Na superfície de espelho

Analiso com detalhes meu reflexo

Percebo uma mutação de azul para vermelho

Meu mundo fica perplexo

Sou jogada em algo tão profundo

Ao sentir as ondulações tomarem conta

Do meu coração difuso

Sei que minha alma se desmonta

As partículas de vida são retiradas

O2 é só um elemento de natureza teórica

E não está presente nas minhas preocupações descontroladas

Não há escapatória

Em um redemoinho imaginário sou engolfada

E a superfície de espelho se dilui

Como em uma explosão sufocada

O universo inteiro diminui

Presa numa contradição

Compactada por essa linha desenfreada

Tenho medo de que vire rotina essa condição

O que farei se for afetada?

Sons ecoam

Interrompem meus pensamentos

Meus sentidos me enevoam

E eu não sei o que acontece pelos seguintes momentos

Com uma lufada do que era teórico, entro em funcionamento

Meus pulmões se expandem novamente

Percebo que não é impossível entender o fechamento

Esse tempo todo, estava aprisionada em minha própria mente

Quem diria que da perspectiva inusitada

De estar no fundo de um grande lago

Me faria perceber de forma atrasada

Que de tudo que eu precisava, era do seu afago 

Eu tomei coragem e decidi postar um poema aqui~ Confesso que fiquei agitada com essa ideia, pois não é o estilo de escrita ao qual mais estou acostumada, mas geralmente é o mais sincero. 

Não fui capaz de escolher uma música dessa vez porque, quando eu o fiz, não estava ouvindo nenhuma em específico, apenas uma mistura meio doida de melodias que combinava com o que eu queria passar em determinados pedaços. Mesmo assim espero que tenham gostado!

Até o próximo texto! :3