And I will still be here, stargazing

I'll still look up for love 

Stars don't disappear, they keep blazing 

Even when the night is over

(E eu ainda estarei aqui, vislumbrando as estrelas

Procurando por amor

Estrelas não desaparecem, elas continuam resplandecendo

Mesmo quando a noite acaba)

Stargazing - Severo ft. Amelie

Lembro de uma vez ouvir uma garotinha a perguntar à mãe o que era o amor. Com uma curiosidade tão genuína e uma admiração tão forte pela palavra, a criança foi capaz de eternizar aquele questionamento em minha mente.

Então, eu o repeti a pessoas que se apaixonaram antes de mim. E o repeti a pessoas que foram quebradas por conexões. E o repeti para aqueles que foram correspondidos.

Repeti o questionamento até que, como um boomerang que atravessa os anos, ele voltasse para mim. O que é amor?, perguntaram.

Dentre todas as respostas que havia recolhido ao longo dos anos, percebi que havia coisas que eu concordava e discordava. No entanto, também percebi que nenhum pensamento era inteiramente igual ao que eu opinaria.

Por isso, dali tirei minha primeira conclusão: o amor era único. Sob cada ótica existente, ele era diferente, como uma digital, uma marca criada somente para aquela situação.

Também percebi que amor não era apenas o ato romântico, que amar poderia ser abraçar um amigo até que ele parasse de chorar, ou que poderia ser o passar de uma tarde em família. O amor é composto de várias momentos.

O amor é um emaranhado de fios entrelaçados, conectados um ao outro na composição de uma história. Um bordado delineado por renúncia, liberdade, lágrimas, sorrisos, angústias, gargalhadas, abraços, saudade, presença. Por instante e eternidade, por memória e esquecimento.

Porém, os significados desses fios só são percebidos plenamente quando as pessoas que os trançaram explicam seu padrão juntas. Somente quando havia reciprocidade, o ápice da experiência acontecia.

Então, depois de pensar e entender melhor, cheguei a uma resposta que me agradou: uma ponte. Era assim que eu via o amor em sua mais plena forma.

Afinal, uma ponte é um caminho de duas vias, se dá e se recebe na mesma intensidade, se troca experiências em igual presença. Se sente em mesma vibração, se percebe com os mesmos olhos ávidos, se conta e ouve histórias.

Talvez soe difícil encontrar esse tipo de experiência, mas o que eu percebi era que, ao fim do dia, o amor pleno estava por toda parte.

Estava ali em um crepúsculo quando a noite chegou e eu sorri para a lua e as estrelas, quando o amanhecer apareceu e eu vi magia suficiente nos raios de sol que transformavam o horizonte e quando o mar balançava meu corpo em ondas calmas, dizendo que sempre estaria ali para me amparar.

A ponte aconteceu quando eu percebi que o início e o fim da minha experiência fariam sentido quando eu criasse a reciprocidade em mim. E percebi que o amor estava na magia dos momentos. Dos momentos simples do cotidiano, em que paramos por uns minutos para simplesmente ser.

Encontrei ouro na calmaria do meu próprio silêncio, ouvindo apenas o meu próprio coração bater, e entendi que poderia amar aquela lembrança. Amar com tanta intensidade que estava tudo bem em me confessar para a própria vida, pois dela eu não receberia uma resposta diferente do sim.

E foi o que fiz.

Em um sussurro jogado ao vento, eu disse ao Universo:

— Eu amo estar viva. Eu amo existir.

E o Universo respondeu com um abraço acolhedor:

— Eu amo ter a chance de vislumbrar sua existência.

E esse foi o texto de hoje! O que acharam?

Escrevi esse texto porque tive um pequeno surto de inspiração e decidi colocar em palavras um dos maiores questionamentos que alguns têm: "O que é o amor?", e concluí que, talvez, uma ponte seja uma definição satisfatória para mim no momento XD

Mas de qualquer forma, quis mostrar que além de uma ponte entre as pessoas, o amor pode ser uma ponte estabelecida entre nós e a vida.

Afinal, já ouvi que "quando amamos o universo, ele nos ama de volta", e gosto de pensar que é verdade.

Bom, acho que minha reflexão pode ficar por aqui! Até o próximo capítulo 💕