🦅Capítulo Único🦝
Momo sempre considerou as declarações que recebia de seus alunos algo pontual e fofo, ela normalmente nem lia as cartinhas e só levava para a diretoria quando passava do limite. Foi uma surpresa quando ela recebeu um pedido da representante de turma pra conversar depois da aula, pensando que se tratava de algo pontual, seus olhos arregalaram quando viram o envelopinho branco e cheio de corações sendo estendido na sua frente.
Como de costume, Momo tentou não quebrar muito o coração dela enquanto aceitava a carta, mas negava qualquer possibilidade de envolvimento com a garota. Ela lembrava como viu os ombros dela se encolherem e os olhos encherem de lágrimas enquanto ela concordava com a recusa e saia da sala. Aquela foi a primeira carta que Momo guardou da confissão de Dahyun, ela se sentia um pouco triste por ver a garota tão pra baixo em suas aulas e saber que provavelmente era sua culpa, então quando Dahyun pediu para ela esperar depois da aula mais uma vez, lá estava Momo enrolando para guardar seu material para ver o que a garota iria querer dessa vez.
Momo se sentia aliviada por não ver o olhar triste em Dahyun, ela ouviu o pedido de desculpas com tanta atenção que nem percebeu uma nova carta sendo deixada na mesa. Sua atenção só saiu das palavras de Dahyun quando ela sentiu as mãos dela em seus ombros e os lábios dela tocando os seus.
Momo ficou em choque por curtos segundos antes de se afastar e brigar com a garota.
- Dahyun!
Momo se lembrava de como ela ficou irritada naquele dia pela ousadia da garota de 17 anos e como os meses seguintes foram turbulentos pelas constantes tentativas de contato e cartas constrangedoras.
Para Momo, Dahyun era um problema que ela não queria lidar, ter a admiração daquele nível por uma de suas alunas era uma dor de cabeça enorme para ela, mas no fundo, tirando os beijos forçados que Dahyun insistia em fazer acontecer e que eram o grande motivo de sua extensa ficha na detenção, Momo achava as cartas, desenhos e presentes adoráveis. Normalmente ela se desfazia de todas as declarações românticas que seus alunos entregavam, mas com os de Dahyun, ela só deixou tudo trancado em uma das gavetas da sua cômoda.
Na época, Momo achou que a melhor coisa que poderia fazer era ignorar e repreender Dahyun eram as melhores soluções. Uma paixão por um professor era algo comum e Momo não queria causar problemas sérios falando com os pais de Dahyun. Ela conhecia o suficiente de seus vizinhos pra saber que Dahyun sairia mais machucada caso ela contasse do que passando alguns dias na detenção limpando livros ou tubos de ensaio.
- Professora Hirai! - O sorriso radiante de Dahyun fez Momo suspirar cansada enquanto olhava o relógio de pulso.
- Você sabe que a Senhora Kim ficaria feliz em ficar com você hoje de noite né? - Momo perguntou deixando Dahyun entrar na sua casa.
- Você diz isso como se já não tivesse me esperando. - Dahyun respondeu tirando os sapatos e deixando a bolsa no apoio que Momo tinha colocado apenas para ela.
Era comum para Dahyun ficar com algum dos vizinhos do bairro quando os seus pais sumiam no meio da semana, Momo odiava como eles eram irresponsáveis demais a ponto de deixar a garota sozinha por semanas enquanto eles se divertiam cidade a fora. Às vezes, Momo pensava que relevava o comportamento de Dahyun por conta dos problemas que ela tinha em casa, ela se lembrava da primeira vez em que se deparou com uma situação assim.
- Seus pais não atendem. - Momo murmurou desligando o telefone da sala da direção.
Ela viu como Dahyun se encolheu na cadeira e escondeu um pouco do rosto no moletom grande.
- Vamos, eu te levo pra casa. - Ela disse pegando Dahyun de surpresa.
Momo sabia que normalmente os professores apenas deixariam Dahyun ir embora da escola com um bilhete para seus pais, mas já eram 19 horas e Momo não queria que nada de ruim acontecesse com a garota no caminho.
