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Capítulo 2

Ninguém sabe ao certo como tudo começou. O início de tudo não está documentado em nenhum dos incontáveis livros da Biblioteca Central dos Reinos - localizada na extremidade leste do Reino do Norte -, nem em nenhuma das outras bibliotecas menores espalhadas pelos outros três Reinos.

Não se sabe como nossos ancestrais chegaram nessa terra, ou como os Reinos foram formados. Os mais velhos dizem que os Deuses, em sua grandiosa sabedoria, determinaram como os Reinos seriam divididos, de modo que a paz reinasse e prosperidade fosse a nova ordem. Particularmente eu não entendo como algo pode ser a "nova ordem" se não havia uma ordem anterior.

Cada reino possui seu próprio sistema de governo, mas não é raro que os outros governantes venham até nós em busca de conselhos. Não era raro. Os outros Reinos possuem riqueza, mas nós possuímos sabedoria.

Uma grande bobagem se quer saber a minha opinião.

Não menosprezo a importância do conhecimento, longe de mim. Li todo e qualquer livro que pude achar na Biblioteca Central, e não perdi a oportunidade de buscar por exemplares desconhecidos durante as minhas visitas aos outros Reinos. Conhecimento é fundamental para qualquer governante que se preze.

Mas reproduzir o discurso ridículo de "nós temos conhecimento" como justificativa para apaticidade e inércia é apenas covardia. O Norte vivenciou momentos de glória em eras passadas. Já fomos o mais poderoso dos Reinos, e agora nos reduzimos a "ter conhecimento".

Quando mais nova não conseguia entender como ninguém mais via o problema. Muitos me chamavam de impertinente por questionar os Deuses - apesar de eu insistir que não estava questionando os Deuses. Outros me olhavam com pena e diziam que eu era apenas muito nova e imatura para entender como as coisas são - bom, eu acho que eles são muito velhos e antiquados para entender como as coisas podem ser, mas não saio por aí dizendo isso. Alguns diziam que eu me preocupava demais com coisas sem sentido, que tudo ficaria bem como sempre esteve desde o início dos tempos; que os Deuses nunca nos abandonaram e não nos abandonariam nunca.

A única pessoa que me ouviu foi o Rei. O meu pai.

Lembro de uma vez em que estava no Castelo, durante o almoço. Ocasiões como essa ocorriam algumas vezes por mês por impertinência do próprio Rei, como o Ministro sempre apontou. Ele não deveria manter contato próximo com suas filhas, é a Lei. Mas o Rei sempre justificou os encontros como "reuniões estratégicas na preparação do próximo líder". Ele sempre fez questão de estar presente, para mim e Layla, enviando-nos presentes em nossos aniversários, garantindo que estivéssemos seguras.

Mas aquele dia foi diferente dos outros. Eu reclamei sem parar por horas durante todo o almoço, tagarelando um discurso desconexo sobre como tudo estava errado e como as pessoas eram estúpidas demais para enxergar, até que o Rei me interrompeu enquanto caminhávamos pelo jardim e perguntou o que estava tão errado.

- Tudo! - Bradei, frustrada, jogando meus braços para o alto e apontando para, bom, tudo.

- Tudo o quê? Olhe ao redor. A população não está reclamando. Os Sábios não estão apontando nenhum motivo para preocupação. As pessoas estão trabalhando. As crianças estão na escola. O Ministro não me aconselhou a fazer nada de diferente. O que é isso que está tão errado que só você vê?

Aquilo fez com que eu me calasse por um momento. E depois por um momento mais. Eu não conseguia explicar para ele. Eu sabia que tinha alguma coisa errada, eu podia sentir em cada célula do meu corpo, eu apostaria minha vida nisso, mas não conseguia explicar.

- Veja, Kya - ele disse, enquanto retomamos nossa caminhada - eu acredito em você. Eu concordo com você. Mas agora você não está fazendo nada além de se comportar como uma criança mimada e prepotente que acha que tem a resposta para tudo, e você já está um pouco velha para se comportar feito criança - brincou, pelo fato de eu ter algo em torno de uma centena e um quarto de anos naquele ponto.

Ele parou de andar e colheu um dente-de-leão, entregando-o a mim. Segurei a pequena flor entre meus dedos, girando-a entre meu polegar e indicador, perdida no movimento suave da pequena juba amarela que eu tinha em mãos.

- Há quem diga que se você fizer um pedido, enquanto assopra as pétalas, os Deuses vão te atender.

Não pude evitar uma careta de incredulidade, que fez com que o Rei desse uma pequena risada.

- Não acredito nisso também. O interessante sobre o dente-de-leão não é sua misteriosa conexão com os Deuses - zombou - Quando está na fase certa, um vento tão suave quanto uma brisa de verão é capaz de desfazer sua estrutura por inteiro e espalhar suas sementes ao redor; sementes essas que, no tempo certo, irão germinar. Mas se você tentar assoprar antes da hora... vamos, tente.

Assoprei a flor uma, duas, três vezes, e nada aconteceu.

- É importante que se saiba a hora certa de assoprar. E para isso, é fundamental que se conheça de perto a flor. Caso contrário você será deixada com nada além de um lindo adorno sem qualquer utilidade além de sua beleza. Você entende, Kya?

E eu entendi. E todos os meus passos a partir daquele momento, tudo que aprendi e a pessoa que me tornei eu devo a ele. Tudo que eu e Layla somos...

Layla.

O som de seu choro me arranca de minhas memórias.

O Rei está morto

Não sei quanto tempo se passou. Não sei por quanto tempo estou parada aqui, de pé no meio do salão, encarando o Trono na minha frente sem realmente ver nada.

O Rei

Sinto minha garganta fechar.

está morto

Não consigo respirar.

O Rei está morto

Lágrimas se acumulam em meus olhos.

Minha mãe está morta

Não pisco. Sei que se piscar rios salgados escorrerão pelas minhas bochechas.

Meu pai está morto

Minha cabeça dói.

Ouço Layla chorar

Percebo que é porque estou rangendo meus dentes.

Minha irmã ainda está viva

Foco minha visão no teto por um minuto inteiro. Respiro fundo.

Toda família que eu tenho

Uma vez

O candelabro cintila por entre minhas lágrimas não derramadas.

Duas vezes

Meus olhos doem com tanta claridade.

Três vezes

Estico minha mão e entrelaço meus dedos nos de Layla. Preciso de uma prova física que ela ainda está aqui. Que não estou sozinha no mundo. Ela aperta meus dedos levemente em resposta. Sinto sua mão tremer.

- Onde ele está? - pergunto roucamente ao Ministro, que está parado de pé ao lado de minha irmã. Não percebi que ele se aproximou, mas aprecio o fato de estar consolando a única pessoa que me resta.

- Seu.. ahn.. corpo está sendo preparado para a Cerimônia Final - responde, hesitante.

- Onde?

- Sinto muito, Kya. Você não pode vê-lo. Não ainda.

Layla soltou minha mão e está secando desajeitadamente os olhos. A ouço fungar.

- Onde? - pergunto, com mais veemência.

- Kya, eu sin-

- Eu não vou perguntar novamente, Ministro - digo por entre os dentes.

- Eu realmente não acho que você deva-

- Eu não estou perguntando o que você acha - rosno, dando um passo em sua direção - Eu estou perguntando onde. E eu sugiro que você não fique no meu caminho ou eu vou pessoalmente garantir que você se arrependa disso pelo resto dos seus dias. Agora, mais uma vez, onde ele está?

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