrogância ou prepotência, mas porque sei que estou disposta à sacrifícios pelo bem do meu povo. Arremessar uma faca na única pessoa que amei na vida é prova mais do que suficiente disso.

Ando em sua direção e fecho os dedos ao redor do cabo da Adaga, que vibra sob minha palma.

- Você não é minha irmã – sussurro. – E eu não sou igual a você.

Ela sorri em resposta. Não um sorriso debochado, e sim de pena. Ela inclina a cabeça para a direita e sinto seus olhos cravados aos meus.

- Você nunca foi boa mentirosa, Kya – ela sussurra em resposta. – E isso ainda não acabou.

Arranco a Adaga de seu peito e encaro assustada a lâmina ao perceber que não há quaisquer resquícios de sangue. Layla cai ao chão, imóvel, com um baque surdo, sem que nenhum ferimento possa ser visto em seu corpo.

Me forço a olhar para ela, afastando-a da imagem que criei em minha memória. O corpo inerte à minha frente pertence a um estranho, uma casca oca habitada com um único propósito.

Não é minha irmã.

Minha irmã para sempre vai viver em minha memória, ainda que sentimentos traiçoeiros tenham sido a causa da relação fictícia que existiu entre nós duas.

A tensão é palpável e faz o ar pesado e difícil de respirar. Como se estivesse no topo de uma montanha e meus pulmões se recusassem a funcionar. As lágrimas não derramadas queimam minha garganta e me sufocam.

Finalmente, o silêncio é quebrado.

- Você perdeu completamente o juízo?! – O grito vem do Ministro. O alívio por perceber que está vivo não dura muito, como esperado. Previsivelmente, ouço quando ele tenta distorcer a situação e me pintar como a Rainha louca que matou a irmã na busca incansável pelo trono.

O que, na verdade, é um resumo razoavel do acontecido, ainda que injusto.

- Conspirar para depor um governante por motivações pessoais é considerado crime de traição contra o Reino e punível com morte – anuncio, virando minha atenção para o Ministro, que engole seco mas mantém a pose.

- Instaurar uma guerra civil também é. – Hadaward intervém, dando um passo à frente, mas para à uma distância segura onde não posso alcançá-lo. Posso apostar que, assim como o Ministro, que não se atreveu a chegar perto de mim, ele deve imaginar que estou a ponto de esfaquear quem eu ver à minha frente.

- Ah! Então tudo saiu como o planejado? Fico feliz em saber – comemoro, genuinamente feliz ao lembrar de cada uma das pessoas que conheci, presas às minas, subjugadas à uma vida exploratória e criminosa.Suspiro aliviada por saber que há pelo menos uma chance de que cada uma daquelas pessoas esteja em segurança. O Príncipe me encara com os olhos arregalados.

- Você é louca – sussurra. Me limito a sorrir em resposta.

Abro a boca para ordenar que o Ministro seja levado em custódia, mas me deparo com Willahelm debruçado sobre o corpo inerte de Layla, silenciosamente chorando sua dor.

Percorro os olhos pelas pessoas presentes no salão, e fixo meu olhar em Cathal, que mantém sua postura apesar de eu ter certeza que está a ponto de despedaçar assim como o guarda que sussurra palavras doces em meios às lágrimas que escorrem pelo seu rosto.

- Prenda-o até julgamento – digo a ele, apontando para o Ministro. Minha voz externa o cansaço que se apossa de mim. De súbito, todos os acontecimentos parecem reacir sobre mim de uma vez só, me esmagando. – Sinta-se livre para fazer companhia a ele se quiser, Príncipe – completo, me dirigindo a Hadaward.

- Há consequências para tudo – ele rosna, e eu aceno com a cabeça.

Tenho certeza que sim.

Mas, por hora, só preciso sair daqui. 

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