Momo pediu para Dahyun colocar o endereço no GPS, levantando as sobrancelhas de forma surpresa assim que viu que era na mesma rua que a sua. Momo se perguntava como nunca tinha visto Dahyun pelo bairro, mas ela mesma não era alguém que saia muito de casa. Chegando lá, Momo sabia que as coisas seriam melhores se ela apenas deixasse Dahyun na porta de casa e desse meia volta até sua casa, mas algo nela a fez sair do carro com a garota e esperar que alguém abrisse a porta. Ela sabia que Dahyun não estava mentindo quando disse que alguém abrisse a porta. Ela sabia que Dahyun não estava mentindo quando disse que tinha deixado as chaves dentro de casa e tinha escutado o suficiente dos vizinhos pra saber que o casal do 1040 eram complicados de lidar.
Momo suspirou frustrada quando ninguém atendeu do outro lado, seus olhos pararam em Dahyun que parecia menor que o normal ao seu lado.
- Vamos, você vai dormir na minha casa hoje.
Para Dahyun, Momo era a melhor coisa que tinha acontecido na sua vida. Sua professora era tão doce e apaixonante que Dahyun nem percebeu quando começou a gostar dela. No começo Dahyun achava que era apenas mais uma paixão platônica que ela tinha pelas professoras, mas com o tempo ela se sentiu tão sufocada que sua única reação foi verbalizar os sentimentos para Momo. As grandes coincidências da vida fizeram Dahyun acreditar que Momo era seu destino e ela faria qualquer coisa para tornar isso realidade.
•••
- Você não acha que tá indo longe demais vindo na minha casa apenas pra observar a professora Momo da janela? - Chaeyoung perguntou tirando os binóculos de frente dos olhos e voltando sua atenção para Dahyun. - Eu te acharia esquisita se fosse comigo.
- É por isso que você fica vendo a Mina da sua janela? - Dahyun retrucou deixando Chaeyoung envergonhada.
- A Mina não é minha professora!
- É, ela é a mãe de 32 anos com um bebê de 2 anos que mora do seu lado. - Dahyun debochou fazendo Chaeyoung se encolher na cadeira.
- Mina é fofa, ok? E a Mina merece algo melhor que aquele idiota do ex-marido dela. - Chaeyoung respondeu emburrada.
- Você nem gosta de crianças e tenho certeza de que ela não considera você uma opção. - Dahyun reclamou ajustando as lentes do binóculo.
- Como se a Momo te considerasse uma.
Dahyun sabia que Chaeyoung tinha razão, Momo não considerava ela uma opção, mas ela faria o possível pra mudar isso.
•••
- Você deveria procurar alguém da sua idade. - Momo resmungou voltando sua atenção as provas que precisava corrigir.
Momo achava que cuidando e conversando com Dahyun ela minaria aqueles sentimentos românticos e faria Dahyun perceber que elas não teriam nenhum contato dessa forma. Tremendo engano, cada minuto de atenção que Momo entregava para Dahyun apenas aumentava os sentimentos dela.
- Eu não quero alguém da minha idade, Momo.
- Professora ou Senhora Hirai pra você. - Momo repreendeu fazendo Dahyun emburrar no sofá.
- Isso é tão injusto, quando você vai me deixar te chamar pelo seu nome?
- Quando você entrar na faculdade eu penso nisso. - Momo retrucou rindo da cara de desgosto de Dahyun.
•••
Momo gostava da relação que tinha com Dahyun, mesmo que fosse conturbada e muito errada ela não queria ficar longe da garota. Momo não sabia quando ela tinha parado de ver Dahyun apenas como sua aluna, mas ela suspeitava que tinha começado na última viagem com a turma delas.
Elas estavam indo para um campeonato de atletismo e Momo seria uma das professoras acompanhantes. Dois alunos para cada professor e Momo se viu muito azarada pela sua segunda aluna ter desistido e ela ter ficado apenas com Dahyun. Ela sabia que os alunos costumavam levar bebidas para essas viagens, mas ela não esperava se deparar com Dahyun bebendo escondida no quarto.
- Você não tem idade pra beber. - Momo brigou tirando a garrafa de Dahyun.
- E você não é nada minha pra ficar mandando em mim. - Dahyun retrucou fazendo Momo fechar a cara.
Elas iniciaram uma discussão onde Sana reclamava sobre as atitudes infantis e Dahyun tampava os ouvidos se negando a ouvir qualquer coisa de Momo.
Irritada com a situação, Momo subiu em cima de Dahyun e segurou as mãos de Dahyun, a forçando a ouvir suas reclamações. Porém, antes que ela pudesse recomeçar a briga, os lábios de Dahyun a pegaram de surpresa com um beijo.
Dessa vez, Momo deixou que Dahyun aprofundar o contato. Momo suspirou quando sentiu a língua de Dahyun tocar a sua. Aos poucos, Dahyun foi se livrando do aperto de Momo em suas mãos, Dahyun a puxou mais contra si, fazendo Momo gemer com o contato dos corpos das duas juntos. Dahyun as virou na cama, tomando o controle do beijo e dos toques sobre o corpo de Momo.
De forma lenta sua mão foi passando pelo corpo de Momo, atenta a qualquer sinal de que ela se afastaria. Dahyun passou a ponta dos dedos pela barra do short de Momo, que suspirou ao sentir a ponta gelada sobre seu corpo quente. Vendo que não teria recusa, Dahyun colocou sua mão dentro do short de Momo fazendo com que ela quebrasse o beijo.
Ofegante, Momo jogou a cabeça pra trás enquanto sentia os dedos de Dahyun brincando com sua intimidade. Ela cobriu a própria boca com a mão quando o dedão dela pressionou seu clitóris, tentando em vão impedir que o seu gemido saísse muito alto. Os beijos e mordidas em seu pescoço arrepiavam seu corpo, mas apenas quando dois dedos entraram dentro de si que Momo finalmente relaxou embaixo de Dahyun. A mão livre de Dahyun levantou a blusa de Momo, deixando o acesso livre para a boca de Dahyun.
Momo agarrou a blusa de Dahyun, gemendo baixo enquanto sentia a língua de Dahyun passar pelo bico de seu peito. Os dedos de Dahyun se curvaram dentro de Momo fazendo ela gemer o nome de Dahyun mais uma vez. Dahyun suspirou com a sensação quente e molhada envolta de seus dedos antes de descer ainda mais pelo corpo de Momo, levando o short e a calcinha juntos.
Com o acesso totalmente livre, Dahyun afastou a mão dominante da intimidade de Momo, a usando para manter as pernas de Momo abertas antes de tocar. Momo com a boca e levar sua mão livre por dentro do próprio short. Dahyun se masturbava enquanto chupava Momo do melhor jeito que sua inexperiência podia. As pernas de Momo foram contra os ombros de Dahyun , fazendo ela perceber que Momo estava cada vez mais perto. Dahyun gemeu contra a buceta de Momo fazendo Momo morder a própria mão pela sensação das vibrações.
Elas gozaram juntas pela primeira e última vez naquela noite.
Com a boca molhada, Dahyun se afastou das pernas de Momo e subiu para a beijar, mas antes que ela pudesse fazer qualquer coisa, Momo a empurrou pelos ombros e se afastou de Dahyun.
- Nunca mais faça isso. - Momo sussurrou se afastando das mãos de Dahyun que tentavam a manter por perto. Ainda com o corpo mole pelo orgasmo recente, Momo ignorou os chamados de Dahyun enquanto se vestia e saiu do quarto.
A culpa a corroendo por ter cedido aos toques de Dahyun e o desejo por querer mais a deixaram cada vez mais perturbada com seus sentimentos por Dahyun. Naquela noite Momo fugiu de Dahyun, ficando acordada a noite inteira enquanto ainda sentia o peso do corpo quente de Dahyun sobre o seu e ouvia os gemidos dela pelo quarto.
•••
Nos dias seguintes, Momo insistiu que nada havia acontecido. Ela sabia que estava magoando Dahyun por ceder e fugir várias vezes, mas o peso da idade e status de aluna que Dahyun tinha ainda pesavam e muito em sua mente.
Então quando a formatura chegou, Momo se sentiu livre dos flertes constantes e das regulares idas à diretoria com Dahyun.
Livre e vazia.
Momo não sabia o que ela estava fazendo, ela tentava fingir que não ficava esperando pela batida na porta que Dahyun dava todas as noites em sua casa e em como ela não sentia falta dos beijos roubados de Dahyun.
Os momentos de filmes, as vezes em que Dahyun cozinhava pra ela, todas as vezes que Dahyun tentava comprar um ponto na média com piadas bobas e chocolates.
Momo não percebeu quando ela cedeu à insistência de Dahyun e começou a moldar sua vida para a garota. Ela se lembrava de ter realmente parado as ações de Dahyun?
Na viagem da escola, na escola, no carro, na casa dela... todas as vezes que Dahyun tomou a iniciativa ela cedeu e disse que aquela seria a última vez, mas depois lá estava Momo aceitando o toque e buscando ela como se precisasse daquilo pra continuar vivendo.
Momo não sabia quando ela tinha se apaixonado por Dahyun e ficado tão dependente dela, mas o tempo que ela estava ficando sem Dahyun a estava enlouquecendo. O seu máximo aconteceu quando ela se viu parada em frente a porta dos pais de Dahyun apenas para saber sobre ela. Sem coragem de sair do carro, Momo apoiou a cabeça no volante pensando no que estava acontecendo com ela.
Ela não estava perdendo a cabeça por culpa de uma garota tão jovem como Dahyun ou estava?
- Senhora Hirai? - A voz
desconhecida chamou a atenção de Momo para a janela do carro. - Está tudo bem?
Momo nunca falou muito com as amigas de Dahyun, mas ela lembrava vagamente de Chaeyoung. Uma garota um ano mais velha que Dahyun que era apaixonada pela vizinha.
Uma situação parecida com a de Momo e Dahyun, mas que funcionou de uma forma menos conturbada.
- Você realmente gosta dela né? - Chaeyoung perguntou pegando Momo de surpresa. - Você tá parada aí tem quase uma hora e não é a primeira vez que eu te vejo olhando pra casa de Dahyun. - Chaeyoung comentou deixando Momo envergonhada.
- Dahyun é realmente uma filha da puta sortuda, nunca pensei que ela realmente fosse conseguir te conquistar.
- Ela falava de mim pra você? - Momo
perguntou agitada fazendo Chaeyoung rir.
- Mais do que eu estava disposta a ouvir.
- Chaeyoung respondeu deixando Momo pensativa. - Deveria ir atrás dela.
- Eu não posso fazer isso. A Dahyun é...
- Muito jovem e pode não saber o que quer e blábláblá. - Chaeyoung cortou tomando a atenção de Momo - Quanto mais você demorar pra decidir o que quer, mais rápido ela vai esquecer de você. E nós duas sabemos que você não suportaria isso. - Chaeyoung continuou rindo de como Momo desviou o olhar do dela.
- Não acredito que você ainda lembra disso.
- Do que? De quando eu tive que te esconder na casa da Mina porque você iria bater na porta da casa dos pais da Dahyun bêbada pronta pra se declarar e você ficou chorando no meu colo falando todas as partes que você mais admirava nela ou de quando eu peguei vocês duas se beijando no estacionamento da escola?
- Chaeyoung, por favor. - Momo implorou escondendo o rosto de vergonha.
- Você já cedeu e escolheu ela, Momo, apenas pare de perder tempo fugindo de um problema que não existe mais.
•••
Dois anos haviam se passado desde que Momo e Dahyun se viram pela última vez, foi uma surpresa para Dahyun reencontrar Momo como sua professora novamente.
- Professora Hirai! - A voz animada chamou a atenção de Momo. Ela tirou os olhos do seu material e encontrou com os olhos brilhantes de Dahyun.
- Dahyun! - Momo observou Dahyun por
um tempo, ela estava alguns poucos centímetros mais alta, os cabelos escuros agora estavam curtos, mas o sorriso bonito continuava o mesmo. - Quanto tempo.- Momo se repreendeu mentalmente por observar demais a nova versão de Dahyun. - E como estão seus pais? - Momo perguntou
enquanto Dahyun a acompanhava até seu carro.
- Ausentes como sempre. - Dahyun respondeu fazendo Momo suspirar sentida pela garota.- Mas pelo menos agora eu consigo lidar melhor com isso e moro sozinha, então é mais fácil.
- Eles vão se arrepender demais de serem assim, Dahyun.
- Não precisava se preocupar, Momo, é só uma pena que eu não possa ficar mais com você todas as noites. - Dahyun brincou fazendo Momo revirar os olhos.
- Você não tem mais 17 anos, Dahyun - Momo repreendeu fazendo Dahyun rir.
- É bom que você lembre disso. - Dahyun murmurou deixando Momo envergonhada.
Felizmente para Momo, a sorte de encontrar a garota na rua em pleno meio semestre a fizeram perceber que Dahyun ainda olhava pra ela da mesma forma. Apoiando a garota em seu ombro antes de colocá-la no carona do carro, Momo reclamava como ela não deveria ser tão irresponsável em pleno semestre de provas. Momo suspirou irritada quando viu o olhar perdido de Dahyun em suas pernas.
- Meus olhos estão aqui e me dê seu endereço, vou te levar pra casa. - Momo resmungou enquanto levantava o rosto de Dahyun em sua direção.
Ela colocou o endereço no GPS e agradeceu por Dahyun manter o silêncio durante todo o caminho. Já em frente à casa de Dahyun, Momo se convenceu de que apenas colocaria a garota na cama e iria embora, ela já até conseguia pensar nas repreensões que faria no dia seguinte.
- Isso me lembra de quando eu fiquei bêbada pela primeira vez. - Dahyun murmurou tomando a atenção de Momo para si. - Você se lembra?
Momo não queria lembrar.
Mesmo que ela colocasse um muro entre ela e Dahyun, de alguma forma a garota conseguia passar e bagunçar suas ações.
•••
Na época, Momo não sabia muito bem o que era sua relação com Dahyun, ela já tinha 18 anos e mesmo assim Momo se sentia um culpada pelo que tinha feito.
- Isso é um pouco injusto. - A voz embolada de Dahyun tomou a atenção de Momo.
Dahyun estava frustrada com a situação, ela tentava se convencer de que atrapalhou as duas alunas porque era o seu dever como professora e responsável, e não por se sentir incomodada por ver Dahyun beijando alguém.
- Injusto? Você está bêbada dentro da escola beijando outra aluna e eu sou injusta por separar vocês? - A voz indignada de Momo fez Dahyun dar de ombros.
- Vamos realmente fingir que você se importa com isso e não está brava por eu estar beijando outra pessoa.
- Kim Dahyun, você está passando dos limites. - A voz nervosa de Momo fez Dahyun rir debochada.
- Limites? Quais deles? O que você colocou sobre si mesma pra não sentir vontade de me beijar ou você realmente pensa que eu não vejo os seus olhares sobre mim?
- Eu... - Momo começou meio perdida com a explosão de Dahyun. -... vou ignorar o que aconteceu aqui e não quero você correndo pra minha casa pra pedir desculpas pelo resto da semana.
- Você sempre ignora mesmo. - Dahyun resmungou dando de ombros enquanto via Momo sair da sala.
Dahyun obedeceu Momo e não apareceu pelo resto da semana, o problema é que ela não estava presente nem durante as aulas. Olhando o calendário, Momo percebeu que talvez a explosão de Dahyun aconteceu pelo seu esquecimento com o aniversário dela junto com algum problema com seus pais.
Momo deixou que Dahyun buscasse por ela primeiro e agora aqui estava ela, depois de muitas reclamações, bebendo e comendo com a Dahyun de 18 anos.
- Você disse que iria beber comigo quando eu fizesse 18! - A voz brava de Dahyun fez Momo revirar os olhos cansada. Eram 20 horas de uma sexta-feira e Momo estava um pouco brava por Dahyun lembrar com tanta clareza de todas as coisas que ela disse nos últimos anos. - Eu trouxe várias bebidas pra provar. - O olhar orgulhoso de Dahyun enquanto mostrava as garrafas fez Momo rir divertida, era impressionante como algumas coisas em Dahyun nunca mudam mesmo com o passar do tempo.
Elas começaram com a clássica cerveja que Dahyun fazia uma careta a cada gole. Vendo os filmes de terror que Dahyun adorava.
- Eles não deveriam ir pelo atalho, certeza de que vão se perder. - Dahyun reclamou tomando mais um gole da bebida.
Dahyun nem sabia mais qual tipo de bebida ela estava bebendo, ela já estava cheia de pizza e muitos outros doces que Momo havia comprado como pedido de desculpas por esquecer a data.
- Como se sente com a idade nova? - Momo perguntou se ajeitando no sofá.
- Não acho que mudou muita coisa dos anos passados. - Dahyun respondeu olhando para Momo - A única coisa boa é que agora eu posso beber sem ficarem brigando comigo.
- É, isso realmente é bom. - Momo concordou rindo. - Me desculpe por esquecer.
- Não é como se você tivesse obrigação de lembrar. - Dahyun respondeu deixando Momo incomodada. - Eu que peço desculpas por gritar com você.
Momo suspirou confusa sobre o que fazer, ela já sabia que Dahyun iria embora para fazer faculdade e que não a veria de novo. Momo não queria que seu último contato com Dahyun fosse uma briga, mas ela não entendia seus sentimentos o suficiente para saber o que fazer.
Bêbada e se sentindo culpada, Momo colocou na cabeça que Dahyun já tinha 18 anos antes de se aproximar dela. Com o olhar de Dahyun atento sobre ela, Momo colocou as mãos ao redor do rosto de Dahyun antes de suspirar e a beijar.
Surpresa com o ato, Dahyun se afastou por alguns segundos antes de voltar a beijar Momo. O ar faltou fazendo com que elas se afastassem mais uma vez. Momo e Dahyun se olharam por alguns segundos antes de Momo voltar a beijar Dahyun com mais vontade.
- Eu não quero ver você quando acordar.
- Momo sussurrou fazendo Dahyun concordar com a cabeça, completamente perdida com com os beijos de Momo por sua boca. - E isso não vai acontecer de novo.
Dahyun concordou mais uma vez enquanto sentia seu rosto quente com a visão de Momo tirando a camiseta e se ajeitando em seu colo.
Aquele era um bom jeito de encerrar tudo, certo?
•••
De volta ao presente, Momo abria a porta com Dahyun apoiada em seu ombro, ela se arrepiou quando sentiu o nariz gelado de Dahyun em seu pescoço e a voz embolada dela chamando seu nome. Ela fechou a porta e colocou Dahyun no sofá, questionando em seguida o que ela queria.
- Onde é seu quarto?
A voz baixa de Dahyun fez Momo se aproximar mais perto e pedir pra ela repetir. Momo nem viu quando Dahyun a puxou mais ainda e a beijou, paralisada com o movimento ousado ela aceitou o beijo até sentir o contato da língua de Dahyun forçando a entrada em sua boca.
- Kim Dahyun! - Momo brigou irritada se
afastando quando se tocou do que estava acontecendo. - O que é tão engraçado? - Ela resmungou irritada ao escutar a risada de Dahyun.
- Você continua linda irritada, Professora Hirai. - Dahyun respondeu deixando Momo constrangida e fazendo ela desistir de sair de seus braços.
Momo suspirou cansada e se ajeitou no colo de Dahyun, algumas coisas realmente não mudaram e Momo era grata por isso.
- Você sabe que se eu ficar tudo pode dar errado. - Momo murmurou tentando trazer a razão na frente pela última vez. - Eu nem deveria estar aqui, não sei nem porque aceitei essa proposta pra ser professora logo onde você estava.
- Porque você sentiu minha falta. - Dahyun sussurrou. - Igual eu senti a sua. - Dahyun voltou a deixar beijos pela boca e rosto de Momo, fazendo ela relaxar em seu colo. - Eu não quero mais ficar sem você.
- Dahyun... - Momo sentia tanta falta da sua Dahyun, aquela garota que a provocava em todos os momentos e fazia ela rir sempre que podia. - Você realmente acha que isso daria certo? - Momo perguntou segurando o rosto de Dahyun entre as mãos.
- E por que não daria?
Momo sorriu de lado, Dahyun estava certa, elas se amavam e mesmo depois de anos separadas, o amor continuou.
Então... Porque não daria certo?
🦅Fim🦝
